O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11746 Mensagem por FCarvalho » Qui Fev 06, 2025 12:19 pm

Eu procurei informações sobre estas torres AAe da Rheimentall e é bem difícil encontrar detalhes sobre peso, dimensões, etc. No caso desta Skyranger 30, pode ser que ela caiba ou não no Guarani, é preciso saber antes se ela possui dimensões e peso que não influenciem o centro de gravidade do bldo, como no caso da UT30 BR, que apesar de não entrante, obrigou adaptações para que o mesmo pudesse receber a torre israelense, segundo se diz por aí.

Se vocês notaram, a TORC30 é bem estreita e curta, porque foi projetada especificamente para caber nas reduzidas dimensões do Guarani. E se olharmos as demais torres AAe que existem no mercado, todas aparentemente são muito maiores, e mais pesadas, que o projeto nacional. E se for para adotar um produto importado, acho meio difícil encontrar algo que caiba exatamente no bldo do exército, a não ser com severas adaptações, que, presumo, levariam a custos extras os quais de certeza o EB não vai querer arcar.

A TORC30 foi adaptada inicialmente com um canhão alemão de 30mm da mesma Rheinmetall, e que sempre se falou aqui que custa os olhos da cara, e seria, inclusive, mais caro até que a própria torre. Ou seja, uma escolha no mínimo questionável, tendo em vista existirem dezenas de empresas no mercado que produzem o mesmo tipo de arma. Mas foram escolher justamente uma das mais caras. Aliás, quem foi que escolheu esse canhão? A ARES acho difícil, pois eles tem o mesmo tipo de arma em Israel, e poderiam muito bem ter escolhido o mesmo canhão que equipa as UT30BR, mas, estranhamente foram lá no canhão alemão... [005]




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11747 Mensagem por FCarvalho » Qui Fev 06, 2025 12:29 pm

Entre canhões AAe de 20mm a 40mm no nosso mundinho ocidental, temos, reconhecidamente, alguns fabricantes que podem ser observados: Alemanha, África do Sul, França, USA, Suíça, Suécia, Polônia, Sérvia, Turquia.

Fora do ocidente, temos ainda Índia, China, Rússia, Japão, Singapura, e outros. O problema, como insisto em repetir, é que o EB, e demais forças, simplesmente negam-se em ir além do contexto ocidental, como se o mundo estivesse fechado nesta cadeia míope e renitente de fornecedores fora dos quais não existe absolutamente nada.

Não é de se surpreender que tenhamos aqui sempre custos altíssimos em relação a qualquer projeto, já que nenhuma alternativa além dos tradicionalíssimos fornecedores euro-americanos é aceitável na prática para os militares. E ninguém questiona ou põe em cheque este comportamento conformado das ffaa's.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11748 Mensagem por Strike91 » Qui Fev 06, 2025 12:51 pm

FCarvalho escreveu: Qui Fev 06, 2025 12:29 pm Entre canhões AAe de 20mm a 40mm no nosso mundinho ocidental, temos, reconhecidamente, alguns fabricantes que podem ser observados: Alemanha, África do Sul, França, USA, Suíça, Suécia, Polônia, Sérvia, Turquia.

Fora do ocidente, temos ainda Índia, China, Rússia, Japão, Singapura, e outros. O problema, como insisto em repetir, é que o EB, e demais forças, simplesmente negam-se em ir além do contexto ocidental, como se o mundo estivesse fechado nesta cadeia míope e renitente de fornecedores fora dos quais não existe absolutamente nada.

Não é de se surpreender que tenhamos aqui sempre custos altíssimos em relação a qualquer projeto, já que nenhuma alternativa além dos tradicionalíssimos fornecedores euro-americanos é aceitável na prática para os militares. E ninguém questiona ou põe em cheque este comportamento conformado das ffaa's.
Se eu podesse "reviver" um projeto, compraria os direitos intelectuais e técnicos desta compacta torre Otomatic 40mm italiana, atualizaria o radar e optronicos e adicionava dois pares de mísseis manpads nas laterais, teríamos uma arma compacta, eficiente, com munição já em uso nas forças e capaz de equipar Guaranis e a futura VBC



Ou quem sabe com a escolha dos Centauros pelo EB, eles não adquiram alguns com esta torre de 75mm, seriam excelentes contra drones, mísseis de cruzeiro, aeronaves e etc...




Obs: Pessoal não se incomodem, são só debate de ideias quase impossíveis para movimentar o fórum kk




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11749 Mensagem por FCarvalho » Qui Fev 06, 2025 1:28 pm

Eu não duvido nada que assim que conseguirem arrumar esse negócio dos Guarani AAe Msl com os RBS-70NG, o próximo passo é tentar arrumar a UT30 BR2 como um supositório de AAe, já que, até prova em contrário, não temos grana para comprar nada do que hoje é oferecido no mercado internacional neste aspecto, e que caiba no Guarani.

Pessoalmente, eu gostaria muito de saber o porque de tanto investimento para desenvolver a TORC30, e depois, do nada, simplesmente sem razão e nem explicação aparente nenhuma, o projeto é cancelado, jogados às traças, e ninguém fala mais disso no EB. Pior, ninguém nas comissões de defesa do congresso sequer se interessa em saber porque o exército jogou dinheiro público fora desse jeito e fica tudo por isso mesmo.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11750 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 12, 2025 6:55 pm

Esta matéria é bem interessante, apesar do processo ter se dado em 2023. A vantagem econômica do Barak MX, que acabou ganhando o certame eslovaco.

https://magnetpress.online/atm/slovensk ... -a-piorun/

Atenção para o comparativo de preços e capacidades expressos em percentagem entre os sistemas ofertados.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11751 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 17, 2025 5:32 pm

A notar, se informação vinculada em matéria recente da mídia geral sobre o cancelamento pelo PR da compra do ATMOS para o programa VBCOAP SR, e de qualquer outro sistema bélico israelense que ainda não esteja contratado, até o fim da atual gestão for procedente, o Barak MX e o Spider, que são os sistemas AAe oferecidos aqui pela IAI, não poderão concorrer ao novo programa da Defesa Antiaérea Comum do ministério da defesa.

Em teoria, como EB e FAB voltaram seus respectivos programas para a gestão do MD, é de se esperar que um novo ROB seja lançado talvez ainda este ano, a fim de adaptar os requisitos atuais, que são apenas para média altura\alcance, aos novos padrões indicados no programa.

Assim, se nada mudar no contexto atual das relações Palácio do Planalto e governo israelense, o Barak MX mesmo que fosse oferecido, e ganhasse a concorrência, não poderia ser comprado em virtude da suposta decisão presidencial.

Me parece que o MD, orquestrado com os cmdos das ffaa's tende a esperar até junho para ver o desenrolar desta queda de braço entre o assessor para assuntos aleatórios e o PR com o governo daquele país. A empresa e os interesses do país, que não tem nada com isso, vão ter que aguardar para ver quem abre o bico primeiro. E se não resolver, bom, o ROB pode demorar o tempo que for para ser emitido, e mais ainda um RFI\RFQ a fim de amarrar esta questão. Quem sabe daqui uns dois anos tudo isso tenha um fim.

A esclarecer, conforme os requisitos atuais, sistema AAe de média altura\alcance é tudo que vai de 3 mil até 15 mil metros de altitude e 40 (80) km de alcance. No caso, a grande altura\alcance deverá, penso, terá como referência alcances a partir de 100 km, e 20 mil metros de altitude.

Se for desta forma, a nossa doutrina defesa AAe atual deverá ser revista, uma vez que ela preconiza que qualquer alvo acima dos 15 mil metros é "exclusivo" da FAB e seus caças. Como se sabe, sistema de longo alcance\altura podem atingir alvos a mais de 20 mil metros de altitude, e isto demandará uma coordenação tal entre as diversas AAe das forças militares, assim como a aviação de caça, que até agora nunca foi intentado em tal amplitude e complexidade pelas ffaa's no Brasil. Estaremos em, mais um, terreno completamente novo para nós, neste processo de modernização da defesa no país.

A ver.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11752 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 17, 2025 6:07 pm

Se tirarem os israelenses do páreo na futura concorrência para o sistema defesa AAe média e grande altura\alcance, sobram europeus, chineses e indianos. Russos nem pensar, apesar da visão de mundo do Palácio do Planalto.

Os sistemas europeus são bastante conhecidos e extremamente caros, além das limitações políticas de sempre. Chineses só vendem aqui para as ffaa's se for BYD ou GWM. Sobram os indianos, com o seu não muito atrativo Akash NG, e outros sistemas baseados no Barak 8, projetado em parceria com o a IAI, o que deixa ele, também, fora de questão.

As "escolhas" que o governo pode estar dando às forças armadas neste aspecto, parece, não são lá muito coerentes com as necessidades do país, mas, muito mais em relação às necessidades e interesses político-ideológicos particulares do próprio PR e de seus chegados palacianos.

