P&D no Brasil
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Re: P&D no Brasil
O exercito usa aquela area para o que?
Ja que se a coisa de certo a discussão entre a utilidade atual e a futura (+centros de pesquisas) estará sendo colocada na mesa.
Ja que se a coisa de certo a discussão entre a utilidade atual e a futura (+centros de pesquisas) estará sendo colocada na mesa.
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Re: P&D no Brasil
Fábrica de invenções
UFMG ultrapassa Unicamp em número de patentes e se transforma em um dos mais importantes centros de pesquisa e tecnologia do país
Por João Pombo Barile
Enquanto a federal mineira fez 61 pedidos em 2010, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), na paulista foram 52 depósitos. Nove a mais. O número merece ser comemorado. Ele representa uma mudança significativa no paradigma da maior universidade do estado. Afinal de contas, a Unicamp é a grande referência nacional para produção tecnológica, tendo sido a maior possuidora de patentes no Brasil no período de 1999 a 2003.
“Na área de patentes, nossa universidade manteve, no ano passado, uma posição de destaque. Fechamos 2010 com 500 pedidos de patente, dos quais 362 correspondentes a patentes nacionais e 138 a patentes internacionais”, afirma o reitor da UFMG, Clélio Campolina. “Nossa intenção é seguir a mesma interação com o meio privado que marcou as universidades norte-americanas da região do Vale do Silício e que também foi seguida pela Unicamp, nos anos 1980, e pela USP (Universidade de São Paulo), mais recentemente”, explica.
E as boas notícias não param aí: além dos 61 pedidos de patente (um aumento considerável se comparado ao ano de 2009, quando foram depositados 45 pedidos) houve, no ano passado, um pedido de proteção de desenho industrial, oito pedidos de marca e um de software. Além disso, foram assinados quatro licenciamentos de tecnologia em 2010 que irão gerar royalties para a UFMG.
“Esse crescimento está relacionado à profissionalização do escritório responsável pelos depósitos de pedidos de patentes e transferência tecnológica. Temos hoje uma cultura de proteção do conhecimento desenvolvido dentro da universidade”, explica o diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG, Ado Jorio de Vasconcelos. “Desde que passamos a valorizar os órgãos que fazem esse trabalho, não paramos de crescer. E espero que continue assim ao longo dos próximos anos”.
O crescimento do número de patentes da universidade mineira é a prova cabal que a sociedade brasileira, aos poucos, vai entendendo que uma nação só se torna bem sucedida economicamente se parar de ficar apenas exportando commodities. E investir pesado em ciência e tecnologia.
“Acho que agora acordamos”, conta o professor da Escola de Engenharia Marcos Pinotti, um dos grandes nomes nacionais quando o assunto é patente (vide box). “Parece que finalmente os brasileiros perceberam que o conhecimento pode gerar riqueza para o país”, analisa.
A opinião de Pinotti é compartilhada pelo professor Renato de Lima Santos. Pró-Reitor de Pesquisa da UFMG. Ele conta que só na última década, o Brasil se deu conta da necessidade de maiores investimentos em pesquisa de novas tecnologias.
“Perdemos muito tempo. Na década de 1980, o Brasil e a Coréia do Sul tinham praticamente o mesmo número de patentes registradas. Vinte anos depois, a situação era completamente diferente: o Brasil registrava, por ano, cerca de 500 patentes. Os sul-coreanos, quase 24 mil”, conta Renato, para depois explicar. “Mas nos últimos dez anos tomamos consciência da importância de criar novas patentes, e estamos correndo atrás do prejuízo”, afirma otimista.
Se o grande aumento no número de patentes da UFMG merece ser festejado, o Pró-Reitor de Pesquisa chama a atenção, no entanto, para a necessidade de o empresariado nacional investir em pesquisa.
“O predomínio, no Brasil, de investimentos que criam novas tecnologias é ainda majoritariamente público: dois terços de todas as nossas invenções são criadas nas universidades e estas são, na sua maioria, públicas”, analisa. Segundo ele, o quadro brasileiro é exatamente o contrário dos países desenvolvidos. Em países como os Estados Unidos, Japão e Alemanha, a iniciativa privada é responsável pela maioria das pesquisas. “O setor privado é muito mais indutor de inovação do que o estado. Ou seja: uma invenção gerada dentro de uma empresa privada tem muito mais chances de chegar ao mercado”, explica Renato.
Assim, não basta apenas patentear o produto se ele não for licenciado e chegar até o consumidor. Para tentar diminuir este abismo entre o mundo real e a academia, a UFMG criou, em 2003, a INOVA – uma incubadora de empresas de base tecnológica de caráter multidisciplinar que apoia projetos de diversas áreas do conhecimento. Até hoje, 39 empresas já foram certificadas.
“A principal função da INOVA é incubar empresas e projetos inovadores até que estejam fortalecidos para atuar num cenário empresarial cada vez mais competitivo”, conta Ado. “Para isso, disponibilizamos uma infraestrutura física, de serviços e de treinamento capaz de potencializar a criação e a consolidação de empresas emergentes, fortalecendo a relação universidade-comunidade-empresa”, finaliza.
Patentear um produto no Brasil pode se transformar num calvário. “Enquanto nos Estados Unidos o processo de patente pode demorar de seis meses a um ano, nas terras tupiniquins um processo pode demorar até doze anos”, conta Marcos Pinotti, que se diverte ao lembrar que uma invenção sua, feita ainda no tempo de estudante, só teve a patente concluída quando já era professor na UFMG.
Para tentar diminuir tamanha inoperância, o INPI promete que, até 2014, esse tempo de espera será reduzido para, no máximo, quatro anos. Para isso, está sendo implementado o chamado e-patente, que passará por três etapas. Na primeira, todos os pedidos recebidos no INPI serão informatizados. “Em seguida, vamos ganhar tempo e evitar erros, começando a receber as novas documentações via internet. As filas para as análises deverão diminuir de forma substancial", explicou, otimista, o porta-voz do INPI Júlio César Moreira.
