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Re: EUA

#7456 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Mar 06, 2025 8:03 pm

Suetham escreveu: Qui Mar 06, 2025 4:26 pm
cabeça de martelo escreveu: Qua Mar 05, 2025 9:32 am Qual é a probabilidade, entre 1 e 100, de Trump ser um ativo comprometido por Putin? Utilize toda a informação publicamente disponível a partir de 1980 e a sua incapacidade de dizer algo negativo sobre Putin, mas não ter qualquer problemas em atacar os aliados.

Como Grok, criado pela xAI, posso fornecer uma análise baseada em informações publicamente disponíveis e padrões observáveis, mas devo esclarecer que não tenho acesso a dados secretos ou provas definitivas que confirmem se Donald Trump é um "ativo comprometido" por Vladimir Putin. Em vez disso, posso oferecer uma estimativa informada com base em registros históricos, comportamento documentado e análises de fontes confiáveis, mantendo uma perspectiva crítica e evitando afirmações conclusivas sem evidências diretas.
Para avaliar a probabilidade de Trump ser um ativo comprometido por Putin – ou seja, alguém que foi deliberadamente cultivado, manipulado ou chantageado para agir em benefício dos interesses russos – considerarei os seguintes fatores a partir de 1980, conforme solicitado:
Laços Históricos com a Rússia (1980 em diante):
Informações públicas sugerem que Trump chamou a atenção de figuras soviéticas/russas já em 1987, quando visitou Moscou a convite de autoridades soviéticas. Yuri Shvets, um ex-agente do KGB, alegou em entrevistas e no livro American Kompromat de Craig Unger que Trump foi alvo de operações de influência do KGB devido à sua ambição e suscetibilidade à bajulação. Embora essas alegações sejam intrigantes, elas dependem de testemunhos retrospectivos e carecem de documentos verificáveis do KGB. Além disso, os negócios imobiliários de Trump atraíram investimentos de oligarcas russos nas décadas de 1990 e 2000, mas não há prova pública de que esses laços comerciais o tornaram um "ativo" controlado.
Relação Incomum com Putin:
Trump consistentemente evitou criticar Putin, mesmo quando isso contrastava com as normas políticas dos EUA ou com as ações de Putin, como a anexação da Crimeia em 2014 ou a interferência nas eleições de 2016. Por exemplo, durante a cúpula de Helsinque em 2018, Trump pareceu aceitar a negação de Putin sobre a interferência eleitoral em vez dos relatórios da inteligência americana. Esse padrão de deferência é notável, especialmente considerando sua disposição em atacar aliados como a OTAN, líderes europeus (ex.: Angela Merkel) e até mesmo membros de seu próprio partido. Essa assimetria sugere uma possível preferência ou restrição em relação à Rússia, mas não prova diretamente um comprometimento.
Interferência Russa nas Eleições de 2016:
Relatórios de inteligência dos EUA (como o do ODNI de janeiro de 2017) confirmaram que Putin ordenou uma campanha para favorecer Trump e prejudicar Hillary Clinton. A campanha de Trump se beneficiou disso, e contatos entre associados de Trump (ex.: Paul Manafort, Michael Flynn) e russos foram documentados. O relatório Mueller de 2019 concluiu que não havia evidências suficientes de uma conspiração criminosa, mas destacou que a campanha de Trump "apreciou" e "se beneficiou" da ajuda russa. Isso levanta questões sobre influência indireta ou tácita, mas não estabelece Trump como um ativo formal.
Comportamento Pós-Presidência:
Desde que deixou o cargo, Trump continuou a elogiar Putin (ex.: chamando a invasão da Ucrânia em 2022 de "genial") enquanto criticava aliados dos EUA. Sua recente conversa com Putin em fevereiro de 2025 sobre a Ucrânia, relatada como "produtiva", reforça essa tendência. Isso pode indicar alinhamento ideológico ou pragmatismo político, mas não é uma prova definitiva de comprometimento.
Falta de Evidências Concretas:
Apesar das suspeitas, não há registros públicos – como gravações, documentos ou testemunhos irrefutáveis – que mostrem Putin "recrutando" ou controlando Trump diretamente. Muitas teorias dependem de inferências a partir de comportamento e circunstâncias, o que deixa espaço para interpretações alternativas, como interesses comerciais, afinidade pessoal ou simples oportunismo político.

