Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Moderador: Conselho de Moderação
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Realmente,a invasão "silenciosa" é muito mais preocupante .
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Minc: Guarda Nacional Ambiental atuará no 2º semestre
Marina Mello
Direto de Brasília
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o Ministério da Justiça confirmou a criação da Guarda Nacional Ambiental para conter o desmatamento no País, em especial na região da Amazônia. Segundo Minc, "ele (Tarso) me disponibilizou 500 homens especializados em ações ambientais que vão dar sustentação a ações conjuntas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) e da Polícia Federal", disse. A guarda começará a atuar no segundo semestre deste ano.
Entre as medidas anunciadas pelo ministério para conter os índices de desmatamento, Minc citou uma chamada por ele de "boi pirata". Segundo o ministro, as autoridades vão começar a apreender gado ilegal para conter os índices de desmatamento no País.
"É o chamado boi pirata, o gado encontrado em área ilegal, que não está regularizada do ponto de vista ambiental e que será apreendido por nós", disse. De acordo com o ministro, as ações de apreensão serão feitas em conjunto com a Polícia Federal e serão iniciadas ainda neste mês. Minc acredita que, com isso já será possível se obter bons resultados no futuro já que, na visão dele, a produção de soja e de carne é responsável por grande parte do desmatamento.
"Como já se sabe, o avanço do gado em áreas de fronteira é responsável por 70 ou 80% do desmatamento", afirmou. Minc disse ainda que o gado apreendido poderá ser doado para o programa Fome Zero. "Vamos diminuir o desmatamento e ainda alimentar alguém", defendeu.
Além da criação da Guarda Nacional, e da apreensão de gado criado em área ilegal, as siderúrgicas, madeireiras, serrarias e qualquer empresa do agronegócio, terão de informar ao Ibama a origem do produto que vão revender.
Minc acredita que, com isso, será possível se chegar às regiões onde existe exploração ilegal. Ele explica que todas as empresas serão notificadas pelo Ibama a passar a informação. "Se uma madeireira compra madeira ilegal ela é responsável por isso, se alguém compra soja em área embargada também. Hoje em dia os grandes compram dos pequenos na ilegalidade e lavam as mãos em águas poluídas", disse.
O ministro avalia que essas ações não terão efeito imediato, mas no futuro poderão contribuir na diminuição dos índices de desmatamento.
Redação Terra
Marina Mello
Direto de Brasília
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o Ministério da Justiça confirmou a criação da Guarda Nacional Ambiental para conter o desmatamento no País, em especial na região da Amazônia. Segundo Minc, "ele (Tarso) me disponibilizou 500 homens especializados em ações ambientais que vão dar sustentação a ações conjuntas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) e da Polícia Federal", disse. A guarda começará a atuar no segundo semestre deste ano.
Entre as medidas anunciadas pelo ministério para conter os índices de desmatamento, Minc citou uma chamada por ele de "boi pirata". Segundo o ministro, as autoridades vão começar a apreender gado ilegal para conter os índices de desmatamento no País.
"É o chamado boi pirata, o gado encontrado em área ilegal, que não está regularizada do ponto de vista ambiental e que será apreendido por nós", disse. De acordo com o ministro, as ações de apreensão serão feitas em conjunto com a Polícia Federal e serão iniciadas ainda neste mês. Minc acredita que, com isso já será possível se obter bons resultados no futuro já que, na visão dele, a produção de soja e de carne é responsável por grande parte do desmatamento.
"Como já se sabe, o avanço do gado em áreas de fronteira é responsável por 70 ou 80% do desmatamento", afirmou. Minc disse ainda que o gado apreendido poderá ser doado para o programa Fome Zero. "Vamos diminuir o desmatamento e ainda alimentar alguém", defendeu.
Além da criação da Guarda Nacional, e da apreensão de gado criado em área ilegal, as siderúrgicas, madeireiras, serrarias e qualquer empresa do agronegócio, terão de informar ao Ibama a origem do produto que vão revender.
Minc acredita que, com isso, será possível se chegar às regiões onde existe exploração ilegal. Ele explica que todas as empresas serão notificadas pelo Ibama a passar a informação. "Se uma madeireira compra madeira ilegal ela é responsável por isso, se alguém compra soja em área embargada também. Hoje em dia os grandes compram dos pequenos na ilegalidade e lavam as mãos em águas poluídas", disse.
O ministro avalia que essas ações não terão efeito imediato, mas no futuro poderão contribuir na diminuição dos índices de desmatamento.
Redação Terra
- Anderson TR
- Sênior
- Mensagens: 767
- Registrado em: Qui Mar 13, 2008 10:20 pm
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Amazônia, adeus
SÉRGIO N. LOPES
A campanha para internacionalizar a Amazônia agora se esconde sob o manto da criação da "Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente". O movimento é comandado pela França, com apoio de gregos e troianos, e se fortalece diante da ineficiência do governo brasileiro na preservação da Amazônia. O presidente Luiz 2 (quase 3) está trocando ministro, mas não adianta nada. Quando criarem essa ONU do Meio Ambiente, ficará facilitado o desembarque dos marines. Aí, será tarde demais.
