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Mensagem
por FCarvalho » Sáb Set 24, 2022 11:37 pm
Considerando uma continha de padaria super simples, com 12 navios pretendidos pela MB a fim de recauchutar a esquadra, em termos de helos ASW\ASupW orgânicos, seguindo a regrinha básica de alocação de meios, serão necessários 18 SH-16 para equipar objetiva e eficientemente os novos navios da esquadra. Assim, o comando da MB ainda tem que buscar recursos, vontade e decisão junto ao poder político para mais 12 unidades dos Sea Hawk até a primeira metade da próxima década, quando se espera atingir aquele número acima de navios.
A saber como a MB vai engendrar tal divisão de tarefas entre os HS-1 e HA-1. Ou se não haverá divisão, visto que os helos do HS-1 tradicionalmente atenderiam ao Nae da esquadra. Mas nós não temos mais um Nae, só o NAM Atlântico, que dura, se muito, mais uns vinte anos.
Em tempo, falando em helos orgânicos de navios da MB, é preciso lembrar que um dos requisitos para os helos do UHP seria poder operar em todos os navios de apoio da MB, e também, dos futuros navios patrulha oceânico e fluviais que viessem a ser construídos. Neste aspecto, as 60 unidades pretendidas pela MB deveriam cobrir, em tese, estas e outras necessidades operacionais dos DN e outras OM demandantes.
A saber, até o momento o único projeto de navio patrulha com capacidade de receber e operar um helo orgânico serão os NaPaOc, estimados em 12 unidades. Esta quantidade supõe dizer que até 18 helos médio leve do UHP deverão, ou deveriam, estar disponíveis para eles nos diferentes DN a que se subordinarão ao longo da costa brasileira. As bases seriam em Belém, Natal, Salvador, Rio de Janeiro, Santos e Rio Grande. Tirando Belém, RJ e Rio Grande, as demais bases não contam com esquadrões de helo da marinha para apoiar suas atividades militares e distritais.
Pouco comentado, e menos ainda chamando a atenção, temos a questão dos NaPaFlu que operam no 9o DN com sede em Manaus, sendo apenas 5 unidades da classe Pedro Teixeira e que já contam com mais de 50 anos de serviço, passando por diversas revisões a atualizações a fim de mantê-los em operação, já que não existe previsão de serem substituídos em qualquer prazo no planejamento atual.
Notar que o CPN possui um projeto de navio de 200 ton que serviria tanto para patrulha fluvial como costeira, mas o projeto não avançou. Chegou-se a elaborar uma proposta tripartite entre Brasil, Colombia e Peru para um navio de patrulha com cerca de 340 ton equipado com helo, mas este projeto também não deu em nada até agora. Considerando que o 9o DN em Manaus, o 4o DN em Belém e o 6o DN em Ladário\MS, devem dispor de diferentes tipos de meios para sua faina, é de se esperar que um dia quando o NaPaFlu tiver a sua vez no orçamento da MB, que sejam construídas uma quantidade no mínimo crível que justifique e pague o investimento nele.
Para se falar em quantidades de NaPaFlu teríamos que considerar que o país possui uma das maiores redes fluviais navegáveis do mundo, para não dizer a maior bacia hidrográfica mundial. Existem bases espalhadas dos DN acima citos em várias localidades interior adentro em suas respectivas áreas de responsabilidade. Mas para se ter uma ideia do tamanho do desafio, basta dizer que de Belém até Tabatinga existem pelo menos 5 bases da MB apenas no Rio Amazonas\Solimões, sendo que apenas Manaus e Belém possuem meios e infraestrutura para responder de forma pouco mais objetiva às suas obrigações. Se formos contar a calha direita e esquerda dos diversos afluentes que nascem nas fronteiras ou no interior do país, é de se observar que qualquer número proposto pela MB será insuficiente diante do gigantismo do desafio e da área a ser coberta.
Enfim, como o assunto aqui é helicópteros orgânicos de navios de patrulha, e suponde que as 5 bases fluviais da MB no Rio Solimões\Amazonas pudessem ser equipados com um único esquadrão de navios (3 a 6 unidades), podemos inferir a construção de 15 a 30 NaPaFlu somente na área do 4o e 9o DN. Estes números nos levam, pela lógica exposta no começo deste post a pensar em 22 a 45 helos médio leve para equipar o HU-4 e HU-41, respectivamente em Manaus e Belém, com a mais que óbvia distribuição destes meios nas bases fluviais ao longo do maior rio do mundo. Não comentei aqui a questão de Ladário por desconhecer as características e peculiaridades da região, mas podemos também inferir que aquela base poderia receber, também, pelo menos um esquadrão de NaPaFlu, ou seja, entre 3 a 6 navios, contemplando mais 4 a 9 helos orgânicos.
Como se pode ver, se formos apontar de forma mais objetiva as necessidades da MB no interior do país em relação à patrulha fluvial, logo se nota que elas são tão grandes quanto as necessidades da patrulha naval e costeira. Só não tem o mesmo feeling e sex appeal junto ao almirantado e público leigo. Até "ser necessária".
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FCarvalho em Qua Out 05, 2022 2:05 am, em um total de 1 vez.
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