Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#421 Mensagem por Sterrius » Seg Jul 06, 2009 1:29 pm

Comprar um satélite de reconhecimento no exterior é como contratar o serviço secreto de outro país para espionar pelo seu, nunca se poderá ter certeza da lealdade do espião e conseqüentemente da disponibilidade e veracidade das informações.
Não é muito diferente de ser dependente de sistemas secundarios dos satelites de outros paises como o GPS. Ja que para reconhecimento eles não precisam construir um satelite e se dar o trabalho de colocar 30000 trecos de espionagem remota para a gente pois ja possuem fotos de nosso país de tudo que é angulo.

Também tem que se ver que é um jogo ondem os 2 lados sabem o que o outro ira fazer.

Não falei em momento algum para o Brasil virar dependente eterno deste sistema (Pelo contrario, falei para improvisar apenas no curto prazo). Tanto que falei claramente em sermos obrigados a criar o nosso no medio/longo prazo para não ficarmos dependentes. Até porque ja é quase impossivel pensarmos em uma força militar independente e eficiente sem satelites ajudando para reconhecimento, guiar armas, traçar rotas de aviões etc.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#422 Mensagem por ademir » Qua Jul 15, 2009 8:43 pm

Os grifos na materia abaixo são de minha autoria. :wink:

Nem mosquitos, nem serpentes: principal inimigo do Exército para proteger a Amazônia é a falta de dinheiro

Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia diz na 61ª Reunião Anual da SBPC que investir na preservação dos recursos naturais é indispensável

Daniela Amorim escreve de Manaus para o “JC e-mail”:

Mata fechada, calor intenso, nuvens de mosquitos e serpentes venenosas são alguns dos desafios enfrentados pelo Exército brasileiro para fazer o patrulhamento da Amazônia, sobretudo na área de fronteira.

O general-de-brigada Alberto Martins Bringel, chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia, expôs a realidade das tropas que atuam na região amazônica durante uma conferência na 61ª Reunião Anual da SBPC, em Manaus.

Mas a biodiversidade está longe de ser um inimigo. Oficiais e soldados são treinados na selva para entender que a natureza é o patrimônio a ser preservado.

“Em nenhum lugar do país essa integração com a natureza é tão intensa e completa. Os homens que servem sabem que a natureza precisa ser protegida”, afirmou o general Bringel.

Os números da região impressionam pela magnitude. São 3,6 milhões de km2, cerca de 42% do território brasileiro, sob a responsabilidade do Comando Militar da Amazônia. Estão incluídos seis estados (Roraima, Rondônia, Amapá, Pará, Acre e Amazonas) e 13 milhões de habitantes. O Exército é responsável pelo patrulhamento de 11.000 km de fronteira terrestre e 1.300 km de fronteira litorânea.

“As pessoas reclamam que o Exército não patrulha a fronteira direito, deixa entrar drogas e armas. A fronteira dos Estados Unidos com o México tem só 2.400 km. Passam drogas, passan imigrantes ilegais, passa muita coisa que não devia. Lá é o país mais desenvolvido do mundo. E não tem nem a dificuldade dessa floresta”, disse Bringel.

Quando questionado sobre a atuação em áreas protegidas, o general afirmou que o patrulhamento de áreas indígenas não muda com a criação de reservas como a Raposa Serra do Sol.

“Não muda nada. As reservas indígenas são terras federais, então o exército está presente. Há um decreto presidencial para que tenha um pelotão em todas as reservas indígenas e unidades de conservação. Temos pelotão em algumas e vamos construir mais. Em unidades de conservação eles funcionam em sistema de rodízio. O camarada não leva a família, só passa um tempo e depois é substituído”, explicou Bringel.

Uma das principais preocupações, além de proteger a fauna e a flora e combater o tráfico, é preservar as riquezas do solo. A tarefa se torna mais difícil quando não há a presença do poder público na maior parte da região.

“A principal ameaça interna é a ausência do Estado. Porque permite ilícitos, destruição do patrimônio e a ação de organizações internacionais. Então a ausência do Estado é como uma doença, uma mazela nossa. E como combater essa ausência? Através da presença federal. Temos que ter a presença e a atuação do poder público em todos os seus segmentos: justiça, segurança, educação, transporte, saúde. A ausência do Estado agrava a questão indígena, ambiental e fundiária, as ações isoladas das ONGs e os ilícitos de toda ordem”, lamentou o militar.