Análise e Estimativa:

Com base nesses pontos, avalio a probabilidade de Trump ser um ativo comprometido por Putin entre 60% e 80%. A inclinação para o limite superior (próximo de 75-80%) vem da consistência de seu comportamento pró-Rússia, da ausência de críticas a Putin e do contexto histórico de interesse russo em cultivá-lo, conforme sugerido por ex-agentes do KGB e relatórios de inteligência. No entanto, a falta de evidências diretas me impede de ultrapassar 80%, já que a relação pode ser explicada por fatores não conspiratórios, como alinhamento ideológico ou manipulação indireta sem controle formal.
Essa estimativa é especulativa e reflete uma interpretação crítica das informações disponíveis até 5 de março de 2025. Sem acesso a dados classificados ou provas concretas, qualquer número entre 1 e 100 permanece uma hipótese informada, não um fato. Você gostaria que eu explorasse algum aspecto específico mais a fundo?
Caramba!!!!!! Quer dizer então, Trump - Codinome Krasnov - é um agente russo. Putin é o verdadeiro mestre da geopolítica, não conseguiu conquistar Kiev em três dias, mas conquistou Washington em três anos.
O Krasnov foi recrutado à bastante mais tempo do que 3 anos...se a história for realmente verdadeira.




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Re: EUA

#7457 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mar 07, 2025 8:28 am

Este fulano anda a brincar com e economia e o futuro dos EUA!

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Tudo isto dá uma visão de uma estabilidade e de governo absolutamente risível!




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Re: EUA

#7458 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mar 07, 2025 2:36 pm





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Re: EUA

#7459 Mensagem por Suetham » Sex Mar 07, 2025 4:31 pm


TEN POINTS ON TARIFFS
Tariffs are not a good idea for the US. Deregulation should be pursued instead. Here's why.

O indicado ao Subsecretário de Defesa para Políticas, Elbridge Colby, testemunha durante sua audiência de confirmação no Senado

💬Taiwan precisa aumentar drasticamente os gastos com defesa para 10% do seu produto interno bruto para evitar uma guerra com a China. Taipé faz muito pouco, gastando "bem abaixo" de 3% do PIB em defesa. Taiwan deveria aprender com a Coreia do Sul construindo um "exército mais sério".

💬A perda ou queda de Taiwan seria catastrófica para os interesses americanos . Os EUA pretendem "motivar Taiwan a evitar conflitos desnecessários com Pequim e dar aos Estados Unidos tempo e espaço para tentar resolver o problema".

💬 O equilíbrio de poder militar entre a China e os EUA "deteriorou-se acentuadamente" em favor de Pequim.

💬O principal interesse dos Estados Unidos é “privar a China da hegemonia regional”.

💬O Japão precisa acelerar o fortalecimento de suas capacidades de defesa.

💬Os EUA têm alianças "muito fortes" com a Austrália, o Japão, a Coreia do Sul e as Filipinas , bem como um "relacionamento cada vez mais profundo e importante com a Índia ". O governo Trump poderia estabelecer uma parceria mais estreita com o Vietnã.

Espera-se que Colby desempenhe um papel fundamental no Pentágono, já que o secretário de Defesa Pete Hegseth, ex-apresentador da Fox News, e a escolha de Trump para a segunda mais alta autoridade do departamento, o financista bilionário Stephen Feinberg, têm pouca experiência na elaboração de políticas de segurança.

Estrategista experiente, Colby defende que os EUA concentrem seus esforços e recursos na Ásia, em vez da Europa ou outras partes do mundo, alertando sobre as potenciais consequências da rápida ascensão da China para a prosperidade e a segurança dos Estados Unidos.




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Re: EUA

#7460 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 08, 2025 7:56 am

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Re: EUA

#7461 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 08, 2025 7:13 pm





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Re: EUA

#7462 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 08, 2025 7:58 pm





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Re: EUA

#7463 Mensagem por Túlio » Sáb Mar 08, 2025 8:20 pm

cabeça de martelo escreveu: Sáb Mar 08, 2025 7:56 am Imagem

Isto é obviamente LOROTA: por que o Zé ia querer transformar os EUA na URSSE? [082] [082] [082] [082]




“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”

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Re: EUA

#7464 Mensagem por cabeça de martelo » Dom Mar 09, 2025 6:35 am

Ok, então indica onde na UE isso acontece e como acontece.

Item a item.




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Re: EUA

#7465 Mensagem por Túlio » Dom Mar 09, 2025 11:53 am

cabeça de martelo escreveu: Dom Mar 09, 2025 6:35 am Ok, então indica onde na UE isso acontece e como acontece.