SÉRGIO N. LOPES
A campanha para internacionalizar a Amazônia agora se esconde sob o manto da criação da "Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente". O movimento é comandado pela França, com apoio de gregos e troianos, e se fortalece diante da ineficiência do governo brasileiro na preservação da Amazônia. O presidente Luiz 2 (quase 3) está trocando ministro, mas não adianta nada. Quando criarem essa ONU do Meio Ambiente, ficará facilitado o desembarque dos marines. Aí, será tarde demais.

Jesus Cristo meu Senhor -"O Leão da tribo de Judah"!!!
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
02/06/2008 - 20h16
Sueco que comprou terras na Amazônia pode prestar esclarecimentos ao Senado
Líder do PSDB apresentou pedido de convocando diretor da ONG Cool Earth, Johan Eliasch.
Arthur Virgílio quer que diretor da Abin também fale ao Senado; decisão sai na quinta (5).
JEFERSON RIBEIRO
Do G1, em Brasília
entre em contato
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), apresentou à Comissão de Relações Exteriores um requerimento convidando o empresário sueco Johan Eliasch para prestar explicações por compra de terras na Amazônia.
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), requereu à Comissão de Relações Exteriores da Casa que convide o diretor da ONG Cool Earth, Johan Eliasch, para explicar a compra de terras na Amazônia. O empresário sueco revelou a compra do território brasileiro ao programa "Fantástico", no domingo (1º).
O requerimento convida também o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, para revelar o que a Abin sabe sobre as atividades de Eliasch no Brasil.
Para que o sueco e o diretor-geral da Abin prestem esclarecimentos ao Senado, o requerimento ainda precisa ser aprovado na próxima reunião da Comissão de Relaçoes Exteriores, marcada para quinta-feira (5).
Sueco que comprou terras na Amazônia pode prestar esclarecimentos ao Senado
Líder do PSDB apresentou pedido de convocando diretor da ONG Cool Earth, Johan Eliasch.
Arthur Virgílio quer que diretor da Abin também fale ao Senado; decisão sai na quinta (5).
JEFERSON RIBEIRO
Do G1, em Brasília
entre em contato
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), apresentou à Comissão de Relações Exteriores um requerimento convidando o empresário sueco Johan Eliasch para prestar explicações por compra de terras na Amazônia.
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), requereu à Comissão de Relações Exteriores da Casa que convide o diretor da ONG Cool Earth, Johan Eliasch, para explicar a compra de terras na Amazônia. O empresário sueco revelou a compra do território brasileiro ao programa "Fantástico", no domingo (1º).
O requerimento convida também o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, para revelar o que a Abin sabe sobre as atividades de Eliasch no Brasil.
Para que o sueco e o diretor-geral da Abin prestem esclarecimentos ao Senado, o requerimento ainda precisa ser aprovado na próxima reunião da Comissão de Relaçoes Exteriores, marcada para quinta-feira (5).
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
O Globo
Assunto: O País
Título: Minc anuncia ofensiva contra 'boi pirata'
Data: 03/06/2008
Crédito: Bernardo Mello Franco
Ministro diz que vai apreender gado de pastagens ilegais e conter expansão agrícola
Bernardo Mello Franco
BRASÍLIA. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou ontem que a nova alta no desmatamento da Amazônia é preocupante e tende a piorar nos próximos meses, por causa da falta de chuvas e do aumento das queimadas. Ele atribuiu o movimento das motosserras à elevação dos preços da carne e da soja, mas evitou novas críticas ao governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, maior porta-voz do agronegócio entre os aliados do presidente Lula. Minc anunciou novas medidas para tentar conter as derrubadas: a apreensão do gado criado em pastagens ilegais e a criação de um "cinturão verde" para impedir a expansão da pecuária na floresta.
- O dado é preocupante. Não vamos brigar com o termômetro e não queremos chorar a seiva derramada. Vamos agir. O tempo é curto.
Nos dados do Inpe, Minc ressaltou que o desmatamento nos últimos oito meses já ultrapassou o registrado em 12 meses do período anterior.
- É muito pior do que parece. Ainda faltam os meses brabos.
O ministro anunciou uma ofensiva contra o "boi pirata", como batizou a pecuária em pastagens abertas ilegalmente, e prometeu mobilizar fiscais do Ibama para apreender cabeças de gado e doar a carne ao Fome Zero.
- Mais de 80% do desmatamento têm a ver com gado. O mais importante é acabar com a impunidade ambiental. Vamos apreender o boi pirata.
Segundo Minc, o presidente Lula anunciará, na quinta-feira, a criação de novas unidades de conservação para formar um "cinturão verde" e conter a expansão da fronteira agrícola sobre a floresta. Duas dessas reservas serão homologadas no Sul do Amazonas. Segundo Minc, o ministro da Justiça, Tarso Genro, prometeu ceder 500 homens da Força Nacional de Segurança para a proteção da floresta. O grupo atuaria a partir do segundo semestre, como um embrião da Guarda Ambiental que ele planeja criar.
