Aviação do Exército

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Aviação do Exército

#5026 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 26, 2024 3:27 pm

Com tudo o que anda acontecendo por estes lados do Brasil, em termos de cobranças pelo apoio das ffaa's nas operações de intervenção na reserva Ianomami, vejo uma oportunidade para o EB requerer ao menos três questões pontuais para a Avex.

Um, a retomada do projeto da aviação de asa fixa, tendo por objetivo principal dotar as OM da região norte e centro oeste com mais este apoio fundamental à sua operacionalidade.

Dois, a compra de helos pesados, um sonho de consumo há muito alimentado, e que foi defenestrado pelo tempo e pela falta absoluta de interesse do(s) governos em resolver a questão.

E três, a reorganização da atual estrutura da Avex, que basicamente ainda é um reflexo do que foi feito há quase 40 anos atrás, e não atende, e nem consegue atender, as demandas do exército, e do próprio governo eis órgão

Para dar conta da primeira questão, há de se fazer com que o MD compre a briga, de forma a alinhar esta demanda da Avex com os reclamos da FAB, e da aviação naval no médio e longo prazo, em relação à substituição dos atuais meios e a implementação de novos vetores, agora em sob outras condições e visão gerencial.

A compra de helos pesados, meios importantíssimos para o apoio logístico nas regiões norte e centro oeste, principalmente, pode ser resolvido pela aquisição de meios usados, que na minha opinião podem ser conseguidos via FMS ou EDA junto aos norte americanos, ou dos israelenses e alemães, usuários dos CH-53 das primeiras versões.

Por fim, a terceira questão é algo que o MD tem que tomar a frente no sentido de colocar em um eixo comum o que se quer claramente em termos de capacidade de transporte\logística das ffaa's no longo prazo, com vista a um planejamento comum para todas em termos de investimentos, custos e vetores.

Quando cada força parar de ficar resolvendo o que quer e o que fazer com os meios que se pretende de forma independente, e indiferente às demais, ou pior, o que quer de si mesma em termos de capacidades, sem submeter isto às demandas originais do MD e demais forças, nunca vamos chegar a obter de fato tudo o que se pensa e\ou planeja em defesa no país.

https://th.bing.com/th/id/OIP.Ee5grZ4KgkVB5BxFmsZiKgHaE6?rs=1&pid=ImgDetMainhttps://imgproc.airliners.net/photos/airliners/0/3/7/0889730.jpg?v=v40https://th.bing.com/th/id/R.9fda7df5f3acb19ea633220fc372eb06?rik=efw5i8LoqIdHfA&pid=ImgRaw&r=0

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Re: Aviação do Exército

#5027 Mensagem por Goldfinger » Seg Jan 29, 2024 9:14 am

FCarvalho escreveu: Sex Jan 26, 2024 3:27 pm
A compra de helos pesados, meios importantíssimos para o apoio logístico nas regiões norte e centro oeste, principalmente, pode ser resolvido pela aquisição de meios usados, que na minha opinião podem ser conseguidos via FMS ou EDA junto aos norte americanos, ou dos israelenses e alemães, usuários dos CH-53 das primeiras versões.

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Re: Aviação do Exército

#5028 Mensagem por FCarvalho » Seg Jan 29, 2024 1:35 pm

Goldfinger escreveu: Seg Jan 29, 2024 9:14 am
FCarvalho escreveu: Sex Jan 26, 2024 3:27 pm A compra de helos pesados, meios importantíssimos para o apoio logístico nas regiões norte e centro oeste, principalmente, pode ser resolvido pela aquisição de meios usados, que na minha opinião podem ser conseguidos via FMS ou EDA junto aos norte americanos, ou dos israelenses e alemães, usuários dos CH-53 das primeiras versões.
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Esses CH-53D/G tem 50 (!!!) anos de uso intenso nas costas. :roll:
Se for para pegar sucata, pelo menos pega uma sucata "nova", tipo uns CH-47D da década de 90
Existem muitas células de CH-53 nos desertos norte americano. Umas mais, outras menos antigas e em diversos estados. É questão de achar algo que valha a pena. Idem para os CH-47D.
Helos pesados são uma necessidade crescente, mas até hoje negligenciada por aqui.
Quem sabe agora aproveitam alguma oferta ou compra de oportunidade.




