LeandroGCard escreveu:As Malvinas e o Iraque são exemplos bem interessantes, porque em ambos os casos a ação da força aérea não foi de fato decisiva. No primeiro caso nem os argentinos conseguiram com ela afastar a marinha inglesa, nem os ingleses consegiram a rendição da guarnição argentina sem antes colocar tropas no solo, derrotar o dispositivo argentino e cercar Port Stanley. E na guerra Irã x Iraque foram as grandes batalhas em terra que definiram a "cara" do conflito.
Eu acho que foi sim Leandro, mas realmente é dificil precisar quanto.
O Bombardeio dos Vulcan impossibilitou o deslocamento de forças com aeronaves de primeira linha para as ilhas, algo que mudaria completamente o cenário haja vista que suprir as tropas argentinas nunca foi um problema para a FAA, a perda de helicopteros pelos ingleses dificultou as manobras no solo pelos ingleses, o apoio aéreo foi fundamental para asegurar a cabeça-de-praia inglesa, os Harrier garantiram a segurança da frota e a interdição dos ingleses pela Argentina foi eficaz mas não o suficiente para imobilizar a esquadra. Veja que estou falando de emprego do Poder Aéreo e não de Força Aerea.
No Irã-Iraque vimos um erro crasso do emprego "conta-gotas" do poder aéreo, com ataques esporadicos realizados em pontos diferentes mas que não chegavam a danificar o oponente de tal forma que ele não pudesse absorver os danos; talvez surtisse mais efeito o emprego em pacote contra alvos pre-estabelecidos com objetivo de minar o Poder Nacional oponente (as refinarias e portos de ambos os paises, por exemplo).
Mesmo assim observamos que o emprego do Poder aéreo foi um dos fatores decisivos na interrupção da ofensiva Iraquiana, sendo o apice o ataque a base Iraquiana H-3. Novamente, a necessidade de suprimentos levou a uma parada na ofensiva aerea Iraniana e deu o tempo que o Iraque necessitava para se recuperar.
Do outro lado, vimos que a decisão iraquiana de atacar tudo o que navegasse ( the "Tank War") embora não tenha produzido efeitos imediatos minimizou a ofensiva iraniana e fez com que suas forças fosse deslocadas para outras porções do pais, bem como dividiu os esforços de guerra antes totalmente direcionados para a ofensiva terrestre.
Uma lição importante a olhar nesse conflito é que ele foi de longe o que teve maior numero de combates BVR, chegando quase a 100 segundo algumas fotes.
LeandroGCard escreveu:Em ambos as guerras houve ações importantes das forças aéreas, é claro, mas nestes casos nenhum dos contendores tinha realmente condições de usá-la de forma estratégica para destruir a capacidade de lutar do inimigo como você mencionou. Para isso seria necessária uma força aérea como a dos EUA, e hoje acredito que somente dois países podem sequer sonhar em ter uma força aérea assim, os próprios Estados Unidos e a China. Por isso tenho muitas restrições a usar as doutrinas americanas como paradigma universal, elas são algo muito específico para a situação de super-potência deles, e não servem de parâmetro para quase mais ninguém. Todos os demais países do mundo precisam procurar por soluções próprias e muito diferentes das adotadas pelas super-potências, simplesmente não dá para um camarada em um carro de rua querer adotar a mesma tática de corrida que um F-1.
Eu discordo.
Nas Malvinas foram as armas estrategicas ( aeronaves e submarinos) que decidiram a batalha em favor do Reino Unido, e do lado argentino o avião foi a unica presença militar que realmente levou perigo a frota inglesa.
No Irã foi o Poder aéreo que reverteu a balança do conflito e eles não chegaram até Bagda pela incapacidade logistica de manter sua frota voando haja vista que ela era basicamente americana e o embargo era total, e os iraquianos conseguiram alcançar sucessos esporadicos mas a falta de um objetivo claro fez que com nenhuma vitoria fosse realmente importante.
A estrategia de emprego é diferente da forma de emprego: um está no nivel mais alto de decisão e planejmento, e é indiferente ao tempo e a quantidade ou tamanho da força, já a forma de emprego seria o que utilizar e como utilizar, essa sim está restrita aos meios materiais.
