Conflito no Mali

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Re: Conflito no Mali

#61 Mensagem por Clermont » Qua Jan 16, 2013 12:10 pm

augustoviana75 escreveu:Se Portugal não tem condições econômicas de cuidar e proteger as antigas colônias portuguesas na áfrica, nós devemos cuidar sim, tal qual fizemos com Timor Leste.
Em primeiro lugar, as condições econômicas do Brasil não são tão melhores do que as de Portugal, apesar das fantasias dos ideólogos do tipo "nunca antes neste país" que defendem as supostas maravilhas concretizadas no Brasil dos últimos anos.

Em segundo lugar, ainda que isso fosse verdade, quem foi que deu o direito a um governo brasileiro de gastar o dinheiro do contribuinte para "defender" antigas colônias portuguesas? Ora, o governo mal consegue proteger este mesmo contribuinte de bandidos, traficantes, assassinos, mosquito da dengue, mosquito da malária, médicos gazeteiros que faltam ao plantão. E mesmo assim, deveria brincar de "Mission Civilisatrice" na África? Antigamente, dizia-se, o "ônus do homem branco", futuramente, diria-se o quê? "O ônus do homem brasiliano", de levar cuidados, proteção e segurança aos coitadinhos povos lusófonos da África". Ora, esses povos lusófonos africanos cansaram de matar portugueses para conquistarem a independência e cuidarem da própria vida! Acho uma asneira que algum cidadão português dos dias de hoje devesse apoiar que Portugal fosse, de novo, à África, perder seus filhos e filhas, para defender as antigas colônias do "monstros malvados da al-Qaeda".

Se isso é uma asneira para um português, na minha opinião, pode-se imaginar então, o que seria para os brasileiros.




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Re: Conflito no Mali

#62 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 16, 2013 12:19 pm

As Forças Armadas desses países (PALOPS) têm sido treinadas lá por instrutores Portugueses e cá nas escolas/Academias das Forças Armadas Portuguesas. Ninguém em áfrica vai se meter com Angola, ninguém é estupido o suficiente a esse ponto (até porque Angola já andou a "visitar" alguns países da região). Moçambique tem a protecção da África do Sul, Cabo-Verde é um arquipélago e ninguém vai desembarcar naquelas praias excepto os milhares e milhares de turistas europeus que vão lá todos os anos. Guiné-Bissau é um lodo e sempre que alguém ajuda-os eles acabam por morder a mão do "dono". São Tomé e Principe é um pobre país que lentamente se está a levantar.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Conflito no Mali

#63 Mensagem por augustoviana75 » Qua Jan 16, 2013 5:42 pm

Clermont escreveu:
augustoviana75 escreveu:Se Portugal não tem condições econômicas de cuidar e proteger as antigas colônias portuguesas na áfrica, nós devemos cuidar sim, tal qual fizemos com Timor Leste.
Em primeiro lugar, as condições econômicas do Brasil não são tão melhores do que as de Portugal, apesar das fantasias dos ideólogos do tipo "nunca antes neste país" que defendem as supostas maravilhas concretizadas no Brasil dos últimos anos.

Em segundo lugar, ainda que isso fosse verdade, quem foi que deu o direito a um governo brasileiro de gastar o dinheiro do contribuinte para "defender" antigas colônias portuguesas? Ora, o governo mal consegue proteger este mesmo contribuinte de bandidos, traficantes, assassinos, mosquito da dengue, mosquito da malária, médicos gazeteiros que faltam ao plantão. E mesmo assim, deveria brincar de "Mission Civilisatrice" na África? Antigamente, dizia-se, o "ônus do homem branco", futuramente, diria-se o quê? "O ônus do homem brasiliano", de levar cuidados, proteção e segurança aos coitadinhos povos lusófonos da África". Ora, esses povos lusófonos africanos cansaram de matar portugueses para conquistarem a independência e cuidarem da própria vida! Acho uma asneira que algum cidadão português dos dias de hoje devesse apoiar que Portugal fosse, de novo, à África, perder seus filhos e filhas, para defender as antigas colônias do "monstros malvados da al-Qaeda".