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Re: P&D no Brasil
'Ilha do Petróleo', no Rio, pode ser o maior centro de pesquisa do mundo
Complexo reúne laboratórios das 16 principais multinacionais de tecnologia do setor, com investimentos de US$ 500 milhões
25 de setembro de 2011 | 3h 07
KELLY LIMA / RIO - O Estado de S.Paulo
Em área de 400 mil metros quadrados na Ilha do Fundão, no Rio, que já vem sendo chamada de "ilha do petróleo", estão sendo construídos alguns dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento do setor no mundo. O complexo agrega as 16 principais multinacionais de tecnologia do setor, que já destinaram US$ 500 milhões ao projeto de construção de laboratórios.
A expectativa das empresas é, no mínimo, equiparar o polo do Rio ao da cidade texana de Houston, referência mundial e considerada atualmente "a capital do petróleo".
Maior aposta de crescimento da economia brasileira até 2020, a produção de petróleo no pré-sal é o centro de atração dos projetos tecnológicos. O complexo do Fundão terá prédios futuristas no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no entorno do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes), já considerado de excelência em projetos de prospecção em águas profundas.
A principal vantagem apontada por técnicos é que, diferentemente de Houston, onde as empresas ficam afastadas, no Parque Tecnológico do Rio estarão concentradas.
"Esse tipo de concentração traz oportunidade única no mundo. É uma intensa troca de inovação e experiência, voltada especificamente para desenvolver a melhor e mais ampla tecnologia para o pré-sal", sintetiza Maurício Guedes, presidente do Parque Tecnológico.
O complexo vem sendo construído aos poucos. Deve estar operando integralmente a partir de 2013. "Certamente veremos um salto de qualidade na engenharia de projetos dentro de quatro ou cinco anos", estima.
Hoje, a tecnologia usada para explorar o pré-sal da Bacia de Santos é a mesma desenvolvida para o pós-sal. A produção ainda é considerada experimental.
Distante 300 quilômetros da costa e a uma profundidade superior a 7.000 metros, o óleo dos reservatórios abaixo da camada de sal na Bacia de Santos possui particularidades que exigem outra concepção.
Sem manutenção. O engenheiro Carlos Thadeu Fraga, presidente do Cenpes, diz que a meta da companhia para a exploração das áreas é eliminar a necessidade de plataformas de superfície e colocar toda tecnologia de separação do óleo e da água, bem como o processamento, em cápsulas submarinas resistentes ao desgaste do sal e com capacidade para operar por 20 anos sem necessidade de manutenção.
Essas plantas funcionarão movidas por geradores elétricos submarinos que bombearão petróleo e gás, por dutos no fundo do Atlântico, para estações coletoras a centenas de quilômetros de distância.
"A planta instalada na superfície exige energia para puxar o petróleo do fundo do mar, além de injetar água para pressionar a expulsão deste óleo de seus reservatórios. Se a planta desce para o fundo, eliminamos a necessidade de gerar energia por um percurso de 3.000 metros de água, com elevada instabilidade. Este é o principal desafio mundial hoje", afirmou Roberto Leite, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da Chemtech, braço da alemã Siemens para engenharia e TI, instalada no Parque Tecnológico.
Exemplo. Até hoje a instalação de equipamentos de produção no fundo do mar possui como maior exemplo a tentativa da plataforma de Perdido, da Shell, que teve custo aproximado de US$ 3 bilhões, no Golfo do México. A unidade foi montada sobre um cilindro de aço flutuante na mesma distância da costa que o pré-sal de Santos.
A automação é completa e os dados da unidade são analisados de uma base de engenheiros em New Orleans.
Considerada uma nova fronteira na exploração e produção, a experiência terá que ser superada, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Ele afirma que o elevado custo poderia inviabilizar a operação do pré-sal. Hoje, a Petrobrás sustenta o valor de US$ 40 por barril como mínimo necessário para garantir a extração.
"Considerando que o petróleo mais recente no mundo foi apresentado a um custo viável de US$ 70 por barril, o nosso está bastante adequado", diz o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. Para ele, cada US$ 1 reduzido no custo exploratório e de desenvolvimento é comemorado. Desde a descoberta das reservas a Petrobrás conseguiu, com novas tecnologias, reduzir de US$ 240 milhões para US$ 60 milhões o custo de perfuração de um poço. A produtividade de cada poço também contribuiu para a redução.
Uma plataforma flutuante FPSO, estruturada para ser conectada a 30 poços, com produção de 5.000 barris em cada um, teve que ser revista para uma quantidade menor de poços, já que o primeiro tem rendido média de 20 mil barris por dia.
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Re: P&D no Brasil
Petrobrás está desenvolvendo equipamento pioneiro
Separador Submarino Água-Óleo vai agilizar a produção, aumentar a quantidade de óleo e economizar gastos
25 de setembro de 2011 | 3h 07
SERGIO TORRES / RIO - O Estado de S.Paulo
A Petrobrás desenvolveu um equipamento pioneiro que, em operação no fundo do mar a partir do primeiro semestre de 2012, promete agilizar a produção de petróleo e gás, aumentar a quantidade de óleo trazido do subsolo marítimo para ser processado nas plataformas e gerar economia de gastos.
Já patenteado pela estatal, o Separador Submarino Água-Óleo (SSAO) entra em testes este mês. No primeiro semestre do ano que vem, será implantado na plataforma P-37, no Campo de Marlim (Bacia de Campos, litoral do Estado). A Petrobrás não revela o custo do equipamento.
Na captação, o petróleo costuma vir à superfície agregado à água, gás e pequenos teores de areia. No Brasil, a retirada da água misturada ao óleo ocorre na plataforma. Após a separação dos fluídos, a água precisa ser tratada para a reinserção ao ambiente de onde foi extraída. O óleo segue para o continente em dutos e embarcações.
O SSAO mudará essa forma de processamento. Com 407 toneladas, 29 metros de comprimento, 8,5 metros de largura e 8,5 metros de altura, o aparelho tem uma capacidade de vazão correspondente a 22 mil barris por dia (3.500 metros cúbicos diários). A separação acontecerá, assim que o aparelho começar a funcionar, no fundo do mar.
