Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#1 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jun 05, 2021 10:39 pm

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A MB estudou há não muito tempo uma aeronave patrulha se o caso de assumir as funções da FAB. Não sei como seria a transição, em especial o tempo, que não devia ser curto:

A aeronave escolhida, caso a Marinha ficasse com a tarefa, tinha as seguintes características:

Velocidade de cruzeiro de de 250kts (460km/h)
Otimizada para voo de baixa altura
+ de 8 horas de autonomia a 1.500m de altura (missões de patrulha)
+ de 7h em missões ASW (voo mais baixo)
- boa reserva de capacidade de carga: com todos os sistemas e tanque cheio a aeronave ainda poderia levar 4.600kg


Tinha características de performance de voo e missão semelhantes (exceto a autonomia, 1/3 menor) ao P3M da FAB, entretanto mais novos e com custo de operação mais baixo.

Essa aeronave é o ATR-72 MP.

Detalhe: o Lineage 1000 da Embraer voou em 2013. E os estudos da Marinha foram bem depois.

Ainda bem que a Marinha não é radical pelo "tudo nacional, mesmo que seja inadequado aos meus requisitos", características desejadas essas que, na verdade, eram bem parecidas com os da FAB para o P-3, como descrito acima. E é bastante positivo o fato da Embraer não ser tão forte junto a turma de branco.

fonte: @ECorreia

Tomei a liberdade de iniciar este tópico para poder debater em separado esta nova possível realidade daqui a alguns anos na Marinha do Brasil e as várias alternativas possíveis dentro daquilo que a instituição imagina poderia ser um substituto para os P-3AM Orion da Força Aérea.

Existem basicamente hoje em termos de opções de aviões turbohélice 2 candidatos já existentes no mercado e estabelecidos há anos, no caso o ATR-72 MP e o C-295 MP, sendo que este último conta com 15 exemplares em operação no Brasil como cargo e SAR. Já o ATR-72 é o nosso cavalo de batalha da aviação regional e muitíssimo conhecido dos mecânicos e empresas de MRO Brasil afora. Nenhuma destas aeronaves teria qualquer problema de ser adotada em versões de patrulha marítima para a Marinha do Brasil, uma vez que contam com todo o suporte e espertise acumulados em anos de vida operacional no setor comercial e civil brasileiro.

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Uma terceira hipótese, e talvez de longe a mais complexa, seria a opção pelo novo projeto de turbohélice comercial da Embraer, que no presente momento ainda não conta com parceiros de riscos e nem financiamento para vir à luz como produto comercial. Mas nem por isso deixa de ser uma opção palpável à luz da END e da Política Nacional de Defesa, que não por acaso privilegiam, ou procuram fazê-lo, a base industrial de defesa nacional.

O projeto do avião da Embraer, na melhor das hipóteses poderia estar disponível entre 2025 e 2030, bem dentro do que se espera seja o final da vida útil operacional dos P-3AM da FAB, uma vez que estão recebendo asas revisadas, o que torna esses aviões algo que pode ter sua vida esticada por pelo menos mais dez anos de uso. Isso significa que ele passará facilmente do final desta década em operação no 2o/7o Gav.

E isto coloca uma incógnita em em termos de escolhas para o futuro da aviação de patrulha na marinha. O que seria melhor? Optar por projetos já maduros e provados e com preços, prazos, custos e manutenção conhecidos no país, ou esperar pela Embraer conseguir lançar seu novo produto e procurar imbutir nele desde o projeto original as características que a MB entende serem necessárias para um novo patrulheiro naval?

