
A MB estudou há não muito tempo uma aeronave patrulha se o caso de assumir as funções da FAB. Não sei como seria a transição, em especial o tempo, que não devia ser curto:
A aeronave escolhida, caso a Marinha ficasse com a tarefa, tinha as seguintes características:
Velocidade de cruzeiro de de 250kts (460km/h)
Otimizada para voo de baixa altura
+ de 8 horas de autonomia a 1.500m de altura (missões de patrulha)
+ de 7h em missões ASW (voo mais baixo)
- boa reserva de capacidade de carga: com todos os sistemas e tanque cheio a aeronave ainda poderia levar 4.600kg
Tinha características de performance de voo e missão semelhantes (exceto a autonomia, 1/3 menor) ao P3M da FAB, entretanto mais novos e com custo de operação mais baixo.
Essa aeronave é o ATR-72 MP.
Detalhe: o Lineage 1000 da Embraer voou em 2013. E os estudos da Marinha foram bem depois.
Ainda bem que a Marinha não é radical pelo "tudo nacional, mesmo que seja inadequado aos meus requisitos", características desejadas essas que, na verdade, eram bem parecidas com os da FAB para o P-3, como descrito acima. E é bastante positivo o fato da Embraer não ser tão forte junto a turma de branco.
fonte: @ECorreia
Tomei a liberdade de iniciar este tópico para poder debater em separado esta nova possível realidade daqui a alguns anos na Marinha do Brasil e as várias alternativas possíveis dentro daquilo que a instituição imagina poderia ser um substituto para os P-3AM Orion da Força Aérea.
Existem basicamente hoje em termos de opções de aviões turbohélice 2 candidatos já existentes no mercado e estabelecidos há anos, no caso o ATR-72 MP e o C-295 MP, sendo que este último conta com 15 exemplares em operação no Brasil como cargo e SAR. Já o ATR-72 é o nosso cavalo de batalha da aviação regional e muitíssimo conhecido dos mecânicos e empresas de MRO Brasil afora. Nenhuma destas aeronaves teria qualquer problema de ser adotada em versões de patrulha marítima para a Marinha do Brasil, uma vez que contam com todo o suporte e espertise acumulados em anos de vida operacional no setor comercial e civil brasileiro.


Uma terceira hipótese, e talvez de longe a mais complexa, seria a opção pelo novo projeto de turbohélice comercial da Embraer, que no presente momento ainda não conta com parceiros de riscos e nem financiamento para vir à luz como produto comercial. Mas nem por isso deixa de ser uma opção palpável à luz da END e da Política Nacional de Defesa, que não por acaso privilegiam, ou procuram fazê-lo, a base industrial de defesa nacional.
O projeto do avião da Embraer, na melhor das hipóteses poderia estar disponível entre 2025 e 2030, bem dentro do que se espera seja o final da vida útil operacional dos P-3AM da FAB, uma vez que estão recebendo asas revisadas, o que torna esses aviões algo que pode ter sua vida esticada por pelo menos mais dez anos de uso. Isso significa que ele passará facilmente do final desta década em operação no 2o/7o Gav.
E isto coloca uma incógnita em em termos de escolhas para o futuro da aviação de patrulha na marinha. O que seria melhor? Optar por projetos já maduros e provados e com preços, prazos, custos e manutenção conhecidos no país, ou esperar pela Embraer conseguir lançar seu novo produto e procurar imbutir nele desde o projeto original as características que a MB entende serem necessárias para um novo patrulheiro naval?
Fica a pergunta.