MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Bourne
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2626 Mensagem por Bourne » Seg Abr 09, 2012 8:54 pm

Faltou uma parte importante no post. :lol:

Eu não estava doido quando escrevi minha dissertação. O cara que pesquisou a vida toda o setor concorda comigo.

Nacionalização do Setor Bancário Brasileiro

Abril 4th, 2012 § 3 Comentários

Fuentes: http://fernandonogueiracosta.wordpress. ... rasileiro/

O grande avanço dos bancos públicos no crédito obscureceu sua perda geral de peso no sistema financeiro. Eles alcançaram 43% dos empréstimos bancários em 2011, mas em ativos, patrimônio líquido e depósitos cederam espaço aos grandes bancos privados nacionais. Já os bancos estrangeiros retrocederam quase uma década e meia em participação de mercado, retornando à situação existente após o HSBC adquirir o Bamerindus, em 1996, na era neoliberal de privatização de crise e concentração bancária, privatização de bancos estaduais, desnacionalização do setor. A crise nos Estados Unidos e na Europa acelerou essa perda de mercado diante dos grandes concorrentes locais.

Imagem

O patrimônio dos bancos públicos encolheu dois pontos percentuais, para 14,6%, enquanto nos privados nacionais houve expansão de 16,4%. O Banco do Brasil está com índice de Basileia, indicador usado pelas autoridades para medir a capacidade de empréstimos dos bancos, de 14%, acima dos 11% mínimos exigidos, mas abaixo de Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. A Caixa tem 13%.

Carolina Mandl (Valor, 28/03/12) mostra que os bancos estrangeiros perderam mercado para os locais nos principais indicadores da força de uma instituição financeira. As matrizes, principalmente na Europa, passam por processos de desalavancagem. É natural que os bancos estrangeiros reduzam ou vendam operações em alguns países.

Se considerado o patrimônio líquido, a fatia dos estrangeiros na soma total das instituições que estão no Brasil caiu de 33,62% para 19,17% nos últimos dez anos. Foi a maior redução entre os itens analisados pelo Banco Central: patrimônio, operações de crédito, ativos e depósitos. Nos empréstimos, a perda foi de 12,9 pontos percentuais, encerrando 2011 em 17,58%. (ver gráfico acima)

Não foram poucos os casos de saída do Brasil. Com problemas na Escócia, o Royal Bank of Scotland (RBS) anunciou sua saída do país em outubro do ano de 2011. A notícia veio apenas quatro meses depois de o banco receber a licença para operar no país. O RBS avaliou que não seria prudente se comprometer com um novo investimento, em momento em que a matriz precisava de injeção de capital. O WestLB também já noticiou que, como parte de uma reestruturação dos bancos estatais da Alemanha, está colocando todos os seus ativos à venda, o que inclui a unidade brasileira.

O presidente do BNP Paribas na América Latina afirmou que daqui para frente o banco francês deve colocar mais ênfase nas operações que consumam menos capital no Brasil. “Estamos mais focados na desintermediação bancária. Para o cliente, tanto faz o meio como conseguirá o dinheiro.” O executivo do BNP não descarta a venda de participação em alguns negócios que o banco tem no país, que incluem banco, financeira, distribuidora de seguros e até uma empresa de gestão de frotas.

O português Banco Espírito Santo (BES) vai na mesma linha de direcionar sua atividade para operações que não demandem capital, como gestão de recursos.

Mesmo Santander e HSBC, os dois principais bancos europeus de varejo com presença no Brasil, foram afetados pelos problemas da matriz. Apesar de bastante capitalizado no país, o Santander desacelerou nos últimos dois anos a expansão da carteira de crédito. Isso desagradou os investidores do banco, já que a instituição levantou R$ 13,2 bilhões em uma oferta de ações em 2009 com o objetivo de ganhar mercado no Brasil. O banco espanhol também vendeu uma fatia da subsidiária brasileira com o objetivo de fortalecer sua estrutura de capital na Espanha.

O HSBC, por sua vez, já tentou se desfazer de alguns ativos, como da financeira Losango e das carteiras de financiamento a veículos e de crédito consignado para não correntistas. Por enquanto, o banco ainda não teve êxito nessa estratégia, mas em diversos países como Estados Unidos e Polônia, o HSBC já vendeu operações.

