MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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PRick

MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1 Mensagem por PRick » Ter Mai 22, 2007 2:00 pm

Este tópico é para completar alguns que falam de economia, dando opiniões pessoais, este estudo compara dados estátisticos, por isso é muito interessante.

“É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA”


Um estudo da Tendências Consultoria conclui que a economia brasileira vive o seu melhor momento da história. A economista da Tendências, Ana Carla Abraão Costa, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta terça-feira, dia 22, que os indicadores mostram uma conjuntura favorável (aguarde o áudio).

“É verdade. A gente, analisando todos os indicadores econômicos relevantes, o que se percebe, o que se observa, é justamente um contexto, uma conjuntura, muito favorável e uma conjuntura inédita em termos de situação econômica do país”, disse Ana Carla.

Os indicadores que o estudo da Tendências Consultoria considerou são: juro real, balança comercial, taxa de câmbio, vulnerabilidade externa, demanda, dados de comércio e produção.

“Todos eles apontam para uma situação muito positiva em termos de consumo, em termos de demanda, em termos de oferta e principalmente em termos de perspectivas no médio prazo e até no longo prazo, se a gente tiver a continuidade de reformas que a gente teve nos últimos anos”, disse Ana Carla.

Ana Carla disse que “a situação econômica mais favorável, juros mais baixos e câmbio mais baixo vão forçar novas reformas, porque as ineficiências ficam mais claras”. Ou seja, a pressão do crescimento econômico deve gerar as reformas trabalhista e da Previdência, além de investimentos em infra-estrutura.

Segundo Ana Carla, do ponto de vista institucional, o Brasil está melhor que Rússia, Índia e China (países que, com o Brasil, compõem o BRIC). “Começa pela parte institucional. Estamos institucionalmente muito mais avançados do que os BRIC’s”, disse Ana Carla.

Ana Carla disse que o que pode dar errado é, “do ponto de vista fiscal, o Brasil não conseguir ajustar a economia para permitir redução de carga tributária e do custo Brasil de forma mais significativa”.

Leia a íntegra da entrevista de Ana Carla Abraão Costa:

Paulo Henrique Amorim – Eu vou conversar agora com Ana Carla Abrão Costa, economista da Tendências consultoria. Como vai, Ana Carla, tudo bem?

Ana Carla Abrão Costa – Tudo bem, Paulo Henrique?



Paulo Henrique Amorim – Tudo bem. Ana Carla, a consultoria Tendências fez um estudo recente que chega à conclusão que o Brasil vive o melhor momento econômico da sua história. É verdade?



Ana Carla Abrão Costa – É verdade, Paulo Henrique. Analisando todos os indicadores econômicos relevantes, o que se percebe, o que se observa é justamente um contexto, uma conjuntura muito favorável e uma conjuntura inédita em termos de situação econômica do país.



Paulo Henrique Amorim – Esses indicadores que vocês levaram em consideração são, em resumo, basicamente quais?



Ana Carla Abrão Costa – Juro real, balança comercial, taxa de câmbio, vulnerabilidade externa, todos eles, demanda mesmo, os dados de comércio, produção, todos eles apontam para uma situação muito positiva em termos de consumo, tem termos de demanda, em termos de oferta e, principalmente, em termos de perspectiva no médio prazo e eu diria até mesmo no longo prazo se a gente tiver a continuidade de reformas que a gente teve nos últimos anos. E nos últimos anos a gente olha pra 20 anos pra trás, e não necessariamente um período muito curto.



Paulo Henrique Amorim – Como o período do governo Lula.



Ana Carla Abrão Costa – Exatamente.



Paulo Henrique Amorim – Deixa eu te perguntar uma outra coisa: quando você fala de perspectiva, de olhando pra frente, vocês chegaram à conclusão de que não haverá mais aquele tipo de crescimento “vôo de galinha”, não é isso?



Ana Carla Abrão Costa – Na nossa avaliação nem teremos um “vôo de galinha”, necessariamente, mas principalmente a gente não observa a possibilidade de o país crescer a taxas muito elevadas e, de repente, ser surpreendido por uma necessidade de correções. O que se observa é a possibilidade de a gente ter crescimentos na faixa de 4,5%, 5%, mas por períodos mais longos.