"No cenário conhecido, a capacidade de processamento de líquidos era parcialmente consumida para tratarmos água na superfície. Como virá menos água para a plataforma, vamos receber mais óleo. Vamos trocar água por óleo", afirma o gerente de Engenharia Submarina da Petrobrás, Cezar Augusto Silva Paulo. O aparelho será usado nos chamados campos maduros, em que produção já entrou em declínio provocado pelo esgotamento do óleo na localidade. "Conforme o campo vai ficando maduro, o teor de água tende a aumentar. No início da produção, o teor é bem baixo, às vezes quase nulo. No decorrer dos anos, a produção de água vai aumentando, podendo chegar a 60% ou 70%. Esse cenário fica, então, atrativo para o emprego do SSAO."
Inspiração. O projeto que originou o equipamento nasceu em 2004 na carteira de pesquisa e desenvolvimento da estatal. A inspiração surgiu de aparelhagem operada já há muito anos por petroleiras da Noruega no Mar do Norte. Só que para o funcionamento em águas rasas e no processamento de óleo leve.
Para adaptar o mecanismo às características da produção marítima brasileira criou-se um aparelho novo, inédito na história internacional da extração petrolífera. As principais características nacionais são águas profundas e óleo pesado, com tendência à formação de emulsão, em que a mistura de água e petróleo apresenta dificuldades na separação. De acordo com o gerente de Engenharia Submarina, a tecnologia empregada no Mar do Norte não poderia ser utilizada no litoral brasileiro.
Fabricado na Pavuna e Ilha do Fundão em unidades industriais da FMC - empresa americana especializada em componentes submarinos -, o equipamento está em fase final de produção e montagem. Após a avaliação do desempenho em Marlim, a empresa planeja construir novos aparelhos, revelou o gerente.
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Re: P&D no Brasil
Polo de pesquisa vai ocupar 10% da ilha
A procura por lotes foi tão acirrada durante a licitação que a área foi ampliada em 250 mil metros quadrados
25 de setembro de 2011 | 3h 07
RIO - O Estado de S.Paulo
O polo de pesquisas ocupará uma área correspondente a 10% da Ilha do Fundão, o que é insuficiente para atender à demanda das multinacionais que estão interessadas em se instalar no País. Nos últimos lotes do polo, a disputa foi tão acirrada em licitação, que decidiu-se ampliar a área em mais 250 mil metros quadrados.
A nova área, diz o presidente do Parque Tecnológico, Maurício Guedes, ainda está sendo negociada com o Exército, mas 45 mil metros quadrados já foram destinados ao maior centro de pesquisas mundial da General Electric (GE). Ao todo, serão US$ 550 milhões em um centro destinado não só à geração de energia e tecnologia da informação, mas também à saúde.
Anunciado em janeiro do ano passado pelo presidente mundial, Jeffrey Immelt, o projeto já está em fase final de engenharia.
A franco-americana Schlumberger viu na região a oportunidade ideal para desenvolver um laboratório. Foram US$ 35 milhões investidos no centro de pesquisa que reproduzirá temperatura e pressão idênticas às amostras obtidas no pré-sal, para ampliar o conhecimento sobre as rochas e dimensionar o potencial da produção. A previsão da empresa é que a nova unidade seja inaugurada até o fim deste ano. A americana Baker Hughes investiu US$ 30 milhões em um centro para adaptar os equipamentos que geram imagens das rochas por meio de ondas sonoras e magnéticas emitidas durante a perfuração do poço.
Fora do Parque Tecnológico, a britânica Rolls-Royce planeja instalar no Rio o quinto centro de excelência mundial. A empresa investirá US$ 60 milhões para capacitar engenheiros no Brasil e promover intercâmbio entre profissionais locais e estrangeiros. "Teremos uma sala 3D para reproduzir os equipamentos e promover desenvolvimento acelerado da capacitação dos profissionais", afirma Francisco Itzaina, presidente da Rolls Royce para a América do Sul. / K.L.
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Re: P&D no Brasil
Por que nossas firmas não inovam?
19 de novembro de 2011
Autor: Naércio Menezes - Convidado
Um dos principais meios para aumentar o crescimento econômico de forma consistente ao longo de vários anos é por meio do crescimento da produtividade. Quando a produtividade cresce, o país produz mais com o mesmo nível de capital e trabalho, e assim sua renda per capita cresce mais rapidamente. Um dos principais problemas do Brasil nas últimas décadas tem sido o baixo crescimento da produtividade, que decorre, em grande parte, da baixa taxa de inovações das firmas brasileiras, apesar da existência de uma série de incentivos. Por que as firmas brasileiras resistem tanto a inovar?
O nosso problema com a produtividade vem de longa data. Pesquisas indicam que a produtividade agregada da economia brasileira vem caminhando a passos lentos desde meados da década de 70. Mais recentemente, entre 1995 e 2005, enquanto a produtividade no mundo avançava a uma taxa de 1% ao ano (mesma dos Estados Unidos) e 1,5% na China, no Brasil ela declinava 0,3% ao ano. Entre 2005 e 2008, o crescimento anual médio da produtividade foi de 4,1% na China e 2,3% na Índia, enquanto no Brasil ela declinou 0,8%. Há algo de errado por aqui.
Com relação às inovações, os dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE (Pintec) mostram que a parcela de firmas inovadoras na indústria cresceu apenas 6,5 pontos percentuais nos últimos 10 anos, passando de 32% no período entre 1998 e 2000 para 38% entre 2006 a 2008. Pior ainda, a porcentagem de empresas do setor industrial que investem em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para gerar novas ideias e produtos, passou de 10% em 2000 para apenas 4,2% em 2008.
O mais surpreendente é que nós temos no Brasil um conjunto de leis que se destinam especificamente a financiar a inovação. Tanto a Finep como o BNDES tem vários programas para fomentar a inovação, subsidiando atividades de P&D, inclusive com recursos não reembolsáveis (a fundo perdido). Além disso, o governo federal tem introduzido várias leis nos últimos anos para tentar aumentar as inovações, sem nenhum efeito substantivo. Afinal, por que as empresas brasileiras resistem tanto a inovar?
