VLS? Acho que nem em 2007 mais...

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Vinicius Pimenta
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#31 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Out 26, 2005 12:48 am

Sem dúvida são lançadores que vão se completando. Não são projetos inteiramente novos de um pro outro. Por isso os custos são menores.

No entanto, o valor anunciado me pareceu muito baixo para o tamanho da pretenção. A meta é chegar em 2022, ano em que se completa 200 anos da independência do Brasil - e isso foi ressaltado no artigo, e lançar o foguete de codinome Epsilon, que possui capacidade de colocar satélites geo-estacionários em órbita. Com isso, haveria um simbolismo: no bicentenário de sua independência, o Brasil estaria atingindo sua independência no setor espacial.

É ver pra crer. Vou torcer muito. Mas o valor anunciado me pareceu muito baixo para um projeto dessa magnitude.




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#32 Mensagem por César » Qua Out 26, 2005 1:14 am

Também achei o valor baixo demais, o que denota uma falta de seriedade quando o Brasil aborda esse tipo de assunto.

De qualquer forma, ao menos mostra que é um programa de longo prazo e, principalmente, um programa de ESTADO, não de governo. É um avanço, mas é preciso de muito mais.

Por fim, creio que a adoção de combustível líquido vai tirar certas barreiras tecnológicas impostas ao Brasil, pois lançadores de combustível sólidos são mais facilmente adaptáveis a se tornarem mísseis balísticos.

E quase nenhum país no mundo ajudaria o Brasil a fazer um projeto que pode se transformar numa arma.

Abraços

César




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#33 Mensagem por Centurião » Qua Out 26, 2005 12:43 pm

Eu vi a reportagem na Globo e achei pequeno o valor para o projeto até 2022. Daí, olha só o que eu encontrei no Estadão:

Brasil investe em novos VLS para lançar geoestacionários

A expectativa é de que entrem em operação de 2008 a 2012 - R$ 2 bi investidos

Brasília - A Agência Espacial Brasileira confirmou que está promovendo mudanças no sistema de lançamento de foguetes na Base de Alcântara, destruída há dois anos, quando a explosão de um Veículo Lançador de Satélites (VLS) matou 21 pessoas. De acordo com o novo projeto, apresentado por autoridades do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), o Brasil passará a desenvolver uma nova linha de VLS e poderá lançar satélites maiores, de até 4 toneladas.

A expectativa é de que novos veículos lançadores entrem em operação de 2008 a 2012, período em que deverão ser investidos até R$ 2 bilhões. O objetivo é fazer com que o Brasil tenha condições de lançar satélites geoestacionários, inclusive de outros países.


Quem estaria errado? Estadão ou a Globo?

Outra pergunta que não sai da minha cabeça. Ela surgiu após constatar esse trecho no artigo da Defesa@Net:

Para a AEB, a oportunidade de enviar seu astronauta ao espaço vai além da realização de experimentos. É uma chance de dar maior visibilidade ao programa espacial e colocar o Brasil numa elite de países que possuem uma vertente voltada para missões tripuladas. "Esperamos que esse vôo abra a oportunidade para outros, no futuro", diz Gaudenzi.


Acho que vocês já sabem aonde eu quero chegar, afinal especular não faz mal a ninguém, certo? Enfim, a pergunta: Será que a AEB está sendo mais ambiciosa do que realmente demonstra e tem a intenção de lançar uma missão tripulada no futuro?

Existe outro fato que pode dar sustentação a essa dúvida. Se não me engano, o foguete chinês que enviou a missão tripulada ao espaço é baseado no "Longa Marcha IV", responsável por lançar satélites pesados como os do programa CBERS. Não seria de se estranhar se a AEB seguisse essa mesma linha de pensamento.

PS: Visto que eu sou leigo no assunto de lançadores, posso estar completamente (e ridiculamente) equivocado.