Nesse ponto eu concordo que não devemos copiar nada pois a solução tem que atender nossa realidade, e é isso que fazemos mesclando algo da Doutrina americana e francesa ( na sua maioria) junto com ensinamentos proprios e especificos. A utilização de helicopteros de ataque contra alvos estrategicos é uma dessas adaptações.
Mas a estrategia de emprego, essa é universal pois envolve axiomas baseados em experiencias e abrangem principalmente as lições aprendidas e devem indicar um norte para o preparo e emprego do Poder Aéreo, independente de outros fatores. Serve tanto para planejar um hipoteses de emprego entre USA e China como entre Uruguai e Argentina ou Brasil e França.
Nessa seleção colocamos então pessoas como Douhet (italiano), Seversky (russo) Mitchell e Warden (ambos americanos); o que indica que esse não é um pensamento americano somente, ele se aplica em qualquer estado principalmente quando levamos em contas os 5 cenarios ou casos possiveis de Warden. Ignora-los seria o mesmo que dizer que os ensinamentos de Jomini não se aplicam para as forças terretres ou de Mahan não se aplicam as forças navais.
LeandroGCard escreveu:No Bekaa a situação foi muito específica. Os israelenses planejaram e se prepararam durante muito tempo para aquela única batalha específica (não houve de fato uma guerra, foi uma batalha pontual). Já os sírios de fato estavam parados no tempo mesmo, e pagaram o preço por isso.
Ai entramos na discussão do Tulio: defina guerra, tomando como exemlpo os EUA que não declaram guerra a ninguem desde a WW II?
Já o que devemos verificar é que nada substitui o preparo, o treino e a simulação; ainda mais contra um inimigo defasado.
LeandroGCard escreveu:Este é aliás um ponto em que eu insisto sempre, não adianta simplesmente montar uma defesa AAe comprando sistemas e mísseis pontualmente, é preciso desenvolvê-los continuamente durante todo o tempo, justamente como acontece com as aeronaves que são continuamente modernizadas. Mas a AAe tem a vantagem do ciclo de produção e custo muito menores, tornando possível países nem tão ricos ou avaçados assim mantê-la atualizada se realmente se propuserem, o que é muito mais difícil em se tratando de aeronaves.
Concordo, mas ressalto novamente que uma AAe nunca vai trazer a vitoria visto que é uma arma defensiva e estará sempre em desvantagem em relação as aeronaves.
Vai no maximo prolongar o conflito, mesmo entre paises com FFAA limitadas.
Seu ciclo de produção é menor do que de uma aeronave tripulada, mas infinitamente maior do que um drone que, lançados as dezenas nas primeiras horas ou dias de conflito, irão satura-las a tal ponto que sua eficiencia estara comprometida abrindo caminho para um ataque concentrado e planejado.
LeandroGCard escreveu:Apesar de todas as "restrições políticas" os americanos lançaram sobre o Vietnan uma tonelagem de bombas maior que a soma do que lançaram sobre a Alemanha e o Japão na SGM
. E a grande maioria destas bombas foram lançadas justamente sobre a trilha Ho Chi Minh, que era a principal linha de abastecimento das unidades comunistas em território sul-vietnamita. Mas a trilha continuou aberta e os vietnamitas venceram a guerra.
Sim, so que esse lançamento foi disperso em 10 anos ao inves de 4, e um B-52 tem uma capacidade de carga bem maior do que um B-29. Agora some quantas surtidas foram feitas em ambos os periodos e podemos comparar melhor os esforços direcionados a cada conflito.
O bombardeio da trilha não era um alvo estrategico, pois o alvo deveria ser afonte de abstaecimento da trilha nos portos localizados no Vietnã do Norte. Com um suprimento ilimitado de recursos não adianta bombardear a linha de suprimento pois o objetivo de paralizar o abastecimento não vai acontecer, especialmente naquel caso onde as perdas humanas no trasporte eram aceitaveis.
LeandroGCard escreveu:As operações Linebaker tinham como objetivo deter a grande ofensiva de páscoa do Vietnan do Norte, mas isso não aconteceu e nem foram reduzidas as baixas americanas no solo. Elas foram suspensas justamente devido às pesadas baixas sofridas pelos atacantes causadas pela defesa AAe, em troca apenas da volta dos vietnamitas à mesa de negociações. E são consideradas um fracasso tático e um sucesso apenas parcial no campo estratégico, pois conseguiram somente levar o governo comunista do norte de volta às negociações que no final não deram em nada e o Vietnan do sul foi perdido de qualquer jeito.