Paulo Henrique Amorim – E por que não temos um crescimento do tipo chinês?



Ana Carla Abrão Costa – Primeiro porque a economia brasileira tem um nível de maturidade diferente. Então, quando a gente olha pra época do milagre, era possível observar taxas de crescimento muito elevadas. Segundo, porque temos gargalos de infra-estrutura, necessidade de reformas adicionais que não estão sendo feitas, Paulo Henrique. Então, isso, de alguma forma, restringe, limita, a nossa possibilidade de crescer a taxas mais elevadas.



Paulo Henrique Amorim – Mas isso não é paradoxal, que a gente tenha problemas de infra-estrutura e mesmo assim consiga crescer a taxas de 4%, 4,5% ao ano?



Ana Carla Abrão Costa – Não pelo seguinte: na nossa avaliação em algum momento essas reformas terão que vir. A gente é cética em relação a elas virem ainda nesse governo, mas a própria pressão de crescimento, a própria situação econômica mais favorável – juros mais baixos, câmbio mais baixo – vão forçar novas reformas porque as ineficiências ficam mais claras. E aí, há necessidade mesmo de desatar esses nós que começam a aparecer e começa a ficar mais limitadores do ponto de vista de crescimento. Então, na nossa avaliação isso vai acontecer no médio prazo e deve garantir, portanto, que esse crescimento seja mais forma. Mas, de toda forma, se a gente tivesse essas reformas acontecendo agora, é claro que o cenário seria ainda mais favorável no futuro. Então, a gente poderia não estar falando de 4%, 5%, e estar falando de 6%, 7%.



Paulo Henrique Amorim – Se eu entendo seu raciocínio, a pressão do crescimento econômico acaba gerando a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, os investimentos em infra-estrutura, ou seja, o crescimento vai empurrando a porta, é isso?



Ana Carla Abrão Costa – Exatamente. E não só o crescimento. Também um nível de juros real mais baixo, um câmbio mais baixo, que gera pressões por aumento de competitividade, então, aumento de eficiência. Então, todas essas variáveis em patamares diferentes geram essa pressão por novas reformas.



Paulo Henrique Amorim – Você acha que o dólar abaixo de R$ 2, no saldo, todas as coisas levadas em consideração, esse dólar é melhor ou pior para a economia brasileira a longo prazo, a médio prazo?



Ana Carla Abrão Costa – É melhor, justamente por esse ponto da vista da eficiência. A gente tende a olhar o dólar pelo lado só de perda de competitividade de alguns setores, mas tem diversos outros setores que se beneficiam desse câmbio mais apreciado.



Paulo Henrique Amorim – Por exemplo?



Todos os setores que se beneficiam em termos de importação de bens de capital. Então, todos aqueles que conseguem importar e conseguem aumentar a sua eficiência e, portanto, a sua competitividade via bens de capital e tecnologia – importados mais baratos –, eles geram ganhos líquidos para a economia que são muito importantes e, na nossa avaliação, esses ganhos mais que compensam aqueles setores como têxteis, calçados, que estão sofrendo uma competição de produtos – principalmente chineses – muito forte. Então, no líquido, o câmbio deve gerar mais ganhos do que perdas e não só isso os bens de consumo – não só os bens de capital – são importados e ajudam a manter a inflação em patamares mais baixos.



Paulo Henrique Amorim – Na comparação com os outros países que formam essa seleção dos Brics – Brasil, Índia, Rússia e China –, com esse estudo que vocês fizeram, vocês de alguma maneira olharam para os nossos rivais aí nessa seleção?



Ana Carla Abrão Costa – O foco do estudo não é esse, a gente está focando bastante a economia doméstica, mas a gente consegue fazer uma comparação principalmente... eu acho que começa pela parte institucional. Estamos institucionalmente muito mais avançados do que os Brics. Por outro lado, as taxas de crescimento...



Paulo Henrique Amorim – Só pra te dar um exemplo: eu duvido que na Rússia, na China ou na Índia tenha a Polícia Federal que o Brasil tem, não é isso?