EDIT: Link da Folha sobre o assunto (é preciso ser assinante UOL para acessar): http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienci ... 200501.htm




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#34 Mensagem por A-29 » Qua Out 26, 2005 1:48 pm

ASTRONÁUTICA

País quer cinco novos lançadores até 2022

Projeto com custo estimado em US$ 700 milhões dará ao Brasil total auto-suficiência no acesso ao espaço

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo brasileiro apresentou anteontem, em São José dos Campos, seu plano para dotar o país de completa auto-suficiência no acesso ao espaço. O projeto, divulgado conjuntamente pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial) e pela AEB (Agência Espacial Brasileira), conta com o desenvolvimento de cinco novos lançadores de satélites até 2022, a um custo estimado de US$ 700 milhões.

é o chamado Programa Cruzeiro do Sul, nome que faz referência à célebre constelação do hemisfério Sul, com suas cinco estrelas (Alfa, Beta, Gama, Delta e Epsilon), uma para cada novo foguete.

O lançador Alfa seria uma evolução direta do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), foguete que o Brasil desenvolve desde os anos 1980 no CTA, com histórico de dois lançamentos malogrados (1997 e 1999) e um acidente catastrófico, que matou 21 técnicos e engenheiros, em agosto de 2003.

Originalmente, o foguete é composto por quatro estágios (grosso modo, andares de foguete), todos movidos a combustível sólido. O Alfa trocará os últimos dois estágios sólidos do VLS-1 por um de combustível líquido. O projeto será desenvolvido em parceria com os russos, conforme dita um protocolo assinado em Moscou durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia.

"Os russos estarão trabalhando para desenvolver a concepção desse motor", disse à Folha o major-brigadeiro Adenir Siqueira Viana, diretor do CTA. Mas, segundo ele, ainda não há nenhum acerto para ter cooperação russa nos futuros membros da família de lançadores do Cruzeiro do Sul. "O programa espacial brasileiro sempre esteve aberto a parcerias internacionais", diz Viana. "Os russos, agora, aparecem como os parceiros mais promissores, mas ainda não há nada definido."

Não é o que parece, a julgar pela configuração dos futuros lançadores. O Epsilon, por exemplo, é idêntico ao lançador órion, proposto pelo consórcio internacional Orionspace (http://www.orionspace.com) para a realização de vôos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (MA). Os demais lançadores (Beta, Gama e Delta) também figuravam de documento obtido pela Folha, apresentado pelos russos ao governo brasileiro no ano passado. O projeto da Orionspace é encabeçado por empresas russas que desenvolveram o desenho do veículo.

Viana diz que o desenvolvimento dos motores de combustão líquida (tecnologia que o país ainda não domina) ocorrerá no Brasil. "Não temos intenção de comprar nenhum pacote fechado", diz. "Vamos desenvolver e fabricar esses motores aqui." De acordo com ele, "o pessoal que tratou disso" escolheu os parâmetros dos veículos após "testar centenas de configurações, fazer simulações".

A combustão líquida dos novos foguetes brasileiros, assim como a do órion, é baseada em querosene e oxigênio líquidos. é uma opção bem comum, adotada, por exemplo, pelos veneráveis lançadores russos Soyuz, que levam naves espaciais tripuladas ao espaço e também despacham sondas interplanetárias (como a Venus Express, européia, que deve ser mandada para as imediações venusianas nos próximos dias).

Caso o plano dos lançadores se concretize, o que, segundo Viana, dependerá da disponibilidade de recursos, o Brasil estará capacitado a fazer praticamente qualquer tipo de lançamento -inclusive colocar em órbita satélites geoestacionários, usados principalmente para telecomunicações. O governo atualmente tem um projeto vultoso de concepção de satélites desse tipo, orçado em mais de US$ 600 milhões.





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#35 Mensagem por Centurião » Qua Out 26, 2005 1:54 pm

Eu não coloquei a reportagem porque não sabia se era permitido, já que o acesso é pago. Mas está aí. Valeu, A-29!