Bom, fontes dão como perdas americanas cerca de 134 aeronaves na Linebacker I, metade delas devido a AAe; e 30 aeronaves durante a Linebacker II sendo 2/3 dessas perdas foi atribuida a AA.
Na primeira houve um decrescimo da capacidade logistica norte-vietnamita para 35 a 50% do inicial da campanha, e na segunda operação para 20% do inicial. São essas perdas que justificaram a parada da operação? Acho que não.
Até onde sei a parada se deu mais por politica interna e externa do que por perdas, que comparadas com as operações restritas que a Navy e a USAF realizavam não eram muito menores do que essas.
De maneira nenhuma elas são consideradas como um fracasso tatico, pois quem planejou sabia que o gap temporal entre a ação e o resultado não é imediatamente sentido no front, e estrategicamente são consideradas como corretas pois reduziram a capacidade de combate inimiga.
Como eu disse, acredito que se não houvesse as restrições e o Poder Aereo fosse empregado dessa maneira desde o inicio, a vida seria muito mais dura para o Vietnã do Norte.
O fato da guerra ter sido ganha ou perdida foi por decisões politicas e não estrategicas: não havia cadeia de comando definida com uma estrutura centralizada, comandos respondiam a mais de uma chefia, os objetivos eram constantemente mudados a revelia dos especialistas militares e o conflito foi conduzido por Diplomatas do inves de militares.
Alguem sabiamente disse uma vez que a Politica é uma coisa muito seria para ser deixada nas mãos dos militares, complementaria dizendo que a Guerra é uma coisa muito seria para ser deixada nas mãos dos politicos...
LeandroGCard escreveu: Os aviões de fato são altamente móveis, mas por outro lado não podem parar nem se ocultar de forma realmente eficiente (mesmo os aviões stealth podem ser detectados de diversas formas). E principalmente, não podem ocupar o terreno. E você sabe que os sistemas AAe não precisam ficar "fincados" no solo, aliás deixá-los parados é um enorme erro. Os alvos sim não podem se mover, mas a AAe precisa fazer isso justamente para não virar alvo também e poder impor às aeronaves atacantes uma taxa de atrito que faça a campanha aérea se tornar proibitiva.
Bom, helicopteros podem para e se ocultar no terreno de forma eficiente, mas são restritos por autonomia.
Mesmo os aviões, o fato de se moveram lhas da a vantagem de atacar onde quiser, enquanto a o mais movel dos sistemas AAe ainda estará restrito as caracteristicas do terreno, bem como a sua velocidade de deslocamente que será irrisoria se comparamos com a mais lenta das aeronaves.
E mesmo movimentando-se elas devem estar com os alvos protegidos dentro do seu alcance, limitando ainda mais eu movimento.
Ainda assim, se elas atingirem uma alta taxa de atrito, o atacante pode se dar ao luxo de para suas operações para repensar suas taticas, enquanto a AAe não poderá fazer nada durante esse tempo.
LeandroGCard escreveu:Este é o ponto que confunde muita gente, achar que a defesa AAe para ser eficiente precisa impedir a acerto de todo e qualquer alvo, e que se somente uma única bomba passar a defesa AAe é inútil e o esforço em mantê-la é desperdício. Mas a verdade é que a grande maioria dos alvos pode ser reparada ou reposta muito mais facilmente do que os aviões e principalmente pilotos eventualmente perdidos no ataque. Um bom exemplo foi a Alemanha na SGM, onde apesar das imensas campanhas de bombardeio que começaram em 1942 a produção de material militar nazista só foi reduzida no final de 1944, e em grande parte pela perda de suas fontes de suprimento. Outro exemplo interessante foi o famoso ataque a Ploesti, onde a força atacante perdeu 1/3 de seus aviões para despejar centenas de toneladas de bombas sobre um alvo a céu aberto e altamente inflamável. Mas a refinaria estava operando full novamente poucas semanas depois. É óbvio que ela foi atingida, mas segundo a Wikipédia (para citar apenas uma fonte fácil) "The mission resulted in "no curtailment of overall product output", and so was unsuccessful".
Não acho de maneira nenhuma que a AAe seja um desperdicio, mas acho sim que ela deve ser usada dentro das suas limitações e de maneira nenhuma pode ser considerada um alternativa ao emprego do Poder Aereo.