O ministro contou ter ligado para o governador para se explicar pelas declarações publicadas ontem no GLOBO, e chegou a fazer elogios à política ambiental de Mato Grosso. Na entrevista, Minc disse que Maggi foi derrotado por ele e está isolado.
- Há conflitos que são naturais e serão dirimidos. Ele reconheceu que temos que fazer um esforço redobrado e, por orientação do presidente Lula, vamos trabalhar juntos. É ordem do presidente - disse.
Assunto: O País
Título: Minc anuncia ofensiva contra 'boi pirata'
Data: 03/06/2008
Crédito: Bernardo Mello Franco
Ministro diz que vai apreender gado de pastagens ilegais e conter expansão agrícola
Bernardo Mello Franco
BRASÍLIA. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou ontem que a nova alta no desmatamento da Amazônia é preocupante e tende a piorar nos próximos meses, por causa da falta de chuvas e do aumento das queimadas. Ele atribuiu o movimento das motosserras à elevação dos preços da carne e da soja, mas evitou novas críticas ao governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, maior porta-voz do agronegócio entre os aliados do presidente Lula. Minc anunciou novas medidas para tentar conter as derrubadas: a apreensão do gado criado em pastagens ilegais e a criação de um "cinturão verde" para impedir a expansão da pecuária na floresta.
- O dado é preocupante. Não vamos brigar com o termômetro e não queremos chorar a seiva derramada. Vamos agir. O tempo é curto.
Nos dados do Inpe, Minc ressaltou que o desmatamento nos últimos oito meses já ultrapassou o registrado em 12 meses do período anterior.
- É muito pior do que parece. Ainda faltam os meses brabos.
O ministro anunciou uma ofensiva contra o "boi pirata", como batizou a pecuária em pastagens abertas ilegalmente, e prometeu mobilizar fiscais do Ibama para apreender cabeças de gado e doar a carne ao Fome Zero.
- Mais de 80% do desmatamento têm a ver com gado. O mais importante é acabar com a impunidade ambiental. Vamos apreender o boi pirata.
Segundo Minc, o presidente Lula anunciará, na quinta-feira, a criação de novas unidades de conservação para formar um "cinturão verde" e conter a expansão da fronteira agrícola sobre a floresta. Duas dessas reservas serão homologadas no Sul do Amazonas. Segundo Minc, o ministro da Justiça, Tarso Genro, prometeu ceder 500 homens da Força Nacional de Segurança para a proteção da floresta. O grupo atuaria a partir do segundo semestre, como um embrião da Guarda Ambiental que ele planeja criar.
O ministro contou ter ligado para o governador para se explicar pelas declarações publicadas ontem no GLOBO, e chegou a fazer elogios à política ambiental de Mato Grosso. Na entrevista, Minc disse que Maggi foi derrotado por ele e está isolado.
- Há conflitos que são naturais e serão dirimidos. Ele reconheceu que temos que fazer um esforço redobrado e, por orientação do presidente Lula, vamos trabalhar juntos. É ordem do presidente - disse.
- PQD
- Sênior
- Mensagens: 2342
- Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 6 vezes
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

O grileiro da Amazônia
PF e Abin investigam Johan Eliasch e várias ONGs por fraudes em terras públicas ricas em ouro e diamantes, biopirataria e lavagem de dinheiro
HUGO MARQUES
A notícia de que o sueco Johan Eliasch, criador da ONG Cool Earth, afirmara em uma reunião em Londres que apenas US$ 50 bilhões bastariam para comprar toda a Amazônia colocou o governo brasileiro em alerta. Isso porque a declaração de Eliasch não foi um mero arroubo imperialista. Além de anunciar publicamente que já comprou 160 mil hectares de terras nos municípios de Itacoatiara e Manicoré, no Amazonas, Eliasch vem estimulando outros empresários a fazer o mesmo. O objetivo seria a “preservação da floresta” com iniciativas como a campanha de compra de créditos de carbono da Cool Earth, em que cada doador deve contribuir com 35 libras esterlinas para cada 0,5 acre (0,20 hectares). Mas uma investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aponta indícios de fraude nos negócios de Eliasch. As terras que ele afirma ter comprado não estão formalmente registradas nem em seu nome nem em nome da Cool Earth. Elas são terras públicas. Parte delas pertence ao Parque Estadual do Cristalino e parte à Força Aérea Brasileira (FAB). E, curiosamente, algumas áreas que Eliasch anuncia como suas estão em regiões ricas em ouro e diamante. E, segundo a Abin, Eliasch não seria o único a praticar tais irregularidades. A Agência repassou à Polícia Federal uma série de relatórios sobre atividades de várias ONGs que atuam na Amazônia e estariam agindo de forma suspeita. Num documento mais volumoso, a Abin descreve a ação de 25 organizações estrangeiras. Em outros seis relatórios, detalha a ação daquelas com maiores indícios de suspeitas de irregularidade.
