Ifex escreveu:rodrigo escreveu: De acordo. Enquanto não houver um controle rigoroso de entrada de armas no país, não é culpa de nenhum país fabricante. E a repressão incompleta ao contrabando de armas acaba por beneficiar o contrabandista mais ousado, porque o preço do produto vai compensar muito o risco. A estimativa do preço de venda desse barret apreendido é de R$ 125.000. A munição é mais fácil, pode ser desviada das FFAA. E se por um passe de mágica conseguíssemos deter o contrabando de armas proveniente dos EUA, as armas viriam da China, Rússia, Israel, África do Sul... Enquanto houver demanda, somada ao dinheiro farto do tráfico de drogas, e gente disposta ao risco, vai continuar havendo entrada de armas.
Concordo, a culpa não é de quem fabrica, muito menos de quem permite fabricar, a questão é de onde tira-se dinheiro para tais aquisições, ou seja, do tráfico... será que grandes operações em fronteiras e também grandes operações militares nas comunidades carentes dominadas pelo tráfico em busca de narcóticos e armamentos não diminuiria isso? será que existe a possibilidade do governo colômbiano dar a devida importância a produção de narcóticos dentro do seu próprio território? É aceitável para um país "soberano" como a colômbia não realizar incurções militares constra as FARC? E o Paraguai? qual é o rumo que toma uma nação que admite uma terra de ninguém dentro do seu território? e quanto aos usuários de drogas? o que dizer?
Eu não entendo muito essa lógica. Os EUA não conseguem proteger a fronteira deles, como nós vamos fazer isso? Eximi-los da culpa pela falta de controle deles não me parece correto. Ifex, eu não quero que eles abram mão de nenhum direito. Tô ... e andando pro american way of life. Eu quero que eles controlem a saída dessas armas do país deles para ajudar a garantir os MEU direito de viver aqui. Que vendam à vontade por lá, mas impeçam que venha pra cá. É simples. Se os EUA não conseguem controlar a saída das armas, não seremos nós que vamos conseguir controlar a entrada.
Se for cada um com seus problemas, vou então me reservar ao direito de questionar qualquer esforço brasileiro de impedir o tráfico de drogas para eles. Eles que se virem por lá. Ou ainda, qualquer esforço que por ventura possa ser feito para impedir um ataque terrorista, pois isso é problema deles. Se é essa a visão ideal de mundo, tudo bem. Mas tem que valer para os dois lados. Agora, se nós aqui temos que tentar impedir a todo custo o tráfico de entorpecentes para lá. Se nós aqui estamos dispostos a participar dos esforços contra o terrorismo, seja em ações práticas futuras ou congelando ativos suspeitos de financiarem células terroristas, me parece justo querer que eles tenham um mínimo de controle sobre o que está saindo do seu país.
Rodrigo, pode ser que a repressão incompleta acabe por beneficiar o contrabandista. Mas se o preço sobe, diminui a capacidade do crime em adquirir esses armamentos. Não é qualquer um que pode pagar 125 mil reais por um Barret. Por isso mesmo, é preciso que os esforços sejam feitos na entrada e na saída. Concordo com o raciocínio de que enquanto houver procura vá haver oferta, isso vale para armas ou drogas. Mas se, como dito, 99,9% (claro que sei que não é uma estatística formal) das armas vêm dos EUA, me parece justo crer que lá seja o primeiro lugar onde deveria haver esse tipo de esforço. Se mudar o fornecedor, os esforços deverão ser feitos no novo país.
O que me parece interessante ressaltar é que o esforço contra o tráfico, seja de armas, drogas ou de mulheres não é um problema que poderá ser resolvido de forma isolada. Se o tráfico é mundial e envolve organizações em vários países, são esses vários países que têm que trabalhar para conter isso. O lado mais cruel do flagelo do tráfico sobra sempre para o mais fraco, ou seja, os países em desenvolvimento, com menos recursos financeiros, com níveis mais altos de corrupção. O Brasil precisa sim fazer a sua parte. Nossa repressão é falha, nossas políticas sociais são falhas, etc, etc, etc. Mas os outros também precisam fazer a deles. Enquanto isso não for assim, vou continuar acreditando que estaremos enxugando gelo.