Exatamente pelo que você falou, a missão sobre Ploesti foi um misto de decisão Politica (Stalin demandava uma ação dos aliados para diminuir a pressão sobre a União Sovietica) com a visão de alguns pensadores de que a campanha aérea estava sendo mal conduzida.
Mesmo iniciando em 42, a maioria dos alvos eram os grandes centros urbanos pois ainda se acreditava na opinião de Douhet que o Poder Aereo somente poderia vencer a guerra ao acabar com a moral da população; mas alguns ja enxergavam que era preciso ir alem disso e destruir a capacidade de combater. A missão então funcionou mais como uma demonstração do poder de ataques a longa distancia do que um objetivo por si só.
Apesar de destruir cerca de 40% da capaciade da refinaria, as perdas foram inaceitaveis e os resultados e lições aprendidas foram analisadas onde foi percebido que o material então utilizado (B-24) não era adequado para a missão, e que para tal empreitada tivesse sucesso uma escolta era necessária.
Disso surgiram então os ataques com o B-29 escoltados por P-51.
Na verdade o exemplo em si ganhou fama pelo numero de aeronaves perdidas e medalash ganhas, mas Ploesti já era bombardeada desde junho de 42 (um ano antes) e continuou sendo até perto do fim da guerra. (
http://www.roconsulboston.com/Pages/Inf ... oesti.html)
E ressaltando oque você disse, a capacidade foi reduzida pelo corte das linhas de suprimento, que foi feito basicamente por ataques aéreos. O problema é que o resultado de um ataque estrategico não é sentido imediatamente na linha de frente, mas 1 ano após Ploesti ( que fornecia cerca da metade do combustivel alemão) a contra-ofensiva da Ardenas parou simplesment porque não havia combustivel.
LeandroGCard escreveu:Este é o problema dos ataques aéreos, eles podem ser muito impressionantes e causar muito efeito na mídia, mas seus efeitos no solo tendem a ser bem menos importantes do que seus propositores argumentam. Apenas em casos muito específicos, de países muito pequenos atacados por forças enormes (Sérvia) ou que não tem capacidade de repor sua própria infra-estrutura sem ajuda externa (Siria, Iraque, Libia) é que os ataques aéreos podem ser decisivos. Fora um ou outro alvo muito particular (por exemplo a casa de um ditador com ele dentro
) poucos são os alvos realmente decisivos que podem ser definitivamente eliminados em um país com uma capacidade industrial razoável, como um Brasil, uma África do Sul, uma Índia ou um Irã. Contra países assim ataques aéreos tem efeito muito limitado, e eventuais perdas mais pesadas na força atacante (algo como uma taxa de atrito de 10 a 12%, nem precisa mais do que isso) faria qualquer atacante, mesmo uma superpotência, desistir ou procurar outros meios militares ou diplomáticos de definir a guerra.
A midia e uma arma de guerra, e pode ser usada pelos 2 lados Leandro.
O Ten Cel Zoltán por exemplo foi visto como herio por derrubar um F-117 e nao perder nenhuma bateria sob seu comando.
Realmente são fatos notaveis, mas no final do conflito havia derrubado 2 aeronaves (incluindo o F-117), então qual foi o impacto dele no conflito?
Na verdade 10% é uma taxa considerada ainda aceitavel dentro da literatura dependendo dos objetivos a serem atingidos.
Vamos tomar por exemplo o Brasil:
Cortada a transmissão de Itaipu para o sudeste, como ficaria nosso esforço industrial?
Interditando a Via Dutra, a Fernão Dias, Washigton Luis, Imigrantes e a estrada de Santos como ficaria nossa logistica?
Atcando a REDUC e Cubatão, de onde sairia nosso combustivel?
LeandroGCard escreveu:Em um ambiente onde mísseis, Vant´s e aviões de todo tipo estejam voando para cumprir uma enorme variedade de missões acho que fica difícil usar sistemas automatizados para identificar e atacar os alvos inimigos, sob o risco de enganos (acidentais ou provocados por engôdo do inimigo) e fraticídio. E em um ambiente onde um dos lados não tenha domínio absoluto do espectro eletromagnético o controle remoto é no mínimo arriscado, como o Irã já demonstrou. Nestes casos a presença de um piloto no local, com a capacidade humana de avaliar a situação e tomar decisões praticamente imediatas é fundamental. Por isso acredito que os aviões de interceptação/combate (subentendidos como o mesmo aparelho) e de inteligência (patrulha, ECM, AEW, etc...) ainda necessitarão de pilotos por mais algumas décadas pelo menos. Mas em missões de ataque a alvos fixos e conhecidos eles são dispensáveis, e contra alvos móveis (apoio aéreo) os mísseis levados pela própria tropa terrestre serão cada vez mais eficientes.