Apesar dessa coleção de casos, a redução da presença dos estrangeiros no país não é um tema que tem preocupado o governo brasileiro. A interpretação da equipe econômica é que, de forma geral, apesar de estarem encolhendo, os bancos estrangeiros estão saudáveis no país, sem impor riscos ao sistema. Isso porque, ao mesmo tempo em que o patrimônio deles está se reduzindo, as operações de crédito também vêm perdendo espaço recentemente, sem criar um descompasso.

Um eventual problema poderia ser a concentração do crédito entre poucos bancos em mercado já bastante concentrado. Os quatro maiores bancos do país detêm 69,2% do mercado, e os dez maiores, 90%.

A avaliação, entretanto, é que a demanda por licenças de bancos asiáticos e americanos para operar no país possa compensar essa atual debandada.

Novos bancos nacionais também podem conquistar esse mercado deixado para trás. O BTG Pactual, por exemplo, já afirmou que pretende ter uma atuação mais forte nas operações de crédito depois que levantar recursos com sua oferta iniciais de ações, prevista para acontecer ainda no primeiro semestre deste ano de 2012.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2627 Mensagem por LeandroGCard » Qui Abr 12, 2012 3:10 pm

Artigo muito interessante, principalmente a parte final.
Mais um “custo Brasil”

10 de abril de 2012 | 13h04

José Paulo Kupfer - Estadão

O lançamento de um novo pacote de medidas de estímulo fiscal e financeiro à indústria, na semana passada, provocou reação tão imediata quanto previsível dos críticos do que se convenciona chamar “política industrial”. É assim desde que o mundo é mundo – ou, mais precisamente, a partir dos dois últimos terços do século passado, quando versões modernizadas da aplicação de políticas verticais de estímulos setoriais espalharam-se pelas economias do planeta. Mas, em outros lugares, faz tempo que a flexibilidade superou a rigidez de ideias, nessas questões.

Trata-se, no caso do Brasil, de uma guerra sem fim entre visões divergentes sobre os melhores caminhos do desenvolvimento econômico, em que o centro da disputa se concentra nas vantagens e desvantagens das intervenções de governo na dinâmica própria do funcionamento dos mercados. Claro que considerações mais pé no chão, que dizem respeito à distribuição de recursos recolhidos da sociedade pelo governo, estão por trás do calor que acaba incendiando o debate de ideias.

O fato é que, qualquer que seja a conjuntura, basta o governo clicar na tecla que dispara medidas verticais com abrangência setorial para que outra tecla, no sentido da preferência por ações horizontais, também seja acionada. Nessas horas, reformas estruturais, sobretudo as de caráter tributário, e correção das fragilidades na infraestrutura econômica, principalmente no campo da logística e do capital humano, emergem como alternativa preferencial, em contraposição a intervenções localizadas.

Posições críticas a “políticas industriais” levam a vantagem de contrapor reformas estruturais a “soluções” pontuais e de emergência. É evidente que, se realizadas com o devido foco, a tempo e à hora, aquelas serão mais eficazes e duradouras que estas. Fica faltando, no entanto, apontar o caminho das pedras que a generalização em torno das reformas costuma deixar de lado.

Quando, por exemplo, se observa a composição da carga tributária, o caminho da reforma revela-se, sem dúvida, pedregoso. Por se diluir nas intricadas legislações dos 27 estados que o cobram, o ICMS, de certa forma, fica nas sombras do problema. Só que o tributo responde sozinho por um quinto do total da arrecadação de tributos. Seu impacto nas distorções tributárias que afligem a produção brasileira é, sem qualquer dúvida, dos maiores.

O subsistema tributário do ICMS é uma kafkiana barreira à eficiência produtiva. Com legislações incoerentes em cada um dos 27 estados, a desmoralização, ao longo dos anos, da autoridade do Conselho de Política Fazendária e a consequente deflagração, já de longa data, de guerras fiscais, sem falar nos mecanismos emperrados de crédito e devolução do imposto, o ICMS é um labirinto que enreda e enfraquece a produção como a teia em que a aranha aprisiona sua vítima.

Se, por exemplo, os custos da energia e dos serviços de comunicação no Brasil são campeões mundiais, impactando negativamente a competitividade, a culpa, em boa parte, se deve ao ICMS. O mesmo se repete em outros custos de produção relevantes, como é o caso dos bens de capital.