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#36 Mensagem por rodrigo » Qua Out 26, 2005 2:03 pm

Junto com a reportagem no jornal, tem um desenho dos novos foguetes. O projeto é ambicioso, e totalmente fora da nossa realidade financeira, econômica e estratégica, porque os últimos foguetes são ICBMs.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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#37 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Out 26, 2005 2:36 pm

Eu já nem acho que está fora da realidade. Os valores estão dentro do que o Brasil pode pagar. O que eu acho que está fora da realidade é conseguir construir isso tudo com tão pouco.




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#38 Mensagem por Centurião » Qua Out 26, 2005 2:37 pm

rodrigo escreveu:Junto com a reportagem no jornal, tem um desenho dos novos foguetes. O projeto é ambicioso, e totalmente fora da nossa realidade financeira, econômica e estratégica, porque os últimos foguetes são ICBMs.


Não achei a imagem na internet. Rodrigo, você pode "scaneá-la" e postar aqui?




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#39 Mensagem por FinkenHeinle » Qua Out 26, 2005 3:04 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Sem dúvida são lançadores que vão se completando. Não são projetos inteiramente novos de um pro outro. Por isso os custos são menores.

No entanto, o valor anunciado me pareceu muito baixo para o tamanho da pretenção. A meta é chegar em 2022, ano em que se completa 200 anos da independência do Brasil - e isso foi ressaltado no artigo, e lançar o foguete de codinome Epsilon, que possui capacidade de colocar satélites geo-estacionários em órbita. Com isso, haveria um simbolismo: no bicentenário de sua independência, o Brasil estaria atingindo sua independência no setor espacial.

É ver pra crer. Vou torcer muito. Mas o valor anunciado me pareceu muito baixo para um projeto dessa magnitude.

Sem dúvida, a torcida será grande!


Interessante essa de completar os 200 Anos da Independência com o Lançador Pesado!

Mas sem dúvida, parece um valor baixo! Cabe saber se existe alguma parceria mais efetiva da Rússia! Pode ser isso também!

Havia aquele projeto da Orion Space http://www.orionspace.com/, que segundo um NotImp levaria ao desenvolvimento de uma família de Lançadores!




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#40 Mensagem por FinkenHeinle » Qua Out 26, 2005 3:08 pm

César escreveu:Também achei o valor baixo demais, o que denota uma falta de seriedade quando o Brasil aborda esse tipo de assunto.

De qualquer forma, ao menos mostra que é um programa de longo prazo e, principalmente, um programa de ESTADO, não de governo. É um avanço, mas é preciso de muito mais.

Por fim, creio que a adoção de combustível líquido vai tirar certas barreiras tecnológicas impostas ao Brasil, pois lançadores de combustível sólidos são mais facilmente adaptáveis a se tornarem mísseis balísticos.

E quase nenhum país no mundo ajudaria o Brasil a fazer um projeto que pode se transformar numa arma.

Abraços

César

Concordo com o César!


Mas no caso do uso de Combustível Líquido, há um problema no sentido de ter também de adaptar o CLA para isso!




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#41 Mensagem por FinkenHeinle » Qua Out 26, 2005 3:13 pm

Centurião escreveu:Quem estaria errado? Estadão ou a Globo?

Acho que vocês já sabem aonde eu quero chegar, afinal especular não faz mal a ninguém, certo? Enfim, a pergunta: Será que a AEB está sendo mais ambiciosa do que realmente demonstra e tem a intenção de lançar uma missão tripulada no futuro?

Existe outro fato que pode dar sustentação a essa dúvida. Se não me engano, o foguete chinês que enviou a missão tripulada ao espaço é baseado no "Longa Marcha IV", responsável por lançar satélites pesados como os do programa CBERS. Não seria de se estranhar se a AEB seguisse essa mesma linha de pensamento.

PS: Visto que eu sou leigo no assunto de lançadores, posso estar completamente (e ridiculamente) equivocado.

Olá Centurião!


Acredito que esse valor de R$ 2 Bi seriam ao longo dos 17 anos até 2022, para os 5 Lançadores!

QUanto à missão tripulada, eu realmente não acredito que ninguém dentro da AEB ou do CTA tenha pensado seriamente nessa possibilidade!

