ninjanki escreveu:lelobh escreveu:
Compartilho sua visão amigo. É o momento certo para pensar em algo assim. Veja:
precisamos de um novo caça, mas não temos a urgência do confronto próximo;
temos uma empresa com renome e experiência suficientes para coordenar o projeto (não é assim com o KC390?);
temos recursos humanos qualificados nas empresas, instituições de ensino e centros de pesquisa;
temos uma economia estável, baixo endividamento público, um controle fiscal eficiente e perspectiva de crescimento, traduzindo: dinheiro para "tocar em frente" o projeto;
temos uma crescente relevância no cenário geopolítico, e não apenas na América Latina, o que favorece a possibilidade de parcerias, reduzindo eventuais obstáculos tecnológicos, e ampliando a viabilidade comercial do projeto;
comparando com o passado "recente", temos alguma vontade política relevante (se não houvesse vontade política não haveria tantos projetos em desenvolvimento, e muito menos uma END);
E para completar, acho que ninguém em sã consciência imagina um F-22 logo de partida, mas sim um caça moderno, que supere os atuais meios, possua uma plataforma que permita atualizações (não sei se é o jargão correto), e ajude a desenvolver o parque industrial nosso, e dos nossos parceiros.
Sinceramente, comprar qualquer outro caça "joga por terra" alguns dos pré-condicionantes que mencionei acima. Por questões lógicas creio que a escolha de um caça dentro do FX-2 matará por algumas décadas um caça nacional... mas posso estar errado, afinal as coisas mudam.
Quanto ao AMX não dá para comparar o cenário externo e interno de hoje, com aquele existente na época do projeto, ou nos anos que se seguiram. Pensando assim ainda seríamos colônia de Portugal, a premissa é a mesma.
Quanto a viabilidade do projeto basta ver como influenciamos de forma decisiva nossos vizinhos, para que adotassem o sistema nipo-brasileiro de TV digital. Não vejo como seria diferente no caso de um caça nacional. Na verdade a própria aceitação do KC390 já fornece alguma perspectiva.
Eu pensaria seriamente na possibilidade...
Abraço
Baixo endividamento público???? De onde você tirou isso??? Nossa previdência está a caminho da insolvência, nossos juros são estratosféricos e penalizam um enorme montante de dívida pública que só é rolada em ampliada, e o único caminho que o governo vê para aumentar investimentos em qualquer coisa é aumentando os impostos(veja o caso da saúde)
Faltam engenheiros e técnicos de qualidade, e principalmente, nas quantidades necessárias e com experiência no assunto. Saindo da esfera da Embraer, poucas empresas tem tradição em desenvolver tecnologia de ponta, e principalmente, clientes para consumi-la. O cenário não é simples e nem óbvio. Não digo que não temos o potencial para essa empreitada, mas estamos longe de ter as condições ideais(que tal a falta sistemática de continuidade de recursos e objetividade dos sucessivos governos para projetos militares? Isso tem de ser resolvido filosófica e legalmente antes de entrarmos num projeto desse tamanho.)
No mais, porque estamos procurando a Turquia como parceiro? Oque eles trazem para a mesa, além do mesmo desejo de ter um caça próprio? Eles tem soluções para os principais problemas: Materiais, motor, radar e integração de sistemas de combate? Pelo que eu saiba, eles estão ainda menos capacitados tecnológicamente doque nós para essa empreitada. Essa parceria só irá para frente se houver um terceiro sócio menos mulambo que os outros dois.(Japão e Coréia seriam possibilidades, mas ambos tem suas coleiras...)
Allan
"Baixo endividamento público???? De onde você tirou isso???"
Recomendo verificar o nível de endividamento público (Brasil) em relação ao PIB, e comparar com o percentual de endividamento público dos países desenvolvidos (aqueles capazes, na sua opiniao, de levarem em frente o projeto em questão). E não se esqueça que o governo tem atuado para reduzir ainda mais o nível de endividamento público.
"Nossa previdência está a caminho da insolvência"
Você tem uma visão apenas parcial do sistema, e repete um discurso incorreto, que atende a outros fins (quanto aos outros fins não me refiro a você, ok?)... Procure saber sobre os meios de financiamento da Seguridade Social (Previdência é um dos pilares da Seguridade Social), depois procure saber, por exemplo, sobre a arrecadação da CONFINS, e o seu destino final.
"nossos juros são estratosféricos"
Verdade, mas não altera nenhuma das condicionantes.
"e o único caminho que o governo vê para aumentar investimentos em qualquer coisa é aumentando os impostos(veja o caso da saúde)"
Não vejo por aí. O próprio crescimento do PIB é levado em consideração no momento de elaboração do orçamento, se traduzindo em mais recursos disponíveis. Enfim, não creio que seja necessário aumentar impostos para tocar um mero projeto de caça. Você viu algum aumento de imposto para que pudessemos tocar em frente o PROSUB?
"ue tal a falta sistemática de continuidade de recursos e objetividade dos sucessivos governos para projetos militares? Isso tem de ser resolvido filosófica e legalmente"
O governo se comprometeu formalmente com a Defesa, acredito que seja o objetivo da END. Esqueça qualquer vinculação de percentual do orçamento para a Defesa, isso é complemente inviável no atual momento (a DRU não me deixa mentir).
"Faltam engenheiros e técnicos de qualidade"
Depende do que é considerado "engenheiro e técnicos de qualidade". O empresariado nacional, em sua maioria, tem o hábito de desqualificar os trabalhadores, exigirem cursos e experiência e não colocarem um tostão na formação do profissional, com exceção das grandes empresas. Não é por menos que muitos engenheiros estão desempregados. Enfim, vejo essa questão por outro ângulo.
"No mais, porque estamos procurando a Turquia como parceiro?"
Não sei, às vezes é um país considerado não alinhado, no momento, com algum eixo de poder do qual queremos manter certa "independência", mas ao mesmo tempo não considerado como "pária" pela comunidade internacional...
"Pelo que eu saiba, eles estão ainda menos capacitados tecnológicamente doque nós para essa empreitada. Essa parceria só irá para frente se houver um terceiro sócio menos mulambo que os outros dois"
Se você não crê no potencial do Brasil para tocar um projeto assim paciência, respeito sua opinião.
Abraço.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."