Sobre o KC-390

[FCarvalho]

O contrato será assinado em 2025. Praticamente na conta. Falta só a burocracia.

Falando em conta, a Europa está se saindo até o momento o melhor, e mais surpreendente, mercado ativo para o KC-390.

Até agora, considerando este último negócio com os eslovacos, já são 21 aeronaves vendidas\negociadas para o velho continente, com o próximo ano prometendo aumentar este número para mais de três dezenas de unidades.

O negócio sueco eu dou como fechado, mas, essa história de outro caça na FAB, cortes de recursos no programa Gripen E\F em 2025, negociações para um novo cronograma de entrega entre FAB e SAAB, falta de verbas no orçamento até para o básico na Defesa nos próximos anos, etc, além da insofismável negação do MF em arbitrar qualquer possibilidade de adendo contratual ao FX-2, até prova em contrário, dá a entender que esta compra pode não significar necessariamente mais Gripen E\F para a FAB.

No fim, acabo pensando que os suecos vão precisar negociar outros espelinhos da sua BIDS, e eles são muitos, para tentar compensar esta compra do avião da Embraer. E eles já estão se mexendo neste sentido. Espero sinceramente que dê certo.

Ano que vem tem Grécia, Polônia e Finlândia na fila para também potencialmente fechar com o cargo da Embraer no mercado europeu. A Suíça corre por fora, e é a que menos dá indicações de movimentos na direção do nosso avião.

A ver.

[gabriel219]

A Índia tirou o C-130 da disputa. O KC-390 lá só perde se tiver problemas políticos ou uma propina muito da boa pro A400.

[FCarvalho]

Conveniências. Se será bom mesmo para nós, veremos.

[J.Ricardo]

A Índia tirou o C-130 da disputa. O KC-390 lá só perde se tiver problemas políticos ou uma propina muito da boa pro A400.

De pagar propina os europeus são professores, mas acho que essa só não pra Embraer se ocorrer algo muito, muito fora da curva.

[FCarvalho]

Sendo os indianos como são, talvez a opção por comprar ambos aviões esteja sendo discutida na mesa do MD\IAF por agora.
O KC-390 pode até levar esse novo tanquete indiano, mas as dimensões\condições são bem mais restritas quando comparadas ao A40MM. O problema de fundo será a relação custo x benefício que cada um puder oferecer.

Para transportar tanques, mesmo sendo "leves", vai precisar de uma frota de aeronaves para lá de robusta, apenas para fazer o translado de um simples esquadrão, regimento ou até uma brigada, não sei como é lá. Qualquer que seja a escolha, me parece que a introdução desta obrigatoriedade irá jogar esta compra para bem mas perto das 80 unidades do teto estabelecido.

[cabeça de martelo]

[FCarvalho]

Alguém aí sabe as dimensões reais desse tanque leve indiano?
O peso de combate seria de 25 ton, mas para transporte aéreo, obviamente isto deve ser bastante reduzido.
No caso do KC-390 ele transporta no máximo 26 ton de carga concentrada, o que dá uma boa margem para levar o bldo indiano.
Mas, eu tenho cá comigo que a depender do tamanho desse trambolho, esse transporte será feito por margens bem apertadas, com o veículo semi-desmontado.
A largura do porão de carga do KC-390 é de no máximo 3,45 metros.

[cabeça de martelo]

Penso que o Zorawar foi feito para poder ser transportado pelo C-130, pelo menos li algo sobre isso.

[Túlio]

A Índia tirou o C-130 da disputa. O KC-390 lá só perde se tiver problemas políticos ou uma propina muito da boa pro A400.

De pagar propina os europeus são professores, mas acho que essa só não pra Embraer se ocorrer algo muito, muito fora da curva.

Já ocorreu: do Zorawar todo mundo sabe, umas 25 t que já deixam o 390 bem perto do limite, mas ainda por cima ter que entregá-lo e/ou removê-lo de altitudes que podem chegar a FL150 ou mais (o Bld foi projetado para operar neste tipo de ambiente e esta capacidade foi acrescentada aos requisitos para o Cargo da IAF) eu nunca ouvi falar que o 390 tenha feito.

Mesmo a um custo bem mais alto, me parece que o 400 operaria com uma margem bem folgada, entregando o carro já pronto para rumar imediatamente para o TO. IMHO, claro.

[FCarvalho]

Penso que o Zorawar foi feito para poder ser transportado pelo C-130, pelo menos li algo sobre isso.

