Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#706 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 6:48 pm

Lucubus escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:20 pm Para tirar algumas dúvidas sobre o reator brasileiro, o submarino nuclear e o Prosub....

O vídeo é todo muito bom e elucidativo.

a partir do minuto 9:26 o Almirante Petronio junto ao françois da ICN falam sobre o subnuc. No minuto 28:59 o almirante fala que o reator do Labgene esta prontinho na Nuclep e ele é igualzinho ao do submarino..... bom proveito.

Valeu, Lucubus [009]




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#707 Mensagem por arcanjo » Sex Mar 18, 2022 9:55 pm

Vamos lá,

O Alte Petronio disse: (...) o reator está sendo construído na NUCLEP, tá, e está muito bem, na verdade nós já temos um reator, o reator que vai servir ao LABGENE, ele está pronto, e ele é igual (...)

Até onde sei, a NUCLEP entregou à Marinha dois Vasos Acumuladores (VP3 e VP4), dois Trocadores de Calor (TC1 e TC2) e agora entregou o primeiro (VP5) dos dois vasos, os Tanques de Inundação(VP5 e VP6), e o Vaso de Pressão.

https://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2020/09/Bloco-40.jpg

Com relação ao Vaso do Reator (2131-R), talvez a parte mais complexa do reator, novamente, até onde sei, é de competência da NUCLEP a entrega do "envólucro", ou Vaso de Pressão, que aloja o núcleo do reator, que é o componente estrutural mais crítico do sistema PWR (Pressurized Water Reactor), assim como a imagem abaixo:

https://agencia.fapesp.br/agencia-novo/imagens/noticia/21564.jpg
Vaso de Pressão construído pela NUCLEP (imagem: Nuclep)

Minha dúvida é: Não seria o "envólucro" (Vaso de Pressão) que o Alte Petronio quis se referir como "ele está pronto"?

Ou seria o Vaso do Reator (2131-R), com todos os elementos internos, prontinho, como a maquete abaixo:

https://www.nuclep.gov.br/images/2021/11/09/vaso-do-reator.jpeg
Vaso do Reator (2131-R)

Agradeço quem puder esclarecer a minha dúvida.

abs.

arcanjo




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#708 Mensagem por gabriel219 » Sex Mar 18, 2022 9:58 pm

arcanjo escreveu: Sex Mar 18, 2022 9:55 pm Vamos lá,

O Alte Petronio disse: (...) o reator está sendo construído na NUCLEP, tá, e está muito bem, na verdade nós já temos um reator, o reator que vai servir ao LABGENE, ele está pronto, e ele é igual (...)

Até onde sei, a NUCLEP entregou à Marinha dois Vasos Acumuladores (VP3 e VP4), dois Trocadores de Calor (TC1 e TC2) e agora entregou o primeiro (VP5) dos dois vasos, os Tanques de Inundação(VP5 e VP6), e o Vaso de Pressão.

https://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2020/09/Bloco-40.jpg

Com relação ao Vaso do Reator (2131-R), talvez a parte mais complexa do reator, novamente, até onde sei, é de competência da NUCLEP a entrega do "envólucro", ou Vaso de Pressão, que aloja o núcleo do reator, que é o componente estrutural mais crítico do sistema PWR (Pressurized Water Reactor), assim como a imagem abaixo:

https://agencia.fapesp.br/agencia-novo/imagens/noticia/21564.jpg
Vaso de Pressão construído pela NUCLEP (imagem: Nuclep)

Minha dúvida é: Não seria o "envólucro" (Vaso de Pressão) que o Alte Petronio quis se referir como "ele está pronto"?

Ou seria o Vaso do Reator (2131-R), com todos os elementos internos, prontinho, como a maquete abaixo:

https://www.nuclep.gov.br/images/2021/11/09/vaso-do-reator.jpeg
Vaso do Reator (2131-R)

Agradeço quem puder esclarecer a minha dúvida.

abs.

arcanjo
Impossível dizer, não vi posição oficial se é uma coisa ou outra, apenas o que temos é ele falar que o reator está pronto.




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#709 Mensagem por NovaTO » Sex Mar 18, 2022 10:42 pm

Não consigo entender. O Brasil tem ou não tem o reator para o subnuc pronto ou em vias de? Porque iria necessitar de info de espionagem americana ou assessoria russa? Não faz sentido.




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#710 Mensagem por gabriel219 » Sáb Mar 19, 2022 10:27 am

NovaTO escreveu: Sex Mar 18, 2022 10:42 pm Não consigo entender. O Brasil tem ou não tem o reator para o subnuc pronto ou em vias de? Porque iria necessitar de info de espionagem americana ou assessoria russa? Não faz sentido.
A resposta pra primeira pergunta é que o Almirante diz que o primeiro modelo, pro LABGENE, está pronto e é basicamente o mesmo que equipará o Subnuc. Pra sua segunda pergunta, não precisa de NADA, pois o modelo do reator do nosso SSN e dos Americanos é o mesmo, PWR, 3+ geração.




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#711 Mensagem por arcanjo » Sáb Mar 19, 2022 11:34 am

Amigos,

Creio ter encontrado a resposta quanto a questão do Reator Nuclear PWR do SubNuc. Segue abaixo.

Conclusão da Fabricação e Montagem dos Internos e do Vaso de Pressão do Reator do LABGENE.

Por Leonam dos Santos Guimarães, assistente do Diretor-Presidente da Eletronuclear e foi Coordenador do Programa de Propulsão Nuclear no CTMSP

O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) concluiu com sucesso em 2005 a montagem final do conjunto Vaso de Pressão e Internos do Reator do Laboratório de Geração de Energia Núcleo-Elétrica (LABGENE). Este conjunto, juntamente com os elementos combustíveis e os mecanismos de acionamento de barras de controle, compõem um Reator Nuclear tipo PWR completo.

O Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica - LABGENE

A Marinha do Brasil está implantando no Centro Experimental ARAMAR, localizado a cerca de 120 km de São Paulo, um protótipo de instalação de geração de eletricidade de origem nuclear baseada em reator a água pressurizada (PWR) de pequena potência.

Esta instalação tem como objetivo obter a capacitação tecnológica nacional que permita desenvolver no País, nas próximas décadas, centrais nucleares de pequena e média potência, que atendam às necessidades da matriz energética brasileira, e instalações de propulsão nuclear naval que atendam às necessidades estratégicas de defesa nacional.

O Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (LABGENE) é projetado para validar novos conceitos e dispositivos para melhoria do desempenho e segurança da geração núcleo-elétrica e constituirá uma poderosa ferramenta para atividades de P&D em combustíveis e sistemas em apoio ao desenvolvimento de aplicações comerciais e navais.

Um extensivo programa experimental foi executado para validar os parâmetros do projeto neutrônico do núcleo do reator. Este programa está sendo implementado numa unidade crítica especialmente construída para este fim, que iniciou sua operação em 1988. Este pequeno reator de pesquisas, denominado IPEN/MB-01, foi totalmente projetado e construído por brasileiros, sendo um grande feito da engenharia nacional à época.

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator3.jpg
Prédios do Reator e das Turbinas

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator4.jpg
Vaso do Reator (com isolamento térmico)

Os componentes principais do circuito primário, i.e. vaso do reator (veja imagem acima) e suas estruturas internas, pressurizador, bombas de resfriamento, geradores de vapor e auxiliares associados estão concluídos. O vaso do reator e seus internos foram recentemente montados para verificação de ajustes e tolerâncias com pleno êxito.

As bombas de resfriamento principal estão para ser submetidas a testes de desempenho num dispositivo experimental especialmente projetado para este fim. Tal dispositivo está ligado ao Circuito Termohidráulico Experimental de 150 atmosferas (CTE-150), originalmente projetado e previamente utilizado para validação dos parâmetros de projeto adotados para os circuitos primário e secundário da instalação. Os parâmetros de projeto e medidas de desempenho operacional dos mecanismos de acionamento de barras de controle foram também validados em outra bancada experimental especialmente construída para este fim. Outras bancadas experimentais foram usadas para validar os parâmetros hidrodinâmicos do reator e o projeto dos secadores de vapor. Mock-ups em escala natural do reator e dos equipamentos para troca de combustível foram também desenvolvidos para validar os correspondentes procedimentos operacionais. Estas bancadas e circuitos experimentais compõem o laboratório de termohidráulica multi-propósito (LABTERMO).