Parece que no Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, não é necessário inovar para sobreviver e crescer. Existem no Brasil fortes barreiras à competição, que fazem com que empresas ineficientes operem em todos os setores da economia. A falta de competição advém da dificuldade de abrir novas firmas e de obtenção de crédito barato para expansão das pequenas empresas existentes. Essas dificuldades são agravadas pelas políticas de favorecimento às grandes empresas, predominante no atual governo. O país protege e subsidia setores que precisariam de mais competição. O recente aumento do IPI para os veículos importados é um exemplo claro de política econômica equivocada nessa linha. Para as empresas que poderiam inovar, é muito mais fácil (e menos arriscado) gastar recursos para obter favores do governo (lobby) do que investir em P&D.
O outro fator que limita as inovações é a baixa qualificação da nossa mão de obra. A figura ao lado, por exemplo, mostra a relação entre a nota de matemática no Pisa (exame internacional realizado pela OCDE em 2009 com alunos de 15 anos de idade) e o número de aplicações internacionais para patentes na “World Intellectual Property Organization” (Wipo) para alguns países. A relação é bastante clara. Países como a Finlândia e Coreia do Sul têm sistemas educacionais de alto nível e, portanto, facilidade para lançar novos produtos e desenvolver novas ideias. Portanto, têm uma alta taxa de patentes. Por outro lado, países como o Brasil, Argentina, Colômbia e Peru estão na situação oposta.
Em suma, apesar das perspectivas sombrias pela frente, os Estados Unidos tiveram um crescimento de produtividade invejável nas últimas décadas, com lançamento constante de novos produtos, cujo maior ícone foi Steve Jobs. Enquanto isso, por aqui proliferam políticas anticompetitivas, com favorecimento a grupos específicos e empresas gastando recursos com lobby para entrarem no clube. Tudo isto é agravado por uma deficiência crônica de mão de obra qualificada. Por isso as empresas brasileiras não inovam.
Fonte: Valor Econômico, 19/11/2011
http://www.imil.org.br/artigos/por-noss ... as-inovam/
19 de novembro de 2011
Autor: Naércio Menezes - Convidado
Um dos principais meios para aumentar o crescimento econômico de forma consistente ao longo de vários anos é por meio do crescimento da produtividade. Quando a produtividade cresce, o país produz mais com o mesmo nível de capital e trabalho, e assim sua renda per capita cresce mais rapidamente. Um dos principais problemas do Brasil nas últimas décadas tem sido o baixo crescimento da produtividade, que decorre, em grande parte, da baixa taxa de inovações das firmas brasileiras, apesar da existência de uma série de incentivos. Por que as firmas brasileiras resistem tanto a inovar?
O nosso problema com a produtividade vem de longa data. Pesquisas indicam que a produtividade agregada da economia brasileira vem caminhando a passos lentos desde meados da década de 70. Mais recentemente, entre 1995 e 2005, enquanto a produtividade no mundo avançava a uma taxa de 1% ao ano (mesma dos Estados Unidos) e 1,5% na China, no Brasil ela declinava 0,3% ao ano. Entre 2005 e 2008, o crescimento anual médio da produtividade foi de 4,1% na China e 2,3% na Índia, enquanto no Brasil ela declinou 0,8%. Há algo de errado por aqui.
Com relação às inovações, os dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE (Pintec) mostram que a parcela de firmas inovadoras na indústria cresceu apenas 6,5 pontos percentuais nos últimos 10 anos, passando de 32% no período entre 1998 e 2000 para 38% entre 2006 a 2008. Pior ainda, a porcentagem de empresas do setor industrial que investem em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para gerar novas ideias e produtos, passou de 10% em 2000 para apenas 4,2% em 2008.
O mais surpreendente é que nós temos no Brasil um conjunto de leis que se destinam especificamente a financiar a inovação. Tanto a Finep como o BNDES tem vários programas para fomentar a inovação, subsidiando atividades de P&D, inclusive com recursos não reembolsáveis (a fundo perdido). Além disso, o governo federal tem introduzido várias leis nos últimos anos para tentar aumentar as inovações, sem nenhum efeito substantivo. Afinal, por que as empresas brasileiras resistem tanto a inovar?
Parece que no Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, não é necessário inovar para sobreviver e crescer. Existem no Brasil fortes barreiras à competição, que fazem com que empresas ineficientes operem em todos os setores da economia. A falta de competição advém da dificuldade de abrir novas firmas e de obtenção de crédito barato para expansão das pequenas empresas existentes. Essas dificuldades são agravadas pelas políticas de favorecimento às grandes empresas, predominante no atual governo. O país protege e subsidia setores que precisariam de mais competição. O recente aumento do IPI para os veículos importados é um exemplo claro de política econômica equivocada nessa linha. Para as empresas que poderiam inovar, é muito mais fácil (e menos arriscado) gastar recursos para obter favores do governo (lobby) do que investir em P&D.
O outro fator que limita as inovações é a baixa qualificação da nossa mão de obra. A figura ao lado, por exemplo, mostra a relação entre a nota de matemática no Pisa (exame internacional realizado pela OCDE em 2009 com alunos de 15 anos de idade) e o número de aplicações internacionais para patentes na “World Intellectual Property Organization” (Wipo) para alguns países. A relação é bastante clara. Países como a Finlândia e Coreia do Sul têm sistemas educacionais de alto nível e, portanto, facilidade para lançar novos produtos e desenvolver novas ideias. Portanto, têm uma alta taxa de patentes. Por outro lado, países como o Brasil, Argentina, Colômbia e Peru estão na situação oposta.
Em suma, apesar das perspectivas sombrias pela frente, os Estados Unidos tiveram um crescimento de produtividade invejável nas últimas décadas, com lançamento constante de novos produtos, cujo maior ícone foi Steve Jobs. Enquanto isso, por aqui proliferam políticas anticompetitivas, com favorecimento a grupos específicos e empresas gastando recursos com lobby para entrarem no clube. Tudo isto é agravado por uma deficiência crônica de mão de obra qualificada. Por isso as empresas brasileiras não inovam.