Se isso é uma asneira para um português, na minha opinião, pode-se imaginar então, o que seria para os brasileiros.
Clermont,

Você esqueceu de pegar o início do meu texto. Se tivesse prestado atenção naquela parte, entenderia um pouco melhor o meu ponto de vista. Verá que não há asneira:

Empresas como a Vale, ao investir em países como a República de Angola, muitas vezes pegam o capital no BNDES, que aplica juros abaixo do mercado, como forma de fomentar o crescimento. E para alavancar o BNDES, o Governo Brasileiro utiliza a taxa Selic, logo, você queira ou não, o Governo já investe o seu e o meu dinheiro de contribuinte nesses lugares. Não acredito o Governo Brasileiro esteja errado, estão pensando no futuro. Por isso, espero que você tenha entendido, acho válido sim, tentar proteger algo que já investimos.

E atuar, não significa sempre pegar em armas. Ajudamos o Timor Leste usando a diplomacia também.

Abraços,

:wink:




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Re: Conflito no Mali

#64 Mensagem por guska » Qua Jan 16, 2013 6:07 pm

augustoviana75 escreveu:
Clermont escreveu: Em primeiro lugar, as condições econômicas do Brasil não são tão melhores do que as de Portugal, apesar das fantasias dos ideólogos do tipo "nunca antes neste país" que defendem as supostas maravilhas concretizadas no Brasil dos últimos anos.

Em segundo lugar, ainda que isso fosse verdade, quem foi que deu o direito a um governo brasileiro de gastar o dinheiro do contribuinte para "defender" antigas colônias portuguesas? Ora, o governo mal consegue proteger este mesmo contribuinte de bandidos, traficantes, assassinos, mosquito da dengue, mosquito da malária, médicos gazeteiros que faltam ao plantão. E mesmo assim, deveria brincar de "Mission Civilisatrice" na África? Antigamente, dizia-se, o "ônus do homem branco", futuramente, diria-se o quê? "O ônus do homem brasiliano", de levar cuidados, proteção e segurança aos coitadinhos povos lusófonos da África". Ora, esses povos lusófonos africanos cansaram de matar portugueses para conquistarem a independência e cuidarem da própria vida! Acho uma asneira que algum cidadão português dos dias de hoje devesse apoiar que Portugal fosse, de novo, à África, perder seus filhos e filhas, para defender as antigas colônias do "monstros malvados da al-Qaeda".

Se isso é uma asneira para um português, na minha opinião, pode-se imaginar então, o que seria para os brasileiros.
Clermont,

Você esqueceu de pegar o início do meu texto. Se tivesse prestado atenção naquela parte, entenderia um pouco melhor o meu ponto de vista. Verá que não há asneira:

Empresas como a Vale, ao investir em países como a República de Angola, muitas vezes pegam o capital no BNDES, que aplica juros abaixo do mercado, como forma de fomentar o crescimento. E para alavancar o BNDES, o Governo Brasileiro utiliza a taxa Selic, logo, você queira ou não, o Governo já investe o seu e o meu dinheiro de contribuinte nesses lugares. Não acredito o Governo Brasileiro esteja errado, estão pensando no futuro. Por isso, espero que você tenha entendido, acho válido sim, tentar proteger algo que já investimos.

E atuar, não significa sempre pegar em armas. Ajudamos o Timor Leste usando a diplomacia também.

Abraços,

:wink:

Ajuda diplomatica?
No Timor foram as tropas que resolveram a situacao.
Na Guiné, sem tropas, a situação perdura.
No Mali discursos houve em quantidade e se arrastaram por quase um ano já. A situação nao mudou e definia-se como uma derrota da sua " diplomacia"... Foram as tropas novamente que fizeram e estao fazendo a diferenca.
Nao existe argumento diplomatico que nao seja baseado na forca militar nessas questoes.
Diplomacia é simplesmente mostrar o tamanho do seu exercito e ameaçar. Ou a contra parte cede ou toma porrada.
Nao existem bonzinhos nesse jogo.
Att




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Re: Conflito no Mali

#65 Mensagem por Frederico Vitor » Qua Jan 16, 2013 6:12 pm

O Brasil já "cuida" de uma ex-colônia francesa: Haiti.

O Brasil não dá conta nem de "cuidar" de suas fronteiras direito, imagina resolver impasses com as ex-colônias portuguesas na África?

Vamos focar em nós mesmos, dá melhor resultado. Deixemos os problemas do outro lado do Atlântico para quem pode.