Fica a pergunta.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#2 Mensagem por gogogas » Dom Jun 06, 2021 6:55 am

O C-295 Persuader seria a melhor opção no meu ponto de vista , os futuros aviadores e mecânicos navais , poderiam utilizar a expertise da FAB e simulador para formar essa nova turma , além dos próprios aviões na qual a FAB já tem em seu inventário.
A MB deveria ter 4 opções em seu inventário , um avião menor de baixo custo (substituir o Bandeirulha),podendo ser o Stout ou um similar com capacidades de patrulha naval , um avião de patrulha longa ( C-295) , e Drones para vigilância e com alguma capacidade de combate,além de um avião de instrução que poderia ser o Super Tucano ou similar ....
Além dos aviões , outra coisa que a MB deve correr atrás é de bases para ampliar sua aviação de patrulha ,poderiam utilizar bases da FAB , onde poderiam ficar em Belém aproveitando a estrutura de seu novo esquadrão , base aérea de Salvador ou Recife , São Pedro da Aldeia , e uma no sul do país.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#3 Mensagem por gogogas » Dom Jun 06, 2021 9:20 am

Drone ( IVR / ASW)
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King Air 350 ER MPA ( No lugar do Bandeirulha)
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C-295 Persuader ( No lugar do P-3 )
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Treinamento
A MB deveria abrir sua escola de especialização para asa fixa ,aplicadas a combates navais , adquirindo aviões para treinamentos !
Podendo ser o King Air ou Stout para treinamentos ,essa escola poderia ser extendida a aviação de caça ,os A-4 deveriam ter mísseis anti navio integrados , como o AM-39 ou o futuro Manaer ...




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#4 Mensagem por FCarvalho » Dom Jun 06, 2021 12:34 pm

gogogas escreveu: Dom Jun 06, 2021 6:55 am O C-295 Persuader seria a melhor opção no meu ponto de vista , os futuros aviadores e mecânicos navais , poderiam utilizar a expertise da FAB e simulador para formar essa nova turma , além dos próprios aviões na qual a FAB já tem em seu inventário.
A MB deveria ter 4 opções em seu inventário , um avião menor de baixo custo (substituir o Bandeirulha),podendo ser o Stout ou um similar com capacidades de patrulha naval , um avião de patrulha longa ( C-295) , e Drones para vigilância e com alguma capacidade de combate,além de um avião de instrução que poderia ser o Super Tucano ou similar ....
Além dos aviões , outra coisa que a MB deve correr atrás é de bases para ampliar sua aviação de patrulha ,poderiam utilizar bases da FAB , onde poderiam ficar em Belém aproveitando a estrutura de seu novo esquadrão , base aérea de Salvador ou Recife , São Pedro da Aldeia , e uma no sul do país.
A patrulha marítima pode ser escalonada em 4 'compartimentos' quais sejam: as 12 mn do mar territorial, a zona contígua com 24 mn, a ZEE com 200 mn e a plataforma continental que vai até 300 mn.

No caso do mar territorial e da zona contígua, o emprego de VANT leves e médios assim como aviões leves e helos médio-leve para missões de esclarecimento, vigilância, policiamento e salvamento, típicas de uma guarda costeira(que nós não temos), seria o suficiente. Neste mister, o uso do ATL, ou do STOUT, se vier a existir, caberiam bem, assim como os VANT já operados no país ou nacionais propostos recentemente pela indústria.

http://2.bp.blogspot.com/-aX5QNjEN41Q/Viadly9oHEI/AAAAAAAADBs/fed4nx7NEvM/s1600/SAR_br_SRR.pnghttps://www.procuraqueacha.com.br/assets/infos_uteis/salvamar-areas-sar-7ea168f04a963b3ca66060d5052e0dfdf36ef98a5b995445d2a7209ecf5a59d0.jpg

Além destas duas áreas, o uso de VANT pesados e aviões maiores são necessários, assim como helos pesados para SAR dentro da nossa ZEE até o limite da plataforma continental. Seria o caso, por exemplo, de uma versão aperfeiçoada do Atobá, ou outro qualquer que possa operar longe da costa com uma grande capacidade de permanência no TOM.

