pmicchi escreveu:
A MB se vê muito forçada a comprar um navio assim pela quantidade de helicopteros que tem. A capacidade combativa do navio é limitada mas garante o nível de capacitação para uma série de missões. Seria suicida usar o Ocean em cenários que demande uma pesada escolta ASW e AA, mas com um par de escoltas ele pode enfrentar qualquer força-tarefa da AS em mar aberto se não houver cobertura aérea. Olhando nessa perspectiva consegue-se muito mais do que adquirindo meia duzia de fragatas de segunda mão e faz dessa aquisição um bom negocio.
Cupincha véio, isso de grandes batalhas entre navios em alto mar, ao menos até onde eu tenha observado, acabou ainda na 2GM; o pouco que ocorreu desde então foram apenas ecos daquele tempo. O navio hoje em dia tem, grosso modo, poucos inimigos, mas todos eles
letais: a mina, o submarino, a aeronave e o míssil de cruzeiro lançado muito além da capacidade de seus sensores. Assim, o único navio de superfície com real capacidade de Projeção de Poder é o NAe, defendido - e bem - por Fragatas e Destróieres modernos (ter SSN/SSGN na FT também ajuda) e com caça-minas no time. E a única coisa que vai atacar o verdadeiro alvo são suas aeronaves, o resto só serve para defendê-lo contra as ameaças acima citadas. Entre elas
não estão navios de superfície e seus mísseis, porque a Aviação Embarcada os detectará e atacará muito fora do alcance da maioria das armas que usam e as Escoltas irão segurar algum míssil desgarrado que, mesmo no limite, apresente ameaça real, seja com
hard ou
soft kill. Daí creio que possas compreender minha decepção com este troço aí, não passa de mais um "puxadinho" para desfile de Sete de Setembro e exercício com outras Marinhas, porque no mundo real navio grande, lento e frágil e ainda por cima quase sem escolta não passa de alvo. QED.
PS.: comprar navio porque se tem helicóptero demais me parece a mesma coisa que fazer uma nova casa só porque sobraram muitas telhas da outra...
pmicchi escreveu:E tem também o prestigio politico de ter um navio grande assim na esquadra. Acredito que isso pesa ainda mais na decisão que tudo que eu descrevi no parágrafo anterior. O Ocean é chance da MB mostrar que subsituiu o Sao Paulo e manter o Brasil num nivel diferenciado no Hemisferio Sul.
Só para quem não entende nada de Guerra Naval. Até os Skyhawks da FAA e os Super Etendards da ARA já bastam para afundar esse bicho junto com alguma Niterói, Greenhalg ou Inhaúma que por acaso consiga navegar como "escolta"; o TR-1700 que sobrou, mesmo remendado com arame e cuspe, idem. E todo mundo sabe disso, então, cadê o tale de prestígio? É mais ou menos o mesmo que tinham os Argentinos em 82 com seu Belgrano, era um baita dum naviozão cheio de canhãozão mas, no que o botaram a navegar num TO
quente, foi dormir com os peixes e a "escolta" deu no pé porque quem a comandava tinha juízo. Assim, se prestígio é termos o nosso próprio Belgrano, meus impostos passam muito bem sem ele.
Desculpes, cupincha, mas é o que penso.