Programa de mísseis da MB

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de mísseis da MB

#571 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Out 16, 2015 7:22 pm

JL escreveu:Já expressei anteriormente que tenho minha teoria de que armas dotadas de sistemas computadorizados de alta tecnologia, com programas protegidos por códigos e de acesso restrito ao seu usuário, contem nos seus scripts sistemas de segurança, que permitem que o seu desempenho seja anulado ou degradado, caso ele seja disparado contra um alvo do país fornecedor. Desta forma acredito que um Harpoon é inútil contra navios da OTAN. Vivemos na época dos ataques cibernéticos, das invasões de redes, dos trojans, não tem por que ficar duvidando de que isso não existe. Desta forma você deseja um míssil realmente eficaz para disparar contra qualquer um, então desenvolva o sistema por inteiro, principalmente a parte eletrônica e informática e ponto final. Pois acredito que os produtos franceses, noruegueses, italianos, suecos, russos e chineses também devem ter estes sistemas de segurança.
Se algum míssil ou equipamento militar possuísse tal mecanismo não existiria a possibilidade de que um inimigo do país fornecedor consiga um exemplar, faça engenharia reversa nele (aliados até podem respeitar contratos de não-abrir as armas, mas inimigos?), e use esses códigos contra o próprio país fornecedor ou um de seus aliados tornando os totalmente vulneráveis?

Acho que o risco de se colocar esses cavalos de troia seja alto demais para os fornecedores de armas, não farão, e quanto as Malvinas, ouvi uma história mais plausível, erro humano, e é mais plausível porque os argentinos nunca haviam disparado mísseis anti-navio antes.




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Re: Programa de mísseis da MB

#572 Mensagem por Bolovo » Sex Out 16, 2015 7:40 pm

Hermes escreveu:Hoje com toda a tecnologia wireless embarcada em tudo quanto é coisa e com os processadores modernos talvez seja relativamente fácil colocar um código de erro nesses sistemas, mas os pregadores "dus americanus e europeus maus" dizem que isso ocorreu em 1982 e teria prejudicado os argentinos, o que não acho que seja verdade, pelo menos até que tenha dados palpáveis. Sobre a ogiva do Exocet não explodir, aconteceu na Stark também e atribuo mais a uma falha dos pérfidos franceses do que ao tal código secreto. Interessante que mesmo com essas conversas rolando desde as Malvinas o Exocet vendeu e continua vendendo bem no Ocidente.
A história é a seguinte: a Argentina comprou 14 Super Etendard e, pelo que me lembre, um AM39 Exocet para cada. Até 1982 tinham recebido apenas 5 Etendards e 5 Exocets e as entregas foram embargadas por conta da invasão argentina as ilhas. Um desses cinco aviões foi canibalizado para manter os outros quatro em operação. Foram realizados três ataques com o Exocet a partir desses caças: o de 4 de maio que afundou o HMS Sheffield, o de 25 de maio que atingiu o Atlantic Conveyor e um suposto ataque ao HMS Invencible em 30 de maio. O Exocet era uma ameaça muito séria a frota britânica, então vários Lynx, numa configuração conhecida como "Yellow Veil", ficavam fazendo voos entre os navios com um pod jammer ALQ-187, que atraia o Exocet, fazendo o míssil passar por baixo do helicóptero, desviando dos navios britânicos. Sim, muito louco, atrair um míssil para você, mas é assim que funciona. Supostamente os códigos franceses que foram passados aos britânicos ajudaram a configurar melhor esse jammer nos Lynx.