Por isso mesmo, não há dúvida de que uma reforma tributária com vistas à promoção da competitividade passa pela reforma do ICMS. Ocorre que essa reforma é tão indispensável quanto politicamente complicada, por envolver quase três dezenas de governadores famintos e suas respectivas bancadas parlamentares, na disputa por um pão escasso.

Um observador isento teria dificuldade em entender como a adoção de medidas verticais resultaria, necessariamente, na interdição de reformas horizontais – e vice-versa. Se tivesse conhecimento do que se passa lá fora, entenderia menos ainda. Há, de fato, fartura de exemplos, nas mais diversas economias e nas mais diversas situações, demonstrando que essa dicotomia é falsa. No resto do mundo, não é de hoje que já se chegou à conclusão de que, isoladas, políticas horizontais podem ser insuficientes, assim como políticas verticais, sozinhas, tendem a se mostrar equivocadas.

Do liberalismo modelo, predominante nos Estados Unidos, ao maior intervencionismo dos emergentes asiáticos, passando pelos mesclados Japão e Alemanha, a evolução das economias mundo afora repete uma história que narra combinações de políticas horizontais e verticais. Ainda que possam diferir na natureza e no grau de ativismo, as políticas econômicas, em todas as partes, são sempre híbridas.

A quase interdição desse debate entre nós é caso raro, se não único. Pode, assim, configurar mais uma legítima jabuticaba e, merecidamente, ocupar uma posição na longa lista dos entraves ao desenvolvimento que formam o “custo Brasil”.

Leandro G. Card




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2628 Mensagem por marcelo l. » Qui Abr 12, 2012 3:17 pm

http://whynationsfail.com/blog/2012/4/1 ... ja-vu.html

Much of development economics is about coming up with ways of solving the problem of development. Some people emphasize the need to create more randomized experiments to validate specific programs. Others advocate foreign aid and other outside interventions. Yet others draw inferences from macroeconomic success, for example from the East Asian experience, and advocate “industrial policy” — government support for specific industries or firms that create jobs or generate positive spillovers on others.

All countries use some sort of industrial policy. Moreover, one specific type of industrial policy is clearly much needed all around the world today: support for clean energy to reduce global carbon emissions.

Is industrial policy the next big thing in economic development? Perhaps even for the United States? Some people think so (see, for example, this Washington Post column by Ezra Klein).

Actually, the real question is not whether industrial policy is the next big thing, but whether it should be.

Industrial policy is not new as a solution to development problems. Indeed, it was all the rage in the early 1960s as many former colonies became independent nations. Just at this time a young English economist, Tony Killick, straight out of university, went off to work for the government of Ghana just as it launched its own industrial policy. It did this in the light of the then existing state of the art economic theories, such as the Big Push (see our blog post on this).

But it all went terribly wrong.

In a sense the government did achieve a big push. It presided over an 80% increase in the capital stock between 1960-1965, 60% of which being by the public sector (80% of non-residential investment). The problem was in the way this investment was allocated. Years later Killick sat down and wrote one of the most important books on solving the problems of poverty Development Economics in Action.

The book starts by describing the theories and then shows how they all went wrong because they ignored politics. Take his description of a big public project designed to be part of the big push: a fruit canning factory “for the production of mango products.” Unfortunately “there was recognized to be no local market” and the output of the factory “was said to exceed by some multiple the total world trade in such items” (p.229). The governments own report on this factory is worth quoting at some length (from p. 233 Killick’s book)

Project: A factory is to be erected at Wenchi, Brong Ahafo, to produce 7,000 tons of mangoes and 5,300 tons of tomatoes per annum. If average yields of crops in that area will be 5 tons per acre per annum for mangoes and 5 tons per acre for tomatoes, there should be 1,400 acres of mangoes and 1,060 acres of tomatoes in the field to supply the factory.

The Problem: The present supply of mangoes in the area is from a few trees scattered in the bush and tomatoes are not grown on commercial scale, and so the production of these crops will have to start from scratch. Mangoes take 5-7 years from planting to start fruiting. How to obtain sufficient planting materials and to organize production of raw materials quickly become the major problems of this project.

Killick’s acerbic comment on this, stated a whole year before the factory was constructed, sums it up:

it is difficult to imagine a more damning commentary on the efficiency of project planning.

This was not an isolated case. Such “white elephants” of development were widespread and Killick discusses many more. What on earth was going on?

