Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#46 Mensagem por sapao » Dom Mai 19, 2013 2:23 am

Bourne escreveu:É tão fácil roubar drones que tem um manual iraniano circulando na deep web :mrgreen:

Drones e aviões tripulados são complementares. E serão por muito tempo. Não há por que arriscar vidas e gastar com aviões maiores só para levar um humano. É mais um novo instrumento, assim como os misseis e bombas guiadas pós-1945. Não precisa mais mandar o avião para o alvo de alto risco, pode o míssil a dezenas de quilômetro e acertar o alvo. Ainda sem precisar de dezenas de toneladas de bombas para fazer a missão.
Em alguns casos, em outros eu diria que são substitutivos.
E só não são utilizados com mais frequencia simplesmente porque poucos tem acesso a eles, pelo menos aos equipamentos que apresentam um ganho real de operação em relação a aeroanves tripuladas.




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#47 Mensagem por sapao » Dom Mai 19, 2013 2:50 am

LeandroGCard escreveu: É meio complicado usar informações históricas sobre campanhas aéreas contra AAe, porque em todos os casos estaríamos falando de uma força aérea de um país ou coalizão já muito superior em termos militares contra outro muito menor e com menos (ou nenhuma) capacidade de repor as próprias perdas. Não é uma boa base avaliar que a AAe iraquiana ou a sérvia sucumbiram ante os ataques da OTAN inteira e mais alguns aliados, ou que a pequena Geórgia teve poucos sucesso contra a Rússia. Em todos estes casos o conflito não era equilibrado para início de conversa, não era apenas a AAe que estava em desvantagem. Nem mesmo a ação dos israelenses no Bekaa pode ser considerada como típica, eles contaram com um nível de preparação impossível em uma verdadeira guerra.
Extamente por isso resolvi colocar exemplos da WW II, Coréia e das guerras arabes-israelenses. Mas podemos citar tambem as Malvinas/Falklands e Irã-Iraque, por exemplo.
Os israelenses no Bekaa contaram com paoio total americano, assim como os sirios contaram com aopio sovietico, de tal maneira que acho que não havia restrição de equipamentos modernos para nenhum dos dois. A diferença é que Israel aprendeu suas lições e se preparou para um conflito baseado nisso, enquanto a Siria achou que o combate iria se desenrolar da mesma maneira.
LeandroGCard escreveu:Mas houve situações, como no início da guerra do Yon Kippur no Sinai ou a campanha americana de bombardeio ao Vietnan em que a defesa AAe, enquanto pôde ser utilizada de forma adequada, causou sim estragos que limitaram em muito a ação da força aérea. No Vietnan ela impediu que a USAF garantisse a vitória no conflito , e no Sinai Israel teria ficado sem aviões se a luta tivesse permanecido sobre a área operacional da AAe egípcia ou se esta fosse móvel.
Repare que sempre coloco: "caso uma força aérea possa operar na sua plenitude".
No Vietnam (assim como na Coreia) o emprego Poder Aereo estava restrito por decisões politicas: eles poderiam operar livremente até certo ponto, mas não dali em diante geograficamente, Isso foi, na minha opinião, um dos maiores erros militares do seculo passado, pois você tinha um equipamento que lhe permitia acertar o inimigo a 1,5km mas resolveu so disparar quando ele estivesse a 200 metros!
Em ambos os casos, as linhas de suprimento estrategico nunca foram castigadas continuamente nem tiveram seus movimentos debilitados. Quando no Vietnam os militares americanos tiveram permissão para agir e realizaram a Linebacker I e II destruindo principalmente os portos onde os suprimentos sovieticos eram recebidos os norte-vietnamitas voltaram a mesa de negociações. Será que se tal emprego fosse permitido desde o inicio o folego militar seria o mesmo?
Como você colocou, "se" os aviões tivessem permanecidos ou "se" fossem moveis. O avião permite e desbordamento e a escolha da melhor posição de ataque, enquanto a AAe está fincada no chão aguardando que o inimigo se exponha o tempo suficiente para o tiro; e mobilidade não é algo que esteja presente no emprego de AAe: ou ela é movel ou é eficiente, os dois juntos não existem. Ate porque estamos falando de um cenario onde estava sendo prestado apoio a troas no solo, de que adinta uma AAe movel se eu não posso deslocar junto minha refinaria, meu porto ou minha central de energia?
LeandroGCard escreveu:Além disso, todas as ações ocorreram contra sistemas de mísseis da década de oitenta ou mesmo anteriores (as ações no Iraque, na Sérvia e na Líbia foram mais recentes, mas os sistemas de armas AAe empregados eram bem antigos quando foram colocados em ação). Hoje já existem sistemas muito melhores, e os desenvolvimentos ainda possíveis são bastante grandes. Por isso as capacidades e formas de operação dos sistemas AAe precisam ser analisados de forma direta em função do que se conhece hoje, a experiência prévia tem utilidade limitada.
Concordo em partes Leandro: uma coisa é uma coisa, outra é outra coisa.
Saber o que aconteceu no passado é parte do planejamento futuro, caso contrario cometeremos os mesmos erros e essa experiencia nem de longe me parece limitada, acho ela fundamental pois sem conhecer as lições aprendidas estaremos caminhando no vazio com grandes chances de errar.
Mas concordo plenamente que o planejamento deve ser visando sim combater a proxima guerra e não a que já passou.
LeandroGCard escreveu:Mas isso é papo para outro tópico.
Concordo plenamente! :D


LeandroGCard escreveu:Acho que usei uma expressão incorreta. Quando eu disse interdição eu queria dizer do espaço aéreo, justamente para evitar a ação livre de drones e aeronaves tripuladas inimigas, e não interdição do campo de batalha, isso será mesmo atividade para drones de bombardeio.
Acho que entendi, seria algo como saturar o espaço aéreo?
LeandroGCard escreveu:Quanto ao apoio aéreo é algo hoje já meio em descrédito, e não acredito que ainda seja necessário por muito mais tempo. Em pouco tempo quando uma unidade militar em terra encontrar algum obstáculo que não possa superar sozinha ao invés de chamar uma caríssima plataforma aérea que está longe, tem dificuldades de premanência e custa muito caro ela chamará a artilharia, equipada com mísseis guiados de diversos tipos e alcances, desde pequenas unidades portáteis para ataques contra snipers, casamatas e posições de metralhadoras até grandes sistemas como os novos foguetes guiados do Astros-2000 ou o AVMT, capazes de destruir posições de artilharia, construções, pontes ou até mesmo colunas blindadas (com o uso de sub-munições). É claro que para isso a atenção dada à artilharia (não mais entendida apenas como uso de canhões ou sistemas de saturação, mas com um escopo bem mais amplo) terá que crescer e envolver novos conceitos e táticas, mas ainda vai ficar muito mais simples e barato que manter aeronaves dedicadas para isso como o A-10, o SU-25 ou mesmo o F-35, e ainda arriscar perdê-las para um simples Manpad ou um míssil pouco mais sofisticado como um Crotale ou um Tor. Só mesmo em conflitos de baixa densidade e situações totalmente assimétricas o apoio aéreo por aeronaves, tripuladas ou não, ainda será importante.

