Um capitânea para a Base Naval do Norte.

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#31 Mensagem por Marino » Seg Fev 08, 2010 8:20 pm

frizao escreveu:Correto Marino não te conheço como nada, infelizmente foi um erro de digitação meu. Quando vc tiver mais de 430 dias de mar vc vem e me corrige enquanto isso seu boy aguarda na disciplina.
Frizao, sou CMG da ativa e tenho a Medalha Mérito Marinheiro de 3 Âncoras.
Para os que não sabem, isso significa mais de 1000 dias de mar.
A medalha de 1 Âncora, que significa 500 dias, eu ganhei como 1º Tenente.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#32 Mensagem por Marino » Seg Fev 08, 2010 8:23 pm

frizao escreveu:Correto Marino não te conheço como nada, infelizmente foi um erro de digitação meu. Quando vc tiver mais de 430 dias de mar vc vem e me corrige enquanto isso seu boy aguarda na disciplina.
Voltando a questão inicial,:
NAEL - Navio Aeródromo Ligeiro = Minas Gerais
NAe - Navio Aeródromo = São Paulo.
Desculpe, não acredito em um tripulante errar algo tão básico de seu próprio navio.
Qual sua Divisão a bordo, qual sua função (TMI)?
Claro que não estou pedindo que se identifique, que fique claro.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#33 Mensagem por Marino » Seg Fev 08, 2010 8:27 pm

Strike7 escreveu:
frizao escreveu:Eu não concordo pois ja servi no NAEL SÃO PAULO e digo a vcs que e um lixo flutuante, temos que por na cabeça que precisamos sim,mais de uma base naval do norte e do mocanguê com navios novos e não de segunda mão como a maioria. Temos que ter uma esquadra com navios novos e fabricados aqui no Brasil para adquirimos tecnologia e experiência propria e nunca mais depender de ninguem.
Gostaria de destacar este comentário do frizão. Para destacar exatamente a mudança de paradigmas por qual vem passando a Marinha do Brasil.

Como todos sabem, a escolha do A-12 foi basicamente extruturada na necessidade eminente de operar os caças AF-1. E como tal não necessitamos de qualquer análize mais profunda para saber que um navio com mais de 40 anos, não é muito mais do que um ''lixo flutuante''. Porém, vale destacar que é natural que quando um navio entra no final de seu ciclo operativo, se encerrem as manutenções preventivas, ninguem em sâ conciência vai gastar para modernizar um navio que em pouco tempo partirá para a reserva. Tanto que na situação que se encontrava o A-12, eu compreenderia que qualquer praça de primeira viagem, tenha notado uma grande diferença entre o A-11 e o A-12, exatamente porque quando aposentando, o A-11 ainda se encontrava em um estado de conservação muito bom, fruto exatamente da capacidade dos nosso marinheiros em manter toda a sua frota, sempre em exelentes condições, mesmo quando a grana é pouca.

O ponto em questão é que o PMG do A-12 já estava planejado quando o mesmo foi adquirido e sua entrada em PMG foi antecipada exatamente pelo acidente ocorrido. Causa exatamente da falta de manutenção preventiva.

O que vemos hoje, é exatamente o contrário. Não se tem mais aquela visão conservadora e extremamente decadente sobre a modernização dos meios. Vemos hoje a assinatura de grandes contratos para a contrução no Brasil de NOVOS meios para atender a necessidades FUTURAS.
Strike, a MB não possue lixos flutuantes.
Podemos ter navios antigos, mas perfeitamente válidos para nossas necessidades.
Aguarde o reinício das atividades do SP.
Incrível que quando o mesmo pertencia a MN, era um PA de país de primeiro mundo, da OTAN, etc.
Agora, modernizado, revitalizado, é lixo.
Vai entender.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#34 Mensagem por Marino » Seg Fev 08, 2010 8:30 pm

Guerra escreveu:
Marino escreveu:Asteróide, chega de lixo.
O Capitânia da 2ª Esquadra será um Porta-Aviões de 40.000 toneladas.
Marino em quanto tempo a MB teria esse PA?
Caro Guerra
O SP deve ficar na ativa até 2025. Em torno desta data o primeiro PA estará sendo incorporado.
A construção do segundo se dará concomitantemente com o primeiro, não ao mesmo tempo, mas com uma defasagem que não posso divulgar. O segundo virá algum tempo depois.
Quando possível, eu posto.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#35 Mensagem por Marino » Seg Fev 08, 2010 8:37 pm