The Ghanaian government had good economists advising them, like Killick and even Nobel Laureate Arthur Lewis. The problem was that the whole industrial policy was subservient to politics. If the government of President Nkrumah needed support in Brong Ahafo, for example, then he needed to give people jobs, and he built a factory there to achieve that. Politics came before economic efficiency. This, unfortunately, has been the general pattern with industrial policy. The problem is not thinking of situations in which industrial policy might be a good thing, of which there certainly are some. The problem is trying to identify the political situations in which industrial policy can actually be used to address these situations, and that is a much taller order.

There is little reason to think that the new version of industrial policy in the developing world or in the United States will be any different.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2629 Mensagem por marcelo bahia » Qui Abr 12, 2012 6:00 pm

Agência Estado – 6 horas atrás

Banco privado tem margem para cortar juro, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e declarou que as instituições financeiras privadas têm condições de reduzir os juros e os spreads bancários. "Os bancos privados têm margem para reduzir taxas e aumentar o volume de crédito", afirmou Mantega a jornalistas ao chegar à sede do ministério na manhã desta quinta-feira.

O ministro comentou a posição da Febraban que, ao invés de trazer soluções, fez cobranças e jogou "nas costas do governo" a responsabilidade pelo alto spread bancário no País. "Não vamos deixar a falta de crédito frustrar o crescimento da economia", acrescentou, dizendo que a expansão brasileira está sólida, a inflação em baixa e os consumidores têm vontade de consumir.

Segundo ele, ocorre, porém, a retenção de crédito por parte dos bancos privados. Mantega citou ainda que a taxa de captação das instituições financeiras é de 9,75% ao ano, mas os empréstimos são feitos a taxas de 30%, 40% até 80% ao ano. "Essa situação não se justifica."

Mantega rebateu as afirmações da Febraban de que são necessárias mudanças jurídicas para tornar possível a queda dos spreads bancários. O presidente da entidade, Murilo Portugal, esteve em Brasília na terça-feira e informou ter apresentado ao Ministério da Fazenda mais de 20 propostas de redução do spread, como a criação de produtos financeiros e alterações para redução do custo da inadimplência.

O ministro lembrou que a legislação brasileira avançou muito como na Lei de Falências, na questão da alienação fiduciária e na aprovação do Cadastro Positivo. Em relação a este último item, Mantega foi irônico, ao afirmar que os bancos prometeram reduzir os juros, após a aprovação do cadastro, mas isso não ocorreu. Disse ainda que a lista de bons pagadores "está regulamentada e já está valendo". Ponderou, contudo, que há uma agenda permanente no governo de aprimoramento das normas relativas ao crédito.

A lucratividade dos bancos brasileiros está entre as maiores do mundo, mencionou Mantega, completando que, na avaliação do governo, isso é bom, embora esse lucro tenha de estar relacionado ao aumento do crédito. Ele falou da atuação dos bancos públicos que, desde 2009, cortaram suas taxas de juros, aumentaram o crédito e, ao mesmo tempo, registraram índices de inadimplência menores do que os do setor privado. "Os bancos públicos estão agindo. Gostaria que os privados também estivessem participando disso."




Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"

Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2630 Mensagem por Rodrigoiano » Qui Abr 12, 2012 8:27 pm

parabéns a iniciativa do BB e da Caixa e começa a surtir efeito no setor privado...

===========================

12/04/2012 18h53 - Atualizado em 12/04/2012 19h30

HSBC anuncia redução de taxas mínimas de operações de crédito
Banco reduziu taxa para financiamento de veículo e crédito consignado.
Medida é anunciada após Banco do Brasil e Caixa cortarem juros.

(...)

Fonte: G1

http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... edito.html




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2631 Mensagem por Boss » Sex Abr 13, 2012 3:39 pm

Continuando discussão com o Saullo lá do tópico do Rafale, nas Aéreas:
saullo escreveu:
Luís Henrique escreveu:As privatizações.
Sucesso absoluto. Venderam a VALE por uma MIXARIA.
Queria vender a Petrobras por R$ 12 bi. :lol: :lol: :lol: :lol:
Só bobo para achar que não tinha maracutaia.
A Petrobras deve valer hoje mais de U$ 200 bi.
Se você entender de economia, verá que devido a tanta ingerência do nosso governo, há mais de ano as ações da Petrobras são negociadas abaixo de valor patrimonial, o que reflete uma anomalia resultante da desconfiança dos investidores de todo o mundo na administração pouco competente e pouco transparente.
O aceitável seria uma relação de 1,5 a 2,0 vezes o valor patrimonial da mesma.
Por baixo, a cotação da Petrobras está uns 60 % abaixo de suas pares internacionais, todas privadas e melhor administradas.
Os números são como a regra, claros.
A Vale é uma das maiores pagadores de impostos do Brasil, e se não fosse privatizada, estaria cheia de apaniguados e incompetentes políticos em sua direção, e nem seria sombra do que se tornou.
Portanto, não é só o preço de privatização que influencia, mas o que decorre disto.
Se a Petrobras fosse 100 % privatizada, seu valor dobraria da noite para o dia.
Mas muita gente perderia o emprego.