Fonte: Valor Econômico, 19/11/2011
http://www.imil.org.br/artigos/por-noss ... as-inovam/
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Re: P&D no Brasil
Boss,
Coloquei a notícia aqui, porque achei muito interessante. Mas o crédito é seu!
Sds.
Coloquei a notícia aqui, porque achei muito interessante. Mas o crédito é seu!
Sds.
Estadão
Grupo EBX cria empresa de tecnologia em automação industrial, a SIX
Companhia de Eike Batista adquiriu participação de 70% no capital da AC Engenharia.
Agência Estado
SÃO PAULO - O Grupo EBX, do empresário Eike Batista, fez seu primeiro investimento na área de tecnologia, com a criação da SIX Soluções Inteligentes. De acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira, 5, a nova companhia iniciou suas atividades pela área de automação industrial, com a aquisição do controle da AC Engenharia. Paralelamente, diz a nota, irá buscar as sinergias existentes com as outras companhias do Grupo EBX nos setores de infraestrutura e recursos naturais.
O Grupo EBX adquiriu uma participação de 70% no capital da AC Engenharia, por um valor não divulgado. Os 30% restantes permanecem com o fundador da empresa, Alexandre Caldas, que continuará no cargo de CEO. "Com a entrada do grupo no negócio, a companhia fica mais robusta financeiramente, podendo participar de projetos maiores, inclusive por meio de parcerias com gigantes do setor de infraestrutura industrial", diz o comunicado.
A nota informa ainda que, com 17 anos de experiência no mercado nacional e internacional de óleo e gás, a AC Engenharia tem sede no Rio de Janeiro e conta atualmente com cerca de 130 colaboradores. "Esse total deverá mais que quadruplicar até 2015, chegando a 600 pessoas, por conta do plano de investimentos agressivo da SIX. Entre 2011 e 2019, está previsto um desembolso de R$ 100 milhões, destinados à pesquisa e desenvolvimento de inovações. Parte desses investimentos será direcionada para a montagem de centros de desenvolvimentos no Rio e em Macaé, no Norte Fluminense", diz a nota.
"A SIX vai desenvolver tecnologia no estado-da-arte para o mercado. Arbitramos ineficiências e esse novo investimento eliminará gargalos nesse setor", diz Eike Batista, presidente do Grupo EBX, no comunicado.
Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
Re: P&D no Brasil
http://www.engineeringnews.co.za/articl ... 2011-11-25Science and Technology
Climate change research brings Brazilian Navy ship to Cape Town
By: Keith Campbell
25th November 2011
Updated 3 hours ago
The Brazilian Navy’s hydrographic and oceanographic research ship Cruzeiro do Sul
The Brazilian Navy hydrographic and oceanographic research ship Cruzeiro do Sul (in English, Southern Cross) has docked in Cape Town to conclude the first leg of a two-month mission to gather scientific data across the breadth of the South Atlantic Ocean, from Brazil to South Africa and back.
The research is intended to increase understanding of the influence of the oceans on climate change. In general terms, the aim is to get a better understanding of the role of the oceans in absorbing carbon dioxide from the atmosphere.
More precisely, the intent is to undertake studies on the circulation of thermohaline flux carbon dioxide between the ocean and the atmosphere, as well as on chemicals in the seawater. The mission is also carrying out remote sensing and seeks to show the importance of phytoplankton, the level of carbon, the absorption of inorganic carbon and the density of biota, in the South Atlantic, in addition to doing oceanographic research.
To this end, the ship has gathered data on temperature, salinity, pressure, biota, carbon dioxide concentrations at the air-sea interface, dissolved oxygen in the sea, dissolved nutrients in the sea, phytoplankton primary production, chemosynthetic bacteria and the pH balance of the ocean. Samples of seawater have been collected from various depths. The ship gathered this data at 81 locations on its voyage from Brazil to South Africa and will collect more data at 20 points on its return voyage.
The mission is being jointly funded by the Brazilian Navy, as well as Brazil’s Ministry of Science, Technology and Innovation and its National Council for Scientific and Technological Development.
The ship is carrying 16 civilian researchers, from the Institute of Oceanography of the Federal University of Rio Grande, the Centre for Marine Biology of the University of São Paulo, the Federal University of Rio de Janeiro, the State University of Rio de Janeiro, and the Federal University of Santa Catarina.
The Cruzeiro do Sul left Rio Grande in southern Brazil on October 22, is scheduled to depart from Cape Town on December 2 and to dock in Rio de Janeiro around December 22.
Edited by: Creamer Media Reporter
- Pedro Gilberto
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Re: P&D no Brasil
2 boas notícias hoje sobre P & D
A primeira impressora 3D de fabricação nacional
Enviado por luisnassif, sex, 22/06/2012 - 12:29
Por Vinicius Carioca
De Ciência Hoje On-Line
Pequena fábrica de objetos
Guilherme de Souza
Acaba de ser lançada no Brasil a primeira impressora 3D de fabricação nacional. Esse tipo de equipamento, ainda pouco conhecido no país, permite produzir objetos físicos a partir de modelos tridimensionais criados em computador.
Além de eliminar os elevados custos de importação, os criadores da máquina escolheram um método de impressão mais barato e de boa qualidade
O dispositivo é fruto de um projeto da empresa Cliever Tecnologia, abrigada na incubadora Raiar, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O diretor da empresa incubada, Rodrigo Krug, do curso de engenharia de controle e automação da universidade, pretende popularizar a tecnologia no Brasil.
Para isso, além de eliminar os elevados custos de importação, os criadores da máquina escolheram um método de impressão mais barato (e de boa qualidade): a modelagem por fusão de material (FDM, na sigla em inglês).
Nesse processo, a matéria-prima da impressão – o correspondente à tinta de uma impressora convencional – é um filamento de termoplástico, material resistente muito parecido com o de brinquedos de montar da marca Lego.
Impressora 3D
Rodrigo Krug, do curso de engenharia de controle e automação da PUCRS, ao lado da impressora 3D. (foto: Bruno Todeschini/ PUCRS)
Inicialmente, o objeto tridimensional a ser impresso é modelado em um computador com auxílio de aplicativos usados com essa finalidade, como o AutoCAD. A impressora é comandada por um programa de código aberto, ou seja, que pode ser usado livremente, sem custos.
