Desemprego cresce em 7 regiões do país, diz Seade/Dieese
O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões caiu 0,3% em fevereiro ante janeiro, para R$ 1,578 mil
São Paulo - A taxa de desemprego no conjunto das sete regiões metropolitanas onde a Fundação Seade e o Dieese realizam a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) cresceu em março em relação a fevereiro, variando de 10,4% para 11,0%.
A PED é realizada nas regiões metropolitanas do Distrito Federal, de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador e São Paulo. De acordo com a Seade e o Dieese, o nível de ocupação diminuiu em todas as regiões: Recife (-1,9%), Fortaleza (-1,7%), Belo Horizonte (-1,3%), Distrito Federal (-1,2%), Salvador (-0,9%), São Paulo (-0,9%) e Porto Alegre (-0,5%).
O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões caiu 0,3% em fevereiro ante janeiro, para R$ 1,578 mil. Já a renda média real dos assalariados subiu 0,3%, para R$ 1,617 mil, no mesmo período.
O total de desempregados nas sete regiões analisadas chegou a 2,439 milhões em março, o que representa uma elevação em 128 mil pessoas em relação a fevereiro.
Em fevereiro, o contingente de desempregados também havia crescido na comparação com janeiro, com 82 mil pessoas nessa situação a mais do que no primeiro mês do ano. Na comparação com março de 2012, o número de desempregados subiu 2,8%.
Em março, o nível de ocupação no conjunto das regiões analisadas diminuiu na Indústria de Transformação (-3,5% ou 103 mil postos de trabalho a menos), na Construção (-2,8% ou 44 mil postos a menos) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-1,9% ou 75 mil postos de trabalho a menos).
Apenas em Serviços o nível de ocupação ficou estável, com contingente de 1 mil pessoas em março a mais do que em fevereiro.
FONTE
30/11/2012
A farsa da taxa de desemprego no Brasil: 5,3% ou 22,1%?
1. Em qualquer lugar do mundo o emprego precário não é considerado emprego, mas se soma à taxa de desemprego. Menos no Brasil. Pelo menos o IBGE poderia divulgar duas taxas: a de desemprego por sua metodologia (pessoas que procuram emprego) e a de desemprego total, agregando o emprego precário, como se faz na Europa.
2. O IBGE divulgou a taxa de desemprego no Brasil em outubro (agregando as Regiões Metropolitanas que pesquisa). A População Economicamente Ativa alcançou 24 milhões e 679 mil pessoas. Os Desocupados somaram 1 milhão e 314 mil pessoas, ou uma Taxa de Desemprego de 5,3%. Um número quase de desemprego friccional ou quase de pleno emprego. Ilusão de quem só acredita nos números divulgados pelo governo.
3. Mas a própria tabela apresentada pelo IBGE dá as informações sobre o Emprego Precário. As “marginalmente ligadas a PEA” e as “desalentadas” somaram 663 mil pessoas. As “subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas” alcançaram 454 mil pessoas em outubro. E as que tiveram “renda por hora menor que o salário mínimo por hora” foram 3 milhões e 201 mil pessoas. Emprego Precário é a soma dessas, ou 4 milhões e 318 mil pessoas.
4. A proporção de Emprego Precário sobre a População Economicamente Ativa (PEA) são 17,8%. E, dessa forma, a Taxa de Desemprego Total são 5,3% + 17,8%, ou 22,1%. Isso mesmo: mais de um quinto da PEA. Um número espanhol, um número grego.
5. O IBGE oferece mais dados que permitem analisar essa situação. Em outubro de 2011, a PEA foi de 24 milhões e 66 mil pessoas. Em outubro de 2012 foram 24 milhões e 679 mil pessoas. Um crescimento da PEA de 2,54%.
6. Destacando apenas as pessoas com renda por hora menor que salário mínimo por hora, eram 2 milhões e 937 mil pessoas e, agora, 3 milhões e 201 mil pessoas. Um crescimento de 9%. Vale dizer, mesmo esquecendo o estoque anterior de emprego precário e apenas focalizando o último ano, se vê que a taxa de desemprego divulgada só se manteve em função do emprego precário encontrado pelos desesperados que são, efetivamente, desempregados.7. Vamos racionar com números absolutos.
7. A PEA cresceu, em um ano, 613 mil pessoas. Mas aqueles que ganham menos que o salário mínimo aumentaram 264 mil pessoas, ou 43% do aumento da PEA.
8. Veja com os seus olhos no site do IBGE.
Análise do ex-deputado e ex-secretário da Fazenda, Cesar Maia, Rio.
FONTE