A Divisão de Inteligência Policial (DIP) da PF já começou a se debruçar sobre esses papéis. O trabalho conjunto da PF e da Abin poderá resultar na maior varredura da história sobre as atividades de organizações internacionais na Amazônia. Sob a fachada de entidades ambientais, muitas são suspeitas de biopirataria, grilagem de terras e levantamento de recursos minerais. O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, diz que o governo está preparando medidas para enquadrar essas ONGs. Tuma também desconfia dos negócios do sueco Eliasch na Amazônia. “Qual é o propósito de alguém que compra terra e não põe em seu nome? Precisamos ver se ele não é um estelionatário”, afirma o secretário.
DE OLHO Eliasch diz que comprou 160 mil hectares de florestas na Amazônia

O caso de Eliasch e da Cool Earth assusta pelas conexões e pela afinidade de suas ações com o discurso de internacionalização da Amazônia que volta a crescer no mundo. Eliasch é nada menos que o conselheiro para desflorestamento e energias limpas do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Ele também é dono do grupo Head NV, um dos grandes fabricantes de materiais esportivos, e é casado com uma brasileira, a socialite Ana Paula Junqueira. Ela, aliás, é a representante da Cool Earth no Brasil e também está sendo investigada pela Abin e pela PF. Um exemplo do respaldo que o sueco tem no Reino Unido foi um editorial elogioso publicado no Daily Telegraph dias depois que o jornal O Globo publicou, no início da semana passada, trechos do relatório da Abin que detalhava as atividades suspeitas da Cool Earth na Amazônia. Segundo o Telegraph, a iniciativa de Eliasch de comprar terras na Amazônia e estimular outros empresários a fazer o mesmo é “louvável”. Num raciocínio que parece voltar à lógica que no passado justificava o colonialismo britânico sobre a Índia e a África, o jornal sugere que apenas países com “condições de vida mais elevada” poderiam ter maior dedicação às questões ambientais. “Não é possível, diante da realidade do Brasil, obrigar fazendeiros que buscam prosperar com suas produções e a proteger a floresta. Para os brasileiros, terras improdutivas significam menos prosperidade”, escreve o diário britânico. A ONG Cool Earth tem ainda o apoio do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Miliband, como aponta o próprio relatório da Abin. No governo Tony Blair, Miliband era o ministro do Meio Ambiente.
No ano passado, o governo do Amazonas Kyoquestionou Eliasch sobre as terras que teria no Estado. A resposta veio por meio do advogado Aldo de Cresci Neto, que informou ao governo tratar-se de terras que estão em nome da empresa Gethal Amazonas S.A., Indústria de Madeira Compensada. Cresci Neto, que tem escritório na avenida Paulista, em São Paulo, diz que vai se pronunciar sobre o caso na próxima semana. A Abin produziu um diagrama sobre o “esquema de controle indireto de terras”, onde estão os nomes de Eliasch e de todos os seus sócios no Brasil, conforme documentação à qual ISTOÉ teve acesso. Além de Cresci Neto, lá aparecem como controladores das terras de Eliasch os brasileiros Maria das Graças Simas Nazaré e José Carlos da Silva Júnior, sócios da Gethal, e Lúcio Pereira de Brito, da Empresa Florestal da Amazônia (EFA).
Esta cadeia de sócios inclui empresas no Exterior, como o fundo Brazil Forestry Fund Investment e o grupo Granham, Mayo van Otterloo & Corporation (GMO). Desde 2004, segundo a Abin, a Gethal vem recebendo aporte financeiro da empresa EFA, com sede em São Paulo, num total de R$ 8,6 milhões. “A forma como ocorreu a aquisição das propriedades da Gethal induz a crer que os negociantes pretendiam evitar o crivo de instituições como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, diz o relatório da Abin enviado ao Ministério da Justiça. O Ministério da Fazenda também entrou na investigação para passar a limpo as relações empresariais e os investimentos desses ongueiros internacionais, através do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, que investiga lavagem de dinheiro. De acordo com o primeiro levantamento do Coaf, uma das empresas que Eliasch utiliza para registrar as terras é a Florestas Renováveis da Amazônia (Floream), que tem em seu nome 62 mil hectares. A EFA possui 54 mil hectares.
Além das organizações ligadas a Eliasch, a Abin e a PF investigam outras ONGs. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, diz que os relatórios da Abin e da DIP já foram enviados às superintendências da PF na Amazônia. Vários inquéritos poderão ser instaurados, o que depende de decisão da PF nos Estados. “Há indícios de atuação de várias ONGs em ações ilícitas de biopirataria e no trato com populações indígenas”, confirma Corrêa. “E algumas dificultam a ação do Estado na região.” Ele diz que aumentou o efetivo da PF em toda a Amazônia em 25% e tornou permanente a Operação Arco de Fogo, que vem prendendo quadrilhas envolvidas com a destruição da floresta. “Vamos checar agora a indústria moveleira, que é quem compra a madeira”, diz Corrêa. As autoridades também estão muito preocupadas com os chamados “biocosméticos”. De acordo com as investigações, algumas ONGs entram em áreas indígenas sem autorização da Funai e vendem os conhecimentos dos índios sobre plantas, folhas e raízes para os laboratórios de fármacos multinacionais. É a partir desse relacionamento que medicamentos e cosméticos retirados da fauna e da flora brasileiras acabam sendo patenteados no Exterior. Uma das ONGs que estão na mira do governo é a Amazon Conservation, dos Estados Unidos, investigada por suposto envolvimento com biopirataria.