“O programa processa o arquivo de imagem e divide o objeto em camadas finas, que são usadas como base para a impressão”, explica Krug. No momento da impressão, o termoplástico é derretido e moldado sobre uma superfície plana, de modo ordenado, estruturando o objeto camada por camada.
O equipamento permite escolher o tipo de termoplástico para a impressão (os mais comuns são conhecidos como ABS e PLA), o percentual de material de preenchimento (percentuais mais altos para obter objetos mais resistentes) e a espessura das camadas.
Prototipagem rápida e barata
Desde 2009, Krug acompanha a evolução das impressoras 3D, também conhecidas como máquinas de prototipagem rápida. “Muitos profissionais e empresas importam essas impressoras, mas eu acreditava que tínhamos capacidade de desenvolver essa tecnologia aqui mesmo”, conta.
Ao ver o que já é feito em outros países, não é difícil imaginar usos para a impressão 3D: protótipos dos mais diferentes produtos, maquetes e até próteses e implantes odontológicos. O equipamento é de grande utilidade para arquitetos, designers e dentistas, entre outros profissionais.
Molde de arcada dentária
Molde de arcada dentária ‘impresso’ na máquina criada na incubadora de empresas da PUCRS. O equipamento constrói objetos a partir da sobreposição de finas camadas de termoplástico. (foto: Bruno Todeschini/ PUCRS)
“Há várias técnicas de impressão 3D. Para desenvolver nosso equipamento, adotamos a que oferece o melhor custo-benefício”, conta Krug. Segundo ele, o baixo custo viabiliza a aquisição da impressora até para uso doméstico. Outra vantagem é que o material termoplástico utilizado para impressão é biodegradável ou permite reciclagem.
Até há pouco tempo, o equipamento era importado por cerca de US$ 50 mil, e o quilo do termoplástico saía por quase US$ 400. O equipamento nacional será comercializado por aproximadamente R$ 4,5 mil, e o quilo do material plástico para impressão custará R$ 80.
Facilidades
O termoplástico é um material normalmente produzido sob a forma de grãos, mas para ser usado na impressora precisa ser transformado em filamento. Como ainda não há empresas nacionais que façam esse procedimento, a própria Cliever irá comercializar a matéria-prima pronta para uso.
A produção local traz outros benefícios para o consumidor, como garantia, suporte técnico acessível e oferta de peças de reposição
A produção local traz outros benefícios para o consumidor, como garantia, suporte técnico acessível e oferta de peças de reposição. O uso de software livre para comandar a impressão ajudou a reduzir o custo final da máquina.
Outro aspecto importante do projeto desenvolvido na incubadora da PUCRS é a acessibilidade: a impressora é compatível com vários dos aplicativos mais usados no mercado de modelagem 3D. Além do AutoCAD, aceita também o SketchUp Pro, o Maya e o 3DS Max.
Até o momento a impressora nacional permite a impressão de objetos com volume de até 18 centímetros cúbicos. Mas, como as possibilidades de uso do equipamento são amplas, a equipe de Krug está projetando modelos específicos, com características próprias para determinadas impressões. “A indústria de calçados”, exemplifica, “precisa imprimir objetos de maior volume”. Novos modelos da máquina devem ser lançados ainda este ano.
Guilherme de Souza
Especial para Ciência Hoje On-line/ PR
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... o-nacional
[]´sO acordo entre Nissan e Petrobras
Enviado por luisnassif, sex, 22/06/2012 - 16:21
Carros elétricos: BR estuda recarga em dez minutos
Por Lilian Milena, no Brasilianas.org
Da Agência Dinheiro Vivo
Parceria entre Petrobras Distribuidora e Nissan do Brasil visa estudos de infraestrutura e carregadores rápidos para carros elétricos.
As duas companhias assinaram nessa semana, no Rio de Janeiro, um memorando de entendimento voltado à produção de estudos que visem a ampliação da infraestrutura de postos necessária para atender veículos elétricos.
Um dos objetivo da Nissan é a capilaridade dos postos da BR, presente em quase todas as cidades do país. Já o interesse da Petrobras Distribuidora, segundo o Gerente de Tecnologia da Rede de Postos da Petrobras, Paulo da Luz, é acompanhar a evolução das tecnologias dos veículos e dos carregadores rápidos (quick chargers) da Nissan que podem atingir 80% da armazenamento das baterias de veículos elétricos em dez minutos. Atualmente, os quick chargers existentes no mundo, atingem essa meta em meia hora.
Nissan e Petrobras trabalham juntas desde 2011, quando a BR lançou o Posto do Futuro, também chamado de Eletroposto, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A plataforma modelo realiza abastecimento elétrico de bicicletas, scooters e está preparada para atender carros elétricos.
Acompanhe a seguir, na entrevista completa feita com Paulo da Luz, as principais conclusões tiraras das experiências do Posto do Futuro, bem como a ideia do modelo de negócio que a BR pretende iniciar a partir do convênio feito com a Nissan.
Brasilianas.org - Qual é o interesse da Petrobras Distribuidora nessa parceria com a Nissan? Quais são as perspectivas que vocês têm dessa companhia com relação ao mercado de veículos elétricos ou híbridos?
Paulo da Luz - A Nissan já tem cerca de 32 mil veículos elétricos vendidos no mundo e tem uma tecnologia grande já desenvolvida. Esse acordo, especificamente, diz respeito a tecnologia e infraestrura necessária para atender veículos elétricos, sejam híbridos ou puramente elétricos. O objetivo da BR [Petrobras Distribuidora] é entender, através de grupos de trabalho, o perfil dos clientes nesse mercado de veículos elétricos e quais serão suas necessidades.
A primeira coisa que podemos dizer é que o veículo elétrico não deverá ser o carro principal do cliente. A maior parte dos consumidores no mundo o utilizam como segundo ou terceiro carro da família, dadas as limitações que existem em relação a autonomia da bateria.