Vamos ver até onde essa onda nos leva.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11753 Mensagem por FCarvalho » Sex Fev 21, 2025 8:05 pm



Com legendas em português




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11754 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 22, 2025 7:27 pm

A quem interessar possa, a MB assinou um contrato com a SIATT e EDGE Group para o desenvolvimento de um novo míssil AAe na IDEX 2025.
Podemos supor que o dito míssil será para emprego embarcado nos meios navais da marinha.
No momento ainda não existem informações divulgadas sobre as características do cito míssil e os vetores a partir dos quais poderá operar.
Se eu não estou enganado, isto me parece mais do mesmo, com as três forças dividindo o trabalho no programa defesa AAe comum entre si, com o EB ficando com os radares, C2 e comunicação, a marinha agora com o míssil, e a FAB com os demais sistemas. O MD sifu e vai ter que entrar com o dinheiro e o fiofó para fazer tudo isso funcionar e sair um dia do papel.
A ver.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11755 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 22, 2025 7:46 pm

https://th.bing.com/th/id/OIP.N2zwbjydStbiF1IMa_w4AgHaEz?rs=1&pid=ImgDetMain

Outro assunto comum às três ffaa's, e que agora retoma fôlego no sentido de amparar soluções também comuns a todas, é a questão da aquisição de um novo Manpad. O EB precisa substituir os antigos Igla-S, assim como a FAB os seus, e a MB precisa igualmente retirar de serviço os Mistral.

A força aérea lançou recentemente um novo RFI para consultar o mercado a despeito da oferta de Manpad para os seus 3 GAAe, indiferente às demandas das demais forças co-irmãs, e claro, do MD.

O exército utiliza o RBS-70NG como sistema SHORAD padrão, ainda que em quantidades pífias e longe do necessário para atender suas demandas. Em que pese a doutrina e os manuais castrenses, o exército não usa seus Manpad fora de OM AAe, ainda que isto possa\deva ser feito conforme estabelecido naqueles mesmos documentos. Assim, um btl inf, RCM e\ou GAC dependem essencialmente hoje do material disponível nas respectivas U e\ou SU AAe existentes a nível brigada a qual estão subordinados, o que denota o atraso em que nos encontramos.

De qualquer forma, como ainda não se sabe quais os requisitos a FAB definiu para seus sistemas Manpad, vamos ter que aguardar para saber o que de fato se quer obter.

Independente do que cada força traçar a si, é mister dizer que as demandas somadas de todas elas seria mais que sificiente para fomentar um míssil Mapand nacional, assim como sua plataforma. A SIATT, em teoria, estaria desenvolvendo uma nova cabela de guiagem para um míssil desta categoria, e há décadas atrás o EB chegou a iniciar estudos para o desenvolvimento de tal sistema, mas que não passou disso.

Se por um acaso desses da vida o MD conseguir convencer os cmdos das forças a definir requisitos conjuntos para este equipamento, talvez seja possível envidar esforços no sentido de prontificar no futuro a longo prazo uma alternativa nacional. Enquanto isso, utilizar o mesmo Mapand nas três forças seria algo não apenas lógico do ponto de vista logístico como econômico.

Com a palavra quem deveria gestar esse tipo de decisão na seara da política de defesa nacional.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11756 Mensagem por gabriel219 » Sáb Fev 22, 2025 8:54 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Fev 22, 2025 7:27 pm A quem interessar possa, a MB assinou um contrato com a SIATT e EDGE Group para o desenvolvimento de um novo míssil AAe na IDEX 2025.
Podemos supor que o dito míssil será para emprego embarcado nos meios navais da marinha.
No momento ainda não existem informações divulgadas sobre as características do cito míssil e os vetores a partir dos quais poderá operar.
Se eu não estou enganado, isto me parece mais do mesmo, com as três forças dividindo o trabalho no programa defesa AAe comum entre si, com o EB ficando com os radares, C2 e comunicação, a marinha agora com o míssil, e a FAB com os demais sistemas. O MD sifu e vai ter que entrar com o dinheiro e o fiofó para fazer tudo isso funcionar e sair um dia do papel.
A ver.
A páginas atrás eu falei sobre isso, da SIATT trazer sistemas AAe pra fabricar no Brasil e oferecer, mas não me deram ouvidos.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11757 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 23, 2025 5:25 pm

Vamos a algumas curiosidades sobre o misterioso míssil AAe que a MB agora quer botar seus parcos recursos.

1. Quais os requisitos de operação do míssil? Será de curta, média ou longa altura\alcance, ou um pouco de de tudo?

2. O míssil irá substituir e\ou complementar os CAMM, já adotado para as FCT?

3. Os requisitos serão os mesmos do programa de Defesa AAe Comum do Ministério da Defesa, que agora visa um sistema de média e longa altura\alcance ou serão próprios da MB visando atender suas necessidades particulares de operação?