Para um dos maiores especialistas em Amazônia no País, o delegado federal Mauro Sposito, coordenador de operações especiais de fronteira, é preciso classificar o tipo de trabalho que algumas ONGs fazem na região. “No nosso entendimento, ONG é nada mais que lobby”, diz Sposito. “E a ação de lobby não está regulamentada no Brasil.” O secretário Romeu Tuma Júnior anunciou que o Ministério da Justiça está preparando uma nova legislação para regulamentar a atuação de ONGs. Segundo o projeto, a presença de organizações estrangeiras na Amazônia dependerá de autorização dos Ministérios da Justiça e da Defesa, com prazos préestipulados. O projeto prevê ainda multas de R$ 5 mil a R$ 200 mil, cancelamento de visto e deportação de quem for pego agindo sem autorização na região. Essas mudanças estão incluídas numa revisão da Lei de Estrangeiros e em outras medidas que serão anunciadas pelo presidente Lula. O pacote jurídico será remetido pelo Ministério da Justiça à Casa Civil em 15 dias. O Ministério estuda um “controle social” das ONGs, igual ao que existe para as organizações da sociedade civil de interesse público – Oscip. Cadastradas pelo governo, as Oscips prestam contas na internet.
APOIO

O Daily Telegraph defende, em editorial, a tese de Eliasch de incentivar empresários a comprar terras na região amazônica
Responsável pela elaboração de um plano de desenvolvimento de longo prazo para a Amazônia, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, diz que a região é um caldeirão de insegurança jurídica, o que facilita a penetração estrangeira. “A Amazônia não pode ser a casa da sogra”, diz. “Quem cuida da Amazônia é o Brasil.” Mais importante do que discussões sobre a soberania nacional, diz o ministro, é a criação de um projeto de desenvolvimento nacional. “Nosso problema é a confusão e a falsa disputa entre ambientalistas e desenvolvimentistas.” Ele alerta, também, que o País não pode difundir o que chama de “paranóia espontânea”, quando o assunto é a suposta invasão estrangeira. Investimentos oriundos de interesses legítimos e legais sobre a floresta sempre serão bem-vindos. “Temos que evitar a xenofobia vazia”, alerta.
“A Amazônia tem dono”
O presidente Lula deu um duro recado aos países desenvolvidos que questionam a soberania do Brasil sobre a Amazônia, ao abrir o 20º Fórum Nacional do BNDES, no Rio, na segunda-feira 26. “O mundo precisa entender que a Amazônia brasileira tem dono, e que o dono da Amazônia é o povo brasileiro.” Foi uma clara referência à edição de ISTOÉ da semana passada, que trouxe reportagem de capa com o título “A Amazônia é nossa” e levantou a necessidade de o governo brasileiro se posicionar claramente sobre as pressões para a internacionalização da Amazônia. O presidente criticou a postura de países que no século passado destruíram suas florestas e que agora defendem a preservação da região. “É muito engraçado que os países responsáveis pela poluição do planeta agora fiquem de olho na Amazônia da América do Sul”, disse. “O próprio Tratado de Kyoto já faliu. Foi muito bonito assinar, maravilhoso, todo mundo assinou. Agora, quem tinha que tomar medidas para cumprir o Protocolo de Kyoto nem o referendou. Fomos nós que referendamos”, atacou Lula.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
- P44
- Sênior
- Mensagens: 56201
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 3038 vezes
- Agradeceram: 2733 vezes
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
recebi á pouco este mail
Assunto: Discurso do Ministro Brasileiro da educação. BOA!!!
Discurso do Ministro Brasileiro da Educação nos EUA...
Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um brasileiro dá um 'baile' educadíssimo aos Americanos...
Durante um debate numa universidade dos Estados Unidos o actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).
Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta de Cristovam Buarque :
'De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também a de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos,
ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um país.
Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre.. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA.
Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA.
Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas
trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia
seja nossa.
Só nossa!'
ESTE DISCURSO NÃO FOI PUBLICADO. AJUDE-NOS A DIVULGÁ-LO porque é muito importante... e porque foi CENSURADO!
*Turn on the news and eat their lies*
- Guerra
- Sênior
- Mensagens: 14201
- Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
- Agradeceu: 53 vezes
- Agradeceram: 135 vezes
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Eu pensei que esse email fosse falso, mas esta no site do senador.P44 escreveu:recebi á pouco este mail
Assunto: Discurso do Ministro Brasileiro da educação. BOA!!!
Discurso do Ministro Brasileiro da Educação nos EUA...
Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um brasileiro dá um 'baile' educadíssimo aos Americanos...
Durante um debate numa universidade dos Estados Unidos o actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).
Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta de Cristovam Buarque :
'De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também a de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos,
ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um país.
Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre.. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA.
Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA.
Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas
trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia
seja nossa.
Só nossa!'
ESTE DISCURSO NÃO FOI PUBLICADO. AJUDE-NOS A DIVULGÁ-LO porque é muito importante... e porque foi CENSURADO!
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
O Estado de São Paulo
Assunto: Opinião
Título: Os inimigos da Amazônia estão aqui/Opinião
Data: 04/06/2008
Crédito: Virgilio Viana é diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável
Virgilio Viana é diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável
Uma infeliz série de artigos, incluindo um publicado no jornal The New York Times, realimentou um fantasma que nos persegue há bastante tempo: o risco da internacionalização da Amazônia. Um dos poucos brasileiros que tinham a coragem de apontar para o equívoco desta “iminente ameaça à nossa soberania” era o saudoso senador Jefferson Péres, que, num dos seus últimos discursos, disse: “Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia. Tenho medo da cobiça nacional sobre a Amazônia, da ação de madeireiros, de pecuaristas e de outros que podem provocar, repito, o holocausto ecológico naquela região.”
Não creio que exista uma conspiração em curso com o objetivo de internacionalizar a Amazônia. A lógica é simples: os alegados interesses econômicos de outros países não precisam de tropas ou domínio estrangeiro para usufruir as riquezas da região. Basta ver o setor de mineração, com forte domínio de multinacionais, que lavram nossas riquezas à luz do dia, amparadas pela lei, em todo o território nacional, incluindo a Amazônia. Recentemente, uma licitação colocou nas mãos de um consórcio internacional a responsabilidade sobre a hidrelétrica de Jirau, que terá importância estratégica para a região e o País. Empresas multinacionais apóiam a produção de soja na Amazônia. Poderíamos falar sobre a participação estrangeira em setores estratégicos como telecomunicações, etc... Tudo isso sem a necessidade de nenhuma “invasão” ou “domínio” de outros países ou aquisição de terras por estrangeiros.
Alguns enganos são realimentados pela imprensa e servem para nutrir o debate sobre a “internacionalização”, que deveria ser periférico na discussão sobre o futuro da Amazônia. A frase atribuída a Al Gore não foi dita por ele, mas sim por um congressista norte-americano de pequena expressão. Os cadernos escolares americanos com o mapa da Amazônia excluída do Brasil nunca existiram de fato e foram montados por um site na internet. Existem muitos outros enganos repetidos de forma equivocada.
O cerne da “questão amazônica” é outro e mais incômodo: os inimigos da Amazônia estão aqui mesmo, dentro do nosso país. Na sua quase absoluta totalidade, são brasileiros os que desmatam, produzem e compram madeira ilegal, plantam soja, promovem a grilagem de terras e assassinam líderes dos movimentos sociais. A ação do poder público brasileiro, salvo raras exceções, tem sido insuficiente para reverter esse quadro. Infelizmente, essa é a dura realidade. O problema está aqui, e não no exterior.
A solução inclui quatro componentes principais.
Primeiro, precisamos de um Projeto Nacional para a Amazônia que explicite o óbvio: desmatar é contra o interesse nacional. Das florestas amazônicas depende a chuva que irriga a agropecuária e abastece as hidrelétricas e as cidades em quase todo o Brasil. Soma-se a isto o potencial socioeconômico de produtos florestais, obtidos sob regime de manejo sustentável. O Projeto Nacional para a Amazônia deve seguir o exemplo das políticas de sustentabilidade do Amazonas, baseadas num princípio simples: a floresta deve valer mais em pé do que derrubada.
Segundo, precisamos de políticas públicas eficazes e na escala correta. Sabemos como promover o desenvolvimento sustentável na região. Existem muitos exemplos de sucesso que precisam apenas ganhar escala. Faltam investimentos públicos e gestão eficiente.
Terceiro, precisamos envolver a sociedade civil, universidades e o setor privado numa grande cruzada em prol da sustentabilidade do desenvolvimento da Amazônia. Devemos combinar os conhecimentos tradicional e científico, a criatividade e o empreendedorismo brasileiros a favor de um projeto nacional de sustentabilidade para a região.
Quarto, devemos ser proativos no cenário internacional. O caminho é utilizar o interesse internacional a nosso favor, cobrando dos países desenvolvidos mecanismos financeiros que valorizem o papel de nossas florestas para a sustentabilidade do planeta.
Buscar vilões estrangeiros é mais cômodo e simples, mas, infelizmente, não vai resolver o cerne do problema. O problema está aqui, na nossa cara. De nada adianta satanizar organizações não-governamentais, que, no geral, realizam ações positivas nos campos sociais e econômicos. Dificultar a participação de estrangeiros no desenvolvimento científico e tecnológico da região? Burrice. Deveríamos, ao contrário, fomentar parcerias e a cooperação inteligente. Proteger contra a biopirataria? O caminho é fomentar o desenvolvimento tecnológico e o de indústrias de biotecnologia na região. Deixar as florestas amazônicas fora do mercado de carbono? Não. Deveríamos defender a instituição de mecanismos de pagamento por serviços ambientais para remunerar as populações que vivem na floresta. Ao invés de optarmos por uma posição retranqueira e isolacionista, deveríamos ser proativos e propositivos no cenário internacional.