Se foi, porque o Hércules seria eliminado de pronto no programa da IAF? Um tanto que estranho isso.
Até porque a LM não disse uma palavra oficial até agora neste caso. Nem se fica e nem ou se saiu mesmo do certame indiano.
Mas se cabe em um C-130, ele vai no KC-390 do mesmo jeito, mas com pouca margem de sobra.
Para transporte, as 25 ton não importam porque o tanque é praticamente desmembrado e empacotado para esse tipo de viagem. Assim, ele deve pesar umas 5 ton a menos na hora de embarcar.
O que não vai acontecer, no caso do KC-390, ou do Hércules, é embarcarem ele com todos aqueles trambolhos de proteção adicionais extras que ele leva, além de optrônicos, antenas e coisas semelhantes. Simplesmente não cabe.

[cabeça de martelo]

Se soubesse o tamanho da viatura já dava para dizer com a certeza dos factos, sendo assim é mera especulação.

[FCarvalho]

De pagar propina os europeus são professores, mas acho que essa só não pra Embraer se ocorrer algo muito, muito fora da curva.

Já ocorreu: do Zorawar todo mundo sabe, umas 25 t que já deixam o 390 bem perto do limite, mas ainda por cima ter que entregá-lo e/ou removê-lo de altitudes que podem chegar a FL150 ou mais (o Bld foi projetado para operar neste tipo de ambiente e esta capacidade foi acrescentada aos requisitos para o Cargo da IAF) eu nunca ouvi falar que o 390 tenha feito.
Mesmo a um custo bem mais alto, me parece que o 400 operaria com uma margem bem folgada, entregando o carro já pronto para rumar imediatamente para o TO. IMHO, claro.

E nem vai porque isso não fazia parte dos requisitos da FAB, ou da Embraer, no projeto inicial do avião. Esta é uma demanda particular indiana que apareceu agora em 2024.
Se o avião da Embraer consegue fazer isso, ou não, bem, podemos supor que a Embraer já tenha conversado de antemão sobre o assunto com a IAF e empresas indianas aliadas neste negócio.
Deixar para fazer isso de última hora não parece ser algo pertinente ao comportamento negocial da equipe de vendas da empresa.
O projeto deste tanque já existia há tempos por lá, e sua adoção era tida como certa pelo exército indiano, inclusive com capacidade de transporte aéreo.
Os mascates da Embraer não são neófitos. Isto deve ter precendência na oferta tupiniquim para os indianos.
A ver.

[FCarvalho]

Se soubesse o tamanho da viatura já dava para dizer com a certeza dos factos, sendo assim é mera especulação.

Eu procurei mas não achei informações sobre as dimensões dele.
Mas, para uma força aérea que opera C-17, ficar pensando em aeronaves táticas para transporte mesmo que de um bldo considerado leve, é algo que soa meio estranho.
Mas, se a ideia é levar estes mesmos veículos direto para a linha de frente, ou o mais próximo disso, onde serão empregados, aí a coisa muda de figura.
E fica mais difícil de entender isso quando se trata da linha de fronteira com a China, principalmente, onde os chineses já tem à disposição centenas de VT-15 operacionais bem em cima do nariz das tropas indianas. O que justifica os bldos indianos estarem fora deste ambiente e precisarem de transporte aéreo para chegar onde já deveria estar previamente?
E pior, dependendo de uma infraestrutura aeroportuária absolutamente precária, quando não impraticável na maior parte do tempo devido a meteorologia local?
Tem muitas coisas que não batem nesta "estratégia" indiana no que diz respeito o emprego desse bldo.

[Túlio]

Se soubesse o tamanho da viatura já dava para dizer com a certeza dos factos, sendo assim é mera especulação.

Também procurei, o melhor que achei foi este trecho que, considerando o peso máximo alegado, aponta para uma largura dificilmente superior a três metros (sem os add-ons laterais, claro):

Army’s technical specification for the tank states that its physical dimensions should not come in the way of them being transported by air, road or water.

https://theprint.in/defence/indias-indi ... t/2163323/

[FCarvalho]

Para transporte aéreo por um cargo tático como o C-130J, que eles tem por lá, podemos supor uma largura entre 2,5 e 2,8 metros.
Qualquer coisa além disso vai tornar o seu transporte neste modal tão marginal e limitado que simplesmente não compensa.
Melhor meter o pé na estrada ou simplesmente botar eles aonde são necessários desde o primeiro momento.