4. O projeto partirá do zero ou se lançará mão de algum modelo já existente no catálogo de mísseis do EDGE Group? Se sim, quais as opções?

5. O sistema será feito apenas para emprego naval, ou disporá também de versão terrestres a fim de atender ao CFN, e demais forças armadas?

6. Os recursos para este programa estão garantidos ou ainda dependem de liberação orçamentária específica para isso?

7. Qual o tempo entre projeto, desenvolvimento, prototipação, avaliação e operacionalidade do míssil, dentro do organograma de custeio da marinha e SIATT\EDGE Group?

8. Em que pese este desenvolvimento nacional, cada FCT possuem apenas 12 silos para mísseis, totalizando uma demanda teórica de apenas 48 unidades. Esta quantidade será suficiente para custear, e pagar, todo o projeto do míssil AAe, ou haverá dentro do seu planejamento orçamentário a adição de outras capacidades aos navios, e aos lançadores destes, ou se espera adicionar mais meios em que possa ser utilizado além das fragatas?

9. Quantos e quais meios navais e\ou fluviais se pretende empregar operacionalmente este míssil AAe?

10. Fora as FCT, os atuais e futuros meios navais\fluviais da MB terão de passar por algum tipo de trabalho de adaptação e\ou modificação na estrutura a fim de poder receber o novo sistema AAe nacional que se pretente, ou este será do tipo plug and play, a fim de facilitar seu emprego além das fragatas? Se sim, quais as modificações nacessárias?

11. Os Napa 500BR, NaPa Classe Macaé e NaPaOc BR terão capacidade de receber e operar regularmente o míssil AAe ou ele será efetivo apenas em navios maiores da esquadra?

12. O planejamento estratégico da MB prevê ao menos 8 navios de escolta até 2044. No caso de todos serem da mesma classe das FCT, e tendo apenas 12 lançadores por navio, qual será a quantidade mínima a ser fabricada de forma a pagar o investimento feito nele?

13. Qual ou quais o tipo de guiamento o míssil empregará? IR, EO, Radar ou múltiplo?

14. Qual ou quais os tipo de propulsão será utilizado? Ramjet? Outro?

15. Tamanho, peso, dimensões?

16. Será construído um lançador próprio para este míssil ou ele poderá ser empregado a partir de diversos tipos existente, ou futuros lançamentos, no mercado?

17. A demanda da MB hoje, e no médio(2035) a longo prazo(2044) é suficiente para pagar pelo desenvolvimento deste míssil?

18. Os EAU estão comprometidos com a aquisição\operação deste futuro míssil AAe, ou apenas a MB irá dispor do mesmo e será responsável, junto com SIATT e EDGE Group por sua comercialização e operação, com exportações sendo igualmente de responsabilidade destes empresas?

19. Para qual\quais mercado(s) de exportação o míssil AAe da MB está sendo pensado, a fim de cooperar com sua flexibilidade\viabilidade operacional, comercial e produtiva, já que a MB sozinha teoricamente não possui demanda suficiente para suprir todas as questões de financiamento e suporte do mesmo?

20. Qual o custo unitário previsto para o míssil AAe e de todo o sistema operacional do mesmo?

21. A MB pretende desenvolver paralelamente ao míssil em sistemas C2 e de gestão operacional para o missil AAe, ou serão importados de fornecedores a serem escolhidos, ou ainda utilizar algum sistema de propriedade do EDGE Group?

22. Este míssil, e seus sistemas e subsistemas, terá integração - ou mesmo fará emprego destes - com o(s) sistema(s) a serem adotados futuramente pelo Programa Defesa AAe Comum do MD, ou disporá de meios próprios e independentes, garantindo apenas o mínimo necessário à comunicação entre ambos?

23. O míssil AAe da MB será intercambiável com os futuros sistemas AAe da FAB e EB?

24. O SISCONTA terá algum papel no desenvolvimento do míssil AAe ou este sistema foi descontinuado após o ModFrag das Niterói, não tendo futuro operacional dentro dos futuros meios navais\fluviais da MB?

25. Em quantas versões se pretende desenvolver este míssil AAe?

26. O que justifica neste momento apor escassos recursos para desenvolver um novo míssil AAe nacional de emprego naval, uma vez que a MB já elegeu o CAMM como o sistema de defesa AAe das FCT, e não há perspectivas de novos meios além dos 4 navios hora contratados?

