Desarmamento Civil
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- Plinio Jr
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Baaz, você foi perfeito na sua colocação de que "Diminuir a criminalidade se faz com educação, saúde , emprego e renda para população, como nossos governantes nos negam tudo isto, consideraram este referendo uma medida mais fácil de iludir a população."
Também estou curioso para saber qual vai ser o resultado da pesquisa da Band que é a única rede de TV que em editorial se posicionou contra tal.
Abraços
Eu que coloquei isto Slip, como havia dito , será muito dificil vencer esta uma vez que a Rede Bobo, vários outros meios da imprensa e este Governo de M.... estão envolvidos e exercendo muita pressão para que a proibição seja adotada.
As vezes me pergunto, governos vem e vão e nossas FA´s estão sendo sucateadas e dissolvidas aos poucos, a situação política envolvida num mar de lama, o quadro social no país está caótico e não há perspectivas de melhora, as autoridades não nos garante segurança nas ruas, leis que beneficiam marginais, além de um sistema carcerário precário e agora nos tiram o direito de poder defender-se.
Tenho até medo de perguntar qual será a próxima etapa..
Também estou curioso para saber qual vai ser o resultado da pesquisa da Band que é a única rede de TV que em editorial se posicionou contra tal.
Abraços
Eu que coloquei isto Slip, como havia dito , será muito dificil vencer esta uma vez que a Rede Bobo, vários outros meios da imprensa e este Governo de M.... estão envolvidos e exercendo muita pressão para que a proibição seja adotada.
As vezes me pergunto, governos vem e vão e nossas FA´s estão sendo sucateadas e dissolvidas aos poucos, a situação política envolvida num mar de lama, o quadro social no país está caótico e não há perspectivas de melhora, as autoridades não nos garante segurança nas ruas, leis que beneficiam marginais, além de um sistema carcerário precário e agora nos tiram o direito de poder defender-se.
Tenho até medo de perguntar qual será a próxima etapa..
- Slip Junior
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- Guilherme
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Slip Junior escreveu:Texto postado originalmente por André Amaral na Lista Base-Militar. Apesar de não gostar muito desse tipo de material claramente panfletário, achei interessante o paralelo histórico traçado no mesmo.
DESARMAMENTO: A ALEGRIA DO CRIME!
Mensagem enviada para a lista do Clube de Tiro .38 ( clube38@grupos.com.br):
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Caros Amigos,
Rafael Moura-Neves (M1 Carbine) já esclareceu, por mais de uma vez, que o texto: “DESARMAMENTO: ALEGRIA DO CRIME” atribuído ao médico José Arimatéia (e que nada tem a ver com ele) contém algumas datas e alguns dados equivocados.
Logo, não devemos estar reproduzindo algo que não esteja 100% correto! Se insistirem em divulgar que o primeiro passo para um regime não democrático é o DESARMAMENTO DOS CIVIS, tudo bem, desde que seja feita uma boa revisão!
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- Jet Crash®
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Slip Junior escreveu:Texto postado originalmente por André Amaral na Lista Base-Militar. Apesar de não gostar muito desse tipo de material claramente panfletário, achei interessante o paralelo histórico traçado no mesmo.
Em 1956, o Camboja desarmou a população ordeira. De 1975 a 1977, um milhão de pessoas "instruídas", impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados.
Boa sorte.
Abraços
Estas pessoas instruídas não seriam as elites que o Mula se referiu? Ou pior a Classe Média?
Jet Crash®
- Guilherme
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Dossiê desmascara Viva Rio
Circula no Congresso, em Brasília, um dossiê que torna público o que muitos já desconfiavam: o Viva Rio - ONG que organiza passeatas como a "Marcha Brasil Sem Armas" (televisionada pela Rede Globo) e outras
campanhas do estilo - utiliza dinheiro público sem qualquer controle. Elaborado pela Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro, através de sua Auditoria Geral, o documento aponta diversas impropriedades. Entre elas está a ausência de comprovação de despesas administrativas, a falta de evidência de acompanhamento de serviços executados, discrepância de valores, ausência de documentos fiscais, despesas realizadas em desacordo com os objetos dos convênios, entre outros gastos não justificados que totalizam quase R$ 50 mil. Chama atenção ainda que o Secretário Executivo do Viva Rio seja sócio de uma empresa que prestou serviços à própria entidade, e que o ISER (Instituto de Estudos da Religião, que ) e o Viva Rio possuam coincidência de endereço, conforme inscrição no município.
Ou seja: o Viva Rio é uma das tantas ONGs "sem fins lucrativos" que, por lei, ainda não precisam prestar contas ao Tribunal de Contas da União. Mas, a partir do ano que vem (segundo matéria publicada no jornal
Folha de S.Paulo do último dia 20), o governo irá tentar pôr em ordem as parcerias do chamado terceiro setor. Hoje, há estimativas de que existam 250 mil ONGs no Brasil sem que haja qualquer controle institucional, que põe a mão em cerca de R$ 2 bilhões anuais. Segundo a matéria da Folha, a "Abong, associação nacional das ONGs, tem cerca de 270 entidades cadastradas. Numa amostra com apenas 163 dessas, encontrou R$ 10 milhões de financiamento da União para 63 delas, o equivalente a 7,5% de seus orçamentos. Isso sem contar com o dinheiro dos Estados e municípios". Na hipótese de uma CPI, o Viva Rio e outras tantas ONGs serão desmascaradas com facilidade, não é mesmo?
Interesses (nem tão) obscuros
Seria ingenuidade isentar o Viva Rio de um grande movimento desarmamentista que possui terceiras - e até quartas - intenções. Conforme escreveu o jornalista Políbio Braga em sua coluna, que está sendo divulgada também no site do CMI (Centro de Mídia Independente -
http://www.midiaindependente.org), quem quer transformar os "brasileiros em cordeirinhos covardes são quatro grupos:
1) a indústria americana de armas (até a embaixada americana entrou na dança em Brasília), atacada em seu mercado pela concorrência brasileira;
2) a Rede Globo, que ontem (sexta-feira) chamou o Viva Rio para desembarcar da canoa;
3) o movimento Viva Rio, que recebe US$ 1 milhão por ano de dinheiro inglês (um dos patrocinadores, controla indústrias americanas de armas leves, concorrentes dos brasileiros, e tem George Soros, também apoiador do Viva Rio, como consultor financeiro);
4) boa parte da esquerda, inclusive o governo Lula e o PT (a bancada do PT gaúcho não moveu um músculo para defender a indústria gaúcha de armas e os seus empregados, até agora), que querem manietar todo o
povo brasileiro ao tacão estatal.
O Viva Rio, como se sabe, integra a rede mundial de organizações não-governamentais chamada IANSA (International Action Network of Small Arms), é financiada por indústrias estrangeiras de armas de fogo, principalmente a americana e inglesa, que, há muito, estão de olho no mercado brasileiro. Os objetivos e estratégias da IANSA estão relacionados em suas diretrizes, conforme segue:
1 - Reduzir a disponibilidade de armas para civis em todas as sociedades;
2 - Estabelecer regulamentações, treinamento e supervisão para assegurar o compromisso com padrões internacionais de direitos humanos por instituições estatais, forças armadas irregulares e cidadãos, no uso de armas leves;
3 - Promoção de programas para incentivar os cidadãos a entregar armas de fogo ilegais, inseguras ou indesejáveis;
4 - Relatórios regulares ao Registro de Armas Convencionais da ONU e apoio à extensão de sua abrangência para incluir algumas categorias de armas leves;
5 - Reforçar o papel da sociedade civil no monitoramento de transferências e do uso de armas leves nas esferas nacional, regional e internacional;
6 - Acompanhamento e monitoramento de transferências e movimentações de armas leves;
7 - Estabelecer sistemas políticos e legais para assegurar um efetivo controle e monitoramento civil das forças militares, polícias e outras instituições de aplicação da lei;
8 - Reduzir os gastos militares ao nível mais baixo possível;
9 - Desenvolver campanhas locais, nacionais e regionais de educação e percepção públicas, destinadas a deslegitimizar a posse de armas como parte de um processo de construção de confiança em instituições de
segurança pública imparciais;
10 - Apoiar ONGs e o estabelecimento de capacidade comunitária, particularmente em regiões e localidades onde o uso de armas e a violência sejam mais problemáticos e as ONGs tenham poucos recursos, de modo a facilitar que elas possam desempenhar um papel pleno na IANSA;
11 - Assegurar que as campanhas, a mídia e o trabalho político mantenham o vínculo humano sempre que possível, por exemplo, "dando um rosto às vítimas";
12 - Engajar, quando apropriado, o apoio de figuras públicas respeitadas e populares para transmitir mensagens de campanha para a mídia e o público;
13 - Estigmatizar ações de atores estatais e não estatais percebidos como contribuintes para o problema das armas leves e desenvolver estratégias para incentivar mudanças positivas e de acordo com os padrões internacionais.