Os ataques eram constituídos por dois Etendard, cada um com um Exocet, e disparavam no mesmo alvo, aumentando as chances de acerto. Os alvos eram localizados pelos Neptune e pelas fotos de satélite soviéticas, coisa que sabemos hoje. Quanto a resultados, um Exocet atingiu o Sheffield e o segundo errou. Os dois Exocets disparados acertaram o Atlantic Conveyour. Dizem que foi por causa do jammer nos Lynx, os Exocets desviaram do seu alvo original, que era uma fragata, e acabaram por atingir o Atlantic Conveyour. O quinto e último Exocet foi usado no suposto ataque ao Invencible. O ataque ao HMS Glamorgan em 12 de junho foi realizado pela artilharia do Exército Argentino numa gambiarra usando os MM38 Exocet retirados da corveta ARA Seguí e um radar de vigilância de solo RASIT da Thomson francesa.

Configuração "Yellow Veil". Tem uma foto dessa configuração voando nas Malvinas, mas não achei agora.
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Os contêineres com MM38 retirados do ARA Segui usado no ataque ao HMS Glamorgan.
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Re: Programa de mísseis da MB

#573 Mensagem por mmatuso » Sex Out 16, 2015 8:08 pm

Se eu criasse um míssil ou armamento nunca colocaria um backdoor ou deixaria aberto uma forma fácil de sobrescrever o código do míssil para fazer outras coisas.

É um vulnerabilidade muito grande para algo tão importante e torna os equipamento pouco confiáveis.

Acredito que se fosse possível por exemplo mandariam um sinal via satélite no paiol de algum inimigo e fariam os misseis explodir, sem precisar entrar em conflito ou gastar dinheiro com essas coisas.

O que eu realmente acredito que ocorra é fazer o sistema pedir updates com frequência de forma que se não receber uma atualização para de funcionar, esse seria um caso de embargo ou algum problema com fornecedor.




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Re: Programa de mísseis da MB

#574 Mensagem por JL » Sex Out 16, 2015 9:27 pm

Belo poste Bolovo, gostei do desenho ainda não o tinha visto. Muito bom.

Somente acrescento que pelo que pude ler e deduzir, não era tão perigoso assim para os Lynx pois o míssil voava rasante e tinha um perfil de voo sobre as ondas, não sendo projetado para perseguir aeronaves e sim atingir o navio quase na linha d'agua, aproveitando se deste tipo trajetória o piloto do helicóptero subia a sua aeronave quando ele se aproximava e o míssil continuava a sua trajetória rasante ao mar, passando por baixo do helicóptero que se mantinha em uma atitude segura, só que o míssil não encontrava nada e seguia em uma trajetória errada. Era uma forma de engodo.

A única coisa que se pode dizer com relação aos Exocet, foi o fato estranho de que as suas ogivas não detonaram no Sheffield e na Stark, sendo que os danos foram por causa do combustível de foguete que entrou queimando dentro do navio. No entanto quando atingia petroleiros civis, as ogivas detonavam. Interessante não!

Agora estamos no século 21, um telefone celular tem processador e programas, aplicativos etc rodando. Existem múltiplas possibilidades de se colocar um sistema de segurança, não existem impossibilidades técnicas.

Por exemplo o míssil Harpoon exportado digamos para um país árabe pode ter um código malicioso x e o míssil exportado para o Brasil, um código y. Um outro pode ter até dois, três tipos de segurança. E um míssil para uso pelos próprios norte americano nos seus próprios navios pode não ter nenhum código ou outro completamente distinto.

Agora pensem os EUA exportam armas para países como Egito, Paquistão, por exemplo e dependo da mudança política estes países podem se tornar hostis. Isto já ocorreu, vejam o caso do Irã que de aliado, fortemente armado pelos EUA virou inimigo número 1. Armas também podem ser desviadas. Desta forma sinceramente alguém exportaria um míssil como Harpoon ou AIM 120 e não colocaria uma segurança. Isto também é válido para torpedos como o Mark 48 e o muito usado Mark 46. Só que ao invés do campo eletromagnético a ativação deve ser por acústica.

O que programa oculto faz, sei-lá desativar a ogiva como dizem para os velhos Exocet, ou fazer o míssil cair no mar no meio da trajetória, detonar a ogiva e auto se destruir, causar uma falha nos sistemas para parecer que houve uma pane. Tudo é possível.