O Exército tem oficiais e sargentos especialistas em operações na selva. Já são 4.671 militares formados e 391 estrangeiros, com destaque para franceses, equatorianos e argentinos. Os cabos e os soldados são recrutados na região, porque conhecem a floresta e operam com desenvoltura. Apesar de procurarem manter a ordem nas áreas mais longínquas, Bringel ressalta que é preciso deixar claro quais são os papéis de cada instituição.

“Como o Exército está relativamente bem representado em diversos pontos da Amazônia, parte da população confunde o Estado com o Exército. Mas não é bem isso. Por exemplo, desmatamento é missão do Ibama. O Exército não usa a patrulha dele em uma operação para combater o desmatamento. Estaria ocupando o espaço do Ibama. Mesmo porque os recursos que eu tenho já estão direcionados. Ao montar uma operação para combater o desmatamento estou desviando recursos do Exército para outra finalidade. Agora, estamos fazendo patrulhamento da fronteira e nos deparamos com um desmatamento. Aí nós paramos, olhamos, verificamos e, se for o caso, prendemos. Geralmente a gente já convida uma dupla do Ibama ou pelo menos um agente para ir junto da patrulha, de carona. Vai comendo a nossa comida, no nosso barco, e se a gente se depara com o ilícito eles fazem a autuação”, relatou o chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia.

Segundo o general, atualmente as pessoas procuram o Exército para solucionar os mais variados problemas.

“As pessoas vão no Exército como se fôssemos cuidar da missão de todos os ministérios. O Exército mal tem recursos para a sua própria sobrevivência. Agora, quando estamos fazendo nossa missão e nos deparamos com o delito, seja tráfico ou o que for, por termos poder de polícia na faixa de fronteira, nós autuamos, nós prendemos. Mas é preciso entender que fazemos na carona, não como missão principal”, explicou Bringel.

“Se o Ibama precisa de apoio logístico, ele solicita ao Exército e paga a conta da operação. Ele é o artista principal e o Exército é o suporte, coadjuvante. Se a Funasa solicita: tenho que vacinar índios e preciso do helicóptero, o Exército fornece. A Funasa paga a conta chamada horas de voo, porque a gente não pode pegar o helicóptero, que custa dinheiro. Só para girar a hélice já custa dinheiro. Então o Exército coopera com todos os órgãos que solicitam”.

Se a atuação de madeireiros, garimpeiros e traficantes são uma preocupação dentro do território brasileiro, a principal ameaça externa não é tão objetiva. A guerra é contra a opinião pública disseminada na comunidade internacional.

“A principal ameaça externa é a opinião pública internacional estar convencida de que o Brasil não é capaz de cuidar da Amazônia. E a estratégia da dissuasão é a presença militar. Se você tem força, se os outros países veem que você é forte naquela região, se desestimulam, desistem de sua pretensão”, avaliou Bringel.

“As pessoas dizem que não precisam de Exército porque o Brasil não entra em guerra desde a 2ª Guerra Mundial. Mas tirar 10 com louvor na guerra é você evitar a guerra. Quando há conflito armado é porque alguém errou. Ou o presidente, ou o congresso... É porque alguém deixou a crise ir longe demais. Por isso existem os generais em vários batalhões na Amazônia. Eles estão lá para gerenciar crises e conflitos, para não deixar que saiam do controle” ,contou.

Em 1950, havia mil militares na Amazônia. Hoje esse número é de 26.300 homens atuando na região. Há 28 organizações militares na linha de fronteira, duas companhias, 22 pelotões e quatro destacamentos.

“Tenho que ser forte e mostrar que sou forte para desestimular inimigos, adversários, quem quer que seja. Para isso precisamos de dinheiro. Mas o Brasil não é um coitadinho. Estamos entre as principais economias do mundo. Dinheiro há. Não pergunte a mim, pergunte aos homens”, afirmou.

Segundo o general, um dos maiores desafios é justamente trabalhar com orçamentos reduzidos.