Não sei Leandro, sou receoso em termos de conflito quando vejo algo que parece ultrapassado pois a guerra é uma coisa dinamica e está sempre em evolução, ou melhor, em revolução!
Para se ter uma ideia, pouco tempo atrás os EUA editaram um manual sobre utilização de cavalos em apoio a tropas justamente pela situação atual, mas concordo que esse exemplo é meio forçado e cabe em uma situação bem especifica! :)

De maneira geral acho que estamos falando a mesma coisa: o apoio ao que eu me refiro é algo que Warden citou no livro que já mencionei e especificamente irá ocorrer quando um comandante no solo NÃO dispuser de apoio de artilharia ou de tropas para lhe apoiar ou as que estão a disposição n]ao poderão responder em tempo habil para o sucesso da missão e um avião sim, nesse casoo uma aeronave atuara nessa apoio.
Seja para proteger um flanco, impedir uma avanço ou contra-ataque ou saturar uma aerea; o importante e ter em mente que ele deve ser um apoio secundario e que a tropa de solo NÃO deve contar piamente que sempre haverá alguem ali para fazer algo que seus companheiros não possam. Sei que vai de encontro ao que vemos hoje, mas como já disse é uma situação atipica e vejo isso muito mais como a força aerea querendo mostrar que está fazendo algo do que como uma necessidade.


Abraço




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#48 Mensagem por sapao » Dom Mai 19, 2013 3:11 am

LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:Na verdade eu diria que uma Força Aérea AINDA não ganhou sozinha uma guerra - mas chegou perto, na do Golfo - mas cedo ou tarde acabará fazendo, até porque a definição de GUERRA e de seu desfecho está em mutação. De ocupar terreno para destruir infraestrutura e capacidade defensiva/ofensiva a ponto de inviabilizar uma Nação inteira, por exemplo.
Eu discordo. A força aéra ganhou a guerra na Sérvia sem tropas no solo. Foi o primeiro exemplo deste poder.
Leandro,
saiba que estava em uma discussão certa vez e usei exatamente o mesmo argumento! :wink:
Fui convencido na hora pelo meu interlocutor com o seguinte aspecto: a Servia JÁ estava em guerra no solo contra as forças locais!
Logo, não haviam tropas da OTAN no solo, mas havia sim um combate ocorrendo.
Se lembrarmos então, a operação foi exatamente para eliminar a vantagem do poder aéreo servio bem como cortar suas linhas de suprimento, sua capacidade de comando e controle e sua mobilidade.
Perdendo totalmente a vantagem que possuiam, inclusive na utilização do espaço aéreo, os servios nada mais podeiam fazer do que recuar ou serem mortos.

De certa maneira foi como ocorreu na Libia: um lado foi escolhido e total apoio foi dado a eles, mas de maneira nenhuma houve ausencia de infantaria no solo para assegurar que a vantagem obtida no ar fosse aproveitada.




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#49 Mensagem por LeandroGCard » Dom Mai 19, 2013 11:19 am

sapao escreveu:Extamente por isso resolvi colocar exemplos da WW II, Coréia e das guerras arabes-israelenses. Mas podemos citar tambem as Malvinas/Falklands e Irã-Iraque, por exemplo.
As Malvinas e o Iraque são exemplos bem interessantes, porque em ambos os casos a ação da força aérea não foi de fato decisiva. No primeiro caso nem os argentinos conseguiram com ela afastar a marinha inglesa, nem os ingleses consegiram a rendição da guarnição argentina sem antes colocar tropas no solo, derrotar o dispositivo argentino e cercar Port Stanley. E na guerra Irã x Iraque foram as grandes batalhas em terra que definiram a "cara" do conflito.

Em ambos as guerras houve ações importantes das forças aéreas, é claro, mas nestes casos nenhum dos contendores tinha realmente condições de usá-la de forma estratégica para destruir a capacidade de lutar do inimigo como você mencionou. Para isso seria necessária uma força aérea como a dos EUA, e hoje acredito que somente dois países podem sequer sonhar em ter uma força aérea assim, os próprios Estados Unidos e a China. Por isso tenho muitas restrições a usar as doutrinas americanas como paradigma universal, elas são algo muito específico para a situação de super-potência deles, e não servem de parâmetro para quase mais ninguém. Todos os demais países do mundo precisam procurar por soluções próprias e muito diferentes das adotadas pelas super-potências, simplesmente não dá para um camarada em um carro de rua querer adotar a mesma tática de corrida que um F-1.

Os israelenses no Bekaa contaram com apoio total americano, assim como os sirios contaram com aopio sovietico, de tal maneira que acho que não havia restrição de equipamentos modernos para nenhum dos dois. A diferença é que Israel aprendeu suas lições e se preparou para um conflito baseado nisso, enquanto a Siria achou que o combate iria se desenrolar da mesma maneira.
No Bekaa a situação foi muito específica. Os israelenses planejaram e se prepararam durante muito tempo para aquela única batalha específica (não houve de fato uma guerra, foi uma batalha pontual). Já os sírios de fato estavam parados no tempo mesmo, e pagaram o preço por isso.

Este é aliás um ponto em que eu insisto sempre, não adianta simplesmente montar uma defesa AAe comprando sistemas e mísseis pontualmente, é preciso desenvolvê-los continuamente durante todo o tempo, justamente como acontece com as aeronaves que são continuamente modernizadas. Mas a AAe tem a vantagem do ciclo de produção e custo muito menores, tornando possível países nem tão ricos ou avaçados assim mantê-la atualizada se realmente se propuserem, o que é muito mais difícil em se tratando de aeronaves.

LeandroGCard escreveu:Repare que sempre coloco: "caso uma força aérea possa operar na sua plenitude".
No Vietnam (assim como na Coreia) o emprego Poder Aereo estava restrito por decisões politicas: eles poderiam operar livremente até certo ponto, mas não dali em diante geograficamente, Isso foi, na minha opinião, um dos maiores erros militares do seculo passado, pois você tinha um equipamento que lhe permitia acertar o inimigo a 1,5km mas resolveu so disparar quando ele estivesse a 200 metros!
Em ambos os casos, as linhas de suprimento estrategico nunca foram castigadas continuamente nem tiveram seus movimentos debilitados. Quando no Vietnam os militares americanos tiveram permissão para agir e realizaram a Linebacker I e II destruindo principalmente os portos onde os suprimentos sovieticos eram recebidos os norte-vietnamitas voltaram a mesa de negociações. Será que se tal emprego fosse permitido desde o inicio o folego militar seria o mesmo?
Apesar de todas as "restrições políticas" os americanos lançaram sobre o Vietnan uma tonelagem de bombas maior que a soma do que lançaram sobre a Alemanha e o Japão na SGM :wink: . E a grande maioria destas bombas foram lançadas justamente sobre a trilha Ho Chi Minh, que era a principal linha de abastecimento das unidades comunistas em território sul-vietnamita. Mas a trilha continuou aberta e os vietnamitas venceram a guerra.

As operações Linebaker tinham como objetivo deter a grande ofensiva de páscoa do Vietnan do Norte, mas isso não aconteceu e nem foram reduzidas as baixas americanas no solo. Elas foram suspensas justamente devido às pesadas baixas sofridas pelos atacantes causadas pela defesa AAe, em troca apenas da volta dos vietnamitas à mesa de negociações. E são consideradas um fracasso tático e um sucesso apenas parcial no campo estratégico, pois conseguiram somente levar o governo comunista do norte de volta às negociações que no final não deram em nada e o Vietnan do sul foi perdido de qualquer jeito.

Como você colocou, "se" os aviões tivessem permanecidos ou "se" fossem moveis. O avião permite e desbordamento e a escolha da melhor posição de ataque, enquanto a AAe está fincada no chão aguardando que o inimigo se exponha o tempo suficiente para o tiro; e mobilidade não é algo que esteja presente no emprego de AAe: ou ela é movel ou é eficiente, os dois juntos não existem. Ate porque estamos falando de um cenario onde estava sendo prestado apoio a troas no solo, de que adinta uma AAe movel se eu não posso deslocar junto minha refinaria, meu porto ou minha central de energia?
Os aviões de fato são altamente móveis, mas por outro lado não podem parar nem se ocultar de forma realmente eficiente (mesmo os aviões stealth podem ser detectados de diversas formas). E principalmente, não podem ocupar o terreno. E você sabe que os sistemas AAe não precisam ficar "fincados" no solo, aliás deixá-los parados é um enorme erro. Os alvos sim não podem se mover, mas a AAe precisa fazer isso justamente para não virar alvo também e poder impor às aeronaves atacantes uma taxa de atrito que faça a campanha aérea se tornar proibitiva.