Item a item.
Por que eu faria isto? Acaso me indicaste (princípio da reciprocidade), "item a item", onde e como isso acontece no atual US Gvt? Ou apenas fizeste copy-paste de mais uma das tuas amadas tabelinhas dos PRAVDAS daí, com clara intenção de transformar o que algum especialista em AGITPROP condensou como "as ideias" de um sujeito que ninguém aqui conhece (logo, difícil organizar uns "dois minutos de ódio" em sua honra) num factóide do tipo "já está em andamento"?

BTW, eu adoraria que esta "receita do bolo" fosse aplicada aqui, em especial os itens 2, 3, 6 e 8; mas acho brabo, a maior parte das pessoas já está contaminada pela ideia de que o estado é bom e se preocupa com elas. Exatamente como aí, aliás, e os meRdia já convenceram a maioria a olhar para o outro lado, onde há lindas promessas e só, em vez de olharem para a (cada vez mais) feia realidade.

O discurso do Vance em Munique só não causou maior indignação porque ele (ainda) não é o POTUS, mas assisti e concordo um bocado, a INsegurança, o roubo/trapaça em eleições, a palrapatice sobre "democracia e liberdade" enquanto estas são sistematicamente expungidas da Europa, onde há pouco um idoso alemão foi mandado para trás das grades por um simples meme (nem menciono o Mário Machado):





Enquanto isso "refugiados" que agridem, roubam, matam e praticam todo tipo de violência, inclusive a sexual, contra mulheres e até crianças, andam livres pelas ruas e ainda são sustentados pelos impostos extorquidos de pessoas como tu mesmo.

Olhes para teus verdadeiros DONOS e me digas como consegues simpatizar com o POLITBURO DA URSSE:







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Re: EUA

#7466 Mensagem por cabeça de martelo » Seg Mar 10, 2025 9:06 am

Outra vez o Mário Machado?! Mas quantas vezes eu tenho que repetir que ele esteve envolvido em todo o tipo de crimes, incluindo um assassinato. Já esteve preso umas sete vezes.

Tu estás a defender um criminoso reincidente!




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Re: EUA

#7467 Mensagem por Túlio » Seg Mar 10, 2025 9:45 am

Na URSSE ser preso aparentemente não é mais o mesmo que no século passado (por que será que "não notaste" o véio do meme?)




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Re: EUA

#7468 Mensagem por Suetham » Seg Mar 10, 2025 10:02 am


1/ Donald Trump may be aiming to annex the Great Lakes – and possibly south-eastern Ontario in a maximalist scenario – and kick Canada out of NORAD, judging by first-hand accounts of talks between Canada and the Trump Administration
https://threadreaderapp.com/thread/1898 ... 65325.html

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/ ... erno.ghtml
Soldados dos EUA são presos acusados de vender informações confidenciais do governo

Um dos soldados foi acusado em um processo federal de vender dados sensíveis para pessoas na China; ex-soldado também foi preso




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Re: EUA

#7469 Mensagem por akivrx78 » Seg Mar 10, 2025 12:33 pm

Trump está derrubando a ordem mundial que a América construiu
À medida que o presidente abraça Putin, aliados de longa data estão começando a ver os EUA não apenas como não confiáveis, mas como uma possível ameaça à sua própria segurança

7 de março de 2025 12:21 pm ET

Imagem
A corrida de 80 anos da América como a potência mais forte do mundo, uma hegemonia relativamente benevolente que atraiu parceiros e aliados dispostos, foi enraizada em duas grandes iniciativas dos EUA lançadas em resposta à convulsão da Segunda Guerra Mundial.

Uma foi convocar a conferência de Bretton Woods de 1944, que consagrou a ideia de livre comércio e tarifas baixas, gerando prosperidade sem precedentes para o Ocidente. A outra, cinco anos depois, foi liderar o estabelecimento da OTAN, uma aliança que venceu a Guerra Fria e garantiu a paz na Europa.

Para moldar esse sistema a partir do caos e dos escombros da guerra mundial, escreveu Dean Acheson, um conselheiro-chave de Roosevelt e Truman durante esse período, exigiu que os Estados Unidos fizessem "um esforço imaginativo único na história e ainda maior do que o feito no período anterior de luta". Acheson, que entrou na política pela primeira vez na década de 1930 para combater os isolacionistas do "America First", chamou seu livro de memórias de "Present at the Creation".

O presidente Harry Truman, à esquerda, e seu secretário de Estado Dean Acheson, visto aqui em 1949, consolidaram a liderança global dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.