27. A MB já está comprometida com a aquisição e desenvolvimento do Mansup ER e versão básica, este último adquirido em primeiro lote recentemente na IDEX 2025 nos EAU. Este processo ainda irá demandar muitos recursos para chegar a uma situação de retorno financeiro para a SIATT e EDGE Group. Em que pese as muitas restrições financeiras por que passa o orçamento da defesa, e especial o da marinha, como se espera desenvolver um novo míssil em meio à cada vez maior escassez de recursos e de capacidade de investimento em novos meios e PDI nacional no curto e médio prazo?

28. O míssil AAe contará com sistema de empuxo vetorado em seu sistema de propulsão?

29. A MB não possui defesa de médio e longo alcance\altura, com esta capacidade sendo introduzida com o CAMM e as FCT. Em que medida isto irá influenciar os requisitos e o desenvolvimento do novo míssil AAe?

30. Que fatores concretos estão levando a MB a envidar recursos no desenvolvimento de um novo míssil AAe nacional uma vez que ela comprou e irá operar o sistema CAMM em suas fragatas da classe Tamandaré?

31. A quem pertencerá a propriedade intelectual do projeto do míssil AAe?

Fiquem á vontade para tentar responder.

copiado do tópico Mísseis da MB




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11758 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 23, 2025 5:45 pm

Considerando que a MB possuirá, supostamente, 8 FCT até 2044, seriam apenas 96 mísseis prontos para lançamento nestes navios. Como de costume, a marinha não compra quantidades de armamento superiores à capacidade de emprego imediato de seus meios, e via de regra, não leva em consideração reservas típicas que qualquer força militar tem de prover a si, em caso de necessidade, seja porque não tem recursos para tanto, seja por entender tais reservas como algo não impositivo em curto prazo, podendo lançar mão de compras de oportunidade e à revelia de qualquer planejamento material de suprimentos sempre que for preciso. Este é o típico pensamento militar tupiniquim. Qualquer coisa vai ali na bodega da esquina, resolve o problema, e toca o barco.

Se eventualmente em algum momento a MB vier a utilizar lançadores quádruplos para os CAMM, a condição muda de figura. Mas, isto também será possível ao novo míssil AAe que se quer? Se sim, quais os impactos nos custos de desenvolvimento? A MB está disposta a aceitar os riscos e a elevação de custos?

Ainda não sabemos qual a configuração das fragatas se modernizadas com estes lançadores múltiplos de mísseis, mas, é de se supor que com 12 lançadores, se cada silo quádruplo puder preencher a vaga de um modelo simples, pode-se chegar até 48 mísseis por navios, o que é muita coisa para um meio do porte das Tamandaré, e talvez, ajude a justificar a ideia de um novo míssil AAe, já que, por enquanto, a força naval pensa em dispor de pelo menos 8 navios desta classe até 2044.

A ver.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11759 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 26, 2025 5:59 pm

Segundo entrevista com representante da IDV América Latina na revisa T&D em banca, o projeto da VBC AAe Guarani equipado com o RBS-70 MSHORAD foi uma demanda\iniciativa do EB, e não da empresa\SAAB, tendo em vista a experiência positiva com a operação do sistema sueco em sua versão básica do lançador\míssil.

É de se supor que critérios operacionais, e financeiros, devem ter contribuído para esta escolha prévia, tendo em vista a predileção do exército por continuar usando equipamento que já conhece, e entende bem seu uso, além do apoio pós venda da SAAB ser bem visto na questão.

Os modelos de teste da UT e Radar\PC devem ser entregues até ano que vem, com fins de avaliar a integração do lançador\mísseis e Radar ao blindado italiano, além de subsistemas solicitados pelo exército. Este trabalho de integração\adaptação e testes do Guarani deve levar cerca de um ano e, sendo aprovados, levar ao contrato de produção em série das 63 unidades que se espera comprar.

Uma versão VBE AAe Can Aut não está nos planos, e ainda carece ser confirmada, com a UT-30BR2 Antidrone sendo a bola da vez em termos de defesa AAe de ponto neste aspecto. Mas esta nova versão da torre da Ares aparentemente não conta com verbas este ano para poder ser avaliada na prática, embora se saiba que ao menos uma unidade cedida pelo EB esteja servindo naquela empresa como base para as alterações proposta ao modelo.

A ver.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11760 Mensagem por Brasileiro » Qui Fev 27, 2025 11:09 am

Pra esse míssil sair rapidamente do papel, atalhos terão de ser tomados. Ou seja, desenvolvimento em cima de produtos já desenvolvidos, como o A-Darter, cuja memória de cálculo ainda deve estar nas mãos da SIATT.

Agora mesmo que a ideia fosse armar um possível segundo lote de Tamandaré, desenvolver algo agora já é um tanto tardio.




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