Ana Carla Abrão Costa – Com certeza! Porque se tivesse uma Polícia Federal lá assim a situação deles seria muito mais complicada, imagino.



Paulo Henrique Amorim – O Banco Central, a Secretaria do Tesouro...



Ana Carla Abrão Costa – Exatamente. Todos esses pilares institucionais muito importantes e que são olhados pelos investidores internacionais, principalmente aqueles que querem investir em investimento produtivo mesmo, eles não têm. Então, isso conta pontos a favor do Brasil. E, fora isso, a parte de fundamentos. A gente tem hoje uma situação de estabilidade muito mais consolidada do que o que a gente observa lá. No caso da China, o investidor está sempre perto da porta de saída. Ele está lá, está sendo remunerado, é claro que a relação risco-retorno é favorável, mas existe um dever de casa a ser feito que nós aqui já fizemos em parte.



Paulo Henrique Amorim – Claro, institucionalmente. Ana Carla, não querendo tomar o seu tempo: o que pode dar errado?



Ana Carla Abrão Costa – O que pode dar errado é do ponto de vista fiscal a gente não começar a ajustar a economia pra permitir justamente uma redução de carga tributária e uma redução do custo Brasil de forma mais significativa, Paulo Henrique. Eu acho que é isso que falta, a gente está adiando esse ajuste fiscal, mas ele vai ter que ser feito, e se não for feito a gente de fato tem aí esse risco de as coisas não continuarem dando certo, como a gente tem observado.



Paulo Henrique Amorim – Tá ótimo. Muito obrigado. É sempre um prazer falar com você.




Ana Carla Abrão Costa – O prazer é todo meu, Paulo Henrique.




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#2 Mensagem por Dieneces » Ter Mai 22, 2007 3:10 pm

Prick , prefiro opiniões de quem vive a economia , do que os dados estatísticos . Da estatística se podem extrair verdades , meias-verdades e mentiras . Meu caso especial , resumidamente : A empresa da qual eu era sócio dava emprego a vinte e poucos funcionários , ao longo do ano , afora outro tanto de terceirizados . Durante uns bons anos , não saímos do vermelho. Produzíamos como mandava o figurino . Encerramos as atividades. Em 2005 , passei a trabalhar sozinho , com o mesmo produto , sem um único funcionário , situação que me encontro até agora . Especulando em vez de produzir. Ganhei nos últimos dois anos , mais que nos dez anteriores . Fecha com a análise dessa senhora . Mas quem sabe ler mais que estatísticas verá que algo está errado. :wink:




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#3 Mensagem por PRick » Ter Mai 22, 2007 4:12 pm

Dieneces escreveu:Prick , prefiro opiniões de quem vive a economia , do que os dados estatísticos . Da estatística se podem extrair verdades , meias-verdades e mentiras . Meu caso especial , resumidamente : A empresa da qual eu era sócio dava emprego a vinte e poucos funcionários , ao longo do ano , afora outro tanto de terceirizados . Durante uns bons anos , não saímos do vermelho. Produzíamos como mandava o figurino . Encerramos as atividades. Em 2005 , passei a trabalhar sozinho , com o mesmo produto , sem um único funcionário , situação que me encontro até agora . Especulando em vez de produzir. Ganhei nos últimos dois anos , mais que nos dez anteriores . Fecha com a análise dessa senhora . Mas quem sabe ler mais que estatísticas verá que algo está errado. :wink:


A análise não é desta Sra., apenas a entrevista foi feita com ela, representante da Consultoria. A única maneira que temos de comparar épocas históricas diferentes é com dados estatísticos. Concordo com você que qualquer análise estatística tem limites, e de nada adianta uma teoria geral para explicar um caso específico.

De modo bem claro, se 95% da economia de uma dada sociedade vai bem, quer dizer que 05% não vai bem, se sua empresa for do setor que não vai bem, para vc é uma realidade de 05% representam um universo de 100%.

Quanto a especulação, já foi muito pior, tinha época que era melhor vender sua moradia, colocar o dinheiro para render, e morar de aluguel. Ou seja, a situação hoje é muito melhor, ou menos ruim.