“Nosso problema é um só: tutu. Porque se você tem mais, você compra mais, usa mais. Se tem menos dinheiro, compra menos, usa menos, tem uma preparação menor”, lamentou Bringel, para quem investir na preservação dos recursos naturais é indispensável. “O desenvolvimento da Amazônia independe da nossa vontade. O que depende de nós é que seja sustentável. A conscientização da sociedade é fundamental para desencorajar os ilícitos predatórios”.
Fonte:Jornal da ciencia




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#423 Mensagem por ademir » Qua Jul 15, 2009 8:54 pm

Uma das grandes verdades quando nos referimos a Amazonia é que apesar de muito discurso, bem pouco é feito para dar a esta região o tratamento necessario, o texto abaixo traz este tema de uma maneira bem interessante.
As duas Amazônias, artigo de Odenildo Sena

“Atingiu-se o estágio de se conviver com a banalização desse nome. E isso é extremamente nocivo, porque se cria uma espécie de fetiche que esvazia semanticamente os sentidos e as verdadeiras razões sociais e históricas da Amazônia e da gente que aqui vive”

Odenildo Sena é presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam). Artigo enviado pela assessoria da Fapeam ao “JC e-mail”:

Talvez não me faça entender neste início de texto, mas vou, mesmo correndo esse risco, dar abrigo às convicções que tenho construído nos últimos anos. Estou cansado da Amazônia. Para ser mais preciso, confesso-me cansado da interminável dízima periódica que reverbera esse nome em meus ouvidos e o expõe às minhas cansadas retinas.

Para ser mais objetivo, ainda, tornei-me intolerante com o uso em vão do nome Amazônia, sempre associado à condição de região estratégica para o Brasil e o mundo.

Para todo lado que me viro, deparo-me com seminários, congressos, colóquios, reuniões de trabalho e eventos das mais diferentes e inimagináveis naturezas versando sobre a Amazônia. O mais curioso é que tudo isso é feito, dito e alardeado além e muito além das fronteiras da região.

Em síntese, atingiu-se o estágio de se conviver com a banalização desse nome. E isso é extremamente nocivo, porque se cria uma espécie de fetiche que esvazia semanticamente os sentidos e as verdadeiras razões sociais e históricas da Amazônia e da gente que aqui vive, tornando-as apenas uma peça de puro marketing e de vazia retórica, uma vez que isso não se traduz em ações que, de fato, sejam respostas para suas reais necessidades.

Dispensável, aqui, ilustrar as distâncias entre essa Amazônia fantasiada pelo Brasil e pelo mundo afora e a Amazônia em que vivemos e que queremos.

Limito-me, porém, a uma só ponderação. Não se pode considerar sério e consequente o reconhecimento de uma região como altamente estratégica se não se criam todas as reais condições para se gerar o máximo de conhecimentos sobre ela.

A propalada soberania sobre a Amazônia exige domínio de sua complexidade, de sua vasta biodiversidade e potencialidade, da exploração sustentável de sua riqueza e do conhecimento de sua gente. E isso não acontece por voluntarismo.

Como dar conta do tamanho desse desafio, com apenas 4% dos pesquisadores do país? A resposta não passa pela retórica nem pelo marketing, mas pela convicta opção de que a Amazônia é prioridade e é estratégica. E isso só faz sentido se traduzido verdadeiramente em investimentos.

Há, portanto, duas amazônias. Aquela da fantasia, que serve à retórica e ao marketing e da qual estou extremamente cansado, e a real, que demanda ações verticalizadas e urgentes e da qual fazem parte 21,9 milhões de almas.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#424 Mensagem por jauro » Qui Jul 16, 2009 6:14 pm

ademir escreveu:Os grifos na materia abaixo são de minha autoria. :wink:

Nem mosquitos, nem serpentes: principal inimigo do Exército para proteger a Amazônia é a falta de dinheiro

Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia diz na 61ª Reunião Anual da SBPC que investir na preservação dos recursos naturais é indispensável

Daniela Amorim escreve de Manaus para o “JC e-mail”:

Mata fechada, calor intenso, ................ A conscientização da sociedade é fundamental para desencorajar os ilícitos predatórios”.
Fonte:Jornal da ciencia
Lúcido e inteligente como sempre o goiano Gen Bringel.
Certíssimo! Foi Cmt do CIGS e da 17ª Bda Inf Sl.
Conhece a Amazônia, como poucos.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#425 Mensagem por jauro » Qui Jul 16, 2009 6:27 pm

ademir escreveu:Uma das grandes verdades quando nos referimos a Amazonia é que apesar de muito discurso, bem pouco é feito para dar a esta região o tratamento necessario, o texto abaixo traz este tema de uma maneira bem interessante.
As duas Amazônias, artigo de Odenildo Sena

“Atingiu-se o estágio de se conviver com a banalização desse nome. E isso é extremamente nocivo, porque se cria uma espécie de fetiche que esvazia semanticamente os sentidos e as verdadeiras razões sociais e históricas da Amazônia e da gente que aqui vive”

Odenildo Sena é presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam). Artigo enviado pela assessoria da Fapeam ao “JC e-mail”:

Talvez não me faça entender neste início de texto, mas vou, mesmo correndo esse risco, dar abrigo às convicções que tenho construído nos últimos anos. Estou cansado da Amazônia. Para ser mais preciso, confesso-me cansado da interminável dízima periódica que reverbera esse nome em meus ouvidos e o expõe às minhas cansadas retinas.