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O uso de aviões de longo curso se faz necessário principalmente porque temos, também, que vigiar e ter capacidade de proteger, as nossas rotas marítimas no Atlântico Sul, vindas do Atlântico Norte, Caribe, Pacífico e do Índico. Neste caso, aviões como os acima indicados são uma demanda que tem de ser aventada. Ser capaz de operar no litoral ocidental da África também é uma capacidade desejável.

Aí entra outra pergunta: os atuais aviões turbohélices oferecidos no mercado seriam capazes de fazer suas missões longe da costa brasileira a fim de vigiar e proteger as rotas marítimas comerciais que temos? Ou um avião baseado nos E-2, por exemplo, seria uma alternativa melhor? Ou o uso de ambos quem sabe.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#5 Mensagem por FCarvalho » Dom Jun 06, 2021 12:48 pm

gogogas escreveu: Dom Jun 06, 2021 6:55 am Além dos aviões , outra coisa que a MB deve correr atrás é de bases para ampliar sua aviação de patrulha ,poderiam utilizar bases da FAB , onde poderiam ficar em Belém aproveitando a estrutura de seu novo esquadrão , base aérea de Salvador ou Recife , São Pedro da Aldeia , e uma no sul do país.
Dentro da atual organização dos Distritos Navais e da própria aviação naval da MB, é possível antever o uso compartilhado de bases com a força aérea ao longo do litoral a fim de se obter, sendo o caso, um número maior de esquadrões de patrulha ao longo do litoral.

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Os esquadrões do 7o Gav hoje são apenas 3 situados respectivamente em Belém, Rio de Janeiro e Florianópolis. Pouco se considerarmos todas as missões que a aviação de patrulha desenvolve, e também a imensa área de atuação que lhe é mister sob nossa responsabilidade SAR no Atlântico Sul.

Em termos de organização funcional, a mim me parece ser importante que se conseguisse obter até 6 esquadrões a fim de dotar cada DN ao longo do litoral com recursos em aviação naval para que possam lidar com todas as intempéries e acontecimentos em suas áreas de responsabilidade sem necessariamente depender de meios enviados do RJ. Este deveria ser um objetivo da administração naval para o futuro no longo prazo. As quantidades referentes ao equipamento de cada DN/Esquadrão Patrulha iria depender essencialmente da implantação na íntegra do SISGAAZ, que em seu planejamento lança mão de vários vetores, como VANT e aeronaves.

Seria até mesmo possível, dentro deste quadro, o emprego do KC-390 em versão especializadas, como SAR, por exemplo.

Se no futuro mais distante os VANT se provarem suficientemente maduros para exercer uma série de atividades na guerra ASW/ASupW o número de aeronaves para monitorar e controlar estes vetores pode ser bastante diminuída, o que traria para nós além da economia de recursos, também a possibilidade de amparar em projetos nacionais o substituto dos P-3AM. É uma questão a ser vista, principalmente se levarmos em consideração que apenas 6 esquadrões podem ser equipados com apenas 4 a 6 aviões de patrulha, o que dá 36 unidades, se muito, de um vetor escolhido. Não é muito mas já é o suficiente para nos dar as capacidades que devemos dispor para controlar, vigiar e defender o mar a nossa frente, parafraseando o slongan da FAB.

Agora, é preciso começar a penar todas estas questões desde já, posto que o tempo urge e logo mais teremos de enfrentar a questão de substituir os todos aviões de patrulha da FAB. E isto não pode ser feito a partir de soluções de oportunidade e em cima da hora. Mas isso sou eu pensando aqui com os meus botões.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#6 Mensagem por FCarvalho » Dom Jun 06, 2021 12:56 pm