Este é o ponto que confunde muita gente, achar que a defesa AAe para ser eficiente precisa impedir a acerto de todo e qualquer alvo, e que se somente uma única bomba passar a defesa AAe é inútil e o esforço em mantê-la é desperdício. Mas a verdade é que a grande maioria dos alvos pode ser reparada ou reposta muito mais facilmente do que os aviões e principalmente pilotos eventualmente perdidos no ataque. Um bom exemplo foi a Alemanha na SGM, onde apesar das imensas campanhas de bombardeio que começaram em 1942 a produção de material militar nazista só foi reduzida no final de 1944, e em grande parte pela perda de suas fontes de suprimento. Outro exemplo interessante foi o famoso ataque a Ploesti, onde a força atacante perdeu 1/3 de seus aviões para despejar centenas de toneladas de bombas sobre um alvo a céu aberto e altamente inflamável. Mas a refinaria estava operando full novamente poucas semanas depois. É óbvio que ela foi atingida, mas segundo a Wikipédia (para citar apenas uma fonte fácil) "The mission resulted in "no curtailment of overall product output", and so was unsuccessful".

Este é o problema dos ataques aéreos, eles podem ser muito impressionantes e causar muito efeito na mídia, mas seus efeitos no solo tendem a ser bem menos importantes do que seus propositores argumentam. Apenas em casos muito específicos, de países muito pequenos atacados por forças enormes (Sérvia) ou que não tem capacidade de repor sua própria infra-estrutura sem ajuda externa (Siria, Iraque, Libia) é que os ataques aéreos podem ser decisivos. Fora um ou outro alvo muito particular (por exemplo a casa de um ditador com ele dentro 8-] ) poucos são os alvos realmente decisivos que podem ser definitivamente eliminados em um país com uma capacidade industrial razoável, como um Brasil, uma África do Sul, uma Índia ou um Irã. Contra países assim ataques aéreos tem efeito muito limitado, e eventuais perdas mais pesadas na força atacante (algo como uma taxa de atrito de 10 a 12%, nem precisa mais do que isso) faria qualquer atacante, mesmo uma superpotência, desistir ou procurar outros meios militares ou diplomáticos de definir a guerra.

LeandroGCard escreveu:Acho que entendi, seria algo como saturar o espaço aéreo?
Não necessariamente saturá-lo, mas impedir ou pelo menos limitar em muito seu uso pelo inimigo.

Em um ambiente onde mísseis, Vant´s e aviões de todo tipo estejam voando para cumprir uma enorme variedade de missões acho que fica difícil usar sistemas automatizados para identificar e atacar os alvos inimigos, sob o risco de enganos (acidentais ou provocados por engôdo do inimigo) e fraticídio. E em um ambiente onde um dos lados não tenha domínio absoluto do espectro eletromagnético o controle remoto é no mínimo arriscado, como o Irã já demonstrou. Nestes casos a presença de um piloto no local, com a capacidade humana de avaliar a situação e tomar decisões praticamente imediatas é fundamental. Por isso acredito que os aviões de interceptação/combate (subentendidos como o mesmo aparelho) e de inteligência (patrulha, ECM, AEW, etc...) ainda necessitarão de pilotos por mais algumas décadas pelo menos. Mas em missões de ataque a alvos fixos e conhecidos eles são dispensáveis, e contra alvos móveis (apoio aéreo) os mísseis levados pela própria tropa terrestre serão cada vez mais eficientes.

LeandroGCard escreveu:Não sei Leandro, sou receoso em termos de conflito quando vejo algo que parece ultrapassado pois a guerra é uma coisa dinamica e está sempre em evolução, ou melhor, em revolução!
Para se ter uma ideia, pouco tempo atrás os EUA editaram um manual sobre utilização de cavalos em apoio a tropas justamente pela situação atual, mas concordo que esse exemplo é meio forçado e cabe em uma situação bem especifica! :)

De maneira geral acho que estamos falando a mesma coisa: o apoio ao que eu me refiro é algo que Warden citou no livro que já mencionei e especificamente irá ocorrer quando um comandante no solo NÃO dispuser de apoio de artilharia ou de tropas para lhe apoiar ou as que estão a disposição n]ao poderão responder em tempo habil para o sucesso da missão e um avião sim, nesse casoo uma aeronave atuara nessa apoio.
Seja para proteger um flanco, impedir uma avanço ou contra-ataque ou saturar uma aerea; o importante e ter em mente que ele deve ser um apoio secundario e que a tropa de solo NÃO deve contar piamente que sempre haverá alguem ali para fazer algo que seus companheiros não possam. Sei que vai de encontro ao que vemos hoje, mas como já disse é uma situação atipica e vejo isso muito mais como a força aerea querendo mostrar que está fazendo algo do que como uma necessidade.

O ponto é o mesmo para qualquer caso.

Se uma unidade em terra precisa de suporte em alguma das situações que você mencionou ela vai sim ter que pedir ajuda para alguém, e até pouco tempo as aeronaves de apoio eram a melhor opção. Mas com os sistemas de defesa AAe aproximados de hoje e o custo absurdo das aeronaves com a mínima capacidade de sobreviver a eles isso já não é mais verdade. Helis artilhados e aviões equipados com canhões pesados já quase não são mais usados contra exércitos de verdade (gerrilheiros famélicos e mal armados ou meros terroristas e bandidos são outra coisa, mas aí já é a arena do ST). Se não existisse opção as aeronaves ainda seriam usadas, e estaríamos vendo os sucessores do Apache, do A-10 ou do Su-25 em desenvolvimento. Mas isso não ocorre (o F-35 só vai substituir o A-10 nas missões de alto nível e não em ataques a baixa altura, ele não tem nem aerodinâmica, nem armamento e nem blindagem para isso), pois hoje e cada vez mais no futuro será muito mais fácil empregar mísseis para fazer a mesma coisa. É claro que para isso os mísseis terão que estar disponíveis, mas o mesmo vale para aviões e helicópteros, e atualmente é muito mais simples e barato disponibilizar armamento inteligente que aeronaves eficientes, sem contar que estando sob o mesmo comando a integração fica muito mais simples e fácil. As forças aéreas resistirão a isso o quanto puderem, afinal elas perderão uma boa parte de sua importância (imagine a FAB sem missões de ataque :shock: ), mas o caminho me parece inexorável a menos que surja algum fator completamente imprevisível hoje.

saiba que estava em uma discussão certa vez e usei exatamente o mesmo argumento! :wink:
Fui convencido na hora pelo meu interlocutor com o seguinte aspecto: a Servia JÁ estava em guerra no solo contra as forças locais!
Logo, não haviam tropas da OTAN no solo, mas havia sim um combate ocorrendo.
Se lembrarmos então, a operação foi exatamente para eliminar a vantagem do poder aéreo servio bem como cortar suas linhas de suprimento, sua capacidade de comando e controle e sua mobilidade.
Perdendo totalmente a vantagem que possuiam, inclusive na utilização do espaço aéreo, os servios nada mais podeiam fazer do que recuar ou serem mortos.

De certa maneira foi como ocorreu na Libia: um lado foi escolhido e total apoio foi dado a eles, mas de maneira nenhuma houve ausencia de infantaria no solo para assegurar que a vantagem obtida no ar fosse aproveitada.
A questão é que a Sérvia (e também a Líbia) estava GANHANDO a guerra no solo, e de lavada. E os ataques aéreos fizeram reverter a maré, sendo portanto de fato decisivos como nunca observado antes (com excessão do final da SGM). De fato houve a necessidade de tropas no solo (nestes casos locais) para completar o serviço, isso é indiscutível, mas a decisão veio do ar.

