JL escreveu: ↑Seg Set 02, 2019 1:14 pm
Dentro deste quadro que provavelmente vai perdurar por décadas, nós iremos construir um sub nuclear com um desenho nacional acomodando o nosso reator e importando todos os outros componentes dos franceses. Isso é viável?
E por fim deixo até uma divagação meio louca para os senhores, será que o programa do nosso sub nuclear não abriga um outro programa de maior importância estratégica de cunho secreto.
Sempre faço aqui a ressalva de que não sou nenhum expert em assuntos militares. Sou entusiasta nível café com leite.
Porém, acerca da sua dúvida eu entendo que no mundo atual é muito difícil ter uma arma de guerra 100% nacional para qualquer nação. Somente componentes muito básicos são, em alguns países, 100% nacionais. Dá para nacionalizar totalmente obuseiros e suas munições, mas é muito difícil nacionalizar totalmente um caça, por exemplo. Veja o caso do Eurofighter, F35, Gripen, etc. Na área naval quase todos os navios levam equipamentos provenientes de vários países, canhão de uma nação, míssil de outra, radar de outra. Até os EUA usam o radar Sea Giraffe da SAAB.
Se olharmos para submarinos apenas no eixo EUA X Russia talvez tenhamos essa impressão de que os subs devem ser 100% nacionais. Mas o Scorpene, por exemplo, surgiu inicialmente de uma parceria da França com a Espanha. isso não impede de usar um sonar do país X, a sala de comando do país Y, o torpedo do país Z, assim por diante. Essa multiplicidade de fornecedores é o que torna possível cada submarino ser único. Os scorpenes da MB não possuem quase nada em comum com os seus irmãos do Chile e da Índia.
Daí minha conclusão: se por acaso os submarinos foram até agora uma exceção à globalização isso não será verdade para sempre, o futuro aponta para uma multiplicidade de fornecedores dos sistemas e armas de qualquer equipamento de guerra. Até os EUA dão claros sinais de caminhar nesse sentido.
Portanto, se a estratégia da MB for essa é bem possível que seja viável se contextualizado com a tendência mundial.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)