No que diz respeito à linha de projeto dos Lançadores, o parceiro seria a Rússia, e portanto, seria de esperar que importássemos de lá sua cultura de projetos de lançadores!




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#42 Mensagem por FinkenHeinle » Qua Out 26, 2005 3:22 pm

A-29 escreveu:É o chamado Programa Cruzeiro do Sul, nome que faz referência à célebre constelação do hemisfério Sul, com suas cinco estrelas (Alfa, Beta, Gama, Delta e Epsilon), uma para cada novo foguete.

O lançador Alfa seria uma evolução direta do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), foguete que o Brasil desenvolve desde os anos 1980 no CTA, com histórico de dois lançamentos malogrados (1997 e 1999) e um acidente catastrófico, que matou 21 técnicos e engenheiros, em agosto de 2003.

Originalmente, o foguete é composto por quatro estágios (grosso modo, andares de foguete), todos movidos a combustível sólido. O Alfa trocará os últimos dois estágios sólidos do VLS-1 por um de combustível líquido. O projeto será desenvolvido em parceria com os russos, conforme dita um protocolo assinado em Moscou durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia.

"Os russos estarão trabalhando para desenvolver a concepção desse motor", disse à Folha o major-brigadeiro Adenir Siqueira Viana, diretor do CTA. Mas, segundo ele, ainda não há nenhum acerto para ter cooperação russa nos futuros membros da família de lançadores do Cruzeiro do Sul. "O programa espacial brasileiro sempre esteve aberto a parcerias internacionais", diz Viana. "Os russos, agora, aparecem como os parceiros mais promissores, mas ainda não há nada definido."

Não é o que parece, a julgar pela configuração dos futuros lançadores. O Epsilon, por exemplo, é idêntico ao lançador órion, proposto pelo consórcio internacional Orionspace (http://www.orionspace.com) para a realização de vôos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (MA). Os demais lançadores (Beta, Gama e Delta) também figuravam de documento obtido pela Folha, apresentado pelos russos ao governo brasileiro no ano passado. O projeto da Orionspace é encabeçado por empresas russas que desenvolveram o desenho do veículo.

Viana diz que o desenvolvimento dos motores de combustão líquida (tecnologia que o país ainda não domina) ocorrerá no Brasil. "Não temos intenção de comprar nenhum pacote fechado", diz. "Vamos desenvolver e fabricar esses motores aqui." De acordo com ele, "o pessoal que tratou disso" escolheu os parâmetros dos veículos após "testar centenas de configurações, fazer simulações".

A combustão líquida dos novos foguetes brasileiros, assim como a do órion, é baseada em querosene e oxigênio líquidos. é uma opção bem comum, adotada, por exemplo, pelos veneráveis lançadores russos Soyuz, que levam naves espaciais tripuladas ao espaço e também despacham sondas interplanetárias (como a Venus Express, européia, que deve ser mandada para as imediações venusianas nos próximos dias).

Caso o plano dos lançadores se concretize, o que, segundo Viana, dependerá da disponibilidade de recursos, o Brasil estará capacitado a fazer praticamente qualquer tipo de lançamento -inclusive colocar em órbita satélites geoestacionários, usados principalmente para telecomunicações. O governo atualmente tem um projeto vultoso de concepção de satélites desse tipo, orçado em mais de US$ 600 milhões.


Grifei trachos que julguei importante!


Esse "Programa Cruzeiro do Sul", do qual o primeiro passo concreto seria o "Alfa", que é a evolução do VLS-1, à qual postei notícia, parece ser ambicioso e interessante!

Como coloquei antes, sobre o Epsilon e o Órion, foi noticiado que o Ório propunha o desenvolvimento desse lançador aqui. O que parece indicar que o Programa será feito em parceria com os russos, e portnato não se limitaria aos R$ 2 Bi.

Quanto ao desenvolvimento dos Motores-Foguete, é interessante a citação de não comprar pacotes fechados, e desenvolvê-los aqui!

Agora, é esperar pra ver!