Uma breve análise das diretrizes da IANSA:
O item número 4 revela-nos que as ONGs querem um registro universal das armas de fogo no âmbito da ONU, o que faz parte da política de governo mundial desta entidade.
Vejam os itens 5 e 6 - por eles percebemos porque o Viva Rio está tão interessado em assumir o controle dos arquivos da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do SINARM da Polícia Federal. Eles querem substituir Exército e Polícias no controle das armas civis.
Os itens 2 e 7 mostram claramente a intenção de controlar as Forças Armadas e as Polícias.
O item 8 confirma o que já dissemos quanto ao enfraquecimento das Forças Armadas.
Os itens 9 e 13 mostram-nos porque a Sra. Elizabeth Sussekind, do Viva Rio, nomeada Secretária Nacional de Justiça pelo ministro José Carlos Dias, defende a divulgação na Internet do número das armas e da lista
de seus revendedores.
Finalmente, lendo os itens 11, 12 e 13, percebe-se de onde vem a "inspiração" para as campanhas anti-armas do Viva Rio, do SBT e das organizações Globo.
http://www.doutrina.linear.nom.br/Artigos/Novo/Dossi%EA%20desmascara%20Viva%20Rio.htm
Circula no Congresso, em Brasília, um dossiê que torna público o que muitos já desconfiavam: o Viva Rio - ONG que organiza passeatas como a "Marcha Brasil Sem Armas" (televisionada pela Rede Globo) e outras
campanhas do estilo - utiliza dinheiro público sem qualquer controle. Elaborado pela Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro, através de sua Auditoria Geral, o documento aponta diversas impropriedades. Entre elas está a ausência de comprovação de despesas administrativas, a falta de evidência de acompanhamento de serviços executados, discrepância de valores, ausência de documentos fiscais, despesas realizadas em desacordo com os objetos dos convênios, entre outros gastos não justificados que totalizam quase R$ 50 mil. Chama atenção ainda que o Secretário Executivo do Viva Rio seja sócio de uma empresa que prestou serviços à própria entidade, e que o ISER (Instituto de Estudos da Religião, que ) e o Viva Rio possuam coincidência de endereço, conforme inscrição no município.
Ou seja: o Viva Rio é uma das tantas ONGs "sem fins lucrativos" que, por lei, ainda não precisam prestar contas ao Tribunal de Contas da União. Mas, a partir do ano que vem (segundo matéria publicada no jornal
Folha de S.Paulo do último dia 20), o governo irá tentar pôr em ordem as parcerias do chamado terceiro setor. Hoje, há estimativas de que existam 250 mil ONGs no Brasil sem que haja qualquer controle institucional, que põe a mão em cerca de R$ 2 bilhões anuais. Segundo a matéria da Folha, a "Abong, associação nacional das ONGs, tem cerca de 270 entidades cadastradas. Numa amostra com apenas 163 dessas, encontrou R$ 10 milhões de financiamento da União para 63 delas, o equivalente a 7,5% de seus orçamentos. Isso sem contar com o dinheiro dos Estados e municípios". Na hipótese de uma CPI, o Viva Rio e outras tantas ONGs serão desmascaradas com facilidade, não é mesmo?
Interesses (nem tão) obscuros
Seria ingenuidade isentar o Viva Rio de um grande movimento desarmamentista que possui terceiras - e até quartas - intenções. Conforme escreveu o jornalista Políbio Braga em sua coluna, que está sendo divulgada também no site do CMI (Centro de Mídia Independente -
http://www.midiaindependente.org), quem quer transformar os "brasileiros em cordeirinhos covardes são quatro grupos:
1) a indústria americana de armas (até a embaixada americana entrou na dança em Brasília), atacada em seu mercado pela concorrência brasileira;
2) a Rede Globo, que ontem (sexta-feira) chamou o Viva Rio para desembarcar da canoa;
3) o movimento Viva Rio, que recebe US$ 1 milhão por ano de dinheiro inglês (um dos patrocinadores, controla indústrias americanas de armas leves, concorrentes dos brasileiros, e tem George Soros, também apoiador do Viva Rio, como consultor financeiro);
4) boa parte da esquerda, inclusive o governo Lula e o PT (a bancada do PT gaúcho não moveu um músculo para defender a indústria gaúcha de armas e os seus empregados, até agora), que querem manietar todo o
povo brasileiro ao tacão estatal.
O Viva Rio, como se sabe, integra a rede mundial de organizações não-governamentais chamada IANSA (International Action Network of Small Arms), é financiada por indústrias estrangeiras de armas de fogo, principalmente a americana e inglesa, que, há muito, estão de olho no mercado brasileiro. Os objetivos e estratégias da IANSA estão relacionados em suas diretrizes, conforme segue:
1 - Reduzir a disponibilidade de armas para civis em todas as sociedades;
2 - Estabelecer regulamentações, treinamento e supervisão para assegurar o compromisso com padrões internacionais de direitos humanos por instituições estatais, forças armadas irregulares e cidadãos, no uso de armas leves;
3 - Promoção de programas para incentivar os cidadãos a entregar armas de fogo ilegais, inseguras ou indesejáveis;
4 - Relatórios regulares ao Registro de Armas Convencionais da ONU e apoio à extensão de sua abrangência para incluir algumas categorias de armas leves;
5 - Reforçar o papel da sociedade civil no monitoramento de transferências e do uso de armas leves nas esferas nacional, regional e internacional;
6 - Acompanhamento e monitoramento de transferências e movimentações de armas leves;
7 - Estabelecer sistemas políticos e legais para assegurar um efetivo controle e monitoramento civil das forças militares, polícias e outras instituições de aplicação da lei;
8 - Reduzir os gastos militares ao nível mais baixo possível;
9 - Desenvolver campanhas locais, nacionais e regionais de educação e percepção públicas, destinadas a deslegitimizar a posse de armas como parte de um processo de construção de confiança em instituições de
segurança pública imparciais;
10 - Apoiar ONGs e o estabelecimento de capacidade comunitária, particularmente em regiões e localidades onde o uso de armas e a violência sejam mais problemáticos e as ONGs tenham poucos recursos, de modo a facilitar que elas possam desempenhar um papel pleno na IANSA;
11 - Assegurar que as campanhas, a mídia e o trabalho político mantenham o vínculo humano sempre que possível, por exemplo, "dando um rosto às vítimas";
12 - Engajar, quando apropriado, o apoio de figuras públicas respeitadas e populares para transmitir mensagens de campanha para a mídia e o público;
13 - Estigmatizar ações de atores estatais e não estatais percebidos como contribuintes para o problema das armas leves e desenvolver estratégias para incentivar mudanças positivas e de acordo com os padrões internacionais.
Uma breve análise das diretrizes da IANSA:
O item número 4 revela-nos que as ONGs querem um registro universal das armas de fogo no âmbito da ONU, o que faz parte da política de governo mundial desta entidade.