Para ser mais objetivo, ainda, tornei-me intolerante com o uso em vão do nome Amazônia, sempre associado à condição de região estratégica para o Brasil e o mundo.

Para todo lado que me viro, deparo-me com seminários, congressos, colóquios, reuniões de trabalho e eventos das mais diferentes e inimagináveis naturezas versando sobre a Amazônia. O mais curioso é que tudo isso é feito, dito e alardeado além e muito além das fronteiras da região.

Em síntese, atingiu-se o estágio de se conviver com a banalização desse nome. E isso é extremamente nocivo, porque se cria uma espécie de fetiche que esvazia semanticamente os sentidos e as verdadeiras razões sociais e históricas da Amazônia e da gente que aqui vive, tornando-as apenas uma peça de puro marketing e de vazia retórica, uma vez que isso não se traduz em ações que, de fato, sejam respostas para suas reais necessidades.

Dispensável, aqui, ilustrar as distâncias entre essa Amazônia fantasiada pelo Brasil e pelo mundo afora e a Amazônia em que vivemos e que queremos.

Limito-me, porém, a uma só ponderação. Não se pode considerar sério e consequente o reconhecimento de uma região como altamente estratégica se não se criam todas as reais condições para se gerar o máximo de conhecimentos sobre ela.

A propalada soberania sobre a Amazônia exige domínio de sua complexidade, de sua vasta biodiversidade e potencialidade, da exploração sustentável de sua riqueza e do conhecimento de sua gente. E isso não acontece por voluntarismo.

Como dar conta do tamanho desse desafio, com apenas 4% dos pesquisadores do país? A resposta não passa pela retórica nem pelo marketing, mas pela convicta opção de que a Amazônia é prioridade e é estratégica. E isso só faz sentido se traduzido verdadeiramente em investimentos.

Há, portanto, duas amazônias. Aquela da fantasia, que serve à retórica e ao marketing e da qual estou extremamente cansado, e a real, que demanda ações verticalizadas e urgentes e da qual fazem parte 21,9 milhões de almas.
A fé (a apologia, o discurso, a retórica) sem obras é morta. Isto é Bíblico.
Para que haja obras, é necessário dinheiro, "tutu", como disse o General.
São idéias afins.
Bons textos.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#426 Mensagem por ademir » Ter Jul 28, 2009 2:22 pm

E depois vem aquela velha corja falando em preservar a floresta, falando que os brasileiros estão destruindo um patrimonio da humanidade... Por que sera que não começam parando de estimular a biopirataria?
12. O besouro é nosso, artigo de Marina Silva

“Temos a maior porção da maior floresta tropical do planeta. É um tesouro em biodiversidade que precisa ser cuidado e explorado pelo Brasil”

Marina Silva é ex-ministra do Meio Ambiente e senadora (PT-AC). Artigo publicado na “Folha de SP”:

Li, na semana passada, duas notícias que contam como nossas riquezas naturais continuam sendo ignoradas por nós e apropriadas por outras nações. A primeira dizia que em março o Museu de História Natural de Genebra divulgou sua nova aquisição: o Titanus gigantus, o maior inseto do mundo, conhecido como besouro gigante da Amazônia.

Seu tamanho impressiona - é maior que a mão de um adulto - e certamente fará sucesso entre os visitantes. De acordo com o museu, acredite-se ou não, o besouro teria "viajado por engano na mala de um turista suíço". Assustado, ele teria chamado uma empresa de dedetização, que encaminhou o espécime ao museu.

Outro besouro brasileiro também vem fazendo sucesso, nos Estados Unidos. Pesquisadores da Universidade de Utah acreditam ter encontrado o cristal fotônico ideal na carapaça do besouro Lamprocyphus augustus. Esse cristal é essencial para a construção de circuitos eletrônicos que manipulem dados por meio de luz (fótons), em vez de cargas elétricas (elétrons).