Obviamente, reposicionar o debate sobre a soberania da Amazônia não significa que devamos negligenciar os interesses e movimentos de outros países na região. Temos de estar alertas. Existem, em toda parte, interesses escusos que devemos combater, especialmente o narcotráfico em áreas de fronteira. Felizmente, os militares representam o que há de melhor em termos de presença do Estado na região, ao desempenharem com competência sua função de guardiões do nosso território.
Identificar os inimigos certos e nossas metas estratégicas é essencial para vencermos a batalha pela defesa da Amazônia. Nosso desafio é cuidar bem da sustentabilidade da Amazônia. Com competência e seriedade. Esta é a melhor arma para defendermos os interesses estratégicos e a soberania do Brasil na região.
Assunto: Opinião
Título: Os inimigos da Amazônia estão aqui/Opinião
Data: 04/06/2008
Crédito: Virgilio Viana é diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável
Virgilio Viana é diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável
Uma infeliz série de artigos, incluindo um publicado no jornal The New York Times, realimentou um fantasma que nos persegue há bastante tempo: o risco da internacionalização da Amazônia. Um dos poucos brasileiros que tinham a coragem de apontar para o equívoco desta “iminente ameaça à nossa soberania” era o saudoso senador Jefferson Péres, que, num dos seus últimos discursos, disse: “Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia. Tenho medo da cobiça nacional sobre a Amazônia, da ação de madeireiros, de pecuaristas e de outros que podem provocar, repito, o holocausto ecológico naquela região.”
Não creio que exista uma conspiração em curso com o objetivo de internacionalizar a Amazônia. A lógica é simples: os alegados interesses econômicos de outros países não precisam de tropas ou domínio estrangeiro para usufruir as riquezas da região. Basta ver o setor de mineração, com forte domínio de multinacionais, que lavram nossas riquezas à luz do dia, amparadas pela lei, em todo o território nacional, incluindo a Amazônia. Recentemente, uma licitação colocou nas mãos de um consórcio internacional a responsabilidade sobre a hidrelétrica de Jirau, que terá importância estratégica para a região e o País. Empresas multinacionais apóiam a produção de soja na Amazônia. Poderíamos falar sobre a participação estrangeira em setores estratégicos como telecomunicações, etc... Tudo isso sem a necessidade de nenhuma “invasão” ou “domínio” de outros países ou aquisição de terras por estrangeiros.
Alguns enganos são realimentados pela imprensa e servem para nutrir o debate sobre a “internacionalização”, que deveria ser periférico na discussão sobre o futuro da Amazônia. A frase atribuída a Al Gore não foi dita por ele, mas sim por um congressista norte-americano de pequena expressão. Os cadernos escolares americanos com o mapa da Amazônia excluída do Brasil nunca existiram de fato e foram montados por um site na internet. Existem muitos outros enganos repetidos de forma equivocada.
O cerne da “questão amazônica” é outro e mais incômodo: os inimigos da Amazônia estão aqui mesmo, dentro do nosso país. Na sua quase absoluta totalidade, são brasileiros os que desmatam, produzem e compram madeira ilegal, plantam soja, promovem a grilagem de terras e assassinam líderes dos movimentos sociais. A ação do poder público brasileiro, salvo raras exceções, tem sido insuficiente para reverter esse quadro. Infelizmente, essa é a dura realidade. O problema está aqui, e não no exterior.
A solução inclui quatro componentes principais.
Primeiro, precisamos de um Projeto Nacional para a Amazônia que explicite o óbvio: desmatar é contra o interesse nacional. Das florestas amazônicas depende a chuva que irriga a agropecuária e abastece as hidrelétricas e as cidades em quase todo o Brasil. Soma-se a isto o potencial socioeconômico de produtos florestais, obtidos sob regime de manejo sustentável. O Projeto Nacional para a Amazônia deve seguir o exemplo das políticas de sustentabilidade do Amazonas, baseadas num princípio simples: a floresta deve valer mais em pé do que derrubada.
Segundo, precisamos de políticas públicas eficazes e na escala correta. Sabemos como promover o desenvolvimento sustentável na região. Existem muitos exemplos de sucesso que precisam apenas ganhar escala. Faltam investimentos públicos e gestão eficiente.
Terceiro, precisamos envolver a sociedade civil, universidades e o setor privado numa grande cruzada em prol da sustentabilidade do desenvolvimento da Amazônia. Devemos combinar os conhecimentos tradicional e científico, a criatividade e o empreendedorismo brasileiros a favor de um projeto nacional de sustentabilidade para a região.
Quarto, devemos ser proativos no cenário internacional. O caminho é utilizar o interesse internacional a nosso favor, cobrando dos países desenvolvidos mecanismos financeiros que valorizem o papel de nossas florestas para a sustentabilidade do planeta.