Asteróide escreveu:Salve Paisano, comigo está tudo beleza, e contigo? Caro Marino tomará que a MB consiga mesmo ter esses meios que você disse, mas tem de ser logo. Agora se você puder, me tire uma du´vida, se os franceses oferecerem o Jeanne D'Arc barato, mas barato mesmo, tipo uns U$ 4.000.000 não valeria apena pegalo e fazer uma obra nele, afinal ele tem a mesma idade do NaEL São Paulo não? Um abraço a todos!
Caro Asteróide
A END mudou paradigmas nas FA.
Não somos mais compradores de sucata descartada por obsolescência em seus países de origem.
Isto, antes que eu lhe responda diretamente, precisa ficar claro.
Podemos até adquirir navios de pesquisa, p. ex, mas queremos construir os de combate, aqui no Brasil.
Lembre-se do que eu já escrevi: os planos das 3 FA foram aprovados integralmente pelo Lula/Dilma, integralmente.
Lhe respondendo: o JAc é um navio com eletrônica obsoleta, com mísseis obsoletos, a caldeira (escrevo de memória), quando todos os outros navios da MB (exceto o SP) são movidos a motor ou a turbinas.
Seria necessário efetuarmos um gasto inacreditável e não previsto, para termos como retorno algo muito baixo.
O SP e todos nossos anfíbios levam os helis de médio porte que ele pode levar.
Acredite, chega de lixo.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#36 Mensagem por carlos mauricio » Seg Fev 08, 2010 11:45 pm

Camarada Marino vc esta coberto de razão, continue na sua jornada ate ganhar as 4 ancoras.
ate
Maurício lapa
Marino escreveu:
frizao escreveu:Correto Marino não te conheço como nada, infelizmente foi um erro de digitação meu. Quando vc tiver mais de 430 dias de mar vc vem e me corrige enquanto isso seu boy aguarda na disciplina.
Frizao, sou CMG da ativa e tenho a Medalha Mérito Marinheiro de 3 Âncoras.
Para os que não sabem, isso significa mais de 1000 dias de mar.
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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#37 Mensagem por Adriano Mt » Ter Fev 09, 2010 4:28 am

Marino escreveu:
frizao escreveu:Correto Marino não te conheço como nada, infelizmente foi um erro de digitação meu. Quando vc tiver mais de 430 dias de mar vc vem e me corrige enquanto isso seu boy aguarda na disciplina.
Frizao, sou CMG da ativa e tenho a Medalha Mérito Marinheiro de 3 Âncoras.
Para os que não sabem, isso significa mais de 1000 dias de mar.
A medalha de 1 Âncora, que significa 500 dias, eu ganhei como 1º Tenente.

Frizao eu acho que você é um baita Bizonho kkkkkkkk esta foi a bizonhada do ano heim boy, não lhe ensinaram na MB que quando entra em águas rasas você terá que cuidar os bancos de areia?
Na próxima evite ser boca aberta antes do tempo, no DB só tem safo. :lol:




Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo.
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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#38 Mensagem por Strike7 » Ter Fev 09, 2010 10:25 am

Marino escreveu:
Strike7 escreveu: Gostaria de destacar este comentário do frizão. Para destacar exatamente a mudança de paradigmas por qual vem passando a Marinha do Brasil.

Como todos sabem, a escolha do A-12 foi basicamente extruturada na necessidade eminente de operar os caças AF-1. E como tal não necessitamos de qualquer análize mais profunda para saber que um navio com mais de 40 anos, não é muito mais do que um ''lixo flutuante''. Porém, vale destacar que é natural que quando um navio entra no final de seu ciclo operativo, se encerrem as manutenções preventivas, ninguem em sâ conciência vai gastar para modernizar um navio que em pouco tempo partirá para a reserva. Tanto que na situação que se encontrava o A-12, eu compreenderia que qualquer praça de primeira viagem, tenha notado uma grande diferença entre o A-11 e o A-12, exatamente porque quando aposentando, o A-11 ainda se encontrava em um estado de conservação muito bom, fruto exatamente da capacidade dos nosso marinheiros em manter toda a sua frota, sempre em exelentes condições, mesmo quando a grana é pouca.

O ponto em questão é que o PMG do A-12 já estava planejado quando o mesmo foi adquirido e sua entrada em PMG foi antecipada exatamente pelo acidente ocorrido. Causa exatamente da falta de manutenção preventiva.