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Re: Programa de mísseis da MB

#575 Mensagem por Carlos Lima » Sex Out 16, 2015 9:31 pm

Só para completer os Exocet por serem mísseis 'sea skimmer' (voam rente ao mar) tem um altímetro que determina a sua altitude máxima. Esse dado foi passado para os ingleses que usavam então os Lynx para atrair os Exocet... os Lynx voavam acima da altitude de utilização dos Exocet e esses passavam por baixo deles... a idéia era meio doida, mas bem segura na verdade.

Tem um livro super interessante sobre essas operações e vou ver se no fim de semana eu traduzo partes dele e coloco aqui.

Inclusive cita a operação dos Bandeirulhas pelos Argentinos.

Uma coisa que sempre me incomodou é que apesar disso, eu nunca entendi o motive pelo qual tirando a MB, o uso de mísseis anti-navio nunca foi lá uma prioridade para a FAB que pelo visto vai melhorar um pouco com a chegada do Harpoon, mas ainda acho muito lamentável o AM-X nunca ter tido tal capacidade.

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Re: Programa de mísseis da MB

#576 Mensagem por JL » Sex Out 16, 2015 9:50 pm

O fato da FAB não ter uma arma anti navio de longo alcance, para os seus caças até hoje é um dos maiores absurdos que existe, se tivesse havido um conflito real, os pilotos brasileiros que viessem a receber ordens de atacar uma fragata moderna em mar aberto. Mesmo no patamar tecnológico sul americano, iriam partir para uma missão suicida. Que, chances teriam atacando uma fragata com bombas burras, contra canhões de alta cadência guiados por radar ou mísseis como o Aspide por exemplo.

Alguém pode dizer que os Argentinos afundaram navios com bombas burras em ataques rasantes, mas gostaria de lembrar que nas Malvinas os Argentinos atacaram tendo o terreno montanhoso das ilhas nas suas caudas, desta forma, o eco de retorno da massa de terra atrapalhou muito os sistemas britânicos daquela época, prejudicando o funcionamento dos Sea Wolf e dos radares de tiro das diretoras. O perfil rasante não era o campo ideal para os Sea Dart. E os Sea Cat por sua vez eram muito lento para jatos velozes em voo rasante, não existiam CIWS e os canhões AA eram antigos e apontados de forma óptica no caso Bofors de 40 mm L/60 e Oerlikon de 20 mm. Os britânicos estavam substituindo as armas de tubo pelos mísseis, primeiramente Sea Cat e depois Sea Wolf. Restavam apenas os Vickers Mk 8, lentos no tiro e com as diretoras tendo o problema dos ecos das massa de terra. Agora se os argentinos tivessem encarado as fragatas em mar aberto, os sistemas britânicos iriam funcionar muito melhor como aconteceu quando o Sea Wolf abateu uns 03 aviões.




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Re: Programa de mísseis da MB

#577 Mensagem por LeandroGCard » Sex Out 16, 2015 10:02 pm

Marechal-do-ar escreveu:Se algum míssil ou equipamento militar possuísse tal mecanismo não existiria a possibilidade de que um inimigo do país fornecedor consiga um exemplar, faça engenharia reversa nele (aliados até podem respeitar contratos de não-abrir as armas, mas inimigos?), e use esses códigos contra o próprio país fornecedor ou um de seus aliados tornando os totalmente vulneráveis?

Acho que o risco de se colocar esses cavalos de troia seja alto demais para os fornecedores de armas, não farão, e quanto as Malvinas, ouvi uma história mais plausível, erro humano, e é mais plausível porque os argentinos nunca haviam disparado mísseis anti-navio antes.
Não seria um mecanismo, mas instruções de programação escondidas no meio dos códigos de comando da arma e compilados. Sem acesso aos códigos fonte (sempre guardados a 7 chaves) este risco é mínimo. Além disso, podem ser incorporadas também salvaguardas no sistema, como códigos que o desativam totalmente e podem ser inseridos logo antes do lançamento, tornando qualquer sinal emitido pelo inimigo para desativar a arma inócuo mesmo que ele tenha conseguido fazer a engenharia reversa da programação.