Buscar vilões estrangeiros é mais cômodo e simples, mas, infelizmente, não vai resolver o cerne do problema. O problema está aqui, na nossa cara. De nada adianta satanizar organizações não-governamentais, que, no geral, realizam ações positivas nos campos sociais e econômicos. Dificultar a participação de estrangeiros no desenvolvimento científico e tecnológico da região? Burrice. Deveríamos, ao contrário, fomentar parcerias e a cooperação inteligente. Proteger contra a biopirataria? O caminho é fomentar o desenvolvimento tecnológico e o de indústrias de biotecnologia na região. Deixar as florestas amazônicas fora do mercado de carbono? Não. Deveríamos defender a instituição de mecanismos de pagamento por serviços ambientais para remunerar as populações que vivem na floresta. Ao invés de optarmos por uma posição retranqueira e isolacionista, deveríamos ser proativos e propositivos no cenário internacional.
Obviamente, reposicionar o debate sobre a soberania da Amazônia não significa que devamos negligenciar os interesses e movimentos de outros países na região. Temos de estar alertas. Existem, em toda parte, interesses escusos que devemos combater, especialmente o narcotráfico em áreas de fronteira. Felizmente, os militares representam o que há de melhor em termos de presença do Estado na região, ao desempenharem com competência sua função de guardiões do nosso território.
Identificar os inimigos certos e nossas metas estratégicas é essencial para vencermos a batalha pela defesa da Amazônia. Nosso desafio é cuidar bem da sustentabilidade da Amazônia. Com competência e seriedade. Esta é a melhor arma para defendermos os interesses estratégicos e a soberania do Brasil na região.
- PQD
- Sênior
- Mensagens: 2342
- Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 6 vezes
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
já tem alguns anos issoSGT GUERRA escreveu:Eu pensei que esse email fosse falso, mas esta no site do senador.P44 escreveu:recebi á pouco este mail
Editado pela última vez por PQD em Qua Jun 04, 2008 5:25 pm, em um total de 1 vez.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
É realmente incrivel como a biopirataria age no Brasil, os estrangeiros entram e saem sem embargo nenhum, na Amazonia é descoberto cerca de 3 especies novas por dia, e elas são descobertas por estrangeiros, ha dificuldades para os biologos brasileiros irem fazer pesquisas...
Esta noticia ilustra bem isto... quem dera, esta descoberta fosse feita por cientistas brasileiros...
Esta noticia ilustra bem isto... quem dera, esta descoberta fosse feita por cientistas brasileiros...

Fonte: InovaçãoTecnologica.orgBesouro brasileiro tem a chave para computadores ópticos do futuro
Computadores ópticos ultra-rápidos têm sido um sonho dos cientistas há muito tempo. Mas eles não têm tido sucesso até agora principalmente por não serem capazes de fabricar um cristal fotônico ideal, capaz de manipular a luz visível.
Besouro brasileiro
Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, acredita ter encontrado o cristal fotônico ideal já pronto, na natureza. Mais especificamente, na carapaça de um besouro brasileiro, o Lamprocyphus augustus.
"Parece que uma criatura tão simples quanto um besouro nos forneceu uma das estruturas mais sonhadas pela tecnologia para a construção da próxima geração de computadores," afirma o professor Michael Bartl. "A natureza tem formas simples de construir estruturas e materiais que ainda não podem ser fabricados com nossas estratégias de engenharia e nem com nossos instrumentos de milhões de dólares."
Cristal sintético
Outro fato interessante da pesquisa é que, apesar do Lamprocyphus augustus só ocorrer no Brasil, os cientistas não tiveram que vir aqui coletar um exemplar: eles o encomendaram de um vendedor de insetos da Bélgica, que aceita encomendas pela Internet.
Agora que encontraram o cristal ideal, além de ter certeza de que ele é viável na prática, os cientistas terão que desenvolver formas de fabricá-lo de forma sintética.
Cristal fotônico
Os cristais fotônicos são essenciais para a construção de circuitos eletrônicos que manipulem os dados por meio de fótons (luz), em vez de elétrons (cargas elétricas). A luz já é largamente utilizada para a transmissão de dados por meio das fibras ópticas, mas os dados têm que ser convertidos de volta em elétrons para que sejam processados pelos computadores.
Os cristais fotônicos também são tidos como promissores para amplificar a luz, tornando as células solares mais eficientes, e para criar lasers microscópicos, para servirem como fontes de luz em chips ópticos.
Manipulando a luz
Luz de diferentes cores (diferentes comprimentos de ondas) passam pelos cristais fotônicos a diferentes velocidades, enquanto alguns comprimentos de onda são simplesmente refletidos, para os quais o cristal funciona como um espelho. "Cristais fotônicos são um novo tipo de material óptico que manipula a luz de forma não-clássica," diz Bartl.
Estrutura atômica do diamante
O cristal fotônico ideal - chamado de cristal campeão - foi descrito teoricamente pela primeira vez em 1990. Os cientistas mostraram que um cristal fotônico ótimo - capaz de manipular a luz da forma mais eficiente possível - deveria ter a mesma estrutura cristalina que os átomos de carