Fazendo uma continha rápida de padaria, nós deixamos escapar por entre os dedos a possibilidade de equipar entre 7 e 10 brigadas (ou 23 a 31 btl inf ) das forças de defesa ucranianas caso tivéssemos acertado a vende de até 1500 blindados Guarani. Isso considerando apenas que fossem todos VBTP.
Uma VBTP Guarani custa pelado, genericamente, em torno de US 700 mi dólares ao cambio de hoje, o que significa que deixamos de faturar um negócio potencial de pelo menos US 1,05 bilhões de dólares, considerando apenas os veículos. Se fôssemos contar integração de sistemas - armas e C2 - mais contratos para treinamento, peças de reposição, além do CLS...
Caso as VBE Guarani estivessem prontas, por baixo seria mais algumas centenas de veículos a serem acrescidos ao lote acima, já que eles também iriam precisar delas. Mas aí eu volto a falar de novo: se não tem VBE Guarani, o que impede de usar a AV-VBL 4x4 e até mesmo o Guará 4WS da Avibras na função, já que está pronta, operacional, é modular, e já faz o serviço
A exceção da VBE Engenharia, as AV-VBL já operam como PC, Comunicação e Orientação de Tiro, além de Veículo Meteorológico, além de poder ser facilmente adaptada para Ambulância, EW, Radar, e até para transporte de tropas segundo a Avibras.
A versão Porta Morteiro poderia talvez requerer um pouco mais de trabalho, mas suponho que não seria algo que não pudesse ser feito em curto prazo uma vez tendo estabelecidos os sistemas a serem operados. Idem para o Guarani, que ainda sequer conseguimos escolher a porra do morteiro. E essa lenga-lenga já dura mais de dois anos.
Enfim, além da Iveco, a Avibrás também poderia ter se beneficiado deste possível negócio com as suas AV-VBL e Guará 4WS, para não falar de outros sistemas que a empresa também produz.
Só para citar, como disse acima, a Agrale sozinha poderia exportar mais de 1.000 unidades de seus Marruá em diversas versões para equipar também as OM das forças ucranianas. Até a pick up AM-200 que por aqui nunca se criou teria boas chances de ser encampada no processo, já que por lá eles utilizam uma miríade modelos\marcas capturados, doados ou adaptados da vida civil. E os números de veículos motorizados nesta guerra pelo lado ucraniano é surpreendente, gigantesco diria, e também, um verdadeiro inferno logístico. Quão bem faríamos a nós, e a eles, dispor da família Marruá desde os AM-2 até os AM-31, e quiçá até mesmo ressuscitar o defenstrado AM-41, de forma a suportar o setor de transporte militar ucraniano. E eles seriam todos muito bem vindos por lá. Sem pestanejar, pelo que consegui encontrar dos recursos motorizados ucranianos nesta guerra, a Agrale teria um potencial de exportação de mais de 10 mil veículos. Mas depois de ver aquele vídeo do BMVM, sinceramente, eu nem me empolgo mais com essas coisas.
Vida que segue por aqui. Em marcha lenta a ré, como sempre.