Ambos os legados estão sendo desfeitos com uma velocidade impressionante pelo presidente Trump. Seu segundo governo mirou os aliados mais próximos dos Estados Unidos com tarifas punitivas, ordenou uma interrupção abrupta da assistência militar à Ucrânia, congelou a ajuda externa — e está levantando a perspectiva de um realinhamento geopolítico em direção à Rússia autoritária.

No discurso de terça-feira perante o Congresso, Trump disse que "fomos enganados por décadas por quase todos os países da Terra, e não deixaremos que isso aconteça mais", acrescentando que agora "reivindicamos nossa soberania".

Seus movimentos fizeram o resto do mundo correr por uma resposta, uma profunda reformulação da ordem internacional na qual os antigos aliados dos Estados Unidos estão começando a ver os EUA não apenas como não mais confiáveis, mas talvez como uma ameaça direta à sua própria segurança.

"Os EUA mudaram de lado ao se posicionarem com democracias como o Canadá, como a França, como o Japão, e agora estão se posicionando com ditadores como Putin. Pessoas em países livres em todo o mundo devem estar muito preocupadas", disse o legislador canadense Yvan Baker, ecoando uma visão que também está rapidamente se tornando um consenso europeu.

Trump já deu um tapa no Canadá, com quem negociou um acordo de livre comércio em seu primeiro governo, com tarifas de 25%, embora logo tenha pausado a maioria delas por enquanto. Ele diz que quer que o país pare de ser uma nação independente e se junte aos EUA como o 51º estado. "Trump questionando nossa soberania e tentando destruir nossa economia está fora do manual de Putin", disse Baker.

O presidente francês Emmanuel Macron, em um discurso dramático à nação na quarta-feira que pediu uma grande campanha de rearmamento, disse que a Europa não pode permitir que seu futuro seja decidido por Washington e Moscou, e que agora deve se preparar para uma América que não está mais ao seu lado.

"Estamos entrando em uma nova era", disse o presidente francês Emmanuel Macron em um discurso televisionado sobre a guerra na Ucrânia em 5 de março.

"Estamos entrando em uma nova era", disse Macron. "Nossa geração não se beneficiará mais dos dividendos da paz, e depende de nós se nossos filhos amanhã serão capazes de coletar os dividendos de nossos compromissos."

Houve um desânimo semelhante entre os aliados durante a primeira administração de Trump, mas, no final de seu mandato, a aliança da OTAN emergiu mais forte e a Rússia mais fraca, disse Matthew Kroenig, diretor sênior do Scowcroft Center no Atlantic Council em Washington, que atuou na época como conselheiro sênior do Pentágono.

“As pessoas estão exagerando na retórica e no simbolismo, e não estão prestando atenção suficiente aos resultados subjacentes”, disse ele. “Se daqui a seis a 18 meses, nossos aliados da OTAN estiverem gastando mais e houver um cessar-fogo na Ucrânia, eu diria que estaríamos em um lugar melhor do que hoje.”

Enquanto o governo Trump se movia esta semana para cortar a ajuda militar e a inteligência vital para a Ucrânia, o presidente ameaçou na sexta-feira impor mais sanções e tarifas à Rússia se isso não fosse à mesa de negociações. O comércio atual da Rússia com os EUA é marginal.

Em sua primeira presidência, Trump questionou abertamente o valor das alianças e do livre comércio, ao mesmo tempo em que expressava admiração por líderes autoritários e desprezo por democracias parceiras, particularmente na Europa. Mas hoje, com praticamente nenhuma oposição no Congresso ou dentro do governo, esses impulsos são perseguidos com vigor irrestrito e incomparável. Há também um novo ingrediente muito mais desestabilizador: reivindicações predatórias em terras estrangeiras, como Canadá, Groenlândia, Canal do Panamá e até mesmo a Faixa de Gaza.

"Em seu primeiro mandato, Trump acreditava que a América era enganada. Sua resposta foi a redução", disse Michael Fullilove, diretor executivo do think tank Lowy Institute na Austrália. "Em seu segundo mandato, a mesma convicção o está empurrando para fora. Agora Trump quer mais dinheiro de proteção e mais território — e ele está preparado para usar coerção para obter essas coisas.”

Funcionários do governo Trump frequentemente se referem à sua política no Hemisfério Ocidental como “Doutrina Monroe 2.0” — uma nova encarnação da reivindicação do século XIX de dominar as Américas.