O que vemos hoje, é exatamente o contrário. Não se tem mais aquela visão conservadora e extremamente decadente sobre a modernização dos meios. Vemos hoje a assinatura de grandes contratos para a contrução no Brasil de NOVOS meios para atender a necessidades FUTURAS.
Strike, a MB não possue lixos flutuantes.
Podemos ter navios antigos, mas perfeitamente válidos para nossas necessidades.
Aguarde o reinício das atividades do SP.
Incrível que quando o mesmo pertencia a MN, era um PA de país de primeiro mundo, da OTAN, etc.
Agora, modernizado, revitalizado, é lixo.
Vai entender.
Me desculpe marino mas creio que você não compreendeu o que eu quiz dizer...

Existe uma diferença entre o A-12 de hoje e o A-12 que chegou na MB, e isto não há dúvidas. Não se mede a idade do navio pelo casco... Mas o que eu quero dizer, é que, para qualquer praça, entrar no A-12, na situação que o mesmo se encontrava, justifica dizer que o mesmo era um lixo flutuante, justamente porque a França deixou de realizar manutenção preventiva antes de entrega-lo a MB. Porém não confunda as coisas, o A-12 de hoje é outro navio, tanto que passou por um PMG de mais de 4 anos, na minha visão este tempo é reflexo de uma extensa modernização.

Porém, tem de concordar, não era e nunca foi para a MB uma opção interessante, ficar fazendo compras de oportunidade. E hoje graças ao bom Deus, a situação mudou radicalmente.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#39 Mensagem por Cunha » Ter Fev 09, 2010 10:41 am

Marino escreveu:
Asteróide escreveu:Salve Paisano, comigo está tudo beleza, e contigo? Caro Marino tomará que a MB consiga mesmo ter esses meios que você disse, mas tem de ser logo. Agora se você puder, me tire uma du´vida, se os franceses oferecerem o Jeanne D'Arc barato, mas barato mesmo, tipo uns U$ 4.000.000 não valeria apena pegalo e fazer uma obra nele, afinal ele tem a mesma idade do NaEL São Paulo não? Um abraço a todos!
Caro Asteróide
A END mudou paradigmas nas FA.
Não somos mais compradores de sucata descartada por obsolescência em seus países de origem.

Isto, antes que eu lhe responda diretamente, precisa ficar claro.
Podemos até adquirir navios de pesquisa, p. ex, mas queremos construir os de combate, aqui no Brasil.
Lembre-se do que eu já escrevi: os planos das 3 FA foram aprovados integralmente pelo Lula/Dilma, integralmente.
Lhe respondendo: o JAc é um navio com eletrônica obsoleta, com mísseis obsoletos, a caldeira (escrevo de memória), quando todos os outros navios da MB (exceto o SP) são movidos a motor ou a turbinas.
Seria necessário efetuarmos um gasto inacreditável e não previsto, para termos como retorno algo muito baixo.
O SP e todos nossos anfíbios levam os helis de médio porte que ele pode levar.
Acredite, chega de lixo.
Cara, é muito bom ler este tipo de coisa.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#40 Mensagem por Marino » Ter Fev 09, 2010 11:10 am

Bom, temos que nos colocar no período temporal de aquisição do meio.
Pensar nele com as condições de hoje, trás uma distorção para os que não viveram o período.
Na época tínhamos o saudoso MG, do qual fui Chefe de Operações, operando com restrição de máquinas (lembrem dos argentinos nas malvinas), com um convoo restrito (mas usado pela perícia de nossos pilotos), mais um porta-helicópteros que um PA.
Quais eram as opções da época? Lembre-se de que a MB tinha adquirido os A-4 e retomado a operação de asa fixa, e não podia, na época ainda sob as "injunções políticas", perder a capacitação sob pena de nunca mais ter PA ou aviação embarcada (não falo de helis).
As opções eram PA americanos, que não cabiam em nenhum dique que dispúnhamos na MB, com uma tripulação em nº incompatível com a nossa Esquadra, com um custo imenso de manutenção e modernização (muitas vezes o SP), etc.
E tínhamos o Foch, em tamanho, deslocamento, tripulação, capacidade da ala aérea, tamanho do convoo, etc, compatível com o que necessitávamos.
Sabíamos MUITO bem das condições do navio.
Uma delegação da MB embarcou na África do Sul durante uma comissão do mesmo, e veio até o Rio inspecionando o navio.
Sabíamos das necessidades do mesmo, do tempo de reparo, dos custos envolvidos, etc. Mas víamos o quanto seria útil para a MB, para a aviação naval renascida a pouco, que precisava ser preservada a todo custo.
Hoje, como bem dito por vc, as questões são outras, a decisão de construir aqui, de dominar a tecnologia, os processos, de gerar empregos, de capacitar a indústria nacional, está tomada, e não vai ter volta.
Mas na época, foi a decisão mais acertada.
Sobre uma praça que embarca no SP, ou Oficial (vamos expandir), eu sou do tempo dos Contratorpedeiros Fletcher, Allan Summer e Guering, servi com orgulho nos mesmos, que foram uma verdadeira escola na MB (os bicos fino), mas que fechavam a água ao suspender, com banho de duração de 3 a 5 minutos por dia, onde dormi em cima da mesa de navegação (por falta de beliches) (e eu era Tenente), com eletrônica da década de 60 do século passado, sem estabilizadores (jogavam uma monstruosidade), com uma vida que não era para humanos.
E, apesar de tudo isso, tenho uma imensa saudade dos mesmos, forjavam homens de aço, um espírito de corpo enorme, um amor inexplicável por seus navios.
Então, quando uma praça, ou oficial, embarca hoje no SP, vai ter seu alojamento/camarote, ar condicionado, água aberta, rancho de primeira, um navio modernizado, uma aviação naval onde o horizonte apresenta imensa perspectiva, possibilidade de viajar para o exterior, enfim, realização profissional.
Mas parece que as facilidades enfraquecem o espírito.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#41 Mensagem por Strike7 » Ter Fev 09, 2010 11:19 am