SisGAAz: Proteção e Monitoramento das Águas Jurisdicionais Brasileiras

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O SisGAAz integra equipamentos e sistemas compostos por radares localizados em terra e embarcações, além de câmeras de alta resolução e capacidades como o fusionamento de informações recebidas de sistemas colaborativos, destacando o Sistema de Monitoramento Marítimo de Apoio às Atividades de Petróleo (SIMMAP), o Sistema de Identificação e Acompanhamento de Navios a Longa Distância (LRIT), o Sistema de Informação Sobre o Tráfego Marítimo (SISTRAM) e o Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS), todos baseados em rastreamento de posição por via satélite. Os dados captados por GPS são transmitidos por meio de comunicação satelital para centrais de rastreamento e, no futuro, haverá a incorporação de sensores acústicos aos sites de monitoramento.

https://www.marinha.mil.br/sisgaaz-prot ... rasileiras




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#7 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 14, 2021 1:13 pm

Link para o site da Airbus e as características do C-295 que pode, também, operar como patrulheiro naval com a adição do sistema FITS, já operado pela FAB nos P-3AM.

https://airbus-h.assetsadobe2.com/is/image/content/dam/channel-specific/website-/products-and-services/defence/c295/web.c295.large.14.jpg?wid=1920&fit=fit,1&qlt=85,0https://airbus-h.assetsadobe2.com/is/image/content/dam/channel-specific/website-/products-and-services/defence/c295/web.c295.large.31.JPG?wid=1000&qlt=85,0

https://www.airbus.com/defence/c295.html#missions

Como se pode observar, a diferença básica entre o modelo MP e o SAR no C-295 é a inserção do sistema FITS e dos armamentos que são levados, via de regra, em cabides sob as asas.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#8 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 14, 2021 1:25 pm

A versão de patrulha naval da Leonardo para o seu ATR-72.

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https://www.leonardocompany.com/en/prod ... gLAgPD_BwE

O desempenho e as características do turbohélice apresentadas dão uma boa medida das capacidades do desenho do avião franco-italiano.
Sendo um clássico, e o pau para toda obra da aviação regional brasileira há anos, ele é muito conhecido no Brasil e possui amplo suporte de vendas e pós-venda, além de pilotos e mecânicos.
Mas não existem ATR-72 nas forças armadas...




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#9 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 13, 2022 1:42 pm

Pensando em vetores complementares para os aviões de patrulha no futuro que devem substituir os P-3/-95M, os VANT são este elemento natural que deverá vir a constituir parte do Sisgaaz a fim de dar ao país maior e melhor capacidade de controle e vigilância da ZEE.



Ao procurar soluções de sistemas de radar AESA para uso em VANT observei que existe uma miríade de propostas e soluções disponíveis no mercado para todos os tamanhos, necessidades e bolsos.

https://caiafamaster.com.br/wp-content/uploads/2021/09/Snapshot_328.png

Desta forma, deixo aqui apenas uns poucos exemplos de empresas que já possuem presença de alguma forma no Brasil e que podem vir a ser um fornecedor deste tipo de sistema para a marinha e seus futuros VANT de patrulha.

PRECISR Radar - Hensoldt
https://www.hensoldt-inc.com/products/r ... ne-radars/

SEASPRAY - Leonardo
https://www.leonardo.com/en/press-relea ... eaguardian

SEARCHMASTER - Thales
https://www.thalesgroup.com/en/searchmaster

ELTA/IAI - Israel
https://www.iai.co.il/defense/naval/unm ... ol-systems




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#10 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 16, 2022 3:08 pm

VANT CONDOR

Peso: 1400kg
Payload: 390kg
Autonomia: 40 horas
Data-link Rádio: 200 km alcance
Motor: Rotax 915IS

Imagem

https://www.infodefensa.com/texto-diari ... e-albatroz

No final, a Stella está desenvolvendo o que pode ser uma família completa de VANT que tem todas as qualidades para serem a base do Sisgaaz.