Vejam os itens 5 e 6 - por eles percebemos porque o Viva Rio está tão interessado em assumir o controle dos arquivos da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do SINARM da Polícia Federal. Eles querem substituir Exército e Polícias no controle das armas civis.
Os itens 2 e 7 mostram claramente a intenção de controlar as Forças Armadas e as Polícias.
O item 8 confirma o que já dissemos quanto ao enfraquecimento das Forças Armadas.
Os itens 9 e 13 mostram-nos porque a Sra. Elizabeth Sussekind, do Viva Rio, nomeada Secretária Nacional de Justiça pelo ministro José Carlos Dias, defende a divulgação na Internet do número das armas e da lista
de seus revendedores.
Finalmente, lendo os itens 11, 12 e 13, percebe-se de onde vem a "inspiração" para as campanhas anti-armas do Viva Rio, do SBT e das organizações Globo.
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- Intermediário
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- Registrado em: Ter Out 05, 2004 8:14 pm
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Marechal-do-ar escreveu:De 48% para 81-83% em menos de 6 meses, como isso? Nunca vi algo do tipo nas estatísticas, que mágica fizeram?
Marechal,
pesquisas de opnião são assim. Se você quiser, você pode mudar totalmente o resultado da pesquisa ao escolher os dados da mesma, como questionário, tamanho da amostra, tipo de publico alvo para a amostra, local da pesquisa, e entre outros. Assim qualquer um pode muito bem fazer uma pesquisa e mostrar que tem X% de apoio. Neste caso, basta você fazer uma pergunta bem complicada para pessoas que estão com pressa, que estatisticamente esta pessoa estara sendo induzida a responder uma pesquisa da maneira que o solicitador da mesma solicitou.
Quer ver um exemplo:
"Você é contra a venda legal de armas de fogo no Brasil" aqui no DB, certamente o resultado seria uns 98% a favor do não, e 2% sim. Agora se eu solto esse resultado, eu dou uma imagem errada, pois o universo em que eu pesquisei não era um universo abrangente, nem imparcial. Certamente é o que eles fizeram.
Agora vc quer ver um exemplo bom de como a pergunta estimula ao erro.
"Você é a favor da proibição da venda legal de armas de fogo no Brasil"
Se vc estiver com pressa ou não entender direito a pergunta, certamente achará se é uma pesquisa sobre se é a favor de vender armas de fogo. Assim uma pesquisa, somente seus resultados, não mostram nada. Quando fiz minha monografia, tive que fazer uma pesquisa de campo, e quando-a apresentei para a banca, eles não deram muita importancia de inicio ao resultado e sim a:
Como eu chegei ao tamanho da amostra, onde foram efetuadas as pesquisas, e principalmente como foi elaborado o questionário e tabulação da mesma.
Sem a posse de esse tipo de informações é muito dificil ou quase impossivel sabermos se a pesquisa é imparcial ou não.
Run, live to fly,
fly to live, do or die
Run, live to fly,
fly to live. Aces high
Iron Maiden - Aces High
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- Delta Dagger
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Difícil ver lei mais estúpida do que o estatuto do desarmamento.
Criam factóides para enganar a opinião pública, que de boa fé e mal informada é suscetível a tais falácias.
Ha muitos anos é permitida a venda de armas para civis, mas os índices de criminalidade só chegaram ao ponto em que estão hoje devido a miséria e ao consumo de drogas que é o financiador do tráfico.
Não é a venda de armas legais em lojas que causa ou incentiva a criminalidade.
Esta desculpa que roubam as armas de cidadãos de bem e tais armas são usadas em crimes não justifica uma lei desta natureza. Tais casos são a exceção e não a regra. Proibir a venda armas porque são usadas em crimes é como proibir automóveis devido as mortes no trânsito.
O Brasil é um país muito complexo e diversificado... uma lei que se aplica em Curitiba pode não se aplicar no interior do Pará, da Bahia ou do Acre.
Viver em cidades é uma coisa, ter um latifúndio no sertão com o posto policial mais próximo a 100 Km de distância é uma coisa completamente diferente.
A proibição da venda de armas só prejudicará ao cidadão comum, pois os abastados terão seus seguranças particulares e seus carros blindados, os políticos idem e os bandidos que nunca respeitaram a lei terão tranqüilidade para agir, já que não terão nenhuma resistência.
A proibição tira a chance de legítima defesa do cidadão, o que é um direito constitucional.
Lei canalha, incentivada por governos estrangeiros e órgãos com interesses duvidosos. O pior é que o governo embarca nessa canoa furada.
Criam factóides para enganar a opinião pública, que de boa fé e mal informada é suscetível a tais falácias.
Ha muitos anos é permitida a venda de armas para civis, mas os índices de criminalidade só chegaram ao ponto em que estão hoje devido a miséria e ao consumo de drogas que é o financiador do tráfico.
Não é a venda de armas legais em lojas que causa ou incentiva a criminalidade.
Esta desculpa que roubam as armas de cidadãos de bem e tais armas são usadas em crimes não justifica uma lei desta natureza. Tais casos são a exceção e não a regra. Proibir a venda armas porque são usadas em crimes é como proibir automóveis devido as mortes no trânsito.
O Brasil é um país muito complexo e diversificado... uma lei que se aplica em Curitiba pode não se aplicar no interior do Pará, da Bahia ou do Acre.
Viver em cidades é uma coisa, ter um latifúndio no sertão com o posto policial mais próximo a 100 Km de distância é uma coisa completamente diferente.
A proibição da venda de armas só prejudicará ao cidadão comum, pois os abastados terão seus seguranças particulares e seus carros blindados, os políticos idem e os bandidos que nunca respeitaram a lei terão tranqüilidade para agir, já que não terão nenhuma resistência.
A proibição tira a chance de legítima defesa do cidadão, o que é um direito constitucional.
Lei canalha, incentivada por governos estrangeiros e órgãos com interesses duvidosos. O pior é que o governo embarca nessa canoa furada.
- Plinio Jr
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Lei canalha, incentivada por governos estrangeiros e órgãos com interesses duvidosos. O pior é que o governo embarca nessa canoa furada.
O governo embarca nessa porque para ele é muito mais comodo proibir a venda de armas para o cidadão comum do que melhorar a qualidade de ensino, condições as empresas para gerar empregos e consequentemente renda satisfatória aos trabalhadores, melhorias de infra-estrutura básica, atualização do código penal e profundas modificações no sistema carcerário e dar-nos proteção em questões de segurança pública, entre outros.
Como podem ver , nos privam de todos estes direito que deveriam ter a obrigação de nos conceder e acham que com uma campanha ridicula dessas, vai resolver as questões de violencia e criminalidade do pais.
E torna-se complicado para este governo falar em justiça, tendo dentro do seu nucleo, diversas pessoas envolvidas em casos de corrupção, que a esta altura , deveriam estar todas elas presas...
é o que penso....
O governo embarca nessa porque para ele é muito mais comodo proibir a venda de armas para o cidadão comum do que melhorar a qualidade de ensino, condições as empresas para gerar empregos e consequentemente renda satisfatória aos trabalhadores, melhorias de infra-estrutura básica, atualização do código penal e profundas modificações no sistema carcerário e dar-nos proteção em questões de segurança pública, entre outros.
Como podem ver , nos privam de todos estes direito que deveriam ter a obrigação de nos conceder e acham que com uma campanha ridicula dessas, vai resolver as questões de violencia e criminalidade do pais.
E torna-se complicado para este governo falar em justiça, tendo dentro do seu nucleo, diversas pessoas envolvidas em casos de corrupção, que a esta altura , deveriam estar todas elas presas...
é o que penso....
- rodrigo
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01/08/2005 - 09h47
80% são contra a venda de armas no Brasil
FABIO SCHIVARTCHE
VICTOR RAMOS
da Folha de S.Paulo
A três meses do referendo em que a população decidirá sobre a venda de armas de fogo e munição, a grande maioria dos brasileiros defende a proibição do comércio desses produtos. É o que revela pesquisa do Datafolha realizada no dia 21 de julho com 2.110 pessoas em 134 municípios.
