arcanjo escreveu: ↑Qui Mai 12, 2022 12:43 pm
Comentário bastante pertinente sobre as diferenças entre UT30 e TORC30 feito pelo Paulo Bastos no Tecnodefesa.
Paulo Roberto Bastos Jr. maio 10, 2022 At 23:42
Quando eu disse que são torres para finalidades diferentes, deveria ter sido mais explicito, desculpe.
O UT30BR é um SARC não intrusiva, ou seja, é totalmente instalada na parte externa da viatura e mantendo sua capacidade como VBTP, que é a de transportar um grupo de combate (GC). A arma então, assim como o REMAX, é um elemento do GC, porem com um armamento mais poderoso, podendo cumprir o papel do Cascavel no apoio a esta fração de tropa.
Já a torre TORC30, mesmo que não seja tripulada, é uma torre intrusiva, ou seja, tem uma parte interna a viatura, fazendo que ela perca sua função de VBTP e a transformando em uma VBC (viatura blindada de combate), como o Cascavel.
A TORC30 tem como principais vantagens uma cadencia de tiro variável, que vai dos 200 TPM (como a UT30) a 600 TPM, que aliado a um maior ângulo de inclinação do tubo do canhão, permite também alcançar alvos voo de baixa velocidade e baixa altitude(além dos alvos terrestres).
Acontece que pelo fato de não possuir nenhum sistema de guiagem que não seja óptico, tem enorme dificuldades de localizar, identificar, traquear e derrubar alvos voando à grande velocidade (aviões) ou de pequeno tamanho (drones), sendo efetivas apenas para helicópteros, porem seu alcance efetivo é menor do que os mísseis lançados por estes.
Esses fatos, mais o seu custo (que é mais que o dobro da UT30BR), além de criar uma cadeia logística diferente e ainda mais complexa que a da UT30, pesaram para que este projeto fosse paralisado.
Ou seja, nem sempre o melhor sistema é o melhor para uma determinada função
Espero ter ajudado.
abs.
arcanjo
A resposta veio, não para mim, mas veio. E uma excelente e esclarecedora resposta.
Tenho em mente que a TORC30 de acordo com o que é divulgado pela ARES pode oferecer diversas aplicações às diferentes OM de cavalaria do EB, a começar pela substituição dos EE-9 Cascavel nos EsqCavMec das bgdas inf mec, mantendo-se assim certa homogeneidade material. E para isso a empresa afirma que a torre pode ser equipada com os devidos recursos ISR e C2. Não é preciso dizer que os fornecedores seriam a própria ARES, e por tabela a AEL. Menos mal. Juntando-se isso ao diversos sistemas que o EB vem desenvolvendo através do seus departamento de ciência e tecnologia, e às demais forças e MD, bem, temos uma grande chance de obter um produto com alto índice de nacionalização da logística de apoio. E isso já se provou mais do que importante e necessário, diria, impositivo.
Aí fica a pergunta: recapar Cascavel para quê
Há, mas não tem dinheiro. Então, o EB está disposto a colocar quase 15 milhões de dólares em um modernização de 9 Cascavel que ninguém sabe se vai dar certo ou não. Bem, se há 15 milhões para tentar trazer para o século XXI um bldo do século XX, então tem, também, para homologar e certificar a TORC30 como VBC, como o próprio
@Paulo Bastos aludiu no texto dele. E se a modernização do Cascavel pode trazer alguma capacidade industrial para as empresas da BID, a introdução da TORC30 com os devidos insumos made in BR não
Da mesma forma, a introdução da TORC30 como vetor AAe para as brigadas mecanizadas, mormente nos esquadrões de cavalaria, como elementos de defesa de curto alcance, é algo que deve ser pensado a sério, já que ela também, como mostrado aqui nas ilustrações do
@NaScImEnTToBR tem o potencial para ser utilizada sobre vários vetores de transporte. Lembrar que até o presente momento o Projeto Defesa AAe nada tem a apresentar em relação as OM de cavalaria do EB. E no que tange esta capacidade, o radar Giraffe 1X da SAAB mostra-se um excelente recurso a ser adaptado naquela torre, seja por seu pequeno tamanho e pela desenvoltura com que pode realizar sua missão, inclusive no sentido de orientar o tiro da torre, seja com o canhão e\ou mísseis. E por falar nestes últimos, adequar o RBS-70NG na torre da ARES não seria de todo um problema, já que ela foi projetada para ser modular. Mesmo sistemas Manpad podem oferecer soluções adequadas para cobrir este gap da OM mecanizadas do exército.
Enfim, como já disse aqui de outras vezes, nada impede que a TORC30 seja equipada com canhões de 30, 40, 57 ou 76mm de tiro rápido como os que existem por aí. Até os russos e chineses tem modelos que podem servir para a missão de VBC que se espera de um Guarani equipado com a Torre da Ares. Novamente, as bgdas inf mec seriam muito bem servidas com aquele bldos equipado assim. Mas o EB aparentemente escolheu o caminho "mais fácil". De novo.