Marino escreveu:Bom, temos que nos colocar no período temporal de aquisição do meio.
Pensar nele com as condições de hoje, trás uma distorção para os que não viveram o período.
Na época tínhamos o saudoso MG, do qual fui Chefe de Operações, operando com restrição de máquinas (lembrem dos argentinos nas malvinas), com um convoo restrito (mas usado pela perícia de nossos pilotos), mais um porta-helicópteros que um PA.
Quais eram as opções da época? Lembre-se de que a MB tinha adquirido os A-4 e retomado a operação de asa fixa, e não podia, na época ainda sob as "injunções políticas", perder a capacitação sob pena de nunca mais ter PA ou aviação embarcada (não falo de helis).
As opções eram PA americanos, que não cabiam em nenhum dique que dispúnhamos na MB, com uma tripulação em nº incompatível com a nossa Esquadra, com um custo imenso de manutenção e modernização (muitas vezes o SP), etc.
E tínhamos o Foch, em tamanho, deslocamento, tripulação, capacidade da ala aérea, tamanho do convoo, etc, compatível com o que necessitávamos.
Sabíamos MUITO bem das condições do navio.
Uma delegação da MB embarcou na África do Sul durante uma comissão do mesmo, e veio até o Rio inspecionando o navio.
Sabíamos das necessidades do mesmo, do tempo de reparo, dos custos envolvidos, etc. Mas víamos o quanto seria útil para a MB, para a aviação naval renascida a pouco, que precisava ser preservada a todo custo.
Hoje, como bem dito por vc, as questões são outras, a decisão de construir aqui, de dominar a tecnologia, os processos, de gerar empregos, de capacitar a indústria nacional, está tomada, e não vai ter volta.
Mas na época, foi a decisão mais acertada.
Sobre uma praça que embarca no SP, ou Oficial (vamos expandir), eu sou do tempo dos Contratorpedeiros Fletcher, Allan Summer e Guering, servi com orgulho nos mesmos, que foram uma verdadeira escola na MB (os bicos fino), mas que fechavam a água ao suspender, com banho de duração de 3 a 5 minutos por dia, onde dormi em cima da mesa de navegação (por falta de beliches) (e eu era Tenente), com eletrônica da década de 60 do século passado, sem estabilizadores (jogavam uma monstruosidade), com uma vida que não era para humanos.
E, apesar de tudo isso, tenho uma imensa saudade dos mesmos, forjavam homens de aço, um espírito de corpo enorme, um amor inexplicável por seus navios.
Então, quando uma praça, ou oficial, embarca hoje no SP, vai ter seu alojamento/camarote, ar condicionado, água aberta, rancho de primeira, um navio modernizado, uma aviação naval onde o horizonte apresenta imensa perspectiva, possibilidade de viajar para o exterior, enfim, realização profissional.
Mas parece que as facilidades enfraquecem o espírito.
Novamente, eu gostaria de destacar que nunca achei a opção de adquirir o A-12, como sendo errada, pelo contrário, analizando o contexto esta era a única opção. Mas isto não significa que por ser a única opção esta foi exepcional, pelo contrário, o A-12 era um navio ultrapassado e que estava sendo desativado na sua marinha de origem, é claro que ele tem total capacidade de operar e atender as necessidas da MB. Mas se a época houvesse o mesmo interesse que há hoje, o A-12 jamais seria adquirido. E quiçá, teriamos hoje um A-20, como um indice de nacionalização extraordinário, apto a receber todos os aviões embarcados em operação no mundo, e capaz de proporcionar ainda mais conforto e segurança a nossa tripulação.

