Mapinguari escreveu:
Orestes,
É claro que vi, sim, matérias pagas por aí. Principalmente em relação ao Rafale e ao Su35.
Além disso, o que eu queria saber, você já respondeu. Lamento apenas que você diga que apresento em meu trabalho "informações não críveis", o que é uma forma polida de dizer que minto. Mas, tudo bem, é a vida. Não perco um minuto de sono, pois tenho minha consciência limpa. Não faço lobbies, embora tenha minha preferência pessoal, claro.
E, como disse ao Fábio em outro tópico, nem me preocupo mais quanto ao resultado do F-X e outras compras, pois já sei que não vai dar Gripen C ou NG, mesmo.
Enquanto discutimos e quase chegamos às vias de fato - algo que de forma alguma é do meu caráter - a francesada toma conta e, mais uma vez, vamos dar com os burros n'água e ficar reféns deles.
Meu pensamento sobre o Gripen é que vamos perder a chance de comprar um avião que, se na versão C/D já era ótimo, na versão NG, na falta de um adjetivo melhor, desculpem-me, é simplesmente do caralho! É por isso que, tenho certeza, nunca vamos comprá-lo. Vai dar Rafale.
Não sei nem como a FAB, nos anos 70, comprou o F-5, outro puta avião, guardadas as devidas proporções. Poderia ter sido pior e termos nos enchido de Mirage III/5...
Alexandre,
não disse que você mente, disse que você escreveu em seu trabalho informações de vendedores. Explico de forma bem clara: quando fui escrever um artigo para a T&D, fui colocado em contato com os representantes da LM. Os caras me disseram com todas as letras, e escrito, caso eu quisesse, que o F-35 tem seu preço de 70 milhões de dólares a unidade (caça pelado), que integrariam os nossos armamentos por conta deles (risível isso), que entregariam o caça à FAB a partir de 2013 (incluindo este ano), etc. Achei que seria sério da minha parte não escrever estas coisas que ninguém acreditaria, pois eu mesmo não acredito (e disse isto aos caras, mesmo que eles fossem insistentes e querendo "provar" por escrito, ou seja, se comprometendo com as informações).
É o que digo sempre, a maior credibilidade não está em dizer tudo o que se ouve por aí, mas evitar colocar o seu nome em jogo quando se esbarra em informações que ninguém acreditaria, mesmo o mais apaixonado pelo produto.
Desculpe-me pela franqueza, o seu texto retrata sentimentalismo pessoal sobre o caça, podia e deveria ter evitado escrever certas coisas que os fabricantes sempre afirmam, mas que não procedem pelos excessos que cometem e sempre. O seu erro, se me permite mais uma vez a franqueza (como crítica construtiva, claro) é ter sido porta-voz de fabricantes, ter sido assim parcial e não ter deixado que o leitor concluísse o que quisesse. O benefício da dúvida é a ferramente essencial nestas horas, pois a parcialidade pode enterrar de vez o nome de uma pessoa.
Entenda, aqui neste fórum e em outros, podemos e devemos externar nossas opiniões e preferências, mas em trabalhos formais, nunca!!! No meu entendimento pessoal, seria inconcebível assistir uma partida de futebol televisionada, onde o narrador demonstrasse descaradamente sua preferência por um dos times (retiro, em partes, quando se trata da seleção do país do narrador, mas...). Cabe ao telespectador torcer e analisar o jogo, cabe ao narrador, apenas narrar o óbvio, as conclusões é de quem assiste.
Entenda, amigo Alexandre (o tenho como um), as minhas críticas, ácidas até, desrespeitosas inclusive (pois não deveríamos confabular isso no fórum aberto), apenas sugerem (e não impõe) que deveria apenas se preocupar com estas nuances passionais, pois várias pessoas lêem nossos trabalhos, e que a credibilidade se conquista ou se perde através dos leitores. Não estou ensinando padre a rezar missa, apenas estou comentando a missa já rezada, compreenda.
Por fim, minha opinião sobre o Gripen: é a minha segunda opção atualmente, prefiro uma proposta franca e "honesta" sobre o que o caça é de fato, e que sabemos, cumprirá o prometido, do que uma aventura francesa e seu caça que promete mundos e fundo e que ninguém acredita que será tudo aquilo.
Odeio ouvir argumentos (me desculpem os amigos e colegas) do tipo: um Rafale deixaria a FAB em condições 100 vezes melhor do que está atualmente. Isto é conversa pra boi dormir, se isto fosse verdade, melhor seria comprar algumas dezenas de F-16 block 50/52 na prateleira, a preços baixos (isto é fato), pois nos deixaria em situação que nunca tivemos antes.
O importante é comprar algo a nossa altura agora, com o que nosso dinheiro pode pagar, com a certeza que estaríamos seguros nos próximos 10-15 anos (sem as modernizações), e com estes caças muito bem armados. Prefiro o SU-35 BM por ser um caça mais pesado, relativamente barato e por impor algum respeito. Se não for possível por algum motivo (político, diplomático, técnico, etc.), que venha o Gripen NG. Ponto!
Caças americanos são bons, mas pelas circunstâncias atuais, acho que seriam um grande erro comprar caças de alguém que anda de olho para nosso subsolo. Ainda mais se eles se "empolgarem" e resolverem melar as entregas (seja dos caças, seja de componentes que seriam montados no País).
Rafale??? Não acredito neste caça, e no fundo, nem os franceses mais acreditam, deu o que tinha que dar, os projetos podem dar errado, mesmo que sejam cuidadosamente projetados para se evitar problemas futuros.
Jamais, repito, jamais me sentiria honrado se a FAB comprar o Rafale, serei um eterno crítico, ainda mais com a ponta do iceberg se apresentando atualmente. Não quero perder amigos dentro desta Força, mas se for preciso, irei a diante, pois os fabianos botam pijamas muito cedo, e eu, não!!! Ah, nem paletó de defunto!!
Grande abraço,
Orestes
PS: espero que tenha compreendido meu ponto de vista e não se incomode com uma crítica que hoje pode ferir, mas amanhã tenho certeza que não. Se quiser continuar este papo, será um grande prazer, mas sugiro que seja via MP ou email (aí um xinga o outro!
).