Oito em cada dez brasileiros (80%) defendem a proibição. Outros 17% afirmam ser contra esse impedimento. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Apenas 3% não souberam responder à pergunta do Datafolha, idêntica à que será feita no referendo do dia 23 de outubro: o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?
Caso o "sim" seja a resposta da maioria, o comércio desses produtos ficará proibido. Se o "não" ganhar, a comercialização continuará permitida, mas permanecerão em vigor todas as restrições ao porte e à compra de armas de fogo previstas no Estatuto do Desarmamento --como comprovar aptidão psicológica para o uso e justificar a necessidade da arma.
Será a primeira vez que acontecerá um referendo no país e, também, que se faz um referendo sobre esse tema no mundo. O voto será obrigatório para maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
Há mais mulheres no grupo a favor da proibição. Entre elas, 85% dizem ser contra as armas, contra 75% dos homens.
No Nordeste brasileiro, 84% dizem que a venda de armas de fogo deve ser proibida --o maior índice do país. Em oposição, no Sul essa taxa cai para 71% --a menor.
Quanto maior a escolaridade do entrevistado, menor seu apoio à proibição. No ensino fundamental, 16% se dizem contra a limitação. No ensino médio, são 17%. E, no nível superior, são 22%.
O número de pessoas que afirma possuir uma arma de fogo em casa se manteve estável nos últimos seis anos. Em 1999, 8% dos brasileiros disseram ao Datafolha que alguém na residência tinha uma arma. Agora, são 9%.
A partir de hoje fica liberada a propaganda paga para a defesa dos dois lados. Mas a falta de regulamentação deve adiar seu início. Com mais informação, a expectativa é que caia o número de pessoas que dizem não ter conhecimento do referendo (24% dos entrevistados pelo Datafolha).
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, acredita que é provável que ocorra nas próximas semanas uma aproximação dos índices de quem é contra e de quem é a favor à proibição após o início da propaganda gratuita.
"Até agora, o grupo contrário à venda de armas obteve maior destaque na mídia nacional. Com tempos iguais para defender seus argumentos na TV, há uma tendência a nivelar as opiniões. Mas três meses é um período muito curto para uma reversão de números tão distantes (80% contra 17%)", avalia Paulino.
Em busca do voto de um terço da população brasileira que diz estar mal informada ou não ter conhecimento do referendo, os dois grupos (prós e contras) passarão a estudar a seguinte questão: por que as mulheres e os nordestinos se dizem mais contrários à venda de armas de fogo?
Para a antropóloga carioca Jacqueline Muniz, professora da Universidade Cândido Mendes, parte da resposta pode estar no papel de mediação incorporado pelas mulheres na sociedade brasileira. "Elas tendem a buscar métodos mais pacíficos de resolução de seus problemas e de conflitos familiares", afirma.
Em relação ao predomínio de opiniões contrárias à venda de armas de fogo no Nordeste, Muniz busca uma resposta na história. "O povo nordestino experimentou um abuso do poder e mecanismos repressivos de imposição da vontade da elite com o coronelismo, que sempre praticou o uso da força, por vezes com armas. O referendo é a oportunidade de garantir direitos, se libertar."
Já o sociólogo Cláudio Beato, do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, vê uma maior receptividade à venda de armas no Sul como um reflexo da sociedade agrária. "Além disso, há indústrias de armamentos no Sul, o que deve influenciar a opinião pública."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u111544.shtml
80% são contra a venda de armas no Brasil
FABIO SCHIVARTCHE
VICTOR RAMOS
da Folha de S.Paulo
A três meses do referendo em que a população decidirá sobre a venda de armas de fogo e munição, a grande maioria dos brasileiros defende a proibição do comércio desses produtos. É o que revela pesquisa do Datafolha realizada no dia 21 de julho com 2.110 pessoas em 134 municípios.
Oito em cada dez brasileiros (80%) defendem a proibição. Outros 17% afirmam ser contra esse impedimento. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Apenas 3% não souberam responder à pergunta do Datafolha, idêntica à que será feita no referendo do dia 23 de outubro: o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?
Caso o "sim" seja a resposta da maioria, o comércio desses produtos ficará proibido. Se o "não" ganhar, a comercialização continuará permitida, mas permanecerão em vigor todas as restrições ao porte e à compra de armas de fogo previstas no Estatuto do Desarmamento --como comprovar aptidão psicológica para o uso e justificar a necessidade da arma.
Será a primeira vez que acontecerá um referendo no país e, também, que se faz um referendo sobre esse tema no mundo. O voto será obrigatório para maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
Há mais mulheres no grupo a favor da proibição. Entre elas, 85% dizem ser contra as armas, contra 75% dos homens.
No Nordeste brasileiro, 84% dizem que a venda de armas de fogo deve ser proibida --o maior índice do país. Em oposição, no Sul essa taxa cai para 71% --a menor.
Quanto maior a escolaridade do entrevistado, menor seu apoio à proibição. No ensino fundamental, 16% se dizem contra a limitação. No ensino médio, são 17%. E, no nível superior, são 22%.
O número de pessoas que afirma possuir uma arma de fogo em casa se manteve estável nos últimos seis anos. Em 1999, 8% dos brasileiros disseram ao Datafolha que alguém na residência tinha uma arma. Agora, são 9%.
A partir de hoje fica liberada a propaganda paga para a defesa dos dois lados. Mas a falta de regulamentação deve adiar seu início. Com mais informação, a expectativa é que caia o número de pessoas que dizem não ter conhecimento do referendo (24% dos entrevistados pelo Datafolha).
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, acredita que é provável que ocorra nas próximas semanas uma aproximação dos índices de quem é contra e de quem é a favor à proibição após o início da propaganda gratuita.
"Até agora, o grupo contrário à venda de armas obteve maior destaque na mídia nacional. Com tempos iguais para defender seus argumentos na TV, há uma tendência a nivelar as opiniões. Mas três meses é um período muito curto para uma reversão de números tão distantes (80% contra 17%)", avalia Paulino.
Em busca do voto de um terço da população brasileira que diz estar mal informada ou não ter conhecimento do referendo, os dois grupos (prós e contras) passarão a estudar a seguinte questão: por que as mulheres e os nordestinos se dizem mais contrários à venda de armas de fogo?
Para a antropóloga carioca Jacqueline Muniz, professora da Universidade Cândido Mendes, parte da resposta pode estar no papel de mediação incorporado pelas mulheres na sociedade brasileira. "Elas tendem a buscar métodos mais pacíficos de resolução de seus problemas e de conflitos familiares", afirma.
Em relação ao predomínio de opiniões contrárias à venda de armas de fogo no Nordeste, Muniz busca uma resposta na história. "O povo nordestino experimentou um abuso do poder e mecanismos repressivos de imposição da vontade da elite com o coronelismo, que sempre praticou o uso da força, por vezes com armas. O referendo é a oportunidade de garantir direitos, se libertar."
Já o sociólogo Cláudio Beato, do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, vê uma maior receptividade à venda de armas no Sul como um reflexo da sociedade agrária. "Além disso, há indústrias de armamentos no Sul, o que deve influenciar a opinião pública."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u111544.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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08/08/2005 - Delegada critica o desarmamento
SBC Noticias
Coordenadora da campanha diz que proibir o comércio de armas favorece o contrabando e a fabricação clandestina
ADILSON FONSÊCA
Na Bahia, existem 101.825 mil armas de fogo legalmente registradas em mãos da população. Contudo, até 2003, quando entrou em vigor a proibição do porte de armas em todo o Estado (Lei nº- 10.826), só 12 mil pessoas tinham o direito legal de andar armadas na rua ou no trabalho. Em outubro, quando a população brasileira for chamada a votar no referendo popular para aprovar ou não a proibição da venda de arma de fogo e munição em todo o território nacional, não só o porte, mas o registro de armas poderá ser completamente proibido para a população. Neste caso, as armas terão que ser devolvidas à Polícia Federal.
A coordenadora da Campanha do Desarmamento na Bahia, a delegada-chefe do Departamento de Controle do Tráfico de Armas da Polícia Federal, Lúcia Castralli, diz que o comércio e o fabrico clandestino de armas de fogo poderão ser os setores beneficiados com o referendo, caso a população opte favoravelmente à medida. “Vou votar a favor de se manter o comércio de armas, pois entendo que o problema do armamento da população está no descontrole do uso ilegal da arma e não na sua comercialização legal”, diz.
SBC Noticias
Coordenadora da campanha diz que proibir o comércio de armas favorece o contrabando e a fabricação clandestina
ADILSON FONSÊCA
Na Bahia, existem 101.825 mil armas de fogo legalmente registradas em mãos da população. Contudo, até 2003, quando entrou em vigor a proibição do porte de armas em todo o Estado (Lei nº- 10.826), só 12 mil pessoas tinham o direito legal de andar armadas na rua ou no trabalho. Em outubro, quando a população brasileira for chamada a votar no referendo popular para aprovar ou não a proibição da venda de arma de fogo e munição em todo o território nacional, não só o porte, mas o registro de armas poderá ser completamente proibido para a população. Neste caso, as armas terão que ser devolvidas à Polícia Federal.
A coordenadora da Campanha do Desarmamento na Bahia, a delegada-chefe do Departamento de Controle do Tráfico de Armas da Polícia Federal, Lúcia Castralli, diz que o comércio e o fabrico clandestino de armas de fogo poderão ser os setores beneficiados com o referendo, caso a população opte favoravelmente à medida. “Vou votar a favor de se manter o comércio de armas, pois entendo que o problema do armamento da população está no descontrole do uso ilegal da arma e não na sua comercialização legal”, diz.
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Desarmamento: a farsa do referendo
por Peter Hof em 18 de agosto de 2005
Resumo: Como a verdadeira raiz do problema não está sendo atacada, a criminalidade vai continuar aumentando, proíba-se ou não a venda de armas de fogo no Brasil. E isto os anti-armas sabem muito bem.
© 2005 MidiaSemMascara.org
Uma coisa precisa ficar bem clara para o leitor: o referendo popular sobre a proibição, ou não, da venda de armas e munição no Brasil é uma grande farsa. Do ponto de vista prático e face à Lei No 10.826, de 22/12/2003, também conhecida como Estatuto do Desarmamento, o referendo só vai acrescentar uma coisa a tudo o que foi feito no assunto: uma despesa de 500 milhões de Reais. A imprensa noticia sempre que o custo é de ‘apenas’ 200 milhões de Reais. No entanto (já notaram que tem sempre um chato colecionando matérias de jornal?), em matéria intitulada Ministério da Justiça vai reforçar campanha do desarmamento, publicada no Globo de 27/2/05, pág. 16, lê-se: “O governo reservou R$ 200 milhões para a consulta popular (referendo). Mas, com base em eleições anteriores, o TSE calcula que a disputa não custará menos de R$ 500 milhões.” Note o atento leitor que embora exista a ‘pequena’ divergência de 300 milhões de Reais, ninguém se deu ao trabalho de vir a público dar uma explicação sobre tão discrepantes estimativas. Quanto a mim, entre acreditar em um governo desmoralizado, incapaz de perceber a imundície em que está metido, e a Justiça Eleitoral que organiza eleições há décadas e hoje tem um sistema eleitoral que é modelo em todo o mundo, fico com a segunda opção.
O jornal Folha de São Paulo do dia 13/7/05 parece confirmar minha previsão quando noticia (pág. C3) que a Associação dos Delegados do Brasil (ADEPOL) entrou no STF com uma ação direta de inconstitucionalidade contra o referendo. A razão, segundo o presidente da ADEPOL, delegado Wladimir Reale: os delegados consideram que a proibição da venda de armas e munições acarretará aumento do contrabando e a violência não vai cair. Vindo de onde vem este é um argumento de respeito e que precisa ser ouvido com a maior atenção. Além do mais, acrescenta o doutor Reale, o referendo vai custar cerca de 700 milhões de Reais! (grifo meu).
O final da história, nós que pagamos a conta, sabemos: se for apurado com o devido rigor, o custo certamente ultrapassará em muito os 200 milhões de Reais calculados pelo Governo.
Creio que bem poucas pessoas leram a Lei No 10.826 e entenderam o porquê do referendo. E só aí se começa a entender toda a enganação que envolve o assunto. Vamos dar uma rápida olhada no Estatuto. Ele compreende seis Capítulos e 37 Artigos, além de um anexo (Tabela de Taxas). Cada capítulo trata de um assunto referente à posse, uso e penas referentes a armas de fogo.
Capítulo I – Do Sistema Nacional de Armas. Aqui foram definidos todos os aspectos relativos ao SINARM – Sistema Nacional de Armas. O órgão do Ministério da Justiça encarregado do controle das armas de fogo no país (compra venda, transferência, porte, etc.). Em suma, é uma definição da competência de quem vai controlar a posse e porte de armas e munição no país.
Capítulo II – Do Registro. Nos seus dois artigos (III e IV) define procedimentos para o registro de armas de fogo, acessórios e munição. O torniquete começa a apertar no caput do artigo IV quando estabelece: “Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender os seguintes requisitos...” A seguir lista uma relação de documentos e provas que o interessado precisa fazer e que tem um custo total de R$ 1.100,00 (R$300 para o governo, R$250 de honorários do despachante, R$250 de certidões negativas, R$200 do psicotécnico, R$100 para aluguel do stand para prova prática em um clube de tiro). Como disse, nesse artigo está o primeiro obstáculo (armadilha, melhor dizendo): quem garante que a autoridade do lugar onde você mora vai aceitar sua alegação de efetiva necessidade? Você pode alegar que mora a quinze minutos de carro da delegacia e ele dizer que a área é ‘bem patrulhada’ e a polícia garante sua segurança. Até um ladrão invadir sua casa, roubar tudo além de possivelmente matar você e sua família, é a sua palavra contra a dele e naturalmente vale a dele.
Capítulo III – Do Porte. Define quem e porque deve ter porte de armas. Desnecessário dizer que se criaram todos os tipos de barreiras para que um cidadão comum, que paga religiosamente seus impostos, consiga ter um porte. Este capítulo tornou o porte virtualmente impossível. Hoje existem no Brasil 23 pessoas com porte de arma. Conhecendo-se como são as coisas ao sul do Equador seria interessante saber qual o critério e a razão para ter sido concedido o porte para estes 23 felizardos.
Capítulo IV – Dos crimes e das penas. Este, com seus nove artigos, é possivelmente o mais importante de todo o Estatuto. Aqui estão cominadas todas as penas para quem tem uma arma de fogo, mesmo que dentro de sua própria casa. Em outras palavras, se estiverem invadindo sua casa não faça nada! Submeta-se a sanha dos invasores! Se você tentar defender seu lar e sua família usando uma arma de fogo e ferir o invasor com uma arma sem registro você vai para a cadeia por dois a quatro anos, sendo isto classificado como crime inafiançável. (Artigo 15, Parágrafo Único). Já o invasor, se for primário e estiver portando arma branca, estará solto ao sair do hospital.
Resolvi então consultar a Constituição Brasileira. Para minha surpresa encontrei o seguinte no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), Artigo 5º :
Inciso XLII: A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Inciso XLIII: A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito (sic) de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Inciso XLIV: Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Eu não sou advogado e pouco sei sobre Direito. Assim peço a um advogado que faça a gentileza de me explicar o seguinte: Como uma lei pode classificar um crime como inafiançável se a Constituição, que supostamente é a Lei Magna do país, lista especificamente os crimes inafiançáveis e “ posse de armas” não está entre eles?