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#43 Mensagem por FinkenHeinle » Qua Out 26, 2005 3:23 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Eu já nem acho que está fora da realidade. Os valores estão dentro do que o Brasil pode pagar. O que eu acho que está fora da realidade é conseguir construir isso tudo com tão pouco.

Pois é esse o meu pensamento...


Mesmo que não considere idealmente dentro de nossas capacidades, não seria também suficiente para um projeto de tal magnitude!




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#44 Mensagem por Centurião » Qua Out 26, 2005 3:41 pm

FinkenHeinle escreveu:Olá Centurião!


Acredito que esse valor de R$ 2 Bi seriam ao longo dos 17 anos até 2022, para os 5 Lançadores!

QUanto à missão tripulada, eu realmente não acredito que ninguém dentro da AEB ou do CTA tenha pensado seriamente nessa possibilidade!

No que diz respeito à linha de projeto dos Lançadores, o parceiro seria a Rússia, e portanto, seria de esperar que importássemos de lá sua cultura de projetos de lançadores!


Opa, FinkenHeinle!

Deve mesmo ser esse valor até 2022. É que eu sou um otimista e acho que a situação do Brasil vai estar bem melhor em alguns anos e vamos poder investir mais nessa área.

Quanto ao exemplo chinês, foi só para mostrar o passo dado de um lançador de carga de algumas toneladas modificado para um lançador de cápsulas para missões tripuladas. Talvez o Brasil possa dar essa conatação a médio ou longo prazo, visto que pela reportagem a construção dos foguetes em algum dos momentos será totalmente independente dos russos.

PS: Estou em dúvida. O lançador de missões tripuladas chinês é baseado no Longa Marcha ou estou enganado?




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#45 Mensagem por Centurião » Qua Out 26, 2005 3:48 pm

Existe o melhor combustível para foguetes e satélites?
25/10/2005 16:56:03

Uma família de lançadores baseada no aperfeiçoamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) foi apresentada nessa segunda-feira (24/10) em São José dos Campos (SP), dentro do Programa Cruzeiro do Sul. Na evolução tecnológica de tais foguetes, a propulsão dos veículos é um dos principais fatores, e este assunto será discutido partir desta quarta-feira (26/10) com o Minicurso "Propulsão de Foguetes e Satélites".

Promovido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o evento abordará os diferentes tipos de propulsão - líquida, sólida, iônica e híbrida -, o que têm sido feito e o que se pretende fazer neste setor. A primeira palestra, com o pesquisador chefe do Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Demétrio Bastos, explicará os sistemas básicos de propulsão.

Programa Espacial

Tanto os lançadores quanto os satélites necessitam de sistemas de propulsão. Em lançadores de satélites, servem para impulsionar o veículo a centenas de quilômetros da Terra e assim colocar os satélites em órbita. O Veículo Lançador de Satélite (VLS-1), por exemplo, utiliza propelente sólido, vantajoso para oferecer o empuxo (força) requerido para o seu deslocamento. Os satélites, por sua vez, precisam de motores a fim de reposicioná-los nas coordenadas corretas, devido à modificação em seu posicionamento causada pela ação da gravidade e pelo arrasto com a atmosfera.


Confira a programação

26/10 - Manhã (9h30 às 12h) - Sistemas de propulsão - Conceitos Básicos - Demétrio Bastos (INPE)

26/10 - Tarde (14h30 às 17h) - Propulsão de satélites Atividades do LCP - Demétrio Bastos (INPE)

27/10 - Manhã - (9h30 às 12h) - Propulsão de foguetes Propulsão Sólida - Wilson Shimote (IAE)

27/10 - Tarde - (14h30 às 17h) - Propulsão de foguetes Propulsão Líquida - Wilson Shimote (IAE)

28/10 - Manhã (9h30 às 12h) - Propulsão Iônica: Teoria e aplicações - José Leonardo (UnB)

28/10 - Tarde (14h30 às 17h) - Combustíveis Híbridos Atividades da UnB - Lílian Santos (UnB)



FONTE: http://www.aeb.gov.br




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