Boa tarde pra todo mundo.
Vou lembrar duas coisas que estão passando despercebidas.
A primeira é que tem ao menos uma dezenas de forças aéreas estão enviando aviões comerciais e militares para Israel a fim de repatriar seus cidadãos. Em que o Brasil é diferente e por que não podemos fazer o mesmo em complemento ao esforço da FAB
A segunda, é que o aeroporto internacional Ben Gurion é um troço gigantesco, que recebe em uma semana o que Guarulhos leva um mês. Não estamos falando aqui de um aeroportozinho de merda no meio do nada. Falo porque já estive nele e sei bem as capacidades que possui.
Portanto, operar aviões comerciais, como muitos estão fazendo agora em apoio aos vetores militares não é nada demais, e não incute problema algum, a não ser na cabeça de quem acha que operações como estas é tudo no ou vai ou racha. Ledo engano.
Por fim, não estou e nunca fiz críticas aqui direcionadas à FAB, e menos ainda ao fato de estar fazendo o que lhe é mister de obrigação. Nenhuma instituição de Estado precisa ser parabenizada ou ter o saco puxado até cair porque simplesmente cumpriu com sua obrigação. Nada além do dia a dia que já fazem, e muito, em casa. Daqui a pouco vocês vão dizer que a FAB tem que receber uma medalha porque fez o que é paga e existe para fazer.
A crítica aqui é no sentido de restabelecer um debate que julgo importantíssimo, que é definir de forma clara e inequívoca o que o Brasil espera da sua força aérea em termos de capacidades logística de transporte aéreo. Isto tem que ficar claro, para não sermos pegos de surpresa novamente, como foi agora, e ficarmos dando soluções no estilo "já que só tem tu, então vai tu mesmo", e que não é responsabilidade apenas da FAB, mas do Estado, prover as condições ideais e necessárias para respondermos a mais de uma situação que se interponha de imprevisto.
E volto a lembrar. Agora tá todo mundo feliz e achando que os KC-30 são foda, que é ótimo ter eles, que são tudo de bom, etc, mas esquecem que até 2021 eles sequer estavam sendo aventados para a FAB, e que passamos 10 anos sem substituir os KC-137 e ninguém neste país com algum poder de decisão se ocupou, ou preocupou, com o fato da FAB não possuir meios estratégicos de transporte. Como se isso fosse um mero detalhe provinciano cabível somente aos militares. Para não falar que quando foi anunciada a compra dos dois aviões o pessoal que está no poder agora foi o primeiro da fila a descer o cacete no PR por causa disso, e o mais interessante, com os mesmos discursos da agora oposição em relação à compra de um novo FAB 01.
Mas tá de boa. Os KC-30 estão aí, ninguém quis pegar eles para fazer de jatinho privativo próprio, que não havia recursos previstos para MRTT, que nem f...do a FAB compra mais deles, etc, e por aí vamos. Há sim, eram 28 KC-390, e agora são 19. Mas tá tudo bem. Tá tudo em casa, e não precisamos nos preocupar com isso. Qualquer coisa a FAB está aí e se vira nos trinta para quebra o nosso galho, não é mesmo?