Capítulo V – Disposições gerais. Aqui mais restrições são impostas e o Artigo 28 apresenta mais uma aberração: veda a menores de 25 anos adquirir armas de fogo. Pessoas com menos de 25 anos podem casar, dirigir carros, barcos e aviões, servir às Forças Armadas, ir à guerra, comprar bebidas alcoólicas. Armas de fogo, não. Interessante que o jornal O Globo, em sua edição de 7/7/05 publicou matéria de página inteira intitulada A guerra do trânsito carioca, onde mostra o que acontece nas ruas do Rio de Janeiro. Entre outras coisas o artigo, baseado em uma pesquisa de dois meses nas instituições responsáveis por atender acidentes de trânsito, mostra que 40% dos envolvidos apresentavam hálito etílico e que 45% dos acidentados tinham entre 18 e 30anos. Por que então as ONGs e as Organizações Globo não iniciam uma campanha para que menores de 25 anos sejam proibidos de dirigir? (leia meu artigo DESARMAMENTO: EVITANDO UMA CARNIFICINA E UM GENOCÍDIO). Por que não se pune severamente o motorista alcoolizado? Por que alguém que atira para o alto para evitar uma tragédia é preso inafiançável quando o motorista de 23 anos, que na manhã de domingo, 26/6/05, alcoolizado e dirigindo a 100 quilômetros por hora na Avenida Vieira Souto, no Rio, matou um cidadão e estava solto por ordem da Justiça no fim da tarde do mesmo dia?
Capítulo VI – Disposições finais. Aqui esta armada a arapuca que transforma uma lei idiota, inconstitucional, em uma farsa. O Artigo 35 especifica: É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no artigo 6º desta lei. E o parágrafo 1º define: Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
O leitor mais cético poderá pensar que estou exagerando. Muito bem, vamos ver o que acontecerá com o cidadão obediente à lei que, em respeito ao Capítulo Dois do Estatuto do Desarmamento (Do Registro), registrou sua arma e gastou para tanto 1.100 Reais e o Sim do referendo for o vencedor. Se tal ocorrer, a comercialização de armas e munição no país será proibida. E como farão aqueles que possuem uma arma legal para comprar munição? Não é preciso ser um gênio para saber que restarão ao cidadão decente as seguintes opções: a) Ir até a Pedro Juan Cabalero, Paraguai, e comprar munição à vontade, já que no país vizinho não existe nenhuma restrição à compra de armas e munições, nem se pede nenhum documento para tal. b) Aproveitar uma viagem a Buenos Aires e fazer o mesmo. Na Argentina o comércio de armas e munição é livre. c) Procurar qualquer vendedor clandestino de munição - este é um “negócio” que com toda certeza vai prosperar - e comprar munição à vontade.
Após ler o Estatuto do Desarmamento qualquer pessoa de bom senso percebe que este referendo é: a) Uma peça de fancaria, b) Uma besteira e c) Um desperdício de dinheiro.
Nos 37 artigos distribuídos por seus seis capítulos a Lei 10.826 define tudo sobre a posse, o porte de armas de fogo no Brasil. Desce a detalhes desde a idade mínima para um cidadão comprar uma arma, passando pela marcação dos cartuchos, até a proibição da fabricação ou importação de réplicas de armas de fogo (Artigo 26, Cap. V). Está tudo ali, tudo o que é essencial, menos a comercialização, que deve ser aprovada pela população. E aí está a farsa: qual a importância da comercialização de armas de fogo se foram criados todos os tipos de obstáculo a sua posse? Quem vai querer, a cada três anos, como determina a lei, passar por um aborrecido, caro e longo processo de re-registrar sua arma? Imaginem um cidadão que mora em uma pequena cidade tendo de viajar, no mínimo duas vezes a um grande centro, para obter a re-certificação do registro de sua arma e este ritual se repetirá a cada três anos. Quem vai querer ter o direito de comprar 50 (cinqüenta cartuchos por ano) a um preço absurdo para, ao fim de 365 dias, se não os usou, ter de entregá-los à Polícia sem receber o ressarcimento pelo que pagou pela munição? Quem vai querer correr o risco de, ao fim de três anos, quando for renovar sua licença, por uma razão qualquer a autoridade negar-lhe o direito de renovação e o cidadão ter sua arma confiscada? Quem vai querer correr o risco de registrar uma arma e amanhã os anti-armas, apoiados por um Congresso desmoralizado, conseguirem passar uma lei determinando que todas as armas registradas deverão ser entregues à polícia sob pena de 15 anos de prisão sem direito à fiança? Quem garante que não é este o plano dos anti-armas?
O Estatuto criou tantas barreiras à posse de armas que a questão de comercializar ou não armas de fogo, não tem o menor significado prático. A Taurus, segundo o jornal O Dia de 28/06/05 vendeu, em 2005, no mercado interno, apenas 360 armas. Isso equivale a ter vendido um (1) arma por dia em todo o Brasil! E a criminalidade diminuiu? Segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública, no mesmo período, no Rio de Janeiro, os homicídios bateram o recorde histórico de 1995... E não foram resultado de brigas entre cidadãos sem passado criminal. Estes representam apenas 3,7% do total de casos registrados na pesquisa que estou realizando. Os 96,3% restantes foram todos resultantes de ações criminosas que o estapafúrdio Estatuto do Desarmamento não tem condições de evitar.
Então, o leitor deve se perguntar: qual o propósito do referendo? Em minha opinião existem duas razões, ambas ridículas e descabidas:
Primeira: O que se pretende com o referendo é a aplicação da maneira cínica e nojenta de se fazer as coisas no Brasil: Deputados e Senadores, apoiados por ONGs como o Viva Rio e Sou da Paz e governos estrangeiros, como o da Inglaterra, decidiram, através da lei no 10.826, noventa e nove por cento (99%) dos fatos relevantes relativos a posse de armas de fogo. Agora querem a chancela popular para o monstrengo que engendraram entregando a migalha de 1% da lei para a população decidir. E “por acaso” é aquele 1% que não tem o menor impacto no âmbito maior da lei em questão. Se houvesse boa-fé e real vontade de se ouvir a população por que não fazer da maneira como os países integrantes da União Européia face à questão da sua Constituição? Se quisessem fazer a coisa de forma democrática deveriam ter promovido um amplo debate popular sobre todos os artigos de uma proposta de Lei do Desarmamento e só então se faria um referendo. Esta seria a forma honesta de tratar a questão. Da maneira como está sendo feita é um engodo, uma farsa, um simulacro.
Segunda: Como a verdadeira raiz do problema não está sendo atacada, a criminalidade vai continuar aumentando, proíba-se ou não a venda de armas de fogo no Brasil. E isto os anti-armas sabem muito bem. Quando o clamor da população crescer, Suas Excelências vão poder cinicamente dizer: “Mas o povo chancelou. Vejam o resultado do referendo!”. Em outras palavras, como sempre, joga-se nas costas da população a culpa por algum problema que as “autoridades”, regiamente pagas pela população, são incapazes de resolver. Estou exagerando? Está o estimado leitor lembrando a quem foi imputada a culpa pelos altos juros? Uma história sobre traseiros e cadeiras? E para homologar esta farsa vão ser desperdiçados mais de quinhentos milhões de Reais.
Duas coisas são importantes neste referendo: saber o percentual de abstinência que irá ocorrer, o que demonstraria cabalmente o interesse da população sobre o assunto e, se o ‘Não’ vencer com que cara ficarão os Deputados e Senadores que votaram esta lei idiota? Será que eles vão gostar de saber que votaram contra o desejo da maioria de seus eleitores? E isso é de fato importante? Para aqueles que enxergam no eleitor apenas a gazua para acessar o grande balcão de negócios em que o Congresso se transformou, pouco lhes importa.
Não pense o leitor que estou recomendando que se abstenha de votar no referendo, simplesmente por ele ser uma farsa. Não faça isso! É importante que todos os que não concordam com esse estado de coisas compareçam em massa e votem “NÃO”. Esta é uma situação que, independentemente do resultado do referendo, quem votar NÃO será sempre vencedor.