Os componentes principais do circuito secundário estão também concluídos, incluindo quatro turbo-geradores, dois condensadores principais que compõem uma estrutura única, quatro bombas de extração de condensado e quatro bombas de água de alimentação. Os turbo-geradores estão sendo submetidos a testes de desempenho de acordo com normas militares (MIL-STD) em outro Laboratório de Testes de Equipamentos de Propulsão (LATEP), especialmente construído para este fim.

Um software que simula o comportamento dinâmico da instalação completa, incluindo efeitos da manobra do navio, estará operando até o fim de 2005. Este simulador permitirá verificar as medidas de desempenho integrado da instalação (circuitos primário, secundário e sistemas elétricos) e desenvolver especificações técnicas e procedimentos para uma operação segura.

As obras civis no local de implantação estão paralisadas As fundações do Prédio do Reator e do Prédio das Turbinas (veja imagem acima) estão concluídas. Os contratos para prosseguimento destas obras e para fabricação e edificação da Contenção Nuclear estão prontos para serem firmados, aguardando exclusivamente a disponibilidade de recursos financeiros.

De 1980 até o final de 2004 já foram feitos investimentos no LABGENE em Pesquisa, Desenvolvimento, Engenharia, Aquisições e Construção (P&D e EPC) da ordem de US$ 318 milhões, o que corresponde a cerca de 65% do seu valor total.

Estima-se em cerca de US$ 170 milhões o volume de recursos necessários para a conclusão do LABGENE. Dependendo do cronograma efetivo de alocação de recursos orçamentários nos próximos anos, a primeira criticalidade do reator poderia, tecnicamente, ser alcançada em 2010.

A Conclusão da Fabricação e Montagem dos Internos e do Vaso de Pressão do Reator do LABGENE

O CTMSP concluiu com sucesso no último dia 27 de julho a montagem final do conjunto Vaso de Pressão e Internos do Reator do LABGENE.

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene_arquivos/image002.gif
Conjunto Vaso de Pressão e Internos do Reator do LABGENE.

A conclusão com sucesso do projeto, fabricação e montagem deste conjunto que, juntamente com os elementos combustíveis e os mecanismos de acionamento de barras de controle, compõem um Reator Nuclear tipo PWR completo, é um acontecimento inédito no Hemisfério Sul e deve ser motivo de grande orgulho para a MARINHA DO BRASIL, bem como para todos os brasileiros que acreditam na competência do País em desenvolver de forma autóctone tecnologias complexas.

O LABGENE é um empreendimento em desenvolvimento sob responsabilidade da Marinha do Brasil e visa a capacitação do Brasil na geração elétrica de origem nuclear que possibilitará o desenvolvimento futuro de pequenas centrais elétricas nucleares e sistemas de propulsão nuclear naval.

A conclusão desta montagem evidencia a capacidade da engenharia do CTMSP e brasileira no que tange o desenvolvimento do projeto e a experiência adquirida na fabricação dos equipamentos gerando um know-how único, pioneiro e de grande valor.

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene_arquivos/image004.gif
Reator do LABGENE completo.

Daqui para frente os equipamentos ficarão acondicionados nas suas embalagens e serão preservados em atmosfera inerte até o momento da montagem final no Prédio do Reator.

O desenvolvimento da ciência e tecnologia, para o qual a criatividade e a inovação têm que estar necessariamente presentes, suporta-se em três premissas fundamentais: a primeira delas se deve à existência do cérebro humano e ao incentivo à sua potencialidade; a segunda pode ser localizada na mobilização das pessoas e instituições em torno de objetivos, de bandeiras, de metas geradoras de algum benefício estratégico ou social; a terceira refere-se ao esforço nacional, canalizando recursos adequados para a área científica e tecnológica.

Este significativo marco alcançado, fruto da afortunada combinação dessas três premissas, demonstra de forma inequívoca o seu poder. Cumpre persistir na manutenção destas premissas

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene_arquivos/image006.gif
Fabricação do Corpo do Vaso de Pressão do Reator

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene_arquivos/image008.gif
Fabricação do Tampo do Vaso de Pressão do Reator

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene_arquivos/image010.gif
Montagem do Barril dos Internos do Reator

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene_arquivos/image011.jpg
Região do núcleo dos Internos do Reator

https://www.ecen.com/eee53/eee53p/reator_labegene.htm

Parabéns a todos os envolvidos! [009]

abs.

arcanjo




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#712 Mensagem por arcanjo » Sáb Mar 19, 2022 11:45 am

Com relação à tecnologia e geração do Reator Nuclear PWR do SubNuc, este documento diz:

"Reator PWR de pequeno porte, de 2ª Geração; aspectos de segurança de 3ª Geração"



abs.