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#4 Mensagem por pafuncio » Ter Mai 22, 2007 4:38 pm

1) Li na Gazeta Mercantil (acho; ou foi no Estadão ? uma notícia que me causou espécie.

Pela primeira vez, em muito tempo, a produção agropecuária voltada À exportação estava sendo mais rentável no sul (PR e RS) do que no Centro-Oeste, justamente por causa da deficiente logística.

Assim, os bens agropecuários exportados tinham maior rentabilidade quanto produzidos aqui no Sul. Quanto aos bens do centro-oeste, seriam mais vocacionados para processos de agregação de valor (milho para alimentar aves, soja para biodiesel, etc). SEmpre pensei que o futuro da produção agrícola seria ao norte ...

Para mim, foi uma reviravolta.

Gostaria de saber acerca daqueles projetos agropecuários enormes do Cerrado Nordestino (Bahia, sul do Maranhão e Piauí, Tocantins), em especial aqueles abarcados pela ferrovia Norte-Sul. Serão ainda competetivos ?

2) Quanto ao mais, esperemos. Que os juros caiam, a taxa de investimentos aumente, que sejam tomadas medidas para incentivar a produção.

Aliás, lendo a entrevista, parece-me que importantíssimos setores da economia nacional (móveis, calçados e têxteis) estão sob severíssima pressão chinesa (mais tarde, indiana e vietnamita, por exemplo).

Também o que me causa espécie é que as montadoras não estejam a reclamar da apreciação cambial, elas que têm uma importante fonte de exportação ...




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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#5 Mensagem por Wolfgang » Ter Mai 22, 2007 4:41 pm

No que diz respeito à industria automobilística, as vendas ao mercado interno têm suprido um eventual decréscimo no volume de exportações.




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#6 Mensagem por Dieneces » Ter Mai 22, 2007 4:42 pm

PRick escreveu:
Dieneces escreveu:Prick , prefiro opiniões de quem vive a economia , do que os dados estatísticos . Da estatística se podem extrair verdades , meias-verdades e mentiras . Meu caso especial , resumidamente : A empresa da qual eu era sócio dava emprego a vinte e poucos funcionários , ao longo do ano , afora outro tanto de terceirizados . Durante uns bons anos , não saímos do vermelho. Produzíamos como mandava o figurino . Encerramos as atividades. Em 2005 , passei a trabalhar sozinho , com o mesmo produto , sem um único funcionário , situação que me encontro até agora . Especulando em vez de produzir. Ganhei nos últimos dois anos , mais que nos dez anteriores . Fecha com a análise dessa senhora . Mas quem sabe ler mais que estatísticas verá que algo está errado. :wink:


A análise não é desta Sra., apenas a entrevista foi feita com ela, representante da Consultoria. A única maneira que temos de comparar épocas históricas diferentes é com dados estatísticos. Concordo com você que qualquer análise estatística tem limites, e de nada adianta uma teoria geral para explicar um caso específico.

De modo bem claro, se 95% da economia de uma dada sociedade vai bem, quer dizer que 05% não vai bem, se sua empresa for do setor que não vai bem, para vc é uma realidade de 05% representam um universo de 100%.

Quanto a especulação, já foi muito pior, tinha época que era melhor vender sua moradia, colocar o dinheiro para render, e morar de aluguel. Ou seja, a situação hoje é muito melhor, ou menos ruim.

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Mas a especulação que falo , não é a da ciranda financeira . É de mercado de cereais . E o setor que falo aparentemente vai muito bem . Usei propositadamente , o exemplo . Foi e está sendo âncora da estabilidade financeira e está sendo asfixiado pelo câmbio . Em muitas regiões do país , já não compensa produzir , que era o meu caso. O setor calçadista está se exaurindo . Não dá pra falar em competitividade contra trabalho escravo , câmbio fixo e governo que não atrapalha. Cada vez mais as pequenas empresas brasileiras estão sendo alijadas da exportação , tudo se concentrando en menos de uma centena de grandes . Mas a estatística diz que exportamos mais. Antes não existia China e India consumindo matérias -primas . Só as duas são um terço da população mundial . :wink:




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#7 Mensagem por pafuncio » Ter Mai 22, 2007 4:50 pm

Wolfgang escreveu:No que diz respeito à industria automobilística, as vendas ao mercado interno têm suprido um eventual decréscimo no volume de exportações.