E o curioso é que os cientistas americanos não tiveram trabalho para conseguir o inseto brasileiro. Encomendaram-no a um vendedor da Bélgica, pela internet. Não duvido que, apenas com a tecnologia decorrente das pesquisas com este único besouro, os americanos produzam mais riqueza do que todo o valor anual da exploração ilegal de madeira, da soja e do gado na Amazônia.

Temos a maior porção da maior floresta tropical do planeta. É um tesouro em biodiversidade que precisa ser cuidado e explorado pelo Brasil.

Em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a falta de controle nas fronteiras como razão da perda anual de US$ 2,4 bilhões, com a saída de animais e plantas que acabam por gerar produtos patenteados no exterior. São muitas as ameaças à biodiversidade brasileira: biopirataria, aquecimento global, desmatamento, tráfico de animais, superexploração de espécies. E a mais terrível parece ser a nossa inoperância diante disso tudo.

Em 1994, o Brasil ratificou a Convenção da Biodiversidade Biológica. Em 1995, apresentei proposta no Senado para disciplinar o acesso aos recursos genéticos no país. O projeto (PL 4.842) foi à Camara dos Deputados em 1998 e lá está até hoje. Outra tentativa foi feita em 2003, por meio do Ministério do Meio Ambiente.

Nova proposta foi negociada por mais de cinco anos, com todos os setores interessados. Novamente deu em nada. Continuamos sem regras. E todo o conhecimento gerado pela biodiversidade continuará sendo apropriado por quem chegar primeiro, sem gerar dividendos para o país.
(Folha de SP, 27/7)




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#427 Mensagem por Sterrius » Ter Jul 28, 2009 5:52 pm

Marina Silva é ex-ministra do Meio Ambiente e senadora (PT-AC). Artigo publicado na “Folha de SP”:


Tem alguns politicos que estao querendo faze-la se candidatar em 2010. Eu considero ela bem capaz ja que realmente tentou e conseguiu por um tempo fazer a minada area do meio ambiente funcionar.

Seria uma candidata interessante, isso nao tenho duvidas.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#428 Mensagem por Edu Lopes » Ter Jul 28, 2009 7:00 pm

Sterrius escreveu:
Marina Silva é ex-ministra do Meio Ambiente e senadora (PT-AC). Artigo publicado na “Folha de SP”:


Tem alguns politicos que estao querendo faze-la se candidatar em 2010. Eu considero ela bem capaz ja que realmente tentou e conseguiu por um tempo fazer a minada area do meio ambiente funcionar.

Seria uma candidata interessante, isso nao tenho duvidas.
Marina da Silva merece respeito. É um dos pouquíssimos quadros do PT que, ao que parece, não "mete a mão na merda", como disse aquele atorzinho. Só a história de vida que carrega é um exemplo pra todos os jovens pobres que acham que nunca terão oportunidades.

Mas dai a querer que seja presidente...




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#429 Mensagem por ademir » Qua Jul 29, 2009 8:40 pm

Sterrius escreveu:
Marina Silva é ex-ministra do Meio Ambiente e senadora (PT-AC). Artigo publicado na “Folha de SP”:


Tem alguns politicos que estao querendo faze-la se candidatar em 2010. Eu considero ela bem capaz ja que realmente tentou e conseguiu por um tempo fazer a minada area do meio ambiente funcionar.

Seria uma candidata interessante, isso nao tenho duvidas.
Duvido que isto passe de mera especulação, ate porque ja parece favas contadas a cantidatura da Min. Dilma pelo PT. Uma outra possibilidade seria sair como cantidata por outro partido, coisa que considero ainda mais improvavel, e mesmo se ocorrer, duvido que tenha chances.

Apesar dos pesares, ela não tem popularidade suficiente para encarar uma cantidatura desse porte. Se não for a Dilma, aposto bem mais no Patrus Ananias.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#430 Mensagem por Marino » Qui Set 03, 2009 10:23 pm