A ver se MB se empolga e decide cooperar com a BID também neste quesito. O Sisgaaz com certeza agradece.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#11 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 28, 2022 12:33 pm

Autor: JOSÉ HENRIQUE KAIPPER

A NECESSIDADE DA AVIAÇÃO DE PATRULHA PARA A MANUTENÇÃO DA DEFESA NACIONAL

Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia
Orientador: CMG (RM1) Francisco José de Matos


Rio de Janeiro
2019

https://repositorio.esg.br/bitstream/12 ... AIPPER.pdf




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#12 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 28, 2022 12:39 pm

A evolução das tecnologias em sensores para uso em defesa: status e reflexão
CC (EN) Ali Kamel Issmael Junior

https://www.marinha.mil.br/ipqm/sites/w ... is2018.pdf




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#13 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 30, 2022 2:07 pm

A guerra na Ucrânia e as operações para a defesa do litoral que ainda permanece sob controle das forças militares do país tem demonstrado a efetividade do uso não apenas de VANT e minas navais, como a operação de artilharia de costa ainda que com foguetes não guiados para sustentar a defesa da mesma, impedindo o livre trânsito de navios russos e ainda garantindo o acesso aos portos ucranianos de importantes insumos comerciais e militares.
Neste aspecto, embora a marinha ucraniana não tenha condições de enfrentar diretamente a força naval russa, é mister apontar que ela vem desempenhando um papel importante ao negar facilidades no acesso dos russos ao seu litoral, inclusive no que diz respeito a eventuais operações anfíbias.
Embora não tenham uma aviação naval de asa fixa para chamar de sua, a marinha ucraniana tem usado os drones turcos para fazer o trabalho de ISR ao longo do litoral e manter assim cerca capacidade de consciência situacional naquela área do mar negro. Quando armados, estes drones também já causaram diversos prejuízos aos navios russos ao longo do litoral, principalmente os classificados como corvetas, mas que operam se maiores problemas até mísseis de cruzeiro.
Do ponto de vista pragmático, os ucranianos não tem como manter por muito tempo a sua defesa litorânea se não tiverem junto a si meios aéreos e navais mais robustos que possam, junto com força aérea e exército, atuar de forma a não apenas rebater as investidas russas, mas ser capaz de retrucar as mesmas, no sentido de obliterar as suas operações, ou no mínimo tornar-lhes extremamente perigosas a ponto do risco ão valer a pena.
Como está descrito no artigo do post acima, a função da aviação de patrulha é essencialmente ligada ao apoio da esquadra quando em operação ao longo do litoral, e mais além dentro do seu alcance operacional. No caso do Brasil temos uma ZEE que possui atualmente cerca de 5,2 milhões km2 e que pode chegar até 648 kms mar adentro em algumas partes do litoral.
O acréscimo do maciço do Rio Grande a 1200 km da costa e com comprovadas reservas de minerais de alto valor irá trazer uma responsabilidade a mais para a patrulha naval da marinha, e também da força aérea na figura dos seus esquadrões de patrulha.
É mister pensar que até 2030\2035 a FAB se verá premida por encerrar a carreira dos Bandeirulha e também dos P-3AM os quais devem ser substituídos por outra aeronave na mesma categoria.
Notar que a combinação VANT de diversas categorias e aeronaves de patrulha de asa fixa deve dar o tom das mudanças que veremos nos próximos anos. Como uma mudança de vetores no curto prazo é inviável, envidar esforços no sentido de prover a MB e a estrutura de vigilância marítima ao longo da costa deveria ser uma prioridade, e um primeiro passo lógico, no sentido de suportar as evoluções demandadas pela missão, respaldadas no projeto Sisgaaz que prevê o uso de ambos vetores.
Por serem mais baratos de adquirir, manter e utilizar, os VANT de diversas categorias são passíveis de compra no curto prazo, de forma a construir a estrutura e a doutrina necessárias ao seu emprego.
Como as nossas AJB estão espalhadas por uma extensão gigantesca, e a patrulha marítima vai muito além do mero aspecto policial da função, é de se esperar que o emprego dos VANT seja feito dentro daquilo que suas melhores características possa oferecer. Neste aspecto, o uso de VANT cat 0 até cat 5 vislumbra uma miríade de possibilidade operacionais, tanto embarcados quanto operados a partir de terra.
A BID atualmente oferece algumas oportunidades de investimento que podem e devem ser aproveitadas no sentido de contribuir para que a patrulha marítima desempenhe o seu papel da melhor forma possível. Desde o Nauru 1000 recentemente recebido pelo EB, passando pelo Atobá da Stella Tecnologias, até o projeto do Tupã 300, que pretende oferecer diversos modelos. Há ainda a ST Sistemas e seus VANT tipo helicóptero que até o momento não chegou a atrair a atenção das ffaa's, mas que poderia ser muito bem aproveitado nos navios de patrulha e mesmo em navios maiores da esquadra, sejam de apoio ou combate.
Enfim, temos hoje 6 Distritos Navais que podem servir de ponta de lança para o funcionamento das futuras OM operadoras de VANT na marinha do Brasil, de forma a sustentar a nossa capacidade ISR dentro do que nos é de responsabilidade no Atlântico Sul. E usar estes vetores principalmente tendo em vista o trabalho realizado pelos DN e capitânias fluviais e navais pode ser o passo de que precisamos para dispor de maior e melhor condições de vigiar, proteger e defender nossos espaços marítimos e fluviais sem precisar fazer investimentos altos demais para o orçamento da MB.
Considerando que as nossas AJB estão divididas entre 12 milhas, 24 milhas, 200 milhas até 350 milhas, cabe orientar de forma prática e objetiva o uso de VANT adequados a cada missão e espaço naval reconhecido dentro destes limites.
Seria bom começar a fazer isso agora, e não deixar para depois quando e se um dia tivermos a oportunidade.
Um substituto dos P-3AM ainda vai demorar até aparecer, e possamos comprá-lo. Até lá, a diversidade e qualidade dos vários projetos de VANT nacional podem contribuir para tapar os buracos que temos.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#14 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 30, 2022 2:25 pm