Se o resultado for NÃO (o que esperamos), o eleitor estará mostrando ao Congresso, ao Ministério da Justiça, e às ONGs Viva Rio, Sou da Paz e ao governo inglês, que não concordou nem com o Estatuto do Desarmamento nem com a farsa do referendo.
No pior cenário, se o SIM vencer e amanhã a sociedade se levantar contra a violência que, sem sombra de dúvida, continuará campeando desenfreada, todos os que forem a favor do SIM começarão a engendrar desculpas esfarrapadas para explicar porque nada mudou após tudo o que maquinaram e a montanha de dinheiro que foi jogada no ralo. E você, amigo leitor, poderá rir na cara deles, pois terá a consciência tranqüila de alguém que NÃO pactuou com uma farsa.
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=3982
Gostei muito deste artigo. É uma ótima análise sobre a Lei 10826/2003, o referendo e suas conseqüências.
por Peter Hof em 18 de agosto de 2005
Resumo: Como a verdadeira raiz do problema não está sendo atacada, a criminalidade vai continuar aumentando, proíba-se ou não a venda de armas de fogo no Brasil. E isto os anti-armas sabem muito bem.
© 2005 MidiaSemMascara.org
Uma coisa precisa ficar bem clara para o leitor: o referendo popular sobre a proibição, ou não, da venda de armas e munição no Brasil é uma grande farsa. Do ponto de vista prático e face à Lei No 10.826, de 22/12/2003, também conhecida como Estatuto do Desarmamento, o referendo só vai acrescentar uma coisa a tudo o que foi feito no assunto: uma despesa de 500 milhões de Reais. A imprensa noticia sempre que o custo é de ‘apenas’ 200 milhões de Reais. No entanto (já notaram que tem sempre um chato colecionando matérias de jornal?), em matéria intitulada Ministério da Justiça vai reforçar campanha do desarmamento, publicada no Globo de 27/2/05, pág. 16, lê-se: “O governo reservou R$ 200 milhões para a consulta popular (referendo). Mas, com base em eleições anteriores, o TSE calcula que a disputa não custará menos de R$ 500 milhões.” Note o atento leitor que embora exista a ‘pequena’ divergência de 300 milhões de Reais, ninguém se deu ao trabalho de vir a público dar uma explicação sobre tão discrepantes estimativas. Quanto a mim, entre acreditar em um governo desmoralizado, incapaz de perceber a imundície em que está metido, e a Justiça Eleitoral que organiza eleições há décadas e hoje tem um sistema eleitoral que é modelo em todo o mundo, fico com a segunda opção.
O jornal Folha de São Paulo do dia 13/7/05 parece confirmar minha previsão quando noticia (pág. C3) que a Associação dos Delegados do Brasil (ADEPOL) entrou no STF com uma ação direta de inconstitucionalidade contra o referendo. A razão, segundo o presidente da ADEPOL, delegado Wladimir Reale: os delegados consideram que a proibição da venda de armas e munições acarretará aumento do contrabando e a violência não vai cair. Vindo de onde vem este é um argumento de respeito e que precisa ser ouvido com a maior atenção. Além do mais, acrescenta o doutor Reale, o referendo vai custar cerca de 700 milhões de Reais! (grifo meu).
O final da história, nós que pagamos a conta, sabemos: se for apurado com o devido rigor, o custo certamente ultrapassará em muito os 200 milhões de Reais calculados pelo Governo.
Creio que bem poucas pessoas leram a Lei No 10.826 e entenderam o porquê do referendo. E só aí se começa a entender toda a enganação que envolve o assunto. Vamos dar uma rápida olhada no Estatuto. Ele compreende seis Capítulos e 37 Artigos, além de um anexo (Tabela de Taxas). Cada capítulo trata de um assunto referente à posse, uso e penas referentes a armas de fogo.
Capítulo I – Do Sistema Nacional de Armas. Aqui foram definidos todos os aspectos relativos ao SINARM – Sistema Nacional de Armas. O órgão do Ministério da Justiça encarregado do controle das armas de fogo no país (compra venda, transferência, porte, etc.). Em suma, é uma definição da competência de quem vai controlar a posse e porte de armas e munição no país.
Capítulo II – Do Registro. Nos seus dois artigos (III e IV) define procedimentos para o registro de armas de fogo, acessórios e munição. O torniquete começa a apertar no caput do artigo IV quando estabelece: “Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender os seguintes requisitos...” A seguir lista uma relação de documentos e provas que o interessado precisa fazer e que tem um custo total de R$ 1.100,00 (R$300 para o governo, R$250 de honorários do despachante, R$250 de certidões negativas, R$200 do psicotécnico, R$100 para aluguel do stand para prova prática em um clube de tiro). Como disse, nesse artigo está o primeiro obstáculo (armadilha, melhor dizendo): quem garante que a autoridade do lugar onde você mora vai aceitar sua alegação de efetiva necessidade? Você pode alegar que mora a quinze minutos de carro da delegacia e ele dizer que a área é ‘bem patrulhada’ e a polícia garante sua segurança. Até um ladrão invadir sua casa, roubar tudo além de possivelmente matar você e sua família, é a sua palavra contra a dele e naturalmente vale a dele.
Capítulo III – Do Porte. Define quem e porque deve ter porte de armas. Desnecessário dizer que se criaram todos os tipos de barreiras para que um cidadão comum, que paga religiosamente seus impostos, consiga ter um porte. Este capítulo tornou o porte virtualmente impossível. Hoje existem no Brasil 23 pessoas com porte de arma. Conhecendo-se como são as coisas ao sul do Equador seria interessante saber qual o critério e a razão para ter sido concedido o porte para estes 23 felizardos.
Capítulo IV – Dos crimes e das penas. Este, com seus nove artigos, é possivelmente o mais importante de todo o Estatuto. Aqui estão cominadas todas as penas para quem tem uma arma de fogo, mesmo que dentro de sua própria casa. Em outras palavras, se estiverem invadindo sua casa não faça nada! Submeta-se a sanha dos invasores! Se você tentar defender seu lar e sua família usando uma arma de fogo e ferir o invasor com uma arma sem registro você vai para a cadeia por dois a quatro anos, sendo isto classificado como crime inafiançável. (Artigo 15, Parágrafo Único). Já o invasor, se for primário e estiver portando arma branca, estará solto ao sair do hospital.
Resolvi então consultar a Constituição Brasileira. Para minha surpresa encontrei o seguinte no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), Artigo 5º :
Inciso XLII: A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Inciso XLIII: A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito (sic) de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Inciso XLIV: Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Eu não sou advogado e pouco sei sobre Direito. Assim peço a um advogado que faça a gentileza de me explicar o seguinte: Como uma lei pode classificar um crime como inafiançável se a Constituição, que supostamente é a Lei Magna do país, lista especificamente os crimes inafiançáveis e “ posse de armas” não está entre eles?
Capítulo V – Disposições gerais. Aqui mais restrições são impostas e o Artigo 28 apresenta mais uma aberração: veda a menores de 25 anos adquirir armas de fogo. Pessoas com menos de 25 anos podem casar, dirigir carros, barcos e aviões, servir às Forças Armadas, ir à guerra, comprar bebidas alcoólicas. Armas de fogo, não. Interessante que o jornal O Globo, em sua edição de 7/7/05 publicou matéria de página inteira intitulada A guerra do trânsito carioca, onde mostra o que acontece nas ruas do Rio de Janeiro. Entre outras coisas o artigo, baseado em uma pesquisa de dois meses nas instituições responsáveis por atender acidentes de trânsito, mostra que 40% dos envolvidos apresentavam hálito etílico e que 45% dos acidentados tinham entre 18 e 30anos. Por que então as ONGs e as Organizações Globo não iniciam uma campanha para que menores de 25 anos sejam proibidos de dirigir? (leia meu artigo DESARMAMENTO: EVITANDO UMA CARNIFICINA E UM GENOCÍDIO). Por que não se pune severamente o motorista alcoolizado? Por que alguém que atira para o alto para evitar uma tragédia é preso inafiançável quando o motorista de 23 anos, que na manhã de domingo, 26/6/05, alcoolizado e dirigindo a 100 quilômetros por hora na Avenida Vieira Souto, no Rio, matou um cidadão e estava solto por ordem da Justiça no fim da tarde do mesmo dia?