As vezes soa como ímpeto de "imperialismo moreno" essa ideia de mandar soldados brasileiros (dotados de FAL e pára-FAL e coturno Atalaia) para defender a tiros, interesses do Planalto.




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Re: Conflito no Mali

#66 Mensagem por FCarvalho » Qua Jan 16, 2013 6:18 pm

O Brasil muito bem faria em encaminhar, antes de mais nada, os seus próprios problemas, antes de pôr o pé, digo, a botina, ou o que quer que seja, na Africa.

Não temos condições, e nem as teremos no curto, médio ou longo prazo, para sair por aí pelo vizinhos de além mar e fazer coisa do tipo "lágrimas ao sol" e menos ainda "falcão negro em perigo". Isso é para Hollywood e seus admiradores europeus.

Se conseguirmos dar conta, e ter a dignidade, de passar uns petelecos em milicos paráguas a serviço do tráfico que atiram em policiais federais desde o outro lado do Paraná, ou dá um pé na bunda em "agentes humanitários de ONG's defensora de Índios" na Amazônia, creio já teremos feito muita coisa. E para isso nem de PAED ou outros "P"s quaisquer precisa, só de vergonha na cara.

abs.




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Re: Conflito no Mali

#67 Mensagem por Wingate » Qua Jan 16, 2013 6:20 pm

guska escreveu:
augustoviana75 escreveu: Clermont,

Você esqueceu de pegar o início do meu texto. Se tivesse prestado atenção naquela parte, entenderia um pouco melhor o meu ponto de vista. Verá que não há asneira:

Empresas como a Vale, ao investir em países como a República de Angola, muitas vezes pegam o capital no BNDES, que aplica juros abaixo do mercado, como forma de fomentar o crescimento. E para alavancar o BNDES, o Governo Brasileiro utiliza a taxa Selic, logo, você queira ou não, o Governo já investe o seu e o meu dinheiro de contribuinte nesses lugares. Não acredito o Governo Brasileiro esteja errado, estão pensando no futuro. Por isso, espero que você tenha entendido, acho válido sim, tentar proteger algo que já investimos.

E atuar, não significa sempre pegar em armas. Ajudamos o Timor Leste usando a diplomacia também.

Abraços,

:wink:

Ajuda diplomatica?
No Timor foram as tropas que resolveram a situacao.
Na Guiné, sem tropas, a situação perdura.
No Mali discursos houve em quantidade e se arrastaram por quase um ano já. A situação nao mudou e definia-se como uma derrota da sua " diplomacia"... Foram as tropas novamente que fizeram e estao fazendo a diferenca.
Nao existe argumento diplomatico que nao seja baseado na forca militar nessas questoes.
Diplomacia é simplesmente mostrar o tamanho do seu exercito e ameaçar. Ou a contra parte cede ou toma porrada.
Nao existem bonzinhos nesse jogo.
Att
"As armas são o último recurso da diplomacia..."

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Re: Conflito no Mali

#68 Mensagem por augustoviana75 » Qua Jan 16, 2013 6:47 pm

"E atuar, não significa sempre pegar em armas. Ajudamos o Timor Leste usando a diplomacia também. "

Foi usado os dois, tanto a diplomacia, quanto as tropas. Como o Wingate citou acima, "As armas são o último recurso da diplomacia...". Assim, ainda que cheguemos no uso de tropas fora do Brasil, sempre se começa pela diplomacia.

O Brasil começa a tomar atitudes de País com forte presença no exterior, fazendo investimentos estratégicos e precisa de uma infraestrutura de segurança para protegê-los, tal qual faz os demais que estão na mesma situação (França, Rússia, Reino Unido, EUA, etc...).

Percebo aí uma forte motivação, uma verdadeira janela de oportunidades, para fazer o Governo Federal investir nos equipamentos que os militares tanto precisam. Sejam os caças que os franceses estão utilizando nesse conflito, ou os navios NAes e submarinos para proteger os investimentos no além mar.

O Brasil quer ter cabeças de ponte de investimentos em vários lugares do planeta. Precisamos de equipamentos para os militares protegerem isso.

Abraços.




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Re: Conflito no Mali

#69 Mensagem por marcelo l. » Qua Jan 16, 2013 7:11 pm

augustoviana75 escreveu:"E atuar, não significa sempre pegar em armas. Ajudamos o Timor Leste usando a diplomacia também. "

Foi usado os dois, tanto a diplomacia, quanto as tropas. Como o Wingate citou acima, "As armas são o último recurso da diplomacia...". Assim, ainda que cheguemos no uso de tropas fora do Brasil, sempre se começa pela diplomacia.

O Brasil começa a tomar atitudes de País com forte presença no exterior, fazendo investimentos estratégicos e precisa de uma infraestrutura de segurança para protegê-los, tal qual faz os demais que estão na mesma situação (França, Rússia, Reino Unido, EUA, etc...).

Percebo aí uma forte motivação, uma verdadeira janela de oportunidades, para fazer o Governo Federal investir nos equipamentos que os militares tanto precisam. Sejam os caças que os franceses estão utilizando nesse conflito, ou os navios NAes e submarinos para proteger os investimentos no além mar.

O Brasil quer ter cabeças de ponte de investimentos em vários lugares do planeta. Precisamos de equipamentos para os militares protegerem isso.

Abraços.
Sem brindeira, eu sou mais forte presença no exterior como a China, o Mali mesmo que estamos no tópico, eles são os maiores investidores estrangeiros registrados pelo governo e apoiam a França - apoio moral diga-se, nem dinheiro soltam.

O orçamento brasileiro é limitado, você teria querer cortar algo, cada um claro que tem sua preferência, mas quando chega lá no Congresso, é um jogo de lobbies encastelados, quem colocou algo não vai querer perder. E sempre foi assim, se não tem Congresso, é os que mandam, ninguém quer perder seu quinhão de poder.

O governo federal só iria remanejar os investimentos em equipamentos para o que fosse melhor para aquela missão, seria na verdade um competidor de recursos.

É melhor usar a Embrapa e o futebol para angariar inserção internacional. Vale o samba...mulher a gente pega a deles :lol: E por isso esquece a cadeira da CS que nem parece ser tão confortável assim.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Conflito no Mali

#70 Mensagem por henriquejr » Qua Jan 16, 2013 7:32 pm

Sobre a questão do uso de estrangeiros pelas forças armadas francesas, e como estes são tratados, recomendo que assistam o filme Dias de Glória (Indigènes - 2006)! Assisti recentemente e gostei muito!
Dias de Glória (Indigènes)
Uma das mais caras produções francesas chega às telas abrindo fogo contra a própria França - que esquece seus heróis.
“Indigènes” - França/Marrocos/Argélia/Bélgica, 2006.
- 128 min.
Direção: Rachid Bouchareb.
Estrelando: Jamel Debbouze, Sami Bouajila, Samy Naceri, Roschdy Zem.
Distribuidora: Mars Distribution/VideoFilmes
Um filme sobre os atiradores africanos que lutaram pela libertação da França e acabaram como os heróis esquecidos.

Imagem

Said, Messaoud, Abdelkader e Yassir, apesar de heróis do exército francês, foram esquecidos pela história. Assim como os 130.000 soldados magrebinos e africanos originários das colônias francesas, esses quatro jovens alistaram-se voluntariamente para libertar uma “pátria-mãe” (que não conheciam) do jugo nazista. O filme Indigènes (Indígenas), dirigido pelo francês de origem argelina Rachid Bouchareb (autor do comentado Little Senegal, de 2001, cujo tema era a memória da escravidão), homenageia esses soldados esquecidos e busca mostrar a importância do papel que desempenharam para que nos lembremos hoje.

No Festival de Cannes de 2006, quatro dos cinco atores franceses que receberam a Palma de Ouro de melhor ator, coletivamente recebida por seus papéis de soldados magrebinos voluntariamente alistados no exército francês em 1943, em Indigènes, de Rachid Bouchareb. Bernard Blancan, Jamel Debbouze, Roschdy Zem et Sami Bouajila. Faz parte dessa co-produção francesa, marroquina, argelina e belga a fina flor dos atores franceses de origem magrebina. Sami Bouajila, Roschdy Zem, Samy Nacéri e Jamel Debbouze envolveram-se pessoalmente nesse projeto, chegando até a descobrir seus sobrenomes na lista desses soldados que, para lutar por seus ideais, abandonaram mulheres e filhos por uma terra desconhecida.


O conhecido Jamel Debbouze, co-produtor do filme, conseguiu fazer com que o rei do Marrocos pusesse a logística do exército do país à disposição da equipe de produção. “O filme de Rachid mostra as boas e nobres causas a defender, explica o humorista e ator de teatro de origem marroquina, que encarna um jovem pastor argelino. Era natural e lógico ir diretamente à fonte para defendê-lo.” Para ele, Indigènes é “um ‘post-it’ para a História”, além de ser uma maneira de sensibilizar os espectadores para a situação atual desses heróis esquecidos. “Eu os encontrei, estão nos abrigos Sonacotra, acrescenta o ator emocionado. Eles estão hoje com oitenta anos. Em cinco anos, não restará mais nenhum!” (Fonte:ambeafrança.org)

"Todos se unem em território europeu para libertar a França da ameaça nazista em 1943. Todos têm um motivo especial para se alistar. Said (Debbouze) deseja libertar a Pátria Mãe. Yacine (Samy Naceri) vê no processo de libertação da França uma oportunidade de dar melhores condições a sua própria família, cometendo furtos de guerra junto com seu irmão. O cabo Abd el-Kader (Sami Bouajila, de “Caché”), o único alfabetizado do grupo, torna-se uma espécie de líder entre os soldados árabes e africanos, contestando a hierarquia militar e acusando os abusos que sofrem. Messaoud (Roschdy Zem) se apaixona por uma francesa, algo mal visto na colônia, e passa a sonhar em se instalar em Marselha. Todos perseguem seus direitos enquanto franceses, mas o modo como são tratados, seu cotidiano e as missões que enfrentam (caminhando pelas montanhas até revelarem os pontos da artilharia nazista) provam o contrário. (Fonte: Zetafilmes)




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Re: Conflito no Mali

#71 Mensagem por FCarvalho » Qua Jan 16, 2013 7:50 pm

augustoviana75 escreveu:O Brasil começa a tomar atitudes de País com forte presença no exterior, fazendo investimentos estratégicos e precisa de uma infraestrutura de segurança para protegê-los, tal qual faz os demais que estão na mesma situação (França, Rússia, Reino Unido, EUA, etc...).
Percebo aí uma forte motivação, uma verdadeira janela de oportunidades, para fazer o Governo Federal investir nos equipamentos que os militares tanto precisam. Sejam os caças que os franceses estão utilizando nesse conflito, ou os navios NAes e submarinos para proteger os investimentos no além mar.
O Brasil quer ter cabeças de ponte de investimentos em vários lugares do planeta. Precisamos de equipamentos para os militares protegerem isso.
Abraços.
Augusto, eu até concordaria contigo quanto a afirmação acima, se, e somente se, tivéssemos um governo de verdadeiro caráter estadista. Mas para nossa desgracença, estamos longe, mas muito longe mesmo disso.

E ademais, nossa diplomacia é viceral e ideologicamente contrária a qualquer opção que envolva em seus negócios quaisquer menção ao uso de militares, posto que cultural e historicamente, Itamarati e FFAA's no Brasil não costumam ser simplesmente o lado oposto de uma mesma moeda, mas o próprio antagonismo em si. E isto continua arraigado mesmo hoje na diplomacia brasileira. A boca pequena, apelar para os militares, na cultura diplomática e politica tupiniquim, é simplesmente outorgar a si o peso da infâmia da guerra e da inutilidade e futilidade de seus esforços. Pior, é dar aos homens de verde-oliva a atenção, o valor e a visualização tão efusivamente buscado para si. E isto é inaceitável. É uma guerra que começa nos egos palacianos e termina, normalmente, nos sacos pretos de volta à casa. Mas essa última parte, no Brasil, costumeiramente, a politicagem nacional não costuma se importar, e menos ainda remexer. O tiro da propaganda pode sair pela culatra.

abs.




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Re: Conflito no Mali

#72 Mensagem por Túlio » Qua Jan 16, 2013 10:25 pm

PUTZ, e eu que pensei que estavam despejando bombas por razões HUMANITÁRIAS, POWS!!!

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A GUERRA NO MALI


O país é um Eldorado de urânio, ouro, petróleo e minerais estratégicos


por R. Teichman


O governo francês declarou que "enviaria 2500 soldados para apoiar a tropa do governo do Mali no conflito contra rebeldes islâmicos. A França já deslocou cerca de 750 soldados para o Mali e aviões franceses chegaram a Bamako na manhã de terça-feira ...
Continuaremos a instalação de forças no terreno e no ar ...
Temos um objetivo. Assegurar que quando deixarmos (o país), quando finalizarmos nossa intervenção, o Mali está seguro, tem autoridades legítimas, um processo eleitoral e não há mais terroristas a ameaçar o seu território". [1]

Assim, esta é a narrativa oficial da França e daqueles que a apoiam. E naturalmente isto é amplamente relatado na mídia oficial.

A França é apoiada por outros membros da OTAN. O secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, confirmou que os EUA estavam fornecendo inteligência às forças francesas no Mali. [2] O Canadá, a Bélgica, a Dinamarca e a Alemanha também apoiaram publicamente a incursão francesa, prometendo apoio logístico no esmagamento dos rebeldes. [3]

Se acreditarmos nesta narrativa seremos enganados mais uma vez acerca das razões reais. Uma olhadela nos recursos naturais do Mali revela do que realmente se trata.

Recursos naturais do Mali [4]

Ouro: O Mali é o terceiro maior produtor da África, com exploração em grande escala em andamento. O país é famoso pelo seu ouro desde os dias do grande Império Maliano. Na peregrinação a Meca do Imperador Kankou Moussa, em 1324, a sua caravana transportava mais de 8 toneladas de ouro! O Mali portanto tem sido um país mineiro durante mais de meio milênio.

Atualmente há sete minas de ouro em operação no Mali, as quais incluem: Kalana e Morila no Sul do país, Yatela, Sadiola e Loulo no Ocidente, e minas que recentemente recomeçaram a produzir, nomeadamente Syama e Tabakoto. Projetos de exploração avançada incluem: Kofi, Kodieran, Gounkoto, Komana, Banankoro, Kobada e Nampala.

Urânio: sinais encorajadores e exploração em plena atividade. A exploração está sendo executada por várias companhias com indicações claras de depósitos de urânio. O potencial de urânio localiza-se na área de Falea, a qual abrange 150 km2 da bacia Falea-Guiné do Norte, uma bacia sedimentar neoproterozóica assinalada por anomalias radiométricas significativas. Pensa-se que o potencial de urânio em Falea é de 5000 toneladas. O Projecto Kidal, na parte Nordeste do Mali, com uma área de 19.930 km2, abrange uma grande província geológica cristalina conhecida como L'Adrar Des Iforas. O urânio potencial no depósito Samit, só na região de Gao, é estimado em 200 toneladas.

Diamantes: O Mali tem potencial para desenvolver sua exploração de diamantes. Na região administrativa de Kayes (Região mineira 1), foram descobertos trinta (30) filões quimberlíticos dos quais oito mostram traços de diamantes. Cerca de oito pequenos diamantes foram encontrados na região administrativa Sikasso (Sul do Mali).

Pedras preciosas:
-Círculo de Nioro e Bafoulabe: Granadas e minerais magnéticos raros
-Círculo de Bougouni e Bacia Faleme: Pegmatita
-Le Gourma: granadas e corindons
-L'Adrar des Ilforas: pegmatita e minerais em metamorfose
-Zona Hombori Douentza: quartzo e carbonatos

-Minério de ferro e manganês: Recursos significativos mas ainda não explorados. Segundo estimativas o Mali tem mais de 2 milhões de toneladas de reservas potenciais de minério de ferro localizadas nas áreas de Djidian-Kenieba, Diamou e Bale.
-Bauxita: as reservas são estimadas em 1,2 milhão de toneladas, localizadas em Kita, Kenieba e Bafing-Makana. Traços de manganês foram encontrados em Bafing-Makana, Tondibi e Tassiga.
-Depósitos de rocha calcárea: 10 milhões de toneladas est. (Gangotery), 30 milhões est. (Astro) e Bah El Heri (Norte de Goundam) 2,2 milhões de toneladas est.
-Cobre: potencialidades em Bafing Makan (Região Ocidental) e Ouatagouna (Região Norte)
-Mármore: Selinkegny (Bafoulabe) 10,6 MT de reservas estimadas e traços em Madibaya
-Gesso: Taoudenit (35 MT est.), Indice Kereit (Nord de Tessalit) 0,37 MT est.
-Caulim: Potential de reservas estimadas (1MT) localizado em Gao (Região Norte)
-Fosfato: Reserva localizada em Tamaguilelt, produção de 18 mil t/ano e um potencial estimado de 12 milhões de toneladas. Há quatro outros depósitos potenciais no Norte, de 10 milhões de toneladas.
-Chumbo e zinco: Tessalit na Região Norte (1,7 MT de reservas estimadas) e traços em Bafing Makana (Região Ocidental) e Fafa (Norte)
-Lítio: Indicações em Kayes (Região Ocidental) e potencial estimado de 4 milhões de toneladas em Bougouni (Região Sul)
-Xisto betuminoso: Potencial estimado em 870 milhões de toneladas, indicações encontradas em Agamor e Almoustrat na Região Norte.
-Linhita: Potencial estimado em 1,3 milhão de toneladas, indicações encontradas em Bourem (Região Norte)
-Sal gema: Potencial estimado de 53 milhões de toneladas em Taoudenni (Região Norte)
-Diatomite: Potencial estimado de milhões de toneladas em Douna Behri (Região Norte)

O potencial petrolífero do Mali já atrai interesses significativos de investidores

O potencial petrolífero do Mali tem sido documentado desde a década de 1970 quando pesquisa sísmica e perfurações esporádicas revelaram indicações prováveis de óleo. Com o crescente preço mundial dos recursos de petróleo, o Mali avançou a sua promoção e pesquisa para a exploração, produção e potencial exportação do petróleo. O Mali também poderia proporcionar uma rota de transporte estratégica para as exportações de petróleo e gás subsaarianas para o Ocidente e há a possibilidade de conectar a bacia Taoudeni ao mercado europeu através da Argélia.

Já começaram trabalhos de reinterpretação de dados geofísicos e geológicos efetuados anteriormente, centrando-se em cinco bacias sedimentares no Norte do país incluindo: Taoudeni, Tamesna, Ilumenden, Ditch Nara e Gao.

Isso é o que há

Não importa o que seja dito nas mídias oficiais: o objetivo desta nova guerra não é outro senão despojar mais um país dos seus recursos naturais, assegurando o acesso aos mesmos das corporações internacionais. O que está sendo feito agora no Mali através de bombas e balas está a senso à Irlanda, Grécia, Portugal e Espanha através da escravização pela dívida.

O povo sofre e morre

O Guardian informou há dois dias [5] :

"O custo humano ainda não foi calculado, mas um comunicado lido na televisão do estado sábado passado diz que pelo menos 11 malianos foram mortos em Konna.

"Sory Diakite, o presidente da municipalidade de Konna, afirma que entre os mortos havia crianças afogadas depois de se lançarem a um rio numa tentativa de escapar às bombas.

"Outros foram mortos nos pátios das suas casas, ou fora delas. O povo tentava fugir à procura de refúgio. Alguns afogaram-se no rio. Pelo menos três crianças lançaram-se ao rio. Tentavam nadar para o outro lado. E tem havido danos significativos da infraestrutura", disse o presidente, que fugiu da cidade com a sua família e agora está em Bamako".

Quem sabe qual será hoje o total de mortes?

Deus ajude o povo de qualquer país com recursos naturais a serem explorados.


Notas:
[1] [2] [3] http://rt.com/news/france-mali-french-troops-006/
[4] Toda a informação é extraída de Le Journee Miniere et Petrolieres du Mali (informação do governo) http://www.jmpmali.com/html/miningandpetroleum.html
[5] http://www.guardian.co.uk/world/2013/ja ... tervention

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/the-war-on ... ow/5319093




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Re: Conflito no Mali

#73 Mensagem por Bourne » Qua Jan 16, 2013 11:10 pm

Até parece que os franceses vão deixar esses recursos serem tragados por um governo islâmico radical. [005]




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Re: Conflito no Mali

#74 Mensagem por Túlio » Qua Jan 16, 2013 11:12 pm

Pois é, BOURNE, esqueci de dizer que também pensava que os Muçulmanos lutavam apenas para impor a Lei da Sharia, nada mais...




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Re: Conflito no Mali

#75 Mensagem por Bourne » Qua Jan 16, 2013 11:32 pm

É claro que também. Com o mali na mão ajuda a espalhar a revolução pela África. E os financiadores também tem retorno.




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