O que eu gostaria de destacar também é o fato de a MB executar toda a modernização em solo Brasileiro, este foi sem dúvida um dos melhores exemplos de que o Brasil tem uma louvavel industria naval, com engenheiros gabaritados e aptos a produzir o que for, com o aporte de recursos necessários.




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#42 Mensagem por lobo_guara » Ter Fev 09, 2010 3:34 pm

Se fosse para adquirir um capitânea de segunda-mão para a 2ª Esquadra a ser baseado no nordeste eu particularmente escolheria o RFA Argus da Royal Fleet Auxiliary, muito mais novo do que o navio francês (foi totalmente reconstruído em 1988 quando foi convertido para navio aerodrômo) e acredito muito mais capaz, pois sofreu um modernização em 2007 quando foi instalado um moderno centro hospitalar embarcado (não precisáriamos estar de carona com os italianos agora). Também acredito que poderia ser utilizado como centro de comando, pois deve haver espaço suficiente para isso.




Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a única arte que compete a quem comanda. (Machiavelli)
Hader

Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#43 Mensagem por Hader » Ter Fev 09, 2010 3:46 pm

Marino escreveu:Bom, temos que nos colocar no período temporal de aquisição do meio.
Pensar nele com as condições de hoje, trás uma distorção para os que não viveram o período.
Na época tínhamos o saudoso MG, do qual fui Chefe de Operações, operando com restrição de máquinas (lembrem dos argentinos nas malvinas), com um convoo restrito (mas usado pela perícia de nossos pilotos), mais um porta-helicópteros que um PA.
Quais eram as opções da época? Lembre-se de que a MB tinha adquirido os A-4 e retomado a operação de asa fixa, e não podia, na época ainda sob as "injunções políticas", perder a capacitação sob pena de nunca mais ter PA ou aviação embarcada (não falo de helis).
As opções eram PA americanos, que não cabiam em nenhum dique que dispúnhamos na MB, com uma tripulação em nº incompatível com a nossa Esquadra, com um custo imenso de manutenção e modernização (muitas vezes o SP), etc.
E tínhamos o Foch, em tamanho, deslocamento, tripulação, capacidade da ala aérea, tamanho do convoo, etc, compatível com o que necessitávamos.
Sabíamos MUITO bem das condições do navio.
Uma delegação da MB embarcou na África do Sul durante uma comissão do mesmo, e veio até o Rio inspecionando o navio.
Sabíamos das necessidades do mesmo, do tempo de reparo, dos custos envolvidos, etc. Mas víamos o quanto seria útil para a MB, para a aviação naval renascida a pouco, que precisava ser preservada a todo custo.
Hoje, como bem dito por vc, as questões são outras, a decisão de construir aqui, de dominar a tecnologia, os processos, de gerar empregos, de capacitar a indústria nacional, está tomada, e não vai ter volta.
Mas na época, foi a decisão mais acertada.
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E, apesar de tudo isso, tenho uma imensa saudade dos mesmos, forjavam homens de aço, um espírito de corpo enorme, um amor inexplicável por seus navios.
Então, quando uma praça, ou oficial, embarca hoje no SP, vai ter seu alojamento/camarote, ar condicionado, água aberta, rancho de primeira, um navio modernizado, uma aviação naval onde o horizonte apresenta imensa perspectiva, possibilidade de viajar para o exterior, enfim, realização profissional.
Mas parece que as facilidades enfraquecem o espírito.
Do célebre poema de Whitman sobre Lincon, mas que cabe muy bem aqui, cingindo as memórias do nosso CMG...

O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring

Saudações pelos belos textos Marino!




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Re: Um capitânea para a Base Naval do Norte.

#44 Mensagem por Marino » Ter Fev 09, 2010 4:12 pm

O Captain! My Captain! nossa viagem medonha terminou;
O navio tem todas as tormentas, o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem os olhos a firme quilha, o navio sombrio e ousadia
[009]




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#45 Mensagem por Marino » Ter Fev 09, 2010 5:13 pm

Carlos Maurício, obrigado.




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