Se o sistema é todo seu, fica fácil montar algo seguro.


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Re: Programa de mísseis da MB

#578 Mensagem por Bolovo » Sex Out 16, 2015 10:09 pm

JL escreveu:O fato da FAB não ter uma arma anti navio de longo alcance, para os seus caças até hoje é um dos maiores absurdos que existe, se tivesse havido um conflito real, os pilotos brasileiros que viessem a receber ordens de atacar uma fragata moderna em mar aberto. Mesmo no patamar tecnológico sul americano, iriam partir para uma missão suicida. Que, chances teriam atacando uma fragata com bombas burras, contra canhões de alta cadência guiados por radar ou mísseis como o Aspide por exemplo.

Alguém pode dizer que os Argentinos afundaram navios com bombas burras em ataques rasantes, mas gostaria de lembrar que nas Malvinas os Argentinos atacaram tendo o terreno montanhoso das ilhas nas suas caudas, desta forma, o eco de retorno da massa de terra atrapalhou muito os sistemas britânicos daquela época, prejudicando o funcionamento dos Sea Wolf e dos radares de tiro das diretoras. O perfil rasante não era o campo ideal para os Sea Dart. E os Sea Cat por sua vez eram muito lento para jatos velozes em voo rasante, não existiam CIWS e os canhões AA eram antigos e apontados de forma óptica no caso Bofors de 40 mm L/60 e Oerlikon de 20 mm. Os britânicos estavam substituindo as armas de tubo pelos mísseis, primeiramente Sea Cat e depois Sea Wolf. Restavam apenas os Vickers Mk 8, lentos no tiro e com as diretoras tendo o problema dos ecos das massa de terra. Agora se os argentinos tivessem encarado as fragatas em mar aberto, os sistemas britânicos iriam funcionar muito melhor como aconteceu quando o Sea Wolf abateu uns 03 aviões.
Tentar atacar um navio de guerra pós-1982 da maneira que os argentinos fizeram nas malvinas só serve como tentativa de suicídio. A experiência nas Malvinas mostrou que o míssil anti-navio é uma arma mortal. E olha que o Exocet não é lá essas coisas. Aqui na região além do SUE argentino, tivemos o Mirage 50EV venezuelano com capacidade anti-navio. Acho que nenhum outro caça além desses. Existe aquela história da FAB querer equipar o A-1 com o míssil Kormoran alemão no começo dos anos 90, mas é curioso saber como fariam isso, afinal o A-1 não tem radar para guiar os mísseis.




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Re: Programa de mísseis da MB

#579 Mensagem por JL » Sex Out 16, 2015 10:17 pm

Leandro:

Por causa disso que eu sempre penso que o melhor no caso dos nossos navios é mesclar o equipamento nacional puro, 100% nosso, mas que por causa das nossas limitações teria performance inferior com outro importado em menor número mas no estado da arte. Em outras palavras um míssil brasileiro e um outro top, como o RBS 15 ou melhor ainda o Naval Strike Missile (NSM).

E Bolovo.

No caso dos A 1 li que o problema foi que a FAB não conseguiu encontrar no Brasil, uma empresa capaz de levar o desenvolvimento de um radar para o avião. Puxa não seria mais fácil produzir um lote adaptado para ataque naval com um radar importador e ter um míssil para equipar a aeronave. Do que não ter nada.




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Re: Programa de mísseis da MB

#580 Mensagem por Carlos Lima » Sex Out 16, 2015 10:23 pm

Os chilenos tinham os seus A-36 equipados com o Sea Eagle e os peruanos tinham Su-22 equipado com o AS-7 que não era lá "anti-navio", mas quebrava um bom galho.