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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#713 Mensagem por gabriel219 » Sáb Mar 19, 2022 12:14 pm

O que diferencia principalmente um PWR de 2ª geração para 3ª geração são seus sistemas de segurança, o mesmo com 3ª+ que aprimora isso, já 4ª geração são substitutos da água como "princípio de geração de energia". Logo não me faz muito pensar em 2ª geração com aspectos de 3ª em segurança. Aliás a arquitetura do PWR nacional me lembra muito os SMNR oferecidos por empresas privadas por ai, os PWR, pois há SMNR de 4ª geração sendo oferecido, ainda estando em desenvolvimento.




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#714 Mensagem por Marcelo Ponciano » Sáb Mar 19, 2022 1:06 pm

FCarvalho escreveu: Qui Mar 17, 2022 11:06 am Se formos minimamente honestos com nós mesmos, vamos aproveitar o momento e tirar o máximo de vantagem dessa briga e cachorro grande.
Me parece que qualquer governo que assuma daqui para frente terá em mente que não dá para ficar em cima do muro como se nada estivesse acontecendo, e de fato terá que se posicionar de um lado claro... o nosso.
Por mais que o Brasil tradicionalmente adote um discurso conciliador, e isso não é prática recente na nossa diplomacia, acredito que nessa briga de cachorro grande nossa posição já foi assinada e manifestada em 1947 com o TIAR.

Um dos muitos motivos que levaram Dom João VI a não guerrear com os Ingleses na era napoleônica foi o Tratado de Windsor assinado em 1386. E os Ingleses deram cobertura à Família Real justamente honrando o mesmo tratado. Isso que uma nação séria faz, honra sua palavra, ainda que tenha passado mais de 400 anos.

Se o Brasil não pode honrar sua palavra manifestada pelo TIAR após 75 anos nós fatalmente estamos destinados ao fracasso como nação.

O que o Brasil tem que fazer é adotar uma postura de exigir respeito do seus aliados, mostrar seu valor, ser respeitado como o gigante que é, ter as armas necessárias para defender seu próprio patrimônio e eventualmente ajudar seus aliados se algum dia a guerra vier.

Infelizmente, muito pouco se fez nesse sentido desde 1947. Não basta decidir construir uma arma de superioridade militar. É necessário convencer seus aliados que você precisa dela.

É o que fez a Austrália, ainda que a comparação não seja de toda válida em razão dos estreitos laços étnico-culturais que unem os australianos com os ingleses e americanos.
gabriel219 escreveu: Qui Mar 17, 2022 12:35 am
Marcelo Ponciano escreveu: Qui Mar 17, 2022 12:01 am

Então não existe nada, nada mesmo, absolutamente nada, em um reator americano que a gente não saiba?

Evidentemente a MB tem tudo pronto, funcional, amadurecido, sem riscos, pois está funcionando 100% um reator BR igualzinho há 300 metros de profundidade, testado e aprovado em todas as condições de estresse imagináveis, não é mesmo?

Sinceramente, eu não sei se fico mais surpreso com o seu otimismo ou com a sua autoconfiança no programa do nosso reator.
Não há estritas diferenças entre reatores PWR, nada. O EUA ainda prefere utilizar reatores de 3ª geração, do qual já desenvolvemos próprio.

Sua fala sobre "reator 100% operando abaixo de 300 metros": Sabe como é a tecnicidade de um reator PWR? Modelo? Os "espiões" nos ofereceram um reator ou plantas de um reator? Pois seu comentário faz parecer que acabamos não aceitando um reator inteirinho, é isso que quis dizer?

Não é otimismo, é fato, você claramente não sabe do que está falando!

Quer fazer parecer como se reator PWR existisse de vários tipos e não existe, PWR não é uma classe de reatores, mas em si um tipo! Tem um tópico dedicado a reatores nucleares aqui mesmo no Fórum, sugiro dar uma ida lá e estudar um pouco o assunto. O S9G é o modelo mais avançado Americano e ainda é PWR, não é de quarta geração, então o ganho sob isso é mínimo. É a mesma coisa de vir espiões nos mostrarem segredos de ogivas HMX utilizadas nas bombas anti-pista do EUA.
Meu caro, eu não duvido da extraordinária capacidade científica do povo brasileiro em desenvolver o reator em si. Se é possível fazer tanto com tão pouco, o Brasil seria a nação mais poderosa da Terra se tivéssemos os investimentos necessários.