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Re: Aviação do Exército

#5029 Mensagem por saullo » Seg Jan 29, 2024 2:09 pm

Cada vez que ligar um CH-53 desse, vai embora a pensão de centenas de militares.
Vai virar por aqui não.

Abraços




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Re: Aviação do Exército

#5030 Mensagem por FCarvalho » Seg Jan 29, 2024 2:13 pm

Hoje a pressão pelos 2% do PIB para a defesa tem mais defensores do que em qualquer outro momento. O imbróglio com a Venezuela jogou na cara de todos em Brasília as muitas deficiências das ffaa's negligenciadas décadas a fio.
Estamos em boa hora para cobrar muitas coisas em termos de mudanças.
Se vão querer, ou conseguir, aproveitar a chance, a ver.




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Re: Aviação do Exército

#5031 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 05, 2024 12:25 pm

Este aqui caberia como uma luva para as necessidades da Avex na região norte e centro oeste. Mas, virou um sonho de uma noite de verão, embora quase tenha se tornado uma realidade concreta para FAB e EB.
Uma lástima não termos comprado eles quando houve chance.





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Re: Aviação do Exército

#5032 Mensagem por knigh7 » Sáb Fev 10, 2024 10:33 am





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Re: Aviação do Exército

#5033 Mensagem por knigh7 » Sáb Fev 10, 2024 1:39 pm

A Rafael, por exemplo, comercializa microssatélites que ficam numa órbita mais baixa e assim conseguem imagens de alta resolução utililzando câmeras menos sofisticadas, barateando-os. Os lançam em pacotes de 4 unidades.




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Re: Aviação do Exército

#5034 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 10, 2024 2:01 pm

A ver quanto tempo leva para o EB chegar a mesma conclusão que os norte americanos.




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Re: Aviação do Exército

#5035 Mensagem por knigh7 » Sáb Fev 10, 2024 9:07 pm

E acho que o Black Hawk ainda não tem um substituto, pois o V-280 é bem maior e, portanto, mais fácil de ser atingido:



Esse Bell Valor é mais adequado para missões longas.




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Re: Aviação do Exército

#5036 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 10, 2024 11:58 pm

O Bell V-280, como outros projetos de desenvolvimento tecnológico norte americanos vai acabar substituindo apenas parte da frota de Black Hawks, que só no US Army passam de 2 mil unidades. Não tem como fazer isso no 1x1, até por uma questão de preço e custo. Está aí o V-22 que não me deixa mentir.

No final vão arrumar outro helo para ser um substituto dos BH quando sentirem que o projeto da Bell está consumindo verbas demais e que outros vetores e\ou conceitos no futuro podem fazer o mesmo trabalho, quiçá com menos problemas e mais desenvoltura e, claro, menores custos. Está aí o resultado do FARA. E isso não é exatamente uma novidade para eles.

Eu bem que gostaria que a Embraer transformasse o STOUT em um VTOL, aproveitando exatamente o conceito apresentado da célula, posto que, como escrevi no tópico dos projetos de defesa da Embraer, ele seria um vetor muito bem vindo em todas as três forças. E teríamos a miúde, uma demanda cabível o suficiente para tirá-lo do papel. Mas claro, isso sou eu pensando aqui com os meus botões. A Embraer tem plena capacidade de fazer isso. Mas primeiro alguém em Brasília teria de querer.

Só espero que no ritmo das coisas por aqui, não levemos décadas para chegar as mesmas conclusões que europeus, norte americanos, russos e chineses estão tendo com esta guerra na Ucrânia. Somos muito bons em matéria de teoria e doutrina, mas a prática ainda deixa muito a desejar. Para o nosso azar.




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Re: Aviação do Exército

#5037 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 11, 2024 12:28 am

Uma curiosidade que me ocorre é se caso a questão Venezuela x Guiana evoluir para um conflito aberto entre ambos, mesmo que o nosso território seja poupado, o comando do EB bateria na mesa e pressionaria o governo a liberar verbas para obter helos de ataque antes do previsto no planejamento, em 2031.

