Palpiteiro escreveu:Caros,
As vezes, ao ler opiniões de alguns colegas desse fórum, chego a pensar que estou vivendo em outro país.
Afirmações de que a falta de dinheiro pode ser resolvida com "pensar grande", que devemos ter uma força aérea em condições de competir com países desenvolvidos, etc, etc, me levam a imaginar como seria se este fórum fosse sobre Saúde Pública.
Nesse caso, deveríamos deixar de "pensar pequeno" e a solução da saúde do povo brasileiro seria construir um "Albert Einstein" em cada cidade.
Problemas de saneamento? bobagem. Os esgotos de Paris servem como referência!
Talvez uma END para a área da saúde pudesse resolver. Bastaria que o Ministério da Saúde dançasse a sua musiquinha.
Ironias a parte, informo a esses colegas que estamos no Brasil. No caso da FAB, grande parte das suas aeronaves estão indisponíveis por falta de recursos.
Recursos para aquisição de aeronaves (grandes programas) são custeados diretamente pelo governo. Entram de forma específica no orçamento anual. Não oneram o dia a dia da Força.
Para a vida vegetativa e para o suprimento e manutenção de aeronaves, a FAB conta somente com os recursos orçamentários, que como todos sabem, são escassos e constantemente contingenciados.Por isso, sem querer criticar ou tentar inibir opiniões de qualquer membro desse fórum, que foi criado especificamente para isso, ouso lembrar que as críticas aos que comandam a FAB deve ser mais criteriosa, pois os que tem os problemas nas mãos tem, também, a melhor perspectiva para as suas soluções.
Palpiteiro
Não havia visto teu post,desculpem se é OffT.
Tenho que concordar com você.
O que eu grifei,já é,e vai continuar a ser a pedra no meu sapato,para os próximos anos sempre que eu olhar a situação das FAs no Brasil. Tudo se resume ao que é política de “Estado” e o que é política de “Governo”.Só quando os orçamentos forem vinculados e suficientes para a manutenção da excelência e operacionalidade das FAs, é que poderemos dizer que temos uma política de defesa perene de “Estado”.
Não adianta ter dinheiro para comprar carro importado zero, se não tem para o IPVA,seguro e gasolina Só se for para o vizinho ver na garagem e gerar envidia ,o que torna o mesmo um objeto inútil,só bonito de se ver,menos para o vizinho.
A parte a “ironia” forçada do seu comentário, soa até com uma “graça macabra” a tal END para a Saúde,pois no caso desta,o processo foi inverso,primeiro cria-se a vinculação de verbas,mas a reestruturação e planejamento do sistema de saúde nós fazemos depois,o então Min. Adib Jatene tinha preocupação com a garantia de recursos para a Saúde que fossem “vinculados”,lembram da CPMF,e conseguiu,pena que o montante vinculado,tenha sido abatido do Orçamento na seqüência,ou seja a intenção foi fantástica,a realização com o auxilio da área econômica do governo foi “funesta”,contingenciamento na cabeça.Com uma canetada técnica e safada acabaram com a festa, da verba vinculada e da reestruturação
que não saiu até hoje. Levemos também isso em conta, pois se com o
bem da saúde, que gera votos, os caras fizeram essa safadeza, com a questão da Defesa que para muitos é fútil, inútil e desperdício puro, já fazem e podem fazer muito mais safadezas.
A MB ainda vive na péle esta questão, enquanto isso prefeitos de tudo quanto é cidadezinha, recebem seus royaltis e criam seus latifúndios de corrupção, sem contingenciamento algum, estamos aguardando...que finalmente isso mude para a MB,pois só o projeto do SNB tem maturação de 15 anos(Quase 4 mandatos!).
A END parte de uma premissa na minha opinião, mais lógica, as treis forças fazem a análise e diagnóstico de sua situação, montam seus relatórios de necessidades de hoje e planejamentos futuros. Se alocam verbas para as necessidades de hoje, isso tem que se dizer é inédito,e ai as do futuro...ai pode ser que seja a reprise de um filme antigo de humor negro,pois o futuro vai necessitar do que já não existe hoje, no presente, de:1) verbas perenes para manutenção e operação dos meios novos e dos já existentes,2)para os custos vegetativos,3)mais a previsão e viabilização para os que deverão ser adquiridos e tudo isso vinculado e garantido.
A primeira parte da equação está em andamento, mais uma vez isso é inédito, mas é obra “desse” governo, que é passageiro, para que a 2.a e 3.a partes venham a se tornar críveis é necessário que saltemos de uma política “desse” “Governo” para uma política de “Estado”,ai está a importância de
entendimento e compreensão do que é a END e seus objetivos, pela classe política.
Será que a nossa classe política, a responsável por esse futuro salto, mas que tem por tradição ser despreparada, fisiológica e rasteira com assuntos referentes a Defesa,vai se erguer das profundezas da mediocridade óbvia das nomeações de ruas,pracinhas e cunhados e da luta partidária mesquinha,e conseguir enxergar o país não como um ente abstrato e provedor de mordomias e negociatas, mas como uma nação a ser preservada na sua integridade e grandeza?
Para um "otimista" escaldado como eu, é difícil de acreditar, mas para que as questões da defesa sejam definitivamente resolvidas é o único caminho, e é o mais pedregoso.
Sds.