De qualquer forma estes casos são muito específicos, onde a discrepância de capacidades entre os países atacados e as forças aéreas atacantes era enorme e não havia mesmo muito o que fazer. Mas deveriam servir como bons exemplos para nós, para não nos deixarmos ficar na mesma situação. Infelizmente parece que nenhuma de nossas autoridades presta atenção a este tipo de coisa :( .


Grande abraço,



Leandro G. Card




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#50 Mensagem por sapao » Dom Mai 19, 2013 9:21 pm

LeandroGCard escreveu:As Malvinas e o Iraque são exemplos bem interessantes, porque em ambos os casos a ação da força aérea não foi de fato decisiva. No primeiro caso nem os argentinos conseguiram com ela afastar a marinha inglesa, nem os ingleses consegiram a rendição da guarnição argentina sem antes colocar tropas no solo, derrotar o dispositivo argentino e cercar Port Stanley. E na guerra Irã x Iraque foram as grandes batalhas em terra que definiram a "cara" do conflito.
Eu acho que foi sim Leandro, mas realmente é dificil precisar quanto.

O Bombardeio dos Vulcan impossibilitou o deslocamento de forças com aeronaves de primeira linha para as ilhas, algo que mudaria completamente o cenário haja vista que suprir as tropas argentinas nunca foi um problema para a FAA, a perda de helicopteros pelos ingleses dificultou as manobras no solo pelos ingleses, o apoio aéreo foi fundamental para asegurar a cabeça-de-praia inglesa, os Harrier garantiram a segurança da frota e a interdição dos ingleses pela Argentina foi eficaz mas não o suficiente para imobilizar a esquadra. Veja que estou falando de emprego do Poder Aéreo e não de Força Aerea.

No Irã-Iraque vimos um erro crasso do emprego "conta-gotas" do poder aéreo, com ataques esporadicos realizados em pontos diferentes mas que não chegavam a danificar o oponente de tal forma que ele não pudesse absorver os danos; talvez surtisse mais efeito o emprego em pacote contra alvos pre-estabelecidos com objetivo de minar o Poder Nacional oponente (as refinarias e portos de ambos os paises, por exemplo).
Mesmo assim observamos que o emprego do Poder aéreo foi um dos fatores decisivos na interrupção da ofensiva Iraquiana, sendo o apice o ataque a base Iraquiana H-3. Novamente, a necessidade de suprimentos levou a uma parada na ofensiva aerea Iraniana e deu o tempo que o Iraque necessitava para se recuperar.
Do outro lado, vimos que a decisão iraquiana de atacar tudo o que navegasse ( the "Tank War") embora não tenha produzido efeitos imediatos minimizou a ofensiva iraniana e fez com que suas forças fosse deslocadas para outras porções do pais, bem como dividiu os esforços de guerra antes totalmente direcionados para a ofensiva terrestre.
Uma lição importante a olhar nesse conflito é que ele foi de longe o que teve maior numero de combates BVR, chegando quase a 100 segundo algumas fotes.
LeandroGCard escreveu:Em ambos as guerras houve ações importantes das forças aéreas, é claro, mas nestes casos nenhum dos contendores tinha realmente condições de usá-la de forma estratégica para destruir a capacidade de lutar do inimigo como você mencionou. Para isso seria necessária uma força aérea como a dos EUA, e hoje acredito que somente dois países podem sequer sonhar em ter uma força aérea assim, os próprios Estados Unidos e a China. Por isso tenho muitas restrições a usar as doutrinas americanas como paradigma universal, elas são algo muito específico para a situação de super-potência deles, e não servem de parâmetro para quase mais ninguém. Todos os demais países do mundo precisam procurar por soluções próprias e muito diferentes das adotadas pelas super-potências, simplesmente não dá para um camarada em um carro de rua querer adotar a mesma tática de corrida que um F-1.
Eu discordo.
Nas Malvinas foram as armas estrategicas ( aeronaves e submarinos) que decidiram a batalha em favor do Reino Unido, e do lado argentino o avião foi a unica presença militar que realmente levou perigo a frota inglesa.
No Irã foi o Poder aéreo que reverteu a balança do conflito e eles não chegaram até Bagda pela incapacidade logistica de manter sua frota voando haja vista que ela era basicamente americana e o embargo era total, e os iraquianos conseguiram alcançar sucessos esporadicos mas a falta de um objetivo claro fez que com nenhuma vitoria fosse realmente importante.

A estrategia de emprego é diferente da forma de emprego: um está no nivel mais alto de decisão e planejmento, e é indiferente ao tempo e a quantidade ou tamanho da força, já a forma de emprego seria o que utilizar e como utilizar, essa sim está restrita aos meios materiais.
Nesse ponto eu concordo que não devemos copiar nada pois a solução tem que atender nossa realidade, e é isso que fazemos mesclando algo da Doutrina americana e francesa ( na sua maioria) junto com ensinamentos proprios e especificos. A utilização de helicopteros de ataque contra alvos estrategicos é uma dessas adaptações.

Mas a estrategia de emprego, essa é universal pois envolve axiomas baseados em experiencias e abrangem principalmente as lições aprendidas e devem indicar um norte para o preparo e emprego do Poder Aéreo, independente de outros fatores. Serve tanto para planejar um hipoteses de emprego entre USA e China como entre Uruguai e Argentina ou Brasil e França.
Nessa seleção colocamos então pessoas como Douhet (italiano), Seversky (russo) Mitchell e Warden (ambos americanos); o que indica que esse não é um pensamento americano somente, ele se aplica em qualquer estado principalmente quando levamos em contas os 5 cenarios ou casos possiveis de Warden. Ignora-los seria o mesmo que dizer que os ensinamentos de Jomini não se aplicam para as forças terretres ou de Mahan não se aplicam as forças navais.

LeandroGCard escreveu:No Bekaa a situação foi muito específica. Os israelenses planejaram e se prepararam durante muito tempo para aquela única batalha específica (não houve de fato uma guerra, foi uma batalha pontual). Já os sírios de fato estavam parados no tempo mesmo, e pagaram o preço por isso.

Ai entramos na discussão do Tulio: defina guerra, tomando como exemlpo os EUA que não declaram guerra a ninguem desde a WW II?
Já o que devemos verificar é que nada substitui o preparo, o treino e a simulação; ainda mais contra um inimigo defasado.
LeandroGCard escreveu:Este é aliás um ponto em que eu insisto sempre, não adianta simplesmente montar uma defesa AAe comprando sistemas e mísseis pontualmente, é preciso desenvolvê-los continuamente durante todo o tempo, justamente como acontece com as aeronaves que são continuamente modernizadas. Mas a AAe tem a vantagem do ciclo de produção e custo muito menores, tornando possível países nem tão ricos ou avaçados assim mantê-la atualizada se realmente se propuserem, o que é muito mais difícil em se tratando de aeronaves.

Concordo, mas ressalto novamente que uma AAe nunca vai trazer a vitoria visto que é uma arma defensiva e estará sempre em desvantagem em relação as aeronaves.
Vai no maximo prolongar o conflito, mesmo entre paises com FFAA limitadas.
Seu ciclo de produção é menor do que de uma aeronave tripulada, mas infinitamente maior do que um drone que, lançados as dezenas nas primeiras horas ou dias de conflito, irão satura-las a tal ponto que sua eficiencia estara comprometida abrindo caminho para um ataque concentrado e planejado.