Desculpe o off-topic, mas economia é troço legal e achei interessante contribuir nesse caso.

Abraços
Você só enxerga o lado financeiro. Estatais normalmente existem porque existe um papel mais estratégico por trás das funções das mesmas, e não pura e simplesmente dar lucro e dividendos aos seus acionistas.

A Petrobras deve ser mantida estatal, dane-se o preço das ações. Eles sobem e descem. Ela já foi a 4ª maior empresa do mundo, mas nessa época, ninguém vinha com ladainha de subvalorização.

O papel que ela vem desempenhando ressuscitando a indústria naval brasileira só pode ser feito porque ela é estatal, e trabalha em função da União. A Vale por exemplo, encomendou navios na China. Acham que privatizada a Petrobras não faria o mesmo ?

Toda a capitalização feita em 2010 para dar força para a companhia ter o capital suficiente para por em prática seu ambicioso plano de investimentos para a exploração do pré-sal, foi feita com ajuda da União. Uma empresa privada não teria as regalias que a Petrobras teve, como investimentos gigantes da União (que foi uma troca de reservatórios no pré-sal) e do BNDES. O próprio pré-sal e os riscos de se explorar algo ali é algo que só uma estatal pode fazer, pois nossos capitalistas coitados são muito cagões para avançar em alguma área fora de sua zona de conforto, como podemos ver pela extremamente diversificada lista de nossas maiores empresas.

Deve-se tornar a administração mais eficiente, mas antes um cabide de empregos do que privatizada .




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2632 Mensagem por Algus » Sáb Abr 14, 2012 12:36 pm

Sobre ações eu to começando a entender, comecei a investir recentemente.

As ações da Petrobrás estão muito abaixo por causa da ingerência do governo, concordo.
Mas é porque o Estado, por mais ineficiente que seja, coloca como prioridade o bem-estar da nação e não exatamente a lucratividade da empresa. Faz muito tempo, por exemplo, que os acionistas pedem pelo aumento do preço da gasolina.
Desde que a Dilma entrou ela está sendo pressionada pra isso, e sabe que não poderá segurar esta pressão por muito tempo. Claro que boa parte do alto preço da gasolina é por conta dos impostos, mas sem reforma tributária não há como mexer nisso.

É o mesmo caso da Eletropaulo. Entrei nela há duas semanas atrás, sabia que a Dilma queria reduzir a tarifa de energia, mas não imaginei que seria tanto: Quase 9% numa porrada só. Isso representou pra empresa a queda de 50% nos lucros. Quase morri do coração, mas fazer o que, é necessário para melhorar a situação da indústria no país.

Se a Petrobrás fosse privada aposto que já seria a maior do mundo, mas a gasolina custaria o olho da cara e, nos tempos de escassez do petróleo, poderia até mesmo faltar nos postos porque ela a exportaria sem pensar duas vezes.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2633 Mensagem por Boss » Sáb Abr 14, 2012 4:17 pm

O mesmo com os bancos públicos (BB e Caixa) que cortaram os juros.

O setor privado ainda teme fazer isso, afinal, vai interferir no "pequenino" lucro que eles vem tendo, e como se pode ver, nenhum dos grandes anunciaram medida parecida, pelo menos não pelo que eu vi (só o HSBC - mas ele não é grande aqui).

Tudo isso simplesmente porque BB e Caixa servem a políticas do governo, e não a somente os interesses dos controladores e dos demais acionistas, como Itaú e Bradesco.