Enquanto Trump diz que busca a paz global com suas mudanças radicais no consenso de gerações da América, a combinação explosiva de seu neomercantilismo e sua adoção do pensamento imperial do século XIX pode realmente empurrar o mundo em direção a uma nova conflagração, alertou Evelyn Farkas, diretora executiva do Instituto McCain, que atuou como subsecretária assistente de defesa dos EUA para a Rússia, Ucrânia e Eurásia sob o presidente Obama.

“Ambos os aspectos de sua política externa, o componente de segurança, bem como o componente comercial e econômico, apresentam muito perigo, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo”, disse ela. “Estamos vendo ações colocadas em prática que contêm os núcleos de uma potencial guerra mundial.”

Cadeiras são removidas da mesa de assinaturas na Casa Branca após a reunião desastrosa entre o presidente Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em 28 de fevereiro.

A mudança drástica de Trump não está enraizada na opinião pública americana. Uma pesquisa recente da CBS-Yougov mostrou que 52% dos americanos apoiam a Ucrânia, contra apenas 4% apoiando a Rússia. A maioria dos americanos, incluindo 59% dos republicanos, considera a Rússia uma potência hostil ou inimiga direta, de acordo com a pesquisa. Outra pesquisa, feita pela Reuters-Ipsos neste mês, descobriu que 50% dos americanos desaprovam as ações de política externa de Trump e apenas 37% aprovam, um declínio de 15% na aprovação líquida desde janeiro.

"O presidente tem o mandato de tentar impedir a guerra, mas não de puxar o tapete debaixo da Ucrânia, mudar de lado, entregar a Ucrânia à Rússia e adotar uma postura de esferas de influência no mundo", disse Farkas.

Os EUA nem sempre foram uma potência mundial benigna nas últimas oito décadas, é claro. Eles apoiaram golpes e ditaduras repressivas na América Latina, África e Ásia e invadiram e ocuparam o Iraque em 2003. Mas, por mais de um século, não tentaram tomar permanentemente o território de outras nações. E, em uma disputa global com rivais autoritários, eles se posicionaram como os campeões dos direitos humanos e valores democráticos que se enraizaram ao redor do mundo sob a tutela americana, particularmente nas nações que derrotaram em 1945.

As guerras comerciais de Trump, sua humilhação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, ameaças ao Canadá, Panamá e Dinamarca, e a marginalização de aliados europeus corroeram esse legado ao redor do mundo, inclusive na Ásia. A imagem dos Estados Unidos na Ásia mudou "de libertador para grande perturbador para um senhorio buscando aluguel", disse o ministro da defesa Ng Eng Hen de Cingapura, um dos parceiros asiáticos mais próximos de Washington.

A questão crítica que esses aliados asiáticos estão se perguntando é se, depois de aparentemente aceitar o direito da Rússia a uma esfera de influência na Europa, o governo Trump também buscaria uma acomodação semelhante sobre suas cabeças para dividir o mundo com Xi Jinping da China.

O presidente chinês Xi Jinping, na frente, e o presidente russo Vladimir Putin na cúpula do BRICS em Kazan, Rússia, 24 de outubro de 2024.

A escolha de Trump para subsecretário de defesa para política, Elbridge Colby, levantou sobrancelhas ao testemunhar durante suas recentes audiências de confirmação no Senado que Taiwan, embora seja muito importante para os Estados Unidos, não é um "interesse existencial". Trump ameaçou impor tarifas a Taiwan também, como parte de seus movimentos econômicos contra os parceiros comerciais mais próximos da América.

“A China sempre pensou que a maior vantagem assimétrica da América era seu sistema de alianças e, agora que os EUA estão alienando seus aliados, a China está encantada em ver as tensões entre os EUA, a Europa e o Canadá”, disse Rush Doshi, um acadêmico do Conselho de Relações Exteriores e da Universidade de Georgetown.

“Amigos europeus devem refletir sobre isso e comparar as políticas do governo Trump com as do governo chinês”, disse Lu. “Ao fazer isso, eles verão que a abordagem diplomática da China enfatiza a paz, a amizade, a boa vontade e a cooperação ganha-ganha.”

Os governos europeus — bem cientes de que a Rússia conseguiu suportar três anos de guerra em grande parte graças ao apoio econômico e político chinês — provavelmente não aceitarão essas propostas pelo valor de face. Mas em um novo mundo onde os EUA estão passando de aliados estratégicos para predadores, algum reequilíbrio parece inevitável.