1) Mas não tem havido um decréscimo tão grande das exportações. Ou não ?

De toda a sorte, as vendas internas vão aumentar sobremaneira.

2) De toda a sorte, a gente deve pensar nos BRICs. Porra, a China e a Índia por centenas de anos foram os maiores PIBs do mundo; eles sempre se consideraram, com razão, um dos ápices da civilização. A derrocada dos últimos duzentos anos é visto como algo estranho (colonialismo + imperialismo), um ponto fora da curva.

A própria Rússia, que estava na periferia da Europa, se via como uma continuadora de Bizâncio (a Segunda Roma - lembrem-se da origem da palavra "czar").

Todos eles não usaram do Consenso do Washington. Ao contrário, elegeram o crescimento econômico, ainda que se dissociando do discurso dos Cabeças de Planilha (by Luis Nassif).

E nós ? Estaremos à altura da grandeza do país ?

3) Freqüentei por um tempo o http://www.elsnorkel.com, um tópico só sobre submarinos (recomendo ao Marino e ao Walter :wink: 8-] ), de origem argentina.

Lembro-me de um forista (Elinge ?), um argentino legal. Ele sempre elogiou o nosso país, suas escolhas, defesa do interesse nacional e tecnológico. Lembro-me de ele usar uma frase que calou fundo: "o manifesto destino de grandeza do Brasil".

Abraços produtivos, alexandre.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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#8 Mensagem por PRick » Ter Mai 22, 2007 4:57 pm

Dieneces escreveu:
PRick escreveu:
Dieneces escreveu:Prick , prefiro opiniões de quem vive a economia , do que os dados estatísticos . Da estatística se podem extrair verdades , meias-verdades e mentiras . Meu caso especial , resumidamente : A empresa da qual eu era sócio dava emprego a vinte e poucos funcionários , ao longo do ano , afora outro tanto de terceirizados . Durante uns bons anos , não saímos do vermelho. Produzíamos como mandava o figurino . Encerramos as atividades. Em 2005 , passei a trabalhar sozinho , com o mesmo produto , sem um único funcionário , situação que me encontro até agora . Especulando em vez de produzir. Ganhei nos últimos dois anos , mais que nos dez anteriores . Fecha com a análise dessa senhora . Mas quem sabe ler mais que estatísticas verá que algo está errado. :wink:


A análise não é desta Sra., apenas a entrevista foi feita com ela, representante da Consultoria. A única maneira que temos de comparar épocas históricas diferentes é com dados estatísticos. Concordo com você que qualquer análise estatística tem limites, e de nada adianta uma teoria geral para explicar um caso específico.

De modo bem claro, se 95% da economia de uma dada sociedade vai bem, quer dizer que 05% não vai bem, se sua empresa for do setor que não vai bem, para vc é uma realidade de 05% representam um universo de 100%.

Quanto a especulação, já foi muito pior, tinha época que era melhor vender sua moradia, colocar o dinheiro para render, e morar de aluguel. Ou seja, a situação hoje é muito melhor, ou menos ruim.

[ ]´s
Mas a especulação que falo , não é a da ciranda financeira . É de mercado de cereais . E o setor que falo aparentemente vai muito bem . Usei propositadamente , o exemplo . Foi e está sendo âncora da estabilidade financeira e está sendo asfixiado pelo câmbio . Em muitas regiões do país , já não compensa produzir , que era o meu caso. O setor calçadista está se exaurindo . Não dá pra falar em competitividade contra trabalho escravo , câmbio fixo e governo que não atrapalha. Cada vez mais as pequenas empresas brasileiras estão sendo alijadas da exportação , tudo se concentrando en menos de uma centena de grandes . Mas a estatística diz que exportamos mais. Antes não existia China e India consumindo matérias -primas . Só as duas são um terço da população mundial . :wink:


Na primeira parte falei em especulação de um modo geral, qualquer uma, é claro a especulação financeira era o melhor negócio no Brasil. Temo que agora, vejamos especulação com ativos reais, cada vez mais freqüente. Me parece que esta não é tão danosa para a economia, já que está sendo feita com ativos reais, e não moeda ou papéis, o mesmo se dá com a Bolsa de Valores, é uma especulação sadia, que corre riscos.

Se estamos com problemas no setor calçadista, na área automobilística vivemos um boom semelhante ao princípio da década de 1970, existem filas para compra de alguns modelos de até 03 meses, e este ano será batida novo recorde na produção de veículos, segundo notícias, a queda dos juros deverá impulsionar a venda de veículos do Brasil para mais de 03 milhões de unidades por ano, as fábricas estão com sua capacidade de expansão esgotadas! O mesmo deverá ocorrer com a construção civil. A mágica é muito simples, juros cada vez mais baixos estão estimulando dois dos maiores setores de nossa economia. O mercado imobiliário no Brasil havia parado, agora começa crescer rapidamente, e é altamente dependente de mão de obra.

Portanto, não é só setor de matérias primas, ainda que, a Petrobrás ser outra locomotiva para o crescimento de nossa economia. O que vemos é uma disparidade entre diferentes setores, por conta das assimetrias dos indicadores.

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#9 Mensagem por Wolfgang » Ter Mai 22, 2007 4:59 pm

Olha, se costurarmos direito o que vem por aí, ok. Precisamos aproveitar.




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#10 Mensagem por Malandro » Ter Mai 22, 2007 5:14 pm

Acho que é como o Dieneces de certa maneira disse . Estatística é muito bom sim contra ideogices , achismos mas tem que ser lido por quem entenda se não vira uma mentira sofisticada .



Também o que me causa espécie é que as montadoras não estejam a reclamar da apreciação cambial, elas que têm uma importante fonte de exportação ...



Elas reclamam sim mas já devem ter se acostumado a situação . Acho que não adianta , seja lá qual for o câmbio haverá ganhadores e perdedores . O importante é que hajam mais ganhadores . :wink: A chance está com as commodities a um preço bom e o mundo todo crescendo algo que o governo FHC não pegou e estamos perdendo a chance de crescer 6 a 7% sem reformas estruturais e fiscais que já sei que não virão nesse governo acomodado . :?




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#11 Mensagem por Túlio » Ter Mai 22, 2007 5:23 pm

Malandro escreveu:Acho que é como o Dieneces de certa maneira disse . Estatística é muito bom sim contra ideogices , achismos mas tem que ser lido por quem entenda se não vira uma mentira sofisticada .


Aí temos uma grande verdade: certa vez, alguém disse que A ESTATÍSTICA É A ÚNICA CIÊNCIA CAPAZ DE PROVAR QUE É PERFEITAMENTE POSSÍVEL SE AFOGAR NUM LAGO DE 5CM DE PROFUNDIDADE...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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#12 Mensagem por Dieneces » Ter Mai 22, 2007 5:26 pm

Túlio escreveu:
Malandro escreveu:Acho que é como o Dieneces de certa maneira disse . Estatística é muito bom sim contra ideogices , achismos mas tem que ser lido por quem entenda se não vira uma mentira sofisticada .


Aí temos uma grande verdade: certa vez, alguém disse que A ESTATÍSTICA É A ÚNICA CIÊNCIA CAPAZ DE PROVAR QUE É PERFEITAMENTE POSSÍVEL SE AFOGAR NUM LAGO DE 5CM DE PROFUNDIDADE...
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#13 Mensagem por Pasquale Catozzo » Ter Mai 22, 2007 5:27 pm

Dieneces escreveu:
Túlio escreveu:
Malandro escreveu:Acho que é como o Dieneces de certa maneira disse . Estatística é muito bom sim contra ideogices , achismos mas tem que ser lido por quem entenda se não vira uma mentira sofisticada .


Aí temos uma grande verdade: certa vez, alguém disse que A ESTATÍSTICA É A ÚNICA CIÊNCIA CAPAZ DE PROVAR QUE É PERFEITAMENTE POSSÍVEL SE AFOGAR NUM LAGO DE 5CM DE PROFUNDIDADE...
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#14 Mensagem por Sniper » Ter Mai 22, 2007 5:28 pm

Dieneces escreveu:
Túlio escreveu:
Malandro escreveu:Acho que é como o Dieneces de certa maneira disse . Estatística é muito bom sim contra ideogices , achismos mas tem que ser lido por quem entenda se não vira uma mentira sofisticada .


Aí temos uma grande verdade: certa vez, alguém disse que A ESTATÍSTICA É A ÚNICA CIÊNCIA CAPAZ DE PROVAR QUE É PERFEITAMENTE POSSÍVEL SE AFOGAR NUM LAGO DE 5CM DE PROFUNDIDADE...
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#15 Mensagem por Pedro Gilberto » Ter Mai 22, 2007 6:28 pm

Só corroborando a informação sobre as montadoras e seu desempenho deste ano 2 notícias publicadas hoje.


Montadoras devem ter um ano de crescimento chinês
22/05/2007 - 09h19

CRISTIANE BARBIERI
da Folha de S.Paulo

O mercado automotivo brasileiro terá um ano de crescimento chinês. A expectativa das quatro grandes montadoras no país --Volkswagen (VW), Fiat, Ford e General Motors (GM)-- é de alta de 17% a 20% nas vendas, com 2,2 milhões de veículos de passeio e comerciais leves comercializados.

Já algumas consultorias, que participaram do seminário "Revisão de perspectivas 2007", acreditam que o aumento nas vendas ficará em torno de 10% a 11%, superando um pouco os 2 milhões de carros.

Mas isso não significa incremento na mesma proporção na produção, no número de vagas ou nos investimentos no país. Como a expectativa de crescimento da produção no ano é de 5% a 6%, boa parte da demanda do mercado interno será atendida por importações. A consultoria Booz Allen Hamilton prevê aumento de 145% nas importações de carros.

"Aumentamos nossas importações em mais de 1.000%, porque a base do ano anterior era muito baixa", disse Ray Young, presidente da GM do Brasil. A Fiat é a única das quatro que não elevou importações.

Além disso, as montadoras estão deixando de exportar não só para atender à demanda interna aquecida, como também para driblar o real forte. A VW prevê uma redução de 25% em suas vendas ao exterior, até 2012. A GM, de 30% em 2008.

As montadoras esperam o dólar em torno de R$ 1,80 a R$ 1,90, até o fim do ano. "Estamos tentando fazer um hedge [proteção cambial] para diminuir a vulnerabilidade", diz Young.

Para aproveitar a valorização do real, a Fiat, inclusive, começou, pela primeira vez, a importar 10% do aço que usará neste ano da Coréia do Sul. É uma ação inédita. "Os produtores brasileiros de aço vendem mais barato lá fora, para serem competitivos no mercado internacional", afirma Cledorvino Belini, presidente da Fiat. "É um absurdo a gente conseguir trazer aço mais barato lá de fora, porque quem está ganhando dinheiro com isso é o navio."

Mesmo sem investir em aumento de capacidade, as montadoras separaram valores consideráveis para os próximos anos. A Volkswagen investirá R$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos. A GM pleiteia US$ 1 bilhão para os anos de 2009 e 2010 junto à matriz, e a Ford prevê gastar R$ 2,2 bilhões entre 2007 e 2011. Já a Fiat pretende aplicar R$ 1 bilhão em 2007 e está para concluir os planos de investimento para os próximos anos. O dinheiro será gasto no lançamento de novos carros e em reformas estruturais para elevar produtividade.

"As quatro grandes são gatos escaldados de investimentos no passado", diz Letícia Costa, presidente da Booz Allen Hamilton. "É um grande problema explicar às matrizes que daqui para a frente tudo vai ser diferente no Brasil."

Ela refere-se ao fato de as montadoras terem feito grandes investimentos no fim da década de 1990, quando o volume de carros vendidos beirou as 2 milhões de unidades. Logo em seguida, o mercado entrou em retração, e muitos projetos tiveram de ser revistos e, até mesmo, encerrados. "Depois de dez anos de crise e três injeções de capital, ter um ano de bons resultados não é tão significativo", diz Thomas Schmall, presidente da VW. "A grande questão é se o crescimento será sustentado nos próximos anos."

