ECorreia escreveu: ↑Qui Jun 03, 2021 2:00 am
Enfim, 28 KC-390 pra quê?
Agora, 60 a 70 Gripens serão necessários, mesmo com UCAVs que podem fazer determinadas missões mas estão longe de substituir o homem em boa parte.
Uma tentativa de resposta.
A FAB possui hoje 6 ETA, e 5 grupos/esquadrões de transporte que utilizam desde C-95 ao Hércules.
No caso da frota de transporte da FAB, a imensa maioria ainda é de aeronaves leves e médias em função dos muitos compromissos com CAN, ACISO, MMI, VVIP, transporte e outras funções secundárias a serviço do poder público, em todas as esferas.
Normalmente a aviação de transporte é a que mais tem horas-voo disponíveis no orçamento, até por uma imposição indireta dos compromissos a que ela é chamada a atender todo ano o ano inteiro, por mais que estejam fora de sua alçada militar. Para o exercício das suas missões primárias resta pouco do orçamento na prática.
Se a FAB decidisse cortar todas as verbas de que dispõe para missões secundárias e focar no essencial que é a suas atividades militares, 90% dos programas/projetos e atividades governamentais no Brasil paravam por falta dos aviões dela. É uma dependência anacrônica e irresponsável, mas alimentada - justa ou injustamente - pelo sentido de missão(integração) dos militares.
Horas, é sabido que ano após ano, especialmente nas últimas décadas, a FAB tem sido cada vez mais chamada a cumprir funções que não lhe dizem respeito em apoio a atividades governamentais, seja municipais, estaduais e/ou da União. E nenhum cmte da instituição jamais foi reticente quanto a este tipo de ordens, até porque, mal ou bem, elas ajudam de alguma forma a manter as tripulações operacionais.
Caso a FAB ficasse apenas em 13 a 16 aviões, isto representa na teoria, a disponibilidade real de 9 a 11 aviões na rampa diariamente, se considerarmos um índice médio de 70% da frota. Para o que se exige da FAB hoje, isto é pouco, muito pouco. Não é possível atender a si, as demais forças e a todos os pedidos que chegam a ela de todos os cantos e organizações, estatais ou não.
Considerando que os ETA poderiam ser extintos e passar parte de suas atividades para o setor para-público e/ou privado, que seria o correto, haveria disponibilidade de tripulações e de horas-voo para todos os 28 aviões que a FAB deseja. E ela poderia se concentrar no que lhe é mister, que são suas atividades militares, que por acaso, ao contrário do que se afirmar, não são poucas e nem simples.
As atividades dos 5 esquadrões que hoje operam C-130 Hércules e C-105 Amazonas são tão vastas e díspares uma da outra que o que temos hoje aí poderia facilmente ser substituído pelos 28 KC-390 e até mais, caso fosse disponibilizar-se também unidades para o 1o/2o GT.
As 28 aeronaves pretendidas podem ser distribuídas pelos esquadrões que usam hoje o C-130/C-105, o que daria apenas 7 aviões para cada esquadrão. Na prática, operariam com 4 unidades, ou 5, se muito, sempre disponíveis na rampa. Ou seja, uma evolução exponencial da capacidade de transporte da FAB nunca vista antes, abarcando quase todas as regiões do país. Nunca tivemos nada disso aqui no passado.
Mas aí fica a pergunta: o que queremos que a FAB seja? FAB ou TAB.
É só escolher.