Nós tínhamos que confiar nos SH-3/Exocet da MB para "ataques de longo alcance" Ar-Mar e olhe lá :|

Algumas coisas são díficeis de entender.

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Re: Programa de mísseis da MB

#581 Mensagem por Bolovo » Sex Out 16, 2015 10:37 pm

JL escreveu:Leandro:

Por causa disso que eu sempre penso que o melhor no caso dos nossos navios é mesclar o equipamento nacional puro, 100% nosso, mas que por causa das nossas limitações teria performance inferior com outro importado em menor número mas no estado da arte. Em outras palavras um míssil brasileiro e um outro top, como o RBS 15 ou melhor ainda o Naval Strike Missile (NSM).

E Bolovo.

No caso dos A 1 li que o problema foi que a FAB não conseguiu encontrar no Brasil, uma empresa capaz de levar o desenvolvimento de um radar para o avião. Puxa não seria mais fácil produzir um lote adaptado para ataque naval com um radar importador e ter um míssil para equipar a aeronave. Do que não ter nada.
Também acho. Do mesmo modo que tivemos alguns A-1 especializados em reconhecimento, poderíamos ter alguns poucos, uns 6, especializados em ataque anti-navio.
Carlos Lima escreveu:Os chilenos tinham os seus A-36 equipados com o Sea Eagle e os peruanos tinham Su-22 equipado com o AS-7 que não era lá "anti-navio", mas quebrava um bom galho.

Nós tínhamos que confiar nos SH-3/Exocet da MB para "ataques de longo alcance" Ar-Mar e olhe lá :|

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Verdade. Não lembrava. Mas há dúvidas até hoje se de fato essa dupla entrou em operação.




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Re: Programa de mísseis da MB

#582 Mensagem por mmatuso » Sex Out 16, 2015 10:38 pm

LeandroGCard escreveu:
Marechal-do-ar escreveu:Se algum míssil ou equipamento militar possuísse tal mecanismo não existiria a possibilidade de que um inimigo do país fornecedor consiga um exemplar, faça engenharia reversa nele (aliados até podem respeitar contratos de não-abrir as armas, mas inimigos?), e use esses códigos contra o próprio país fornecedor ou um de seus aliados tornando os totalmente vulneráveis?

Acho que o risco de se colocar esses cavalos de troia seja alto demais para os fornecedores de armas, não farão, e quanto as Malvinas, ouvi uma história mais plausível, erro humano, e é mais plausível porque os argentinos nunca haviam disparado mísseis anti-navio antes.
Não seria um mecanismo, mas instruções de programação escondidas no meio dos códigos de comando da arma e compilados. Sem acesso aos códigos fonte (sempre guardados a 7 chaves) este risco é mínimo. Além disso, podem ser incorporadas também salvaguardas no sistema, como códigos que o desativam totalmente e podem ser inseridos logo antes do lançamento, tornando qualquer sinal emitido pelo inimigo para desativar a arma inócuo mesmo que ele tenha conseguido fazer a engenharia reversa da programação.

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Código compilado não é barreira para se fazer engenharia reversa, dependendo da linguagem se faz até com um notepad.

E outra tendo a engenharia reversa o inimigo saberia o funcionamento do software de forma a saber até mesmo que é possível ser desativo e pior ainda, bloquear essa "feature" de desativação.

Tudo isso é possível mas não sei se seria fácil.