LeandroGCard escreveu:Apesar de todas as "restrições políticas" os americanos lançaram sobre o Vietnan uma tonelagem de bombas maior que a soma do que lançaram sobre a Alemanha e o Japão na SGM :wink: . E a grande maioria destas bombas foram lançadas justamente sobre a trilha Ho Chi Minh, que era a principal linha de abastecimento das unidades comunistas em território sul-vietnamita. Mas a trilha continuou aberta e os vietnamitas venceram a guerra.
Sim, so que esse lançamento foi disperso em 10 anos ao inves de 4, e um B-52 tem uma capacidade de carga bem maior do que um B-29. Agora some quantas surtidas foram feitas em ambos os periodos e podemos comparar melhor os esforços direcionados a cada conflito.
O bombardeio da trilha não era um alvo estrategico, pois o alvo deveria ser afonte de abstaecimento da trilha nos portos localizados no Vietnã do Norte. Com um suprimento ilimitado de recursos não adianta bombardear a linha de suprimento pois o objetivo de paralizar o abastecimento não vai acontecer, especialmente naquel caso onde as perdas humanas no trasporte eram aceitaveis.
LeandroGCard escreveu:As operações Linebaker tinham como objetivo deter a grande ofensiva de páscoa do Vietnan do Norte, mas isso não aconteceu e nem foram reduzidas as baixas americanas no solo. Elas foram suspensas justamente devido às pesadas baixas sofridas pelos atacantes causadas pela defesa AAe, em troca apenas da volta dos vietnamitas à mesa de negociações. E são consideradas um fracasso tático e um sucesso apenas parcial no campo estratégico, pois conseguiram somente levar o governo comunista do norte de volta às negociações que no final não deram em nada e o Vietnan do sul foi perdido de qualquer jeito.
Bom, fontes dão como perdas americanas cerca de 134 aeronaves na Linebacker I, metade delas devido a AAe; e 30 aeronaves durante a Linebacker II sendo 2/3 dessas perdas foi atribuida a AA.
Na primeira houve um decrescimo da capacidade logistica norte-vietnamita para 35 a 50% do inicial da campanha, e na segunda operação para 20% do inicial. São essas perdas que justificaram a parada da operação? Acho que não.
Até onde sei a parada se deu mais por politica interna e externa do que por perdas, que comparadas com as operações restritas que a Navy e a USAF realizavam não eram muito menores do que essas.
De maneira nenhuma elas são consideradas como um fracasso tatico, pois quem planejou sabia que o gap temporal entre a ação e o resultado não é imediatamente sentido no front, e estrategicamente são consideradas como corretas pois reduziram a capacidade de combate inimiga.
Como eu disse, acredito que se não houvesse as restrições e o Poder Aereo fosse empregado dessa maneira desde o inicio, a vida seria muito mais dura para o Vietnã do Norte.

O fato da guerra ter sido ganha ou perdida foi por decisões politicas e não estrategicas: não havia cadeia de comando definida com uma estrutura centralizada, comandos respondiam a mais de uma chefia, os objetivos eram constantemente mudados a revelia dos especialistas militares e o conflito foi conduzido por Diplomatas do inves de militares.

Alguem sabiamente disse uma vez que a Politica é uma coisa muito seria para ser deixada nas mãos dos militares, complementaria dizendo que a Guerra é uma coisa muito seria para ser deixada nas mãos dos politicos...

LeandroGCard escreveu: Os aviões de fato são altamente móveis, mas por outro lado não podem parar nem se ocultar de forma realmente eficiente (mesmo os aviões stealth podem ser detectados de diversas formas). E principalmente, não podem ocupar o terreno. E você sabe que os sistemas AAe não precisam ficar "fincados" no solo, aliás deixá-los parados é um enorme erro. Os alvos sim não podem se mover, mas a AAe precisa fazer isso justamente para não virar alvo também e poder impor às aeronaves atacantes uma taxa de atrito que faça a campanha aérea se tornar proibitiva.
Bom, helicopteros podem para e se ocultar no terreno de forma eficiente, mas são restritos por autonomia.
Mesmo os aviões, o fato de se moveram lhas da a vantagem de atacar onde quiser, enquanto a o mais movel dos sistemas AAe ainda estará restrito as caracteristicas do terreno, bem como a sua velocidade de deslocamente que será irrisoria se comparamos com a mais lenta das aeronaves.
E mesmo movimentando-se elas devem estar com os alvos protegidos dentro do seu alcance, limitando ainda mais eu movimento.
Ainda assim, se elas atingirem uma alta taxa de atrito, o atacante pode se dar ao luxo de para suas operações para repensar suas taticas, enquanto a AAe não poderá fazer nada durante esse tempo.

LeandroGCard escreveu:Este é o ponto que confunde muita gente, achar que a defesa AAe para ser eficiente precisa impedir a acerto de todo e qualquer alvo, e que se somente uma única bomba passar a defesa AAe é inútil e o esforço em mantê-la é desperdício. Mas a verdade é que a grande maioria dos alvos pode ser reparada ou reposta muito mais facilmente do que os aviões e principalmente pilotos eventualmente perdidos no ataque. Um bom exemplo foi a Alemanha na SGM, onde apesar das imensas campanhas de bombardeio que começaram em 1942 a produção de material militar nazista só foi reduzida no final de 1944, e em grande parte pela perda de suas fontes de suprimento. Outro exemplo interessante foi o famoso ataque a Ploesti, onde a força atacante perdeu 1/3 de seus aviões para despejar centenas de toneladas de bombas sobre um alvo a céu aberto e altamente inflamável. Mas a refinaria estava operando full novamente poucas semanas depois. É óbvio que ela foi atingida, mas segundo a Wikipédia (para citar apenas uma fonte fácil) "The mission resulted in "no curtailment of overall product output", and so was unsuccessful".
Não acho de maneira nenhuma que a AAe seja um desperdicio, mas acho sim que ela deve ser usada dentro das suas limitações e de maneira nenhuma pode ser considerada um alternativa ao emprego do Poder Aereo.
Exatamente pelo que você falou, a missão sobre Ploesti foi um misto de decisão Politica (Stalin demandava uma ação dos aliados para diminuir a pressão sobre a União Sovietica) com a visão de alguns pensadores de que a campanha aérea estava sendo mal conduzida.
Mesmo iniciando em 42, a maioria dos alvos eram os grandes centros urbanos pois ainda se acreditava na opinião de Douhet que o Poder Aereo somente poderia vencer a guerra ao acabar com a moral da população; mas alguns ja enxergavam que era preciso ir alem disso e destruir a capacidade de combater. A missão então funcionou mais como uma demonstração do poder de ataques a longa distancia do que um objetivo por si só.
Apesar de destruir cerca de 40% da capaciade da refinaria, as perdas foram inaceitaveis e os resultados e lições aprendidas foram analisadas onde foi percebido que o material então utilizado (B-24) não era adequado para a missão, e que para tal empreitada tivesse sucesso uma escolta era necessária.
Disso surgiram então os ataques com o B-29 escoltados por P-51.
Na verdade o exemplo em si ganhou fama pelo numero de aeronaves perdidas e medalash ganhas, mas Ploesti já era bombardeada desde junho de 42 (um ano antes) e continuou sendo até perto do fim da guerra. (http://www.roconsulboston.com/Pages/Inf ... oesti.html)
E ressaltando oque você disse, a capacidade foi reduzida pelo corte das linhas de suprimento, que foi feito basicamente por ataques aéreos. O problema é que o resultado de um ataque estrategico não é sentido imediatamente na linha de frente, mas 1 ano após Ploesti ( que fornecia cerca da metade do combustivel alemão) a contra-ofensiva da Ardenas parou simplesment porque não havia combustivel.