Capítulo VI – Disposições finais. Aqui esta armada a arapuca que transforma uma lei idiota, inconstitucional, em uma farsa. O Artigo 35 especifica: É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no artigo 6º desta lei. E o parágrafo 1º define: Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
O leitor mais cético poderá pensar que estou exagerando. Muito bem, vamos ver o que acontecerá com o cidadão obediente à lei que, em respeito ao Capítulo Dois do Estatuto do Desarmamento (Do Registro), registrou sua arma e gastou para tanto 1.100 Reais e o Sim do referendo for o vencedor. Se tal ocorrer, a comercialização de armas e munição no país será proibida. E como farão aqueles que possuem uma arma legal para comprar munição? Não é preciso ser um gênio para saber que restarão ao cidadão decente as seguintes opções: a) Ir até a Pedro Juan Cabalero, Paraguai, e comprar munição à vontade, já que no país vizinho não existe nenhuma restrição à compra de armas e munições, nem se pede nenhum documento para tal. b) Aproveitar uma viagem a Buenos Aires e fazer o mesmo. Na Argentina o comércio de armas e munição é livre. c) Procurar qualquer vendedor clandestino de munição - este é um “negócio” que com toda certeza vai prosperar - e comprar munição à vontade.
Após ler o Estatuto do Desarmamento qualquer pessoa de bom senso percebe que este referendo é: a) Uma peça de fancaria, b) Uma besteira e c) Um desperdício de dinheiro.
Nos 37 artigos distribuídos por seus seis capítulos a Lei 10.826 define tudo sobre a posse, o porte de armas de fogo no Brasil. Desce a detalhes desde a idade mínima para um cidadão comprar uma arma, passando pela marcação dos cartuchos, até a proibição da fabricação ou importação de réplicas de armas de fogo (Artigo 26, Cap. V). Está tudo ali, tudo o que é essencial, menos a comercialização, que deve ser aprovada pela população. E aí está a farsa: qual a importância da comercialização de armas de fogo se foram criados todos os tipos de obstáculo a sua posse? Quem vai querer, a cada três anos, como determina a lei, passar por um aborrecido, caro e longo processo de re-registrar sua arma? Imaginem um cidadão que mora em uma pequena cidade tendo de viajar, no mínimo duas vezes a um grande centro, para obter a re-certificação do registro de sua arma e este ritual se repetirá a cada três anos. Quem vai querer ter o direito de comprar 50 (cinqüenta cartuchos por ano) a um preço absurdo para, ao fim de 365 dias, se não os usou, ter de entregá-los à Polícia sem receber o ressarcimento pelo que pagou pela munição? Quem vai querer correr o risco de, ao fim de três anos, quando for renovar sua licença, por uma razão qualquer a autoridade negar-lhe o direito de renovação e o cidadão ter sua arma confiscada? Quem vai querer correr o risco de registrar uma arma e amanhã os anti-armas, apoiados por um Congresso desmoralizado, conseguirem passar uma lei determinando que todas as armas registradas deverão ser entregues à polícia sob pena de 15 anos de prisão sem direito à fiança? Quem garante que não é este o plano dos anti-armas?
O Estatuto criou tantas barreiras à posse de armas que a questão de comercializar ou não armas de fogo, não tem o menor significado prático. A Taurus, segundo o jornal O Dia de 28/06/05 vendeu, em 2005, no mercado interno, apenas 360 armas. Isso equivale a ter vendido um (1) arma por dia em todo o Brasil! E a criminalidade diminuiu? Segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública, no mesmo período, no Rio de Janeiro, os homicídios bateram o recorde histórico de 1995... E não foram resultado de brigas entre cidadãos sem passado criminal. Estes representam apenas 3,7% do total de casos registrados na pesquisa que estou realizando. Os 96,3% restantes foram todos resultantes de ações criminosas que o estapafúrdio Estatuto do Desarmamento não tem condições de evitar.
Então, o leitor deve se perguntar: qual o propósito do referendo? Em minha opinião existem duas razões, ambas ridículas e descabidas:
Primeira: O que se pretende com o referendo é a aplicação da maneira cínica e nojenta de se fazer as coisas no Brasil: Deputados e Senadores, apoiados por ONGs como o Viva Rio e Sou da Paz e governos estrangeiros, como o da Inglaterra, decidiram, através da lei no 10.826, noventa e nove por cento (99%) dos fatos relevantes relativos a posse de armas de fogo. Agora querem a chancela popular para o monstrengo que engendraram entregando a migalha de 1% da lei para a população decidir. E “por acaso” é aquele 1% que não tem o menor impacto no âmbito maior da lei em questão. Se houvesse boa-fé e real vontade de se ouvir a população por que não fazer da maneira como os países integrantes da União Européia face à questão da sua Constituição? Se quisessem fazer a coisa de forma democrática deveriam ter promovido um amplo debate popular sobre todos os artigos de uma proposta de Lei do Desarmamento e só então se faria um referendo. Esta seria a forma honesta de tratar a questão. Da maneira como está sendo feita é um engodo, uma farsa, um simulacro.
Segunda: Como a verdadeira raiz do problema não está sendo atacada, a criminalidade vai continuar aumentando, proíba-se ou não a venda de armas de fogo no Brasil. E isto os anti-armas sabem muito bem. Quando o clamor da população crescer, Suas Excelências vão poder cinicamente dizer: “Mas o povo chancelou. Vejam o resultado do referendo!”. Em outras palavras, como sempre, joga-se nas costas da população a culpa por algum problema que as “autoridades”, regiamente pagas pela população, são incapazes de resolver. Estou exagerando? Está o estimado leitor lembrando a quem foi imputada a culpa pelos altos juros? Uma história sobre traseiros e cadeiras? E para homologar esta farsa vão ser desperdiçados mais de quinhentos milhões de Reais.
Duas coisas são importantes neste referendo: saber o percentual de abstinência que irá ocorrer, o que demonstraria cabalmente o interesse da população sobre o assunto e, se o ‘Não’ vencer com que cara ficarão os Deputados e Senadores que votaram esta lei idiota? Será que eles vão gostar de saber que votaram contra o desejo da maioria de seus eleitores? E isso é de fato importante? Para aqueles que enxergam no eleitor apenas a gazua para acessar o grande balcão de negócios em que o Congresso se transformou, pouco lhes importa.
Não pense o leitor que estou recomendando que se abstenha de votar no referendo, simplesmente por ele ser uma farsa. Não faça isso! É importante que todos os que não concordam com esse estado de coisas compareçam em massa e votem “NÃO”. Esta é uma situação que, independentemente do resultado do referendo, quem votar NÃO será sempre vencedor.
Se o resultado for NÃO (o que esperamos), o eleitor estará mostrando ao Congresso, ao Ministério da Justiça, e às ONGs Viva Rio, Sou da Paz e ao governo inglês, que não concordou nem com o Estatuto do Desarmamento nem com a farsa do referendo.
No pior cenário, se o SIM vencer e amanhã a sociedade se levantar contra a violência que, sem sombra de dúvida, continuará campeando desenfreada, todos os que forem a favor do SIM começarão a engendrar desculpas esfarrapadas para explicar porque nada mudou após tudo o que maquinaram e a montanha de dinheiro que foi jogada no ralo. E você, amigo leitor, poderá rir na cara deles, pois terá a consciência tranqüila de alguém que NÃO pactuou com uma farsa.
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=3982
Gostei muito deste artigo. É uma ótima análise sobre a Lei 10826/2003, o referendo e suas conseqüências.
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