Sabe-se que o T-129 foi muito bem visto por aqui em 2019, mas custa por volta de US$ 40 milhões a unidade, e não há disponíveis em estoque ou que se poderia liberar em linha de produção para nós no curtíssimo prazo; Apache e Super Cobra são sempre candidatíssimo na Avex, e os norte americanos tem um lobby natural dentro da própria Avex, mas o governo não necessariamente aquiesceria, e nem vê com bons olhos, qualquer compra dos norte americanos, principalmente na área de Defesa.

Os europeus não tem muito o que fazer, pois o franceses, alemães, espanhóis e italianos não tem como dispor os seus helos de ataque, já que poucos foram construídos, e a pressão da guerra na Ucrânia não permitiria maior flexibilidade no sentido de abrir mão do pouco que se tem.

Sobraria China e Rússia. Da primeira, pode-se até conseguir eventualmente alguma coisa no curto prazo, mas aí o problema seriam os próprios militares, receosos de deixar o seu ídolo ao norte do rio grande magoado e\ou ofendido, enquanto os russos, embora pudessem também eventualmente entregar-nos alguma coisa, fica o embaraço de ter de enfrentar "o ocidente" e seus reclamos e sansões contra eles.

De qualquer forma, a nossa situação ficaria bem embaraçosa vide que os possíveis candidatos a fornecedores de helos de ataque ao EB não tem como responder hoje ou no curto prazo as demandas por este tipo de material sem causar algum tipo de imbróglio internacional ou interno.

Talvez o fato de nunca termos de dispor da Avex em uma situação emergencial de guerra nas nossas fronteiras tenha deixado com que ela fosse sendo levada a pagode por mais de trinta anos, de forma que o comando do EB nunca se interessou, ou quis admitir de fato, sua importância para todas as operações terrestres. Mesmo à luz de dezenas de exemplos históricos desde 1945.

Estamos há quase 40 anos da recriação da Avex e ela ainda não decolou no sentido de ampliar, qualificar e multiplicar valor e capacidades em termos operacionais efetivos no apoio às ações do exército. E os poucos projetos que foram orquestrados, ou ficaram pelo meio do caminho, como a asas fixas e helos pesados, ou simplesmente são tocados de forma tão lenta que seus resultados quase nunca se fazem sentir na prática pelo EB. Vide a pretensa substituição dos BH e Cougar há anos demandadas e que nunca saiu do lugar, a espera de um milagre político-econômico até agora.

Quem sabe uma guerra de verdade não nos oferece a oportunidade dos políticos desculparem-se com o populacho eleitor pela "quase blasfêmia" de ver verbas públicas sendo colocadas sem maiores restrições na Defesa, indiferente às gigantescas demandas sociais.




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Re: Aviação do Exército

#5038 Mensagem por knigh7 » Dom Fev 11, 2024 11:20 am

Acho que isso demoraria demais. Mais fácil seria, enfim, armar os nossos Fennecs.

Outra alternativa, bastante exequível, seria recebermos os 222 Javelins e as 33 CLUs. A autoriação de venda do DSCA para nós foi objeto de apreciação do Comitee on Foreign Affairs, presidido pelo senador Robert Menedez, em 6 de setembro de 2022 e não foi rejeitada.

O que precisamos é do orçamento para o pagamento inicial daqueles USD 74 milhões da proposta.




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Re: Aviação do Exército

#5039 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 11, 2024 5:43 pm

knigh7 escreveu: Dom Fev 11, 2024 11:20 am Acho que isso demoraria demais. Mais fácil seria, enfim, armar os nossos Fennecs.
Outra alternativa, bastante exequível, seria recebermos os 222 Javelins e as 33 CLUs. A autorização de venda do DSCA para nós foi objeto de apreciação do Comitee on Foreign Affairs, presidido pelo senador Robert Menedez, em 6 de setembro de 2022 e não foi rejeitada.
O que precisamos é do orçamento para o pagamento inicial daqueles USD 74 milhões da proposta.
O projeto para armar os Esquilos e Pantera K2 está mais que atrasado, e pelas expectativas geradas, o Spike seria o modelo adotado, mas, temos um problema aí chamado Faixa de Gaza\Hamas, que não irá arrefecer em tempo previsto.

E no momento, Brasília teria poucos ou nenhum motivo, do ponto de vista ideológico do governo, para botar essa grana no bolso dos israelenses, mesmo que a título de defesa nacional. E as opções são bem poucas, além de caras. Talvez os chineses ou sul coreanos.