LeandroGCard escreveu:Este é o problema dos ataques aéreos, eles podem ser muito impressionantes e causar muito efeito na mídia, mas seus efeitos no solo tendem a ser bem menos importantes do que seus propositores argumentam. Apenas em casos muito específicos, de países muito pequenos atacados por forças enormes (Sérvia) ou que não tem capacidade de repor sua própria infra-estrutura sem ajuda externa (Siria, Iraque, Libia) é que os ataques aéreos podem ser decisivos. Fora um ou outro alvo muito particular (por exemplo a casa de um ditador com ele dentro 8-] ) poucos são os alvos realmente decisivos que podem ser definitivamente eliminados em um país com uma capacidade industrial razoável, como um Brasil, uma África do Sul, uma Índia ou um Irã. Contra países assim ataques aéreos tem efeito muito limitado, e eventuais perdas mais pesadas na força atacante (algo como uma taxa de atrito de 10 a 12%, nem precisa mais do que isso) faria qualquer atacante, mesmo uma superpotência, desistir ou procurar outros meios militares ou diplomáticos de definir a guerra.
A midia e uma arma de guerra, e pode ser usada pelos 2 lados Leandro.
O Ten Cel Zoltán por exemplo foi visto como herio por derrubar um F-117 e nao perder nenhuma bateria sob seu comando.
Realmente são fatos notaveis, mas no final do conflito havia derrubado 2 aeronaves (incluindo o F-117), então qual foi o impacto dele no conflito?

Na verdade 10% é uma taxa considerada ainda aceitavel dentro da literatura dependendo dos objetivos a serem atingidos.
Vamos tomar por exemplo o Brasil:
Cortada a transmissão de Itaipu para o sudeste, como ficaria nosso esforço industrial?
Interditando a Via Dutra, a Fernão Dias, Washigton Luis, Imigrantes e a estrada de Santos como ficaria nossa logistica?
Atcando a REDUC e Cubatão, de onde sairia nosso combustivel?


LeandroGCard escreveu:Em um ambiente onde mísseis, Vant´s e aviões de todo tipo estejam voando para cumprir uma enorme variedade de missões acho que fica difícil usar sistemas automatizados para identificar e atacar os alvos inimigos, sob o risco de enganos (acidentais ou provocados por engôdo do inimigo) e fraticídio. E em um ambiente onde um dos lados não tenha domínio absoluto do espectro eletromagnético o controle remoto é no mínimo arriscado, como o Irã já demonstrou. Nestes casos a presença de um piloto no local, com a capacidade humana de avaliar a situação e tomar decisões praticamente imediatas é fundamental. Por isso acredito que os aviões de interceptação/combate (subentendidos como o mesmo aparelho) e de inteligência (patrulha, ECM, AEW, etc...) ainda necessitarão de pilotos por mais algumas décadas pelo menos. Mas em missões de ataque a alvos fixos e conhecidos eles são dispensáveis, e contra alvos móveis (apoio aéreo) os mísseis levados pela própria tropa terrestre serão cada vez mais eficientes.
Mas se o combate JÁ é realizado fora do alcance visual, qual a diferença do piloto olhar a tela dentro do avião ou de um shelter?
Da mesma forma um AEW, onde o piloto nada mais é do que um motorista, qual a diferença entre operar sentado dentro da cabine ou no solo?
Em ambos o caso a diferença é que você não perderia o material humano, que é de longe o mais dificil de ser reposto.
E a confirmação visual pode sim ser feita por um ARP, a Georgia que o diga...
Com certeza os ARP´s tem suas deficiencias, mas se o Irã teve sucesso; na decada de 60 Cuba tambem abateu um U-2. Qual perda será que foi maior?
LeandroGCard escreveu:O ponto é o mesmo para qualquer caso.

Se uma unidade em terra precisa de suporte em alguma das situações que você mencionou ela vai sim ter que pedir ajuda para alguém, e até pouco tempo as aeronaves de apoio eram a melhor opção. Mas com os sistemas de defesa AAe aproximados de hoje e o custo absurdo das aeronaves com a mínima capacidade de sobreviver a eles isso já não é mais verdade. Helis artilhados e aviões equipados com canhões pesados já quase não são mais usados contra exércitos de verdade (gerrilheiros famélicos e mal armados ou meros terroristas e bandidos são outra coisa, mas aí já é a arena do ST). Se não existisse opção as aeronaves ainda seriam usadas, e estaríamos vendo os sucessores do Apache, do A-10 ou do Su-25 em desenvolvimento. Mas isso não ocorre (o F-35 só vai substituir o A-10 nas missões de alto nível e não em ataques a baixa altura, ele não tem nem aerodinâmica, nem armamento e nem blindagem para isso), pois hoje e cada vez mais no futuro será muito mais fácil empregar mísseis para fazer a mesma coisa. É claro que para isso os mísseis terão que estar disponíveis, mas o mesmo vale para aviões e helicópteros, e atualmente é muito mais simples e barato disponibilizar armamento inteligente que aeronaves eficientes, sem contar que estando sob o mesmo comando a integração fica muito mais simples e fácil. As forças aéreas resistirão a isso o quanto puderem, afinal elas perderão uma boa parte de sua importância (imagine a FAB sem missões de ataque :shock: ), mas o caminho me parece inexorável a menos que surja algum fator completamente imprevisível hoje.
Na verdade as missões de Ataque são realizadas contra objetivos inimigos previamento conhecidos e localizados, nesse caso estamos falando de Apoio Aereo Aproximado, que difere da Interdição principalmente por ser inopinada e visa diretamente o inimigo e não seus recursos.

Não acho que as forças aéreas resistirão, pelo menos não vejo isso na FAB; muito pelo contrário, pois a medida que menos missões lhe são repassadas mais ela pode se especializar naquilo queentende como obejtivo fim: alvos de alto valor bem dentro do territorio inimigo visando o enfraquecimento do Poder Estrategico.
LeandroGCard escreveu:A questão é que a Sérvia (e também a Líbia) estava GANHANDO a guerra no solo, e de lavada. E os ataques aéreos fizeram reverter a maré, sendo portanto de fato decisivos como nunca observado antes (com excessão do final da SGM). De fato houve a necessidade de tropas no solo (nestes casos locais) para completar o serviço, isso é indiscutível, mas a decisão veio do ar.
Concordo.
LeandroGCard escreveu:De qualquer forma estes casos são muito específicos, onde a discrepância de capacidades entre os países atacados e as forças aéreas atacantes era enorme e não havia mesmo muito o que fazer. Mas deveriam servir como bons exemplos para nós, para não nos deixarmos ficar na mesma situação. Infelizmente parece que nenhuma de nossas autoridades presta atenção a este tipo de coisa :( .
Bom, como sempre digo a culpa é nosa que elegemos nossos representantes...


abraço




Editado pela última vez por sapao em Qui Mai 23, 2013 5:21 pm, em um total de 1 vez.
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DRONES: armas de guerra quase indispensáveis

#51 Mensagem por jambockrs » Qua Mai 22, 2013 3:12 am

Meus prezados:
Drones: armas de guerra quase indispensáveis
http://g1.globo.com/globo-news/noticia/ ... aveis.html

fonte: Globonews 19/02/2013 13h57- Atualizado em 19/02/2013 13h57




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#52 Mensagem por Bourne » Sáb Jun 15, 2013 10:00 am

Pronto. Agora solução integrada da SAAB para Brasil: Gripen para a FAB; Gripen naval para a MB; e "Drone Gripen" para todos :mrgreen:

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Saab estuda o desenvolvimento do Gripen não tripulado
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Guilherme Wiltgen

Fonte: http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=22073

A Saab está considerando um plano para desenvolver uma versão não-tripulada de sua próxima geração de caças multimissão, o Gripen E, visando ganhar uma série de encomendas internacionais de cerca de 300 aeronaves da versão tripulada do Gripen E, nos próximos 20 anos.

“Temos a expectativa de produzir um grande número de aeronaves não tripuladas no futuro. No entanto, os militares não podem arcar com as duas versões (tripulados e não tripulados)”, disse o CEO da Saab, Håkan Buskhe. “Trata-se de encontrar soluções de baixo custo para definir se um avião vai voar com ou sem piloto em várias missões. Isto significaboas oportunidades para o desenvolvimento do Gripen no futuro”.

