PARA LEO
Salve, Leo.
Leo escreveu: E, pra terminar, usar subs ou navios como armas quimicas de forma intencional, pode ser considerada pela ONU como um crime contra a natureza mundial...
Que Deus faça todos os meus descendentes nascerem corcundas, se em algum momento passou pela minha cabeça uma idéia dessas! De, deliberadamente, criar um submarino fragilizado como arma terrorista!
Olha, o acessório está tomando o lugar do principal nessa discussão. Quando citei o fato de que, em guerra, um lado teria que se preocupar com os riscos inerentes à destruição de um submarino nuclear inimigo, estava pensando em algo que li, na época da Guerra das Malvinas. Alguns se preocupavam com os riscos do afundamento de algum submarino nuclear britânico. E analisavam o fato destes terem o reator menos protegido do que os submarinos americanos.
Na verdade, não faço a mínima idéia de como esse ítem está sendo tratado hoje em dia. E nem qual seria o grau de proteção do eventual submarino brasileiro. Isso é muita tecnologia para mim.
De qualquer forma, como leigo, tenho minhas dúvidas se um submarino nuclear pode ser 100 % garantido contra vazamentos se for explodido por um inimigo.
Mas essa não parece ser uma preocupação mundial, pela forma como se constroem submarinos nucleares a torto e a direito.
PARA SPETZNAZ.
Spetznaz escreveu: nao necessitando de uma máquina capaz de combater potencias, pq isso é besteira e gera corrida armamentista, pobreza etc.
Bem, agora vc me pegou. Eu também sou contra uma máquina de guerra desse nível. Não aceito um governo que detone uma corrida armamentista na América do Sul. Mas sou a favor do submarino nuclear. E, ao mesmo tempo, desconfio da importância da manutenção de porta-aviões pelo Brasil.
Provavelmente isso deve ser uma contradição tremenda da minha parte. Mas que hei de fazer?
O submarino nuclear, embora não podendo fazer uma porção de coisas (como dizem os profissionais da Marinha, submarinos são uma arma de "negação do poder naval" e não uma arma de "afirmação desse poder") NA PIOR HIPÓTESE PLAUSÍVEL (mas não necessariamente, provável) DE GUERRA, o submarino nuclear brasileiro, ao menos teria a possibilidade de ir para o fundo do mar, após ter infligido graves danos ao inimigo. Seja através do velho método do torpedo, utilizado contra sua navegação mercante. Ou pelo uso de mísseis de longo alcance, contra alvos sensíveis do litoral inimigo.
E é isso que me angustia nos porta-aviões brasileiros como o "Minas Gerais" ou o "São Paulo": a possibilidade de que sejam afundados, com enorme perda de preciosas vidas de marujos brasileiros, sem terem infligido dano algum ao hipotético inimigo.
E estou procurando me ater, apenas, a uma visão militar da importância da posse de submarinos nucleares pelo Brasil. Mas e as questões não-militares? E os avanços que decorreriam do pleno domínio do Brasil da tecnologia de reatores nucleares para propulsão de submarinos? Não sou versado em tecnologia, mas acho que tem muita gente aqui que poderia discorrer sobre essa outra faceta da construção do submarino nuclear brasileiro.
E, como disse Vinicius, após todo o investimento feito nesse projeto, o Brasil não pode pensar em parar agora. Seria um crime de lesa-pátria.
Como já disse antes, equilibrar na balança a necessidade do país combater suas deficiências estruturais (pobreza, ignorância, insegurança) com a necessidade de manter UM MÍNIMO poder de dissuasão militar, é muito difícil. São muitas as variáveis a serem levadas em conta. Estava lendo a mensagem de Vinicius numa interessantíssima discussão com Fcarvalho, sobre o ressurgimento dos tanques “Osório”, tem muito a ver com isso. Vejam o tópico “Carros de Combate do EB” na seção de Forças Terrestres.
Por isso que acho importante que tenhamos mais complacência com as atitudes desse e de futuros governos brasileiros, em situações como a dessa licitação do caça FX. Lembrem-se que o governo neozelandês, desmontou boa parte de sua aviação, obrigando seus pilotos de combate a se alistarem em forças áereas da Comunidade britânica. Esse governo devia ter suas razões, embora possamos não compreendê-las bem.