#2369
Mensagem
por Carlos Mathias » Dom Set 07, 2008 6:38 pm
O mais impressionante é essa tentativa de separar as doutrinas no mundo de hoje em tudo ou nada, como se um lado vivesse isolado do outro num mundo de internet, globalização e comunicações instantâneas. Quer dizer, nós aqui no DB sabemos de tudo isso, mas a Rússia, que deve viver em Marte, não sabe de nada, apesar de exportar cada dia mais e mais armas e aprsentar avanços tecnológicos em iguais níveis de qualquer país, excessão os EUA. Basta ver que é o segundo país a oferecer para venda um radar AESA num caça, o MIG-35.
Ou seja, vivemos em dois planetas distintos e a espionagem militar acabou depois da França criar o Rafale e o conceito de radar fraco e AWACS onipresente. É ótimo, desde que se tenha um AWACS NO MÍNIMO 24Hs no ar sobre todos os espaços aéreos de um país, ou que todos estejam sempre a menos de 100Km do RBE-2.
A Rússia opera o conceito de datalink e rede desde o advento do MIG-31, sempre operou seus caças por vetoração radar e mesmo pilotagem automática, e mais, até mesmo disparo de armas. Eles tanto sabem da importância dos AWACS que fabricam armas específicas para abater esses aviões. E aí, quem tem radar fraquinho vai ficar de calças na mão.
Os MIG-31 já usavam táticas de combate em rede com formações em linha de frente com todos os caças linkados e atuando em harmonia, cada um absorvendo dados do radar de outro, formando frentes de mais de 800Km de varredura, com radares capazes de detectar mísseis de cruzeiro voando rente ao solo, o pior dos cenários.
Portanto, falar que a França só começou a usar isso nos anos 90 é na verdade é um libelo ao atraso tecnológico e doutrinário.
Além de tudo isso, falar em guerra em redes e radar fraquinho é ótimo, desde que se tenha o tão necessário AWACS na hora e no momento exato do combate, sempre e 24Hs do dia, 365 dias do ano. Como todos nós sabemos que isso é praticamente impossível, mesmo para os EUA, no remetemos ao nosso querido Brasil e seus parcos 5 AWACS. Destes cinco, quantos estarão no ar 24Hs por dia e em todos os lugares de um TO? E se estivermos falando do TOA é pior.
Portanto, caças com radares cada vez mais potentes e de maior alcance são a tônica e o objetivo de TODOS os países do mundo, menos da França, segundo as palavras de nossos colegas. Isso significa que TODOS os outros países operam doutrinas dos anos 70? Não, significa que TODOS os outros países sabem que não se pode contar com um AWACS em todos os lugares e em todos os momentos. Na hora que o valiosíssimo AWACS não estiver presente, o piloto vai depender de um bom radar com muito alcance, muitos mísseis para gastar, muito tempo de combate e desempenho de vôo o melhor possível. O resto é blá, blá, blá, é querer mostrar que o mundo está errado e apenas um está certo.