A Saab também está confiante de que pode encontrar lucrativos mercados de exportação da versão terrestre e naval do sistema aéreo não tripulado Skeldar V-200, que está sendo desenvolvido como uma aeronave multimissão com capacidade de incorporar diversos tipos de motores alternativos, com um design modular de carga útil e uma capacidade de utilizar uma gama de sistemas de data link.

Buskhe disse que a Saab continua confiante de que a Suíça vai ratificar a compra de 22 Gripen-E, apesar da oposição ao projeto entre os partidos políticos no país.

A empresa também está otimista, disse Buskhe, de que vai gerar mais vendas de exportação da aeronave multimissão Gripen C nos próximos anos.

“É inteiramente possível que possamos garantir novas encomendas para o Gripen E antes do final desta década”, completou Buskhe. “Esperamos também vender o Gripen C durante este período.”

A compra pela Suíça, avaliada em US$ 3,3 bilhões, é crucial para o bom desenvolvimento do Gripen E, disse Peter Hultqvist, presidente da Comissão Parlamentar de defesa da Suécia.

“Na situação actual, o governo suíço está comprometido com a aquisição do Gripen E, mas há uma falta de consenso político para a compra dentro das duas câmaras do Parlamento suíço. As principais questões em disputa são de custo, tipo de aeronave e de financiamento para a compra. Há ainda as chamadas para um referendo, em 2014, para decidir a questão”, disse Hultqvist.

O governo suíço está trabalhando em um plano para substituir seus antigos caças Northrop F-5E/F Tiger em 2017. As entregas dos novos caças é definida para começar em 2018.

Gripen D taxiando em Linköping.
É muito pouco provável que o governo sueco cancele a sua ordem de compra de 60 aeronaves com a Saab, dada a longa tradição e profundo apoio político para a indústria de defesa do país, disse o analista Lucas Peeters.

“O governo sueco tem uma enorme participação no desenvolvimento do Gripen E. Ele já investiu quase US$ 2 bilhões no desenvolvimento de várias etapas até agora e não vai querer ver o projeto fracassar”, disse Peeters. “E nem quer que a Suécia perca o valioso conhecimento do design, tecnologias de produção, habilidades e as oportunidades d geração de empregos na industria que vêm com projetos como esses”.

“A Saab garantiu ao governo que ela pode produzir o Gripen-E por um custo unitário menor do que o do Gripen C. Este compromisso de manter os custos sob controle devem fazer com que a aeronave não tenha apenas custos mais eficientes, mas também melhores condições de exportação quando se está comparando caças com custos muito mais altos”, disse Peeters.

A Direção estratégica da Saab, em relação ao desenvolvimento do Gripen E, bem como o potencial de utilização das tecnologias para produzir uma versão não tripulada, será mapeada por Buskhe durante a Paris Air Show, disse o porta-voz da Saab, Sebastian Carlsson.

“Este é um momento muito interessante para a Saab, e tanto o Gripen E quanto a versão do Gripen não tripulados, são parte do processo de desenvolvimento global”, disse Carlsson.

O apoio do Estado, o sucesso na exportação, tecnologia de ponta e experiência, juntamente com a produção de sistemas militares para reforçar a capacidade de defesa nacional, têm sido os pilares da base de política industrial de defesa da Suécia, disse Allan Widman, porta-voz do Partido Liberal.

“O importante é que a Suécia desenvolve o Gripen E que é exportável, e que não corre o risco de drenagem de recursos para longe das áreas centrais da nossa defesa”, disse Widman. “Nós ainda precisamos de verbas para veículos de combate, navios de guerra, sistemas de artilharia e bases militares. Nós também precisamos ver um maior nível de gastos em defesa. Caso contrário, corremos o risco de ter o foco no financiamento do programa Gripen E”.

O sucesso do programa da Saab Gripen E poderia ser impulsionado de forma significativa, se a empresa conseguir encontrar outros clientes para a aeronave além de Suíça, disse Peeters.

“A Saab está olhando globalmente para os clientes, e tem uma chance real de obter encomendas em países como a Índia e o Brasil. Ela está investindo muito mais recursos na comercialização dos seus produtos na América do Sul e Ásia. Isso poderia levar a um retorno”, disse Peeters.

O financiamento para o programa Gripen E foi reforçado em fevereiro, quando a empresa recebeu verbas de desenvolvimento, totalizando US$ 1,64 bilhões da FMV. O financiamento abrange o desenvolvimento do Gripen E entre 2015-2023, incluindo a adaptação de equipamentos, simuladores e equipamentos de teste e experimentação.

O valor total do acordo de desenvolvimento do Gripen E com a FMV é de US$ 7,3 bilhões, dos quais US$ 2 bilhões já foram recebidos e o restante do acordo deve continuar até o final de 2014.

Outros segmentos do acordo de financiamento da Saab com FMV inclui a possível modificação de 60 Gripen C para a versão E, além é claro, que a confirmação da venda dos 22 novos Gripen E, e equipamentos relacionados, para a Suíça.




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#53 Mensagem por FoxTroop » Sáb Jun 15, 2013 10:45 am

Caros Sapão e LeandroGCard. A guerra aérea contra a Sérvia foi, em termos militares, um completo fracasso.

O foco inicial era destruir ou incapacitar a capacidade militar sérvia, quer através da destruição pura e simples das suas forças e meios, quer imobilizando-as estrangulando as suas rotas de suprimento e forçando-as a procurar posições "abrigadas" dando liberdade de movimentos ao UÇK. Isso falhou pois o 3º Exército prosseguiu a sua campanha sem contratempos assinaláveis e o UÇK passou a ser ainda mais violentamente perseguido. Na realidade o falhanço da campanha aérea foi de tal magnitude que um estudo compilado em Maio de 2000 concluiu que durante a 1ª fase da campanha aérea as forças sérvias perderam apenas 14 CC, 18 VBTP e 27 peças de artilharia.

O notório fracasso obrigou a OTAN a mudar o foco da campanha aérea de alvos militares para alvos civis, passando a bombardear centrais eléctricas, pontes, centros de transportes, estações de distribuição e bombagem de água além de ataques intensivos à capital. Isso é que quebrou os sérvios e essa campanha aérea pode ser vista por muitos prismas mas nunca como exemplo de algo bem sucedido.




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#54 Mensagem por sapao » Sáb Jun 15, 2013 4:49 pm

FoxTroop escreveu:Caros Sapão e LeandroGCard. A guerra aérea contra a Sérvia foi, em termos militares, um completo fracasso.

O foco inicial era destruir ou incapacitar a capacidade militar sérvia, quer através da destruição pura e simples das suas forças e meios, quer imobilizando-as estrangulando as suas rotas de suprimento e forçando-as a procurar posições "abrigadas" dando liberdade de movimentos ao UÇK. Isso falhou pois o 3º Exército prosseguiu a sua campanha sem contratempos assinaláveis e o UÇK passou a ser ainda mais violentamente perseguido. Na realidade o falhanço da campanha aérea foi de tal magnitude que um estudo compilado em Maio de 2000 concluiu que durante a 1ª fase da campanha aérea as forças sérvias perderam apenas 14 CC, 18 VBTP e 27 peças de artilharia.

O notório fracasso obrigou a OTAN a mudar o foco da campanha aérea de alvos militares para alvos civis, passando a bombardear centrais eléctricas, pontes, centros de transportes, estações de distribuição e bombagem de água além de ataques intensivos à capital. Isso é que quebrou os sérvios e essa campanha aérea pode ser vista por muitos prismas mas nunca como exemplo de algo bem sucedido.
Fox, eu discordo completamente da sua visão por alguns motivos:
Como você mesmo afirmou, o objetivo da campanha aérea era destruir ou incapacitar as forças servias, e isso foi conseguido!
Como afirmar então que a campanha não surtiu efeito, se em 79 dias o lider Servio foi de não aceitar a assinatura do tratado de paz promulgado pela comunidade internacional?