Expectativa

Há indicadores que mostram boa expectativa nesse sentido. O número de financiamentos com mais de 36 meses aumentou em 78% este ano. "Isso significa que as pessoas estão mais confiantes", diz Schmall. Costa, da Booz Allen, no entanto, não é tão otimista. Para ela, é difícil saber se o crescimento é proveniente da entrada de novos consumidores ou se é apenas renovação de frota. "Alguma massa de novos consumidores existe", diz ela. "Porém é difícil saber se ela é significativa."

Segundo ela, o mercado brasileiro tem capacidade de chegar a 4 milhões de carros vendidos por ano, principalmente com a entrada de novos competidores, como Toyota e Hyundai. A GM, inclusive, afirma que o Brasil está participando da concorrência para abrigar a produção de um carro mundial.

Mas novas decisões de investimento em capacidade deverão tomar como base o mercado argentino, incógnita em ano eleitoral. "É o melhor momento do setor, mas precisamos tomar cuidado de não nos fecharmos só para o mercado doméstico", diz Marcos de Oliveira, presidente da Ford Mercosul.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u117389.shtml


Fiat atinge limite em Minas Gerais e deve voltar à Argentina
22/05/2007 - 11h22


SÃO PAULO - Seis anos após ter sido desativada, em meio à crise econômica na Argentina, a produção de automóveis na fábrica que a Fiat possui naquele país poderá ser retomada em breve.

A decisão de voltar a ter uma linha de montagem no país vizinho será tomada dentro de um mês e é a saída que a montadora encontrou para resolver a falta de capacidade em Betim, Minas Gerais.

O presidente da empresa, Cledorvino Belini, tenta, nesse momento, negociar com os fornecedores. Para a montadora, seria melhor se eles aceitassem voltar a produzir em território argentino, para facilitar a logística. Mas não é um trabalho fácil.

Os produtores de autopeças abandonaram as atividades na Argentina justamente em conseqüência da redução de atividades das montadoras, principalmente a Fiat, a única que resolveu suspender a produção de veículos no país em 2001.

Desde então, a moderna instalação que a montadora italiana tem na província de Córdoba se dedicou à produção de equipamento de transmissão e uma parte da linha de motores. A unidade opera com cerca de 2 mil empregados, metade do efetivo da época em que a produção de carros foi interrompida.

Há pouco tempo, a fábrica da Fiat em Córdoba começou a produzir peças para a Peugeot. E será nessa mesma instalação que funcionará a linha de produção de uma nova picape, resultado de uma pareceria da Fiat com a Tata, montadora indiana. A produção da picape deverá acontecer entre final de 2008 e começo de 2009.

Segundo Belini, o deslocamento das peças do Brasil para a Argentina dificulta a logística e aumenta custo de produção. Mas será a única alternativa para a empresa acompanhar o ritmo da demanda brasileira e mesmo a argentina, que têm ultrapassado todas as previsões. "Se o mercado continuar aquecido vamos ter que ir para a Argentina antes de os fornecedores chegarem lá ", diz Belini.

A fábrica de Betim (MG) está no limite da capacidade. Projetada para produzir 800 unidades por dia, está hoje com 2,5 mil. Com a recente criação do terceiro turno, vai para 2,7 mil unidades.

(Marli Olmos | Valor Econômico)

http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/05/22/ult1913u69421.jhtm


Ou seja, a demanda vem muito forte este ano (por conta do aumento do crédito e redução do juros). As montadoras estão tendo que se virar para supri-lá, primeiro com redução das exportações, segundo com importações, e por fim com novos investimentos. Há de tomar cuidado para que entre o segundo e terceiro passo não reaparece os famigerados ágios.

Outro ponto que também está preocupando as montadores, é a possibilidade de um "apagão dos fornecedores" que por não terem investido a tempo para atender essa demanda poderão deixar de suprir as montadoras que provavelmente terão que se virar com peças importadas.

[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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