https://areferencia.com/wp-content/uploads/2021/08/drone-1024x682.jpg.webp
Modelo SeaGuardian, da empresa de segurança General Atomics, durante testes no Japão (Foto: GA-ASI)

Guarda Costeira do Japão projeta patrulha marítima com uso de drones
Aeronaves não tripuladas deverão auxiliar missões de busca e resgate e vigilância de navios estrangeiros suspeitos

O país investiu US$ 9 milhões (cerca de R$ 46,7 milhões) em testes com o SeaGuardian, de fabricação norte-americana.

Se comparado aos US 5,5 milhões de um único ATL-100 proposto, e sem considerar sua transformação em patrulheiro marítimo, que pode até mais que dobrar o seu preço, nota-se que os VANT são claramente um vetor de relação custo x benefício muito maior.
Imagine-se agora o quanto não será necessário de investimento, a depender do vetor escolhido, para substituir os P-3 no futuro mais adiante.
Em termos de candidatura para um VANT patrulheiro naval temos no Brasil o CONDOR da Stella Tecnologias, os israelenses Heron TP e Hermes 900 e talvez outros projetos baseados no Nauru 1000 ou no Tupan 300.




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Re: Aviação Patrulha - Marinha do Brasil

#15 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 30, 2022 2:31 pm

Imagem
Heron I da IAI israelense.

O modelo marítimo do Heron 1 consiste em uma avançada payload eletroóptica — a MOSP, fabricada pela divisão TAMAM da IAI e incluindo o radar aéreo leve de vigilância marítima da ELTA.

A substituição começou em 2017 dos aviões da vigilância marítima das forças de defesa de Israel.
O modelo pode ser fabricado sob licença no Brasil através da subsidiária daquela empresa, conhecido como Caçador.




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