No planejamento de uma campanha aerea, deve-se levar em conta tambem o tempo gasto entre o ataque e seu efeito ser sentido na linha de combate, principalmente em uma situação em que se espera que massacres sejam interrompidos. Me parece claro então que as primeiras saidas sejam destinadas a interromper os avanços, mesmo que não todos principalmente aqueles situados em regiões habitadas.

Ai entramos no segundo aspecto: segundo o Direito Internacional dos Conflitos Armados, o fato do alvo ser civil ou militar não significa que ele será atacado ou não, e muito menos que alvos militares são aqueles que abrigam militares!
Pontes, estações eletricas, centros de transporte, estações de agua e de transmissão de noticias em qualquer veiculo DESDE que comprovadamente atuem dando suporte ao esforço de guerra inimigo SÃO alvos militares legitimos. Já um hospital de campanha é um alvo PROTEGIDO, mesmo sendo habitado por militares e dando suporte ao conflito; mas sua categoria é protegido de comum acordo.

Então o que vimos nesse conflito foi um exemplo claro, explicado no seu proprio post, da importancia de não se focar em ações Taticas quando no cumprimento de Campanhas Aéreas e sim em ações Estrategicas pois essas sim irão levar a um encerramento rápido do conflito; nesse caso menos de 3 meses foram necessários para fazer com que os servios tivessem sua vontade quebrada, mesmo que o numero de equipamentos inimigos incapacitados seja pequeno pois não deve ser isso que uma Força Aerea deve perseguir, exceto em situações especificas e esporadicas.
Para mim, um exemplo muito claro de uma campanha aérea bem sucedida.




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#55 Mensagem por FoxTroop » Sáb Jun 15, 2013 5:51 pm

Caro Sapão, ou expliquei-me mal, ou o meu caro percebeu mal. Não fazia parte dos planos de campanha da OTAN qualquer ataque aéreo fora do território do Kosovo. Toda a operação foi pensada e planeada exclusivamente com enfoque na imobilização e destruição directa da capacidade de combate do 3º Exército de modo a permitir que o UÇK virasse a mesa a seu favor. Boa parte das chefias estava convencida que isso seria mais que suficiente, em 15 dias no máximo a coisa estaria resolvida e errou clamorosamente.

Quando os resultados começaram a mostrar que eram necessárias, em média, 15 saídas para cada alvo positivamente identificado e destruído e que a capacidade de combate sérvia não tinha sofrido nada de assinalável, concebeu-se uma nova estratégia, alargando a campanha a toda a Sérvia e, ultrapassando largamente o mandato dado, bombardeando áreas e infraestruturas civis. Mas mesmo isso não teve os efeitos esperados ficando muito abaixo do que se pretendia, ao ponto de se ter avançado para uma Fase III que foi simplesmente o uso de técnicas ao bom estilo da 2GM. Mesmo assim, a cedência de Milosevic deveu-se, acima de tudo, às concentrações de forças terrestres em preparação para a invasão e à conjugação do factor russo e não descambando num holocausto nuclear devido à firmeza e bom senso de um oficial inglês, mas isso é para outro tópico

Tal como em outros teatros, como a Líbia, o poder aéreo por si só, por muito que influencie, não pode decidir o conflito.




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#56 Mensagem por sapao » Dom Jun 16, 2013 4:35 pm

FoxTroop escreveu:Caro Sapão, ou expliquei-me mal, ou o meu caro percebeu mal. Não fazia parte dos planos de campanha da OTAN qualquer ataque aéreo fora do território do Kosovo. Toda a operação foi pensada e planeada exclusivamente com enfoque na imobilização e destruição directa da capacidade de combate do 3º Exército de modo a permitir que o UÇK virasse a mesa a seu favor. Boa parte das chefias estava convencida que isso seria mais que suficiente, em 15 dias no máximo a coisa estaria resolvida e errou clamorosamente.
Qualquer campanha desse nivel tem um desenho operacional, com objetivos especificos e passos a serem dados até atingi-los. Como eu disse, em alguns casos é necessário atuar onde o efeito deve ser sentido mais imediatamente, mas esse não deve ser o foco de uma campanha aérea.
E quando você diz que boa parte das chefias estava convencida que a coisa seria um passeio de 2 semanas, eu acredito que seja o que sempre se houve da porta de seção de Relações Publicas para fora, principalmente da parte politica, pois duvido que qualquer comandante serio e profissional tenha pensado da mesma maneira: um conflito é algo facil de ser iniciado mas impossivel de ser controlado!
FoxTroop escreveu:Quando os resultados começaram a mostrar que eram necessárias, em média, 15 saídas para cada alvo positivamente identificado e destruído e que a capacidade de combate sérvia não tinha sofrido nada de assinalável, concebeu-se uma nova estratégia, alargando a campanha a toda a Sérvia e, ultrapassando largamente o mandato dado, bombardeando áreas e infraestruturas civis. Mas mesmo isso não teve os efeitos esperados ficando muito abaixo do que se pretendia, ao ponto de se ter avançado para uma Fase III que foi simplesmente o uso de técnicas ao bom estilo da 2GM. Mesmo assim, a cedência de Milosevic deveu-se, acima de tudo, às concentrações de forças terrestres em preparação para a invasão e à conjugação do factor russo e não descambando num holocausto nuclear devido à firmeza e bom senso de um oficial inglês, mas isso é para outro tópico
Como eu disse, os ataques aos alvos estrategicos já faziam parte do planejamento desde o inicio sendo esperada a hora certa para o inicio dos mesmos.
Sobre o mandato que foi ultrapassado, de que mandato estamos falando?
Novamente, ataque a aereas e infraestruturas civis são completamente justificaveis se influenciarem no esforço de Guerra; não sou eu que digo isso e sim o Direito Internacional. E isso nem de longe lembra as tecnicas ao estilo da 2 guerra; ou você vai dizer que eles lançara bombas incendiarias a esmo sobre as cidades simplesmente para que elas queimassem até o pó, esperando assim que a moral da população diminuisse?
FoxTroop escreveu:Tal como em outros teatros, como a Líbia, o poder aéreo por si só, por muito que influencie, não pode decidir o conflito.
Se você está acompanhado o debate desde o inicio verá que não precisa tentar me convecer disso... :wink:




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#57 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jun 22, 2013 1:52 pm





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#58 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jun 22, 2013 1:52 pm





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#59 Mensagem por Glauber Prestes » Seg Jun 24, 2013 1:50 am

Pra mim, dirigíveis são a plataforma ideal pra maior parte dos uav possíveis... Particularmente, trabalharia com dirigíveis autônomos facilmente. Vigilância (externa e principalmente interna), transporte de peso, REVO, reconhecimento, plataforma de lançamento de misseis de cruzeiro, apoio a tropas no solo... praticamente tudo...




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Re: Drones - Notícias: Pilotos de caça em extinção?

#60 Mensagem por sapao » Ter Jun 25, 2013 9:56 am

O problema reside principalmente no tamanho e na velocidade.

Vigilancia é algo bem factivel, bem como transporte logistico como uma alternativa as embarcações.
Já REVO seria complicado porque não teria velocidade compativel com os vetores a serem abastecidos, REC seria complicado porque é uma missão de alto risco em territorio hostil, sem velocidade e com uma silueta gigante seria dificil obter a discrição necessária para a missão. Para lançamento de misseis cruzeiro, mais uma vez temos a velocidade e o tamanho como empecilhos para algo que deve ser furtivo; para apoio de tropas voltariamos a WW I, onde eles foram varridos dos ceus por aeronaves menores porem mais manobraveis, que inclusive poderiam ser outros drones.




[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
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