Mas se o combate JÁ é realizado fora do alcance visual, qual a diferença do piloto olhar a tela dentro do avião ou de um shelter?
Da mesma forma um AEW, onde o piloto nada mais é do que um motorista, qual a diferença entre operar sentado dentro da cabine ou no solo?
Em ambos o caso a diferença é que você não perderia o material humano, que é de longe o mais dificil de ser reposto.
E a confirmação visual pode sim ser feita por um ARP, a Georgia que o diga...
Com certeza os ARP´s tem suas deficiencias, mas se o Irã teve sucesso; na decada de 60 Cuba tambem abateu um U-2. Qual perda será que foi maior?
LeandroGCard escreveu:O ponto é o mesmo para qualquer caso.
Se uma unidade em terra precisa de suporte em alguma das situações que você mencionou ela vai sim ter que pedir ajuda para alguém, e até pouco tempo as aeronaves de apoio eram a melhor opção. Mas com os sistemas de defesa AAe aproximados de hoje e o custo absurdo das aeronaves com a mínima capacidade de sobreviver a eles isso já não é mais verdade. Helis artilhados e aviões equipados com canhões pesados já quase não são mais usados contra exércitos de verdade (gerrilheiros famélicos e mal armados ou meros terroristas e bandidos são outra coisa, mas aí já é a arena do ST). Se não existisse opção as aeronaves ainda seriam usadas, e estaríamos vendo os sucessores do Apache, do A-10 ou do Su-25 em desenvolvimento. Mas isso não ocorre (o F-35 só vai substituir o A-10 nas missões de alto nível e não em ataques a baixa altura, ele não tem nem aerodinâmica, nem armamento e nem blindagem para isso), pois hoje e cada vez mais no futuro será muito mais fácil empregar mísseis para fazer a mesma coisa. É claro que para isso os mísseis terão que estar disponíveis, mas o mesmo vale para aviões e helicópteros, e atualmente é muito mais simples e barato disponibilizar armamento inteligente que aeronaves eficientes, sem contar que estando sob o mesmo comando a integração fica muito mais simples e fácil. As forças aéreas resistirão a isso o quanto puderem, afinal elas perderão uma boa parte de sua importância (imagine a FAB sem missões de ataque
), mas o caminho me parece inexorável a menos que surja algum fator completamente imprevisível hoje.
Na verdade as missões de Ataque são realizadas contra objetivos inimigos previamento conhecidos e localizados, nesse caso estamos falando de Apoio Aereo Aproximado, que difere da Interdição principalmente por ser inopinada e visa diretamente o inimigo e não seus recursos.
Não acho que as forças aéreas resistirão, pelo menos não vejo isso na FAB; muito pelo contrário, pois a medida que menos missões lhe são repassadas mais ela pode se especializar naquilo queentende como obejtivo fim: alvos de alto valor bem dentro do territorio inimigo visando o enfraquecimento do Poder Estrategico.
LeandroGCard escreveu:A questão é que a Sérvia (e também a Líbia) estava GANHANDO a guerra no solo, e de lavada. E os ataques aéreos fizeram reverter a maré, sendo portanto de fato decisivos como nunca observado antes (com excessão do final da SGM). De fato houve a necessidade de tropas no solo (nestes casos locais) para completar o serviço, isso é indiscutível, mas a decisão veio do ar.
Concordo.
LeandroGCard escreveu:De qualquer forma estes casos são muito específicos, onde a discrepância de capacidades entre os países atacados e as forças aéreas atacantes era enorme e não havia mesmo muito o que fazer. Mas deveriam servir como bons exemplos para nós, para não nos deixarmos ficar na mesma situação. Infelizmente parece que nenhuma de nossas autoridades presta atenção a este tipo de coisa
.
Bom, como sempre digo a culpa é nosa que elegemos nossos representantes...
abraço