Alias, um drone dos EUA não foi "jammeado" no irã e depois de um tempo apareceu um similar chines? [003]




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Re: Programa de mísseis da MB

#583 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Out 16, 2015 10:40 pm

LeandroGCard escreveu:Não seria um mecanismo, mas instruções de programação escondidas no meio dos códigos de comando da arma e compilados. Sem acesso aos códigos fonte (sempre guardados a 7 chaves) este risco é mínimo. Além disso, podem ser incorporadas também salvaguardas no sistema, como códigos que o desativam totalmente e podem ser inseridos logo antes do lançamento, tornando qualquer sinal emitido pelo inimigo para desativar a arma inócuo mesmo que ele tenha conseguido fazer a engenharia reversa da programação.
Os fontes são o de menos, e não importa quando essa sequencia for ativada, se o inimigo souber como desarmar o míssil ele poderá fazer isso.

Depois pensando sobre o assunto, pensei em alguma maneiras de dificultar o acesso aos códigos de desativação, por exemplo, o código poderia ser autenticado, mas, ainda assim, obter esse código não seria tão difícil, e por mais que se coloque alguma dificuldade para a ativação do trojan essas dificuldades são para os dois lados, o fabricante também teria maiores restrições para ativa-lo, no fim, ainda acho que o mais seguro é não ter trojan nenhum, seus inimigos ainda podem conseguir armas com outros fornecedores, mas, se eles descobrirem um jeito de usar o seu trojan contra você...




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Re: Programa de mísseis da MB

#584 Mensagem por Carlos Lima » Sex Out 16, 2015 10:41 pm

Bolovo escreveu:
JL escreveu:Leandro:

Por causa disso que eu sempre penso que o melhor no caso dos nossos navios é mesclar o equipamento nacional puro, 100% nosso, mas que por causa das nossas limitações teria performance inferior com outro importado em menor número mas no estado da arte. Em outras palavras um míssil brasileiro e um outro top, como o RBS 15 ou melhor ainda o Naval Strike Missile (NSM).

E Bolovo.

No caso dos A 1 li que o problema foi que a FAB não conseguiu encontrar no Brasil, uma empresa capaz de levar o desenvolvimento de um radar para o avião. Puxa não seria mais fácil produzir um lote adaptado para ataque naval com um radar importador e ter um míssil para equipar a aeronave. Do que não ter nada.
Também acho. Do mesmo modo que tivemos alguns A-1 especializados em reconhecimento, poderíamos ter alguns poucos, uns 6, especializados em ataque anti-navio.
Carlos Lima escreveu:Os chilenos tinham os seus A-36 equipados com o Sea Eagle e os peruanos tinham Su-22 equipado com o AS-7 que não era lá "anti-navio", mas quebrava um bom galho.

Nós tínhamos que confiar nos SH-3/Exocet da MB para "ataques de longo alcance" Ar-Mar e olhe lá :|

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Verdade. Não lembrava. Mas há dúvidas até hoje se de fato essa dupla entrou em operação.
Pois é,

Mas que pelo menos testes existiram, isso é verdade.

Quanto ao A-1, a Itália foi lá e colocou um radar israelense. Problema resolvido.

Como você sugeriu, não havia necessidade de toda a frota com radar, mas pelo menos o 3/10, acho que ajudava bastante (afinal era uma das funções do esquadrão).

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Re: Programa de mísseis da MB

#585 Mensagem por Bolovo » Sex Out 16, 2015 10:53 pm

Carlos Lima escreveu:Pois é,

Mas que pelo menos testes existiram, isso é verdade.

Quanto ao A-1, a Itália foi lá e colocou um radar israelense. Problema resolvido.

Como você sugeriu, não havia necessidade de toda a frota com radar, mas pelo menos o 3/10, acho que ajudava bastante (afinal era uma das funções do esquadrão).

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Acho que é missão do 1/16, não?

Alias, falar uma coisa do MAN-1 que eu não gosto, que é o fato de ser baseado no Exocet. Por mim o míssil anti-navio brasileiro poderia ser baseado no AV/MT-300, que é maior, conta com uma turbina desde o começo e teoricamente pode voar muito mais longe. E enquanto isso, adquirir o Exocet B3 para cumprir a lacuna.




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