A questão é que os Estados Unidos operam reatores em submarinos há muito mais tampo. O conhecimento acumulado com isso, problemas práticos que só vamos tomar conhecimento no dia que o SNBR submergir a primeira vez, soluções para esses problemas, estava tudo lá disponível. Isso não é um conhecimento desprezável.

Mas verdadeiramente não acho que o Brasil deveria ter aproveitado esse conhecimento. Não tenho a menor sombra de dúvidas de que muitos aliados dos Estados Unidos teriam aproveitado a oportunidade, tivessem oferecido para a França certamente eles aceitariam, ainda que tenham seus subs nucleares plenamente desenvolvidos.

O que acredito é que o Brasil deveria ter aproveitado a oportunidade para exigir ser reconhecido pelos Estados Unidos da América como aliado do mais alto valor, ser considerado e recebido com a mais alta honraria disponível para uma nação estrangeira. Poucos fariam o que fizemos. Sem adotar essa postura de exigir o respeito pelo gesto praticado, tudo que vamos receber são dois tapinhas nas costas e um "muito obrigado".




Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#715 Mensagem por mauri » Sáb Mar 19, 2022 9:47 pm

O Brasil nunca teve capacidade de produzir um reator embarcado, que é muito diferente de um reator estacionário para energia elétrica, infelizmente este tipo de transferência de tecnologia, não é dado nem vendido, Temos que desenvolver por conta própria e isso leva tempo ,e é preciso muito dinheiro.




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#716 Mensagem por Lucubus » Sáb Mar 19, 2022 10:41 pm

O Brasil domina a tecnologia de reatores PWR a muitos anos. O que pegava era relativo a propagação neutrina e na metalurgia de materiais, como a fabricação dos tubos de zirconio para acondicionamento do combustível (hoje ja não é mais problema). Como é um vetor convencional movido a propulsão nuclear, precisa "mostrar" e dar garantias (prestar contas a AIEA) de segurança e de seu funcionamento (blindagem e demais equipamentos). Isto incomoda muito os almirantes.....




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#717 Mensagem por mauri » Sáb Mar 19, 2022 11:49 pm

Lucubus escreveu: Sáb Mar 19, 2022 10:41 pm O Brasil domina a tecnologia de reatores PWR a muitos anos. O que pegava era relativo a propagação neutrina e na metalurgia de materiais, como a fabricação dos tubos de zirconio para acondicionamento do combustível (hoje ja não é mais problema). Como é um vetor convencional movido a propulsão nuclear, precisa "mostrar" e dar garantias (prestar contas a AIEA) de segurança e de seu funcionamento (blindagem e demais equipamentos). Isto incomoda muito os almirantes.....
Pronto tocou exatamente no ponto certo, é aí que o bicho pega, nem a França consegue fazer um envelopa mento que garanta está segurança, eles pegam dos iankes, e estes não estão querendo repassar isso pra nós não...Quem não lembra do submarino nuclear da Índia, poderemos ter o mesmo problema de segurança, ou mesmo ficarmos com o casco todo pronto mas sem um reator adequado que garanta a segurança, que seja aprovado pela AIEA.




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#718 Mensagem por knigh7 » Dom Mar 27, 2022 10:49 am





Editado pela última vez por knigh7 em Dom Mar 27, 2022 10:53 am, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#719 Mensagem por FIGHTERCOM » Dom Mar 27, 2022 10:53 am

Podiam aproveitar a data de incorporação da primeira unidade e anunciar mais duas unidades...

Abraços,

Wesley




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Re: Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

#720 Mensagem por knigh7 » Dom Mar 27, 2022 11:13 am

SE a MB tiver orçamento para a construção de mais um ou dois SSK deveria utilizar para acelerar a construção do SSN. Com essa histeria sobre o clima e sobre o desmatamento na Amazônia é provável que tenhamos de empregá-lo antes de 2033...

A nosso favor é que a OTAN está virando uma aliança militar de frangas: se afundarmos um NAe ou um LHA deles, recuam. Mas eles estarão navegando rápido longe da costa (no caso de LHA não tão longe, mas rápido). Para isso um SSN é uma arma eficiente contra eles.




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