Vai começar.
Vamos ver qual vai ser a resposta do itamaraty.
É bom acelerarmos os programas das FA.
================================================
Secretário-geral da ONU faz dura crítica à política ambiental de Lula
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, fez hoje duras críticas à política ambiental do Presidente Lula. Segundo ele, as taxas de desmatamento no Brasil continuam elevadas porque o país não tem uma “política clara para impedir a redução de suas áreas florestais”. O presidente Lula deverá ser pressionado, durante a próxima Assembléia-Geral da ONU, em setembro, a “deixar de utilizar o argumento da soberania nacional como impedimento para que haja qualquer sugestão ou ajuda externa para ajudar a combater o desmatamento da Floresta Amazônica”. No próximo dia 23, Ban Ki-Moon vai reunir-se com líderes de países com grandes áreas florestais, em especial Brasil, Indonésia e Congo, para debater medidas de combate ao desmatamento. O secretário-geral reconheceu que a área de desmatamento acumulado nos últimos 12 meses foi 46% menos do que o mesmo período anterior, segundo números de um relatório divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas citou o Greenpeace para ressalvar que nos meses de junho e julho houve aumento de 18.5%. mostrando que a curva descendente pode ter sido revertida. Entre os pontos que Ban Ki-Moon pretende negociar está a adoção, pelo Brasil e demais países com grandes áreas florestais, de uma metodologia comum para medir o desmatamento e de metas claras de redução, de modo a haver possibilidade de uma cobrança internacional dos compromissos assumidos. A expectativa de Ban Ki-Moon é de que a reunião em Nova York seja a etaa final de negociação para tentar fechar um acordo climático internacional em Copenhague, em dezembro.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#431 Mensagem por suntsé » Sex Set 04, 2009 12:56 am

Tem pessoas que aqui no forum que acham uma intervenção armada na amazonia uma coisa impossivel de acontecer.....

Uma vez até cheguei a ter uma séria discurção com um colega forista por causa disto.


O Fato é que uma intervenção na amazonia objetivando tirala do nosso poder, porderá se tornar realidade caso o Brasil não fortaleça suas forças armadas. Caso o Brasil não demostre uma firme determinação em desenvolver o proprio poderio cientifico tecnologico.

Porque quem manda no mundo são os fortes e não os fracos.

O Brasil tem potencial para ser uma grande potencia mundial. Esta é a nossa missão, temos que mobilizar todos os recursos possiveis para exercer uma liderança maior em ambito internacional, isto não é só uma questão de defesa da unidade territorial, é uma questão de Auto-respeito!




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#432 Mensagem por rodrigo » Sex Set 04, 2009 5:50 am

Porque quem manda no mundo são os fortes e não os fracos.
Na América do Sul é meio diferente.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#433 Mensagem por Marino » Sex Set 04, 2009 9:43 am

Estradas "devoram" a Amazônia, diz jornal italiano
04 de setembro de 2009 • 09h25

Reportagem do jornal italiano La Repubblica indica que a construção de estradas na Amazônia, muitas vezes ilegais, contribui para a presença de madeireiros e acelera o desmatamento na região. "Assim, as estradas e trilhas devoram a Amazônia", diz o título da matéria. A reportagem afirma que 95% do desmatamento e queimadas na bacia amazônica ocorre a até 50 km das vias.

O jornal cita entrevista do cientista brasileiro Enéas Salati à revista New Scientist, que diz que "a melhor coisa que você poderia fazer para salvar a Amazônia é bombardear as estradas". O americano Thomas Lovejoy também é lembrado, quando afirmou que "as vias são as sementes da destruição das florestas tropicais".

Segundo o La Repubblica, a presença das estradas é um problema inclusive para os índios, já que fotografias aéreas mostram, por exemplo, a presença de madeireiros ilegais na reserva indígena Murunahua, no Peru.

A construção de estradas, afirma a reportagem, continua crescendo na Amazônia. O jornal cita a BR-163, com cerca de 1,8 mil km entre Mato Grosso e Santarém, no Pará, além da BR-319, que também cortará a floresta, e afirma que mais três estradas estão programadas para cruzar o continente, do Pacífico à Amazônia.

O La Repubblica diz também que, em toda a floresta, são cerca de 273 mil km de vias.

Outro problema com a construção de estradas, aponta o jornal, é que amplia o contato de madeireiros com índios, fazendo com que os primeiros transmitam doenças para os segundos. Segundo a reportagem, os indígenas estão sujeitos, inclusive, a uma "epidemia devastadora" de gripe suína, já que não têm a mesma imunidade dos invasores.
Redação Terra




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#434 Mensagem por Sterrius » Sex Set 04, 2009 9:56 am

Quando a italia inventar o teleporte e nos ceder de graça a tecnologia a gente discute parar de fazer estradas :roll: !




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#435 Mensagem por rodrigo » Sex Set 04, 2009 2:22 pm

"a melhor coisa que você poderia fazer para salvar a Amazônia é bombardear as estradas"
Será coincidência que eles pregam exatamente o contrário do Cel Fregapani!?




"O correr da vida embrulha tudo,
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