No caso dos mísseis AC, eu não acredito que o governo disporia tais recursos nos Javelin com o MSS 1.2 aqui pedindo água, e mesmo precisando de um sério empurrão para tirar do papel a sua linha de produção de forma a permitir seu desenvolvimento a posteriori.

Na verdade, seria muito mais palatável e menos problemático investir esses recursos na SIATT, mesmo que os sistemas levassem mais tempo para chegar em Roraima. Lembrar que 2024 é ano eleitoral. Difícil para o governo aceitar qualquer alternativa que não pleiteie as necessidades (eleitorais) do congresso. E a Defesa mesmo que a troco de caixa entra neste aspecto mesmo que a título de negócio de oportunidade\ocasião. Eles não se importam mesmo.

De qualquer forma, a atual estrutura da Avex na região norte, nem de longe possui capacidades e condições de apor os meios necessários ao apoio da quantidade de tropas que eventualmente seriam deslocadas para aquele TO. Já está sendo um problema enorme para o MD ter que bancar as operações de apoio aos Yanomami - diz-se que US$ 1 milhão por dia - então pensar em apoiar ações voltadas à sua missão primária seria algo inconcebível do ponto de vista financeiro, com várias brigadas acantonadas ao mesmo tempo naquele estado.

E conseguir material hoje em dia no curtíssimo prazo fora dos USA, e seus gigantescos estoques militares, com as consequentes coleiras de praxe, deixa-nos em situação mais que vexatória, principalmente pelo fato de que mesmo um conflito gerado na nossa cara enfrentaria oposição ferrenha em Brasília não apenas da fazenda nacional, mas de muita gente na esplanada muito mais voltados aos seus próprios interesses do que a Defesa do país. Seria uma disputa realmente imprevisível entre os ministérios e os militares pelos (parcos) recursos das ffaa's.




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Re: Aviação do Exército

#5040 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 11, 2024 6:10 pm

Se a minha memória não me trai, a doutrina a Avex ainda prevê que o seu Bavex seja capaz de realizar um assalto aeromóvel em nível cia inf com os helos de que dispõe. A organização atual destes permite transportar em mais de uma vaga as 4 cia de um batalhão de infantaria. Ao menos na teoria é assim. No caso do 4o Bavex\Mao e do Núcleo de Avex em Belém, são 4 BH, cerca de 6 a 8 Jaguar e coisa de 8 a 10 Pantera K2.

Obviamente que trabalhando em conjunto tal dispositivo é suficiente para apoiar o 7o BIS em Boa Vista, mas jamais os 6 BIS que poderiam ser alocados naquele TO da 1a e 23a bdas inf de selva. Se acrescentarmos 2 batalhões (pqd e Amv) que seriam alocados também, e talvez mais algumas OM da Forpron, temos a receita certa para a insolvência das operações aéreas naquele estado antes mesmo do primeiro incidente atravessar a fronteira.

Mesmo contando com apoio da FAB e MB, ainda assim cada força teria suas próprias necessidades para dar conta, e pressionaria até o ultimo helo operacional da restrita frota que temos. Ainda que outros helos fossem mandados para aquele TO na hipótese de um conflito na nossa fronteira entre vizinhos, não temos como abalizar no curto prazo todas as necessidades que a Avex teria a fim de suprir as tropas do exército naquele estado. Ficaríamos, como sempre, naquele situação de ter de decidir entre escolher cobrir os pés ou a cabeça.

Isso em tempos de paz e estabilidade é até razoável, mas não é o tipo de escolha que qualquer general, brigadeiro ou almirante gostaria de fazer em tempos de conflito. E as nossas escolhas a fim de reforçar os meios que temos estão fincando cada vez mais restritas, e conflitivas entre si, visto a posição do governo de plantão e os interesses de todos os fornecedores atuais das ffaa's.

Não esquecer que um embate entre Venezuela e Guiana nos obrigaria a cobrir toda a fronteira desde a Cabeça do Cachorro até Tiriós no Pará. E simplesmente não temos helos suficientes na Avex para cobrir toda esta extensão para apoiar as tropas do CMA e CMN. E não vamos encontrar helo algum disponível em uma esquina qualquer do mundo.




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