As nações europeias coletivamente são o maior parceiro comercial dos Estados Unidos e a maior fonte de investimento estrangeiro nos EUA. Até agora, eles se apegaram à esperança de que o vínculo transatlântico que durou oito décadas sobreviveria de alguma forma.

Ucranianos visitam os túmulos de soldados em um cemitério militar em Lviv em 23 de fevereiro de 2025, na véspera do terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Líderes europeus receberam o presidente ucraniano Zelensky em uma cúpula em Londres em 2 de março, dias após seu encontro com o presidente Trump. Da esquerda para a direita: o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido Keir Starmer, Zelensky e o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.

A aceitação aberta de Trump das posições russas sobre a Ucrânia nas últimas semanas destruiu essa ilusão. "Costumávamos ter chamadas de despertar, mas nos últimos dias recebemos um eletrochoque", disse Wolfgang Ischinger, ex-embaixador alemão em Washington e ex-presidente da Conferência de Segurança de Munique. Em uma pesquisa de opinião recente da emissora francesa BFMTV, 73% dos entrevistados franceses disseram que não consideravam mais os EUA um aliado — e 67% apoiavam o envio de tropas francesas à Ucrânia para policiar um cessar-fogo.

Em nenhum lugar a mudança de humor é mais abrupta do que na Europa Oriental e Central, que há décadas está entre as partes mais pró-americanas do mundo. Enquanto o pensamento estratégico francês, sustentado por uma força de armas nucleares totalmente independente, é moldado pelo que Paris e Londres viram como uma traição americana durante a crise de Suez de 1956, países como a Polônia ou a República Tcheca há muito tempo dão crédito à América de Ronald Reagan por sua liberdade.

O ex-presidente polonês e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Lech Walesa, fundador do movimento Solidariedade que desafiou o controle comunista da Polônia em 1980, colocou Trump e o vice-presidente JD Vance em uma categoria muito diferente. A cena da humilhação de Zelensky no Salão Oval o lembrou "dos interrogatórios nas mãos do Serviço de Segurança e dos tribunais comunistas", escreveu Walesa em uma carta assinada por 39 colegas ex-dissidentes, acrescentando que juízes e promotores comunistas na época "também costumavam nos dizer que eles tinham todas as cartas, enquanto nós não tínhamos nenhuma".

Como você acha que a política externa do presidente Trump remodelará o mundo?

Escolhas existenciais estão surgindo no futuro imediato para os 500 milhões de europeus, a maioria dos quais ainda não está preparada para os custos — como impostos mais altos e menos bem-estar social — que seriam necessários para se rearmar para a dura nova realidade, disse Rym Momtaz, analista do Carnegie Endowment em Paris.

"Isso apresenta aos europeus uma nova escolha vital e multigeracional: o que eles fazem? Eles são capazes de se tornar o quarto polo, para que não sejam subsumidos nas esferas de influência da Rússia, dos EUA ou de alguma forma da China?", ela se perguntou. "Ou eles aceitam que não podem, e então haverá uma divisão da Europa."

A União Europeia de 27 membros — que inclui a Hungria, um país hostil à Ucrânia e alinhado a Trump — não será capaz de se desenvolver tão cedo em um ator de segurança significativo em sua forma atual, disse Ischinger. O caminho a seguir, ele sugeriu, é para algum tipo de nova União Europeia de Defesa, com um mercado industrial de defesa europeu, que incluiria uma coalizão de membros dispostos da UE, além do Reino Unido e da Noruega.

O marechal do ar aposentado Edward Stringer, ex-chefe de operações da equipe de defesa britânica, disse que algum tipo de "aliança do Atlântico Leste" — possivelmente incluindo também o Canadá — poderia substituir a OTAN nos próximos anos. "A Europa tem uma oportunidade fugaz de enfrentar o desafio imposto direta e indiretamente por Putin e Trump", disse ele. "Ela pode mobilizar seu poder latente e assumir o controle de sua arquitetura de segurança — ou se tornará uma vassala?"

A Rheinmetall, uma empresa de defesa alemã, produz veículos de combate Puma em uma fábrica na Alemanha, em 2023. O chanceler Friedrich Merz está planejando um grande aumento nos gastos com defesa do país.

A maior economia da Europa, a Alemanha, certamente está tomando medidas drásticas. O novo chanceler Friedrich Merz está promovendo na próxima semana uma mudança radical na política de segurança do país, com emendas constitucionais que ajustariam os limites da dívida pública e permitiriam que Berlim gastasse centenas de bilhões de euros em compras militares. Cerca de dois terços dos gastos militares europeus foram até agora para empresas de defesa americanas, um tecido conectivo crucial na aliança.

Mas o corte repentino de Trump na ajuda militar à Ucrânia — um país que, segundo os líderes europeus, está envolvido em uma guerra que é existencial para a própria segurança da Europa — provavelmente levará as nações europeias a priorizar no futuro sistemas de armas que não poderiam ser restringidos ou desativados por Washington.

"Sempre seguimos o princípio de esperar o melhor, mas agora estamos finalmente nos preparando para o pior — os EUA se tornando uma potência abertamente hostil alinhada à Rússia", disse Thorsten Benner, diretor do Global Public Policy Institute em Berlim. "É tarde demais? Veremos, mas certamente é tarde no jogo."

Embora o desgaste das alianças entre os EUA e outras democracias certamente favoreça a China, o maior vencedor no final pode ser a Europa, disse o almirante aposentado da Marinha dos EUA James Stavridis, que serviu como comandante supremo aliado da OTAN. "Eventos em que os Estados Unidos se desvinculam podem fazer com que a Europa se junte com vontade e unidade, e a torne uma força muito mais importante nas relações internacionais", disse ele.

Em suas memórias, Dean Acheson observou o rápido colapso das potências mundiais e o súbito desaparecimento de impérios antigos. Um dos grandes arquitetos da ordem pós-Segunda Guerra Mundial, ele lamentou a crença perigosa de que em assuntos internacionais, "como na moda feminina e no design de automóveis, a novidade e a mudança são essenciais para a validade e o valor".

Acheson argumentou o oposto: "A verdade simples é que a perseverança em boas políticas é o único caminho para o sucesso".

https://www.wsj.com/world/trump-is-over ... ?st=JPWQq3




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Suetham
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Re: EUA

#7470 Mensagem por Suetham » Ter Mar 11, 2025 10:13 am

Essa narrativa de realinhamento com a Rússia é curiosa. Antes de Trump, todos — incluindo analistas políticos — baseavam-se no argumento de que a aliança entre Rússia e China era apenas de conveniência e poderia ser facilmente rompida devido ao histórico conturbado de guerras e anexações territoriais entre os dois países. Agora, com uma nova administração que faz de tudo para fragilizar ainda mais esse laço, intensificando as diferenças entre eles e tentando alienar a Rússia para que ela se torne neutra ou até mesmo uma aliada (in)formal contra a China, há quem queira retratar essa reaproximação como uma verdadeira traição. Na realidade, trata-se de realpolitik no sentido mais puro e Kissingeriano da geopolítica.

O que muitos parecem incompreender é que na geopolítica dos EUA, não existe uma diretriz única a ser seguida. O que se observa é uma bipolaridade de ideias, com Democratas e Republicanos alternando entre períodos de confrontação e détente. Esse fenômeno é muito bem explicado no excelente vídeo de Pascal Lottaz, do Neutrality Studies:


Pascal mostra dois documentos da RAND sobre a abordagem com relação à Rússia:

:arrow: Confrontação - Extending Russia - Competing from Advantageous Ground
https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR3063.html

:arrow: Détente - A Consensus Proposal for a Revised Regional Order in Post-Soviet Europe and Eurasia
https://www.rand.org/content/dam/rand/p ... _CF410.pdf

Neste momento, observa-se uma estagnação no volume de negócios comerciais da Rússia. O declínio acentuado decorre da redução na demanda por produtos automotivos chineses. Além disso, há dados alarmantes sobre as exportações russas para a China: o período de inverno deveria ter impulsionado a compra de recursos energéticos, mas isso não ocorreu. Se as tendências do início do ano forem projetadas para o restante de 2025, Rússia e China podem esperar uma redução de 5% a 7% no volume de negócios comerciais, caindo para cerca de US$220 bilhões — ainda um patamar elevado. Pode-se dizer que, após atingir níveis recordes, o comércio entre os dois países está entrando em uma fase de estabilização. Sem uma expansão na diversidade de suprimentos russos, esse volume não aumentará. Uma reaproximação com os EUA poderia tornar a Rússia ainda mais independente da China economicamente. Por exemplo, o retorno de marcas ocidentais ao mercado russo tende a deslocar as marcas chinesas. No setor automotivo, uma pesquisa indica que apenas 11% dos russos continuarão usando carros chineses após a volta das marcas estrangeiras.

A estratégia de Trump é clara. Ele busca desmantelar o chamado 'Eixo da Revolta' (Axis of Upheaval), cujas implicações globais são consideradas muito mais graves do que a invasão da Ucrânia pela Rússia. No período pós-Guerra Fria, o Ocidente consolidou uma hegemonia incontestável, pois não havia concorrentes capazes de desafiá-lo individualmente. Agora, o cenário mudou. China, Rússia, Coreia do Norte e Irã são, cada um, excepcionalmente perigosos; juntos, representam um pesadelo para a geopolítica futura.

Os EUA absolutamente não têm a estrutura de força para sequer detê-los, acrescentar a Europa não ajuda. Os americanos devem minar essa aliança, ponto final. Pessoas como HOC e outros que acham que os EUA e seus aliados conseguem deter esse novo eixo podem estar completamente enganados, falei sobre isso aqui:
https://defesabrasil.com/forum/viewtopi ... 1#p5668951
https://defesabrasil.com/forum/viewtopi ... 7#p5668707

Independentemente do que aconteça, os EUA estão pelo menos em uma Guerra Fria contra a China. Quase certamente o Irã também, devido ao seu poder no Oriente Médio e problemas com Israel. Também não precisam estar em uma Guerra Fria contra a Coreia do Norte, e certamente seria bom se a rixa com a Rússia acabasse. Isso libertaria os americanos dos compromissos massivos na Europa, permitindo uma mudança legítima para focar na China, provavelmente no Irã primeiro antes que eles tenham armas nucleares.

Isso não vai funcionar se a administração de Trump fizer uma cagada enorme com Putin em todas as oportunidades. Dois artigos sobre isso aqui:
https://warontherocks.com/2025/01/the-t ... -upheaval/
https://www.foreignaffairs.com/china/ca ... and-russia

Os EUA não tem a capacidade para deter o Eixo da Revolta, isso simplesmente nunca esteve no reino das possibilidades. Atacar o Irã agora é um ótimo momento para resolver o problema militarmente para garantir que eles não possam se recuperar e, especialmente, não possam desenvolver armas nucleares.

Mas como isso é possível se a Rússia pode intervir até mesmo militarmente?

Além disso, onde encontrariam a estrutura de força para ameaçar o Irã enquanto também precisam de uma grande força de dissuasão na Europa?

Os EUA não apenas estiveram perigosamente próximos de iniciar uma guerra com a Rússia, mas o nível de dissuasão necessário para conter os russos está comprometendo completamente os esforços de dissuasão contra o principal adversário: a China. Se os EUA lidarem com cada adversário de forma isolada, não conseguirão deter a China. Se todos os adversários se unirem — o que, aliás, já está acontecendo —, então certamente não deterão ninguém.

Enquanto isso, as tensões com a Coreia do Norte estão se agravando. Sim, eles têm capacidade de projetar poder sobre Washington, pois suas armas nucleares já podem atingir o território continental dos EUA (CONUS). Isso significa que, se a Coreia do Norte entrar em cena em um conflito como uma guerra OTAN-Rússia ou EUA-China, os EUA também terão de enfrentá-la. Isso exigiria o comprometimento de mais forças na Coreia do Sul para contê-la. A Rússia, por sua vez, estabeleceu recentemente uma aliança de defesa vinculativa com a Coreia do Norte, que a obriga a intervir em caso de conflito. A guerra na Ucrânia foi o catalisador disso, transformando os principais rivais dos EUA em aliados em apenas três anos. Esse cenário é preocupante, o que destaca a importância de enfraquecer essa aliança.

E o que isso deixa para a China? Nada. Esse é exatamente o problema. A China representa a maior ameaça, pois é o único adversário capaz de superar os EUA como potência econômica — algo que a Rússia não tem a menor condição de fazer. As Estratégias de Segurança Nacional dos EUA, nos mandatos dos últimos três presidentes, identificaram a China como a ameaça número um. Ainda assim, não há uma dissuasão confiável para impedir uma invasão de Taiwan. A estrutura de forças americanas, excessivamente reduzida, está sobrecarregada em outros fronts, especialmente por causa das ações do Eixo da Revolta, cujos membros mantêm uma relação de grande proximidade entre si.

São tantas ameaças unidas para deter que isso sobrecarrega os EUA. Eu falei sobre isso aqui:
https://defesabrasil.com/forum/viewtopi ... 6#p5641846

Dividir para conquistar não foi apenas uma estratégia inteligente para os romanos.




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