Mas mesmo com a interferência do governo, o BB só ficou atrás do Itaú em lucros no ano passado, passando o Bradesco... Acho que temos que analisar a questão das estatais de forma muito mais profunda do que simplesmente pegar o preço das ações e o lucro e sair defendendo a privatização.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2634 Mensagem por Guerra » Dom Abr 15, 2012 10:56 am

marcelo bahia escreveu: A lucratividade dos bancos brasileiros está entre as maiores do mundo, mencionou Mantega, completando que, na avaliação do governo, isso é bom, embora esse lucro tenha de estar relacionado ao aumento do crédito. Ele falou da atuação dos bancos públicos que, desde 2009, cortaram suas taxas de juros, aumentaram o crédito e, ao mesmo tempo, registraram índices de inadimplência menores do que os do setor privado. "Os bancos públicos estão agindo. Gostaria que os privados também estivessem participando disso."
[/quote]

É o sujo falando do mal lavado. Se os bancos tem lucros altos o governo tb lucra como nunca com as transações financeiras.
esta na hor dos dois criaem vergonha e dar um alivio para o brasileiro.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2635 Mensagem por faterra » Dom Abr 15, 2012 8:11 pm

marcelo bahia escreveu:
Conversa Afiada

Estadão é contra queda dos juros

Imagem

Publicado em 07/04/2012| Imprima | Vote (+22)

O Estadão informa em suas páginas (editorial da pág 3) que o BB e Caixa estão baixando suas taxas de juros apesar de seus clientes terem maior risco que os dos Bancos privados. Aliás, fazem uma comparação entre os clientes dos privados, que seriam a Alemanha e os de BB/Caixa que seriam o Azerbaijão. A comparação, por si só, já desqualifica todo o artigo.

(Clique aqui para ler “BB e Caixa reduzem os juros e fazem bancos privados se coçarem” – PHA).

Mas vamos analisar com um pouco mais de profundidade a questão. Todos sabemos que os cenários de risco são feitos de forma distinta em cada instituição, embora sigam regras básicas do BC.

Tomemos o que acontecia no Panamericano como exemplo da forma de agir das instituições privadas e já teremos o que pode acontecer com a classificação de risco das instituições.

O Estadão omitiu algo que todos sabem de sobejo: as instituições oficiais têm sido muito mais rigorosas com a análise de crédito e fixação de limites de seus clientes. Portanto, apesar de possuir um número muito menor de classificações de risco no nível A, estando a maioria de seus negócios nos riscos B e C, sua inadimplência é menor que a dos Bancos privados.

O BB está situado em um patamar de inadimplência mais baixo que o Itaú, por exemplo.

Esta é a realidade que o Estadão não informa aos seus leitores e tenta fazer crer que a redução de juros praticada pelo Governo é irresponsável.

Agora vem a minha pergunta, qual a razão para o Estadão agir desta forma? A quem ele está servindo? Será que ninguem vai publicar a verdade e exigir do Estadão confesse que está recebendo “propina”para defender os juros altos?

Até quando vamos ter que aguentar esta imprensa venal e manipuladora?


Sobre esse mesmo tema, diz o Bruno:

PHA, boa noite!

Faz-se mister salientar que o BB e a Caixa só baixaram os juros porque são públicos, ou seja, o Farol tentou, tentou, mas não vendeu. Aí o PIG entra com o trololó que FHC deixou a economia mais forte que não convence mais ninguém. Em suma: Dilma com 77%, bancos públicos baixando os juros e o Cerra mordido de raiva. A Dilma engoliu o PIG!

Abc, Bruno.
O governo está solicitando a redução do "spread", a taxa de risco que está embutida nos juros praticados pelo bancos, escandalosa por sinal, e utilizada para se precaverem de possíveis calotes! :roll:
Ou estou enganado?




Imagem

Um abraço!
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2636 Mensagem por Brasileiro » Dom Abr 15, 2012 8:37 pm

Faterra, segundo o que o governo diz (creio que os dados devam estar disponívis), os índices de inadimplência nos bancos públicos, apesar da menor taxa de juros, são menores do que nos privados.

Supondo ser verdade isso, me parece haver clara margem para uma redução do spread.



abraços]




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2637 Mensagem por faterra » Dom Abr 15, 2012 9:20 pm

Ok! Obrigado Brasileiro!
Vi isto e para mim ficou claro que esta diferença da inadimplência entre os privados e os públicos se deve também ao maior rigor utilizado pelos bancos públicos na liberação dos empréstimos. Mas mesmo havendo esta diferença concordo com o ministro da Fazenda, não justifica a cobrança desta taxa de risco em níveis tão elevados.
marcelo bahia escreveu:
Agência Estado – 6 horas atrás

Banco privado tem margem para cortar juro, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e declarou que as instituições financeiras privadas têm condições de reduzir os juros e os spreads bancários. "Os bancos privados têm margem para reduzir taxas e aumentar o volume de crédito", afirmou Mantega a jornalistas ao chegar à sede do ministério na manhã desta quinta-feira.
O ministro comentou a posição da Febraban que, ao invés de trazer soluções, fez cobranças e jogou "nas costas do governo" a responsabilidade pelo alto spread bancário no País. "Não vamos deixar a falta de crédito frustrar o crescimento da economia", acrescentou, dizendo que a expansão brasileira está sólida, a inflação em baixa e os consumidores têm vontade de consumir.
Segundo ele, ocorre, porém, a retenção de crédito por parte dos bancos privados. Mantega citou ainda que a taxa de captação das instituições financeiras é de 9,75% ao ano, mas os empréstimos são feitos a taxas de 30%, 40% até 80% ao ano. "Essa situação não se justifica."
Mantega rebateu as afirmações da Febraban de que são necessárias mudanças jurídicas para tornar possível a queda dos spreads bancários. O presidente da entidade, Murilo Portugal, esteve em Brasília na terça-feira e informou ter apresentado ao Ministério da Fazenda mais de 20 propostas de redução do spread, como a criação de produtos financeiros e alterações para redução do custo da inadimplência.
O ministro lembrou que a legislação brasileira avançou muito como na Lei de Falências, na questão da alienação fiduciária e na aprovação do Cadastro Positivo. Em relação a este último item, Mantega foi irônico, ao afirmar que os bancos prometeram reduzir os juros, após a aprovação do cadastro, mas isso não ocorreu. Disse ainda que a lista de bons pagadores "está regulamentada e já está valendo". Ponderou, contudo, que há uma agenda permanente no governo de aprimoramento das normas relativas ao crédito.
A lucratividade dos bancos brasileiros está entre as maiores do mundo, mencionou Mantega, completando que, na avaliação do governo, isso é bom, embora esse lucro tenha de estar relacionado ao aumento do crédito. Ele falou da atuação dos bancos públicos que, desde 2009, cortaram suas taxas de juros, aumentaram o crédito e, ao mesmo tempo, registraram índices de inadimplência menores do que os do setor privado. "Os bancos públicos estão agindo. Gostaria que os privados também estivessem participando disso."




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Um abraço!
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2638 Mensagem por marcelo bahia » Dom Abr 15, 2012 10:28 pm

Brasileiro escreveu:Faterra, segundo o que o governo diz (creio que os dados devam estar disponívis), os índices de inadimplência nos bancos públicos, apesar da menor taxa de juros, são menores do que nos privados.

Supondo ser verdade isso, me parece haver clara margem para uma redução do spread.

abraços]
Brasileiro,

O que me espanta é ver os "especialistas" em economia fingirem que estão diante de uma grande novidade: que os pobres honram mais seus compromissos financeiros do que os abonados. Desde pequeno eu escutava isso lá em casa da boca de empresários. Será que com os bancos isto seria diferente?? É claro que não! A Secretaria de Assuntos Estratégicos tem no banco de dados uma pesquisa onde consta isto que eu estou falando. Lembro de ter visto uma entrevista com o presidente do BB em 2010 onde ele dizia que os pobres pagam melhor porque ",em geral, eles têm apenas o nome deles como garantia. Se não pagarem, sabem que as portas se fecharão para eles, enquanto as pessoas de maior poder aquisitivo sempre podem recorrer a amigos poderosos, familiares, etc. Além de temerem menos a justiça."

Agora fingem -convenientemente- que descobriram a pólvora. HA!! :roll:

Abraço.




Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"

Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2639 Mensagem por Túlio » Dom Abr 15, 2012 10:46 pm

Te surpreendes? Isso é cíclico por aqui, vivem redescobrindo a pólvora. Mas é uma máxima da Economia, se devo dez mil ao banco ele me tem na mão, se devo dez milhões EU o tenho (e se não pagar mas tiver padrinho outro me empresta mais dez)... :wink: 8-]




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2640 Mensagem por lubra » Seg Abr 16, 2012 7:00 pm

Tem muita lógica. Mas o pobre coitado do assalariado ter que se virar sozinho no meio desse mercado (que só tem cobra criada) não é mole não.




Saudações,
Luciano.

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