Um dos focos de negócio que interessam a BR diz respeito a nossa produção de combustíveis, lubrificantes e fluídos em geral, em especial para os veículos híbridos [possuem dois motores, um elétrico e outro de apoio movido à combustível] ou plug-in [pode ser abastecido com combustível e/ou recarregados na bateria].
Como funcionaria um posto que vai receber esse tipo de veículo? Basicamente o que imaginamos é que a pessoa poderá abastecer o veículo na garagem da sua própria casa. Logo, por que a Petrobras enxerga possibilidades comerciais na área de recarga?
Um dos objetivos do memorando de entendimentos é o estudo da infraestrutura necessária para os EVs [veículos elétricos] e da demanda dos carregadores rápidos, ou quick chargers. Eles são praticamente impossíveis de se manter em casa, porque para isso é necessário um transformador de altíssima potência, que custa atualmente na faixa de 15 a 20 mil dólares .
Vimos outra informação de que o abastecimento de 80% da recarga seria feito em meia hora. Quem pararia num posto para esperar tudo isso?
Essas são os quick chargers comerciais que temos atualmente. Porém na hipótese de recarga de 80%, em dez minutos, um dos pontos de estudo avaliará esta forma de recarga na vida útil normal da bateria.
No caso dos celulares, é preciso sempre esperar descarregar totalmente, para carregá-lo, caso contrário a bateria fica viciada e diminui sua vida útil. Nos veículos elétricos é totalmente diferente, então?
Na verdade essa lógica não se aplica para as baterias de ion de lítio dos carros. Elas têm uma vida útil muito grande, em torno de dez anos, e podem durar muito mais tempo admitindo uma eficiência menor. Quanto ao modelo de nosso atendimento para suprir a demanda, verificamos através do Eletroposto que temos desde 2009, no Rio de Janeiro, [Barra da Tijuca], que o perfil do consumidor é a recarga em casa, mesmo. A maioria dos nossos clientes vêm abastecer suas bicicletas [elétricas] e scooters de forma eventual, ou seja, para garantir uma quilometragem extra.
Portanto é a partir desse foco que estamos trabalhando ou seja, de como seria uma infraestrutura necessária para fazer o abastecimento de veículos elétricos, quando o cliente necessitar. A conclusão que chegamos, inicialmente, é que a recarga elétrica será oferecida num contexto de conveniência. Ou seja, o cliente que freqüentar uma das lojas de conveniência da BR, além das atrações normais das lojas, como sanduíches, coca-cola, etc, poderá também recarregar seu veículo elétrico.
Os veículos elétricos ainda não estão preparados para agüentar longas viagens, nos próximos anos. Portanto, num futuro breve, em que tipo de localidade os quick charges serão instalados?
Existem cidades que tem vocação para veículos elétricos, outras não. Por exemplo, cidades extremamente planas tem essa vocação, ao contrário das que tem muitas ladeiras. Segundo, o carro elétrico custa caro, então os postos nas cidades com vocação, seriam restritos a bairros de classes A e B. Na verdade a gente verifica a situação de que existem determinados postos, situados em determinadas cidades, em determinadas bairros que podem ser aptos para ter essa conveniência.
Voltando para a questão do Eletroposto - ou Posto do Futuro -, qual a avaliação que você faz em relação às experiências que tiveram ali? É possível avaliar a multiplicação de postos de conveniência a partir dessa iniciativa?
Esse é exatamente o objetivo do nosso estudo. Queremos entender a que preço seria desenvolvido o quick charger, para ver o tempo de retorno bom, e qual é a tecnologia que a Nissan está desenvolvendo, que é top de linha para os veículos elétricos atuais. Daí, então, através disso, estudar a viabilidade da instalação desses postos. A princípio, a parceria prevê estudos a respeito do quick charger, a infraestrutura dos postos BR para atender veículos elétricos, com a tecnologia que está sendo disponibilizada agora.
Nossa experiência no Eletroposto nos indicou muitas coisas interessantes. Primeiro, que a instalação de quick chargers, no geral, exige altos investimentos, Além disso verificamos que a BR tem uma rede de postos com uma capilaridade muito grande e em todas as cidades do Brasil, e que podemos juntar as duas coisas para poder oferecer ao cliente o produto que o satisfaça.
Qual é o volume de investimentos previsto para esse acordo?
Não existem desembolsos previstos no acordo entre BR e Nissan. Na verdade o foco dele é em estudos, e cada empresa arcará com suas despesas quando for necessário. É um acordo que gera investimentos e perspectivas pelas duas empresas, o Grupo Renault-Nissan e BR, estudando infraestruturas, suporte e benefício para EVs..
Como planejam a troca de informações?
Hoje [20 de junho] teremos um encontro para discutir a metodologia do trabalho. Existe uma solicitação nossa para entender como seria feito o quick charger e em que ponto está o desenvolvimento deles, afim de compreender qual a estrutura necessária para tê-los nos postos. Existem vários quick chargers no mundo abastecendo com 220 volts, 400V ou 480 volts. A Nissan tem três modelos, o japonês, outro europeu e o americano. A partir daí faremos análises para saber qual é o modelo que mais se adequaria ao Brasil.
Além do mais, temos que verificar qual é a legislação que irá reger aqui no Brasil o smart grid, que é a rede inteligente que poderia dar andamento a implantação dessas plataformas. Ou seja, tem muita coisa a ser feita.
...
Saiba mais
Rápida explicação sobre os modelos elétricos no mundo
No mercado existem três modelos de veículos de passeio movidos a eletricidade: os que são totalmente elétricos, os híbridos e os híbridos plug-in. O modelo elétrico mais vendido no mundo é o Nissan LEAF. Desde que foi lançado, em 2010, mais de 30 mil unidades já foram comercializadas. A autonomia desses veículos chega a 160 km com uma única carga. E sua bateria é carregada completamente em oito horas.
O segundo modelo, híbrido, funciona com dois motores, o principal é elétrico e o segundo, de apoio, movido à gasolina, sendo que o consumo do combustível fóssil ainda é superior ao consumo de energia elétrica. O Toyota Prius é o campeão de vendas, com cerca de 4 milhões de modelos em circulação, desde que foi lançado, em 2003.
Já os veículos híbridos plug-in, podem ser abastecidos tanto na tomada - passando a depender totalmente da energia elétrica -, quanto à gasolina. A principal carro já desenvolvido com essa tecnologia é o Chevrolet Volt, com autonomia elétrica entre 40 e 80 km.
Obs: Atualização feita às 17h24
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Re: P&D no Brasil
Um bom documento sobre a situação de P&D no Brasil, e também dos rumos que o governo quer tomar.
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2012-2015)
E um bom projeto no setor:
Programa "TI Maior"
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Re: P&D no Brasil
Pacote vai destinar R$ 30 bi à inovação
Linha de crédito subsidiado vai financiar investimentos das empresas de seis setores
04 de fevereiro de 2013 | 2h 05
JOÃO VILLAVERDE / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar até o fim do mês um conjunto de medidas que inclui uma linha de crédito subsidiado de quase R$ 30 bilhões para financiar investimentos das empresas em inovação e pesquisa. Os recursos serão direcionados a seis setores produtivos, e estará aberta até o fim de 2014.
No pacote, o governo também vai anunciar a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que será responsável pela intermediação das empresas com os institutos tecnológicos federais, e de um "Observatório da Inovação", que vai acompanhar o avanço da pesquisa e desenvolvimento (P&D) no País.
Além disso, o governo deve estender às empresas optantes do programa Simples Nacional os benefícios tributários previstos na Lei do Bem, que reduz impostos para empresas que apliquem em P&D e registrem patentes.
A meta geral do novo pacote do governo é elevar, até o fim de 2014, os investimentos gerais (públicos e privados) do País em inovação para algo como 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, o investimento em inovação é de 1,4% do PIB.
Prioritários. Terão acesso aos quase R$ 30 bilhões em financiamento subsidiado os setores considerados "prioritários" no Plano Brasil Maior (a política industrial e de comércio exterior do governo Dilma): complexo industrial da saúde, etanol, petróleo e gás, defesa, tecnologia da informação (TI) e energias renováveis.
Estimativas internas do governo apontam, no entanto, que a linha vai superar a demanda das empresas. "O recado é simples: dinheiro para inovar não vai faltar", disse uma fonte do Palácio do Planalto.
As linhas especiais de crédito serão oferecidas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que conta com um orçamento de quase R$ 6 bilhões para 2013, além de operar como agente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que entrará com a maior parte do dinheiro.
Parceiro. Serão oferecidas taxas de juros subsidiadas nos financiamentos às empresas, e parte do dinheiro será via subvenção econômica, ou seja, empréstimo a fundo perdido. Além dos recursos, as empresas desses setores passarão a contar com um parceiro para apoiar projetos de inovação, a Embrapii.
Chamada de "a Embrapa da indústria", a nova empresa será uma organização social (OS), isto é, uma companhia pública que presta serviço ao governo por um contrato de gestão. A companhia vai fechar um contrato com o governo, onde serão estabelecidas metas de atendimento às companhias privadas. Em troca, o governo deve entrar com R$ 150 milhões no caixa da Embrapii, além de um posto no conselho de administração.
Técnicos do governo devem indicar Rafael Lucchesi, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para ser o futuro presidente da Embrapii.
Modelagem. Na visão do governo, as empresas terão acesso à dinheiro subsidiado para aplicar em projetos de inovação e terão na Embrapii um auxiliar na modelagem dos projetos a serem financiados pela Finep. A nova empresa pública também vai "fazer a ponte" entre companhias e as pesquisas desenvolvidas nos institutos tecnológicos federais e universidades.
As linhas gerais do pacote já foram fechadas pela presidente Dilma Rousseff e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, em reunião há duas semanas. Mas os detalhes finais do pacote ainda passam pelas sessões de "espancamento" no Planalto e devem ficar prontos para serem anunciadas após o carnaval.
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Re: P&D no Brasil
Experiência que passei agora a pouco na seleção de uma vaga em uma federação das industrias. Existem grandes diferenças entre o gestor brasileiro que tem coisas que não anda e outro francês que está com "sangue nos zóio" para cumprir a missão dele.
Uiii....... é o post 13 mil.
Brasileiro
- Preparação da prova de conhecimentos demorou mais de um mês
- A prova veio cheia de erros de construção e foi ridícula para a exigência do cargo. Apenas 10 questões sem redação. A exigência de conhecimentos era patética.
- A correção demorou quase um mês e não conseguiam nem buscar a prova nos recursos humanos.
- Na entrevista vieram dois caras que foram direto conversar com o outro candidato. A qual descobri mais tarde que era o indicado para vaga. Inclusive correram boatos de que este rapaz que tem Q.I. recebeu a prova antes e foi instruído a estudar certas matérias.
- Eu tirei nota maior que ele na prova. Tinha currículo profissional e acadêmicos muito melhor. Fui preterido.
Agora pergunta por que um setor simplesmente enrola e não funciona e, o outro, é um dos mais produtivos da federação. Cumpre mais do que promete. Inclusive este chefiado pelo francês cuida do setor de programas de inovação e já é reconhecido. Pelas fuçadas que dei por aí existe empresas tão enroladas quanto esse gestor brasileiro.O francês com "sangue nos zóio"
- Fui chamado segunda-feira para fazer a prova sexta-feira.
- Prova maldita. Possuía 19 questões incluindo português, matemática financeira, informática e conhecimentos específicos sobre legislação de inovação. Incluindo uma redação argumentativa sobre por a empresa deve inovar e o caminho para instruir o empresário.
- Correção até terça-feira, entrevista sexta-feira e contratação na semana seguinte.
- Todos os candidatos foram convocados pelo sistema eletrônico com prévia analise do currículo profissional e acadêmico.
Uiii....... é o post 13 mil.
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Re: P&D no Brasil
Existem, pela minha experiência a maioria por aqui é assim, e também estive em uma multi-nacional americana que era a mesma zona, acredtio que por la deva ser mais ou menos assim também.Bourne escreveu:Pelas fuçadas que dei por aí existe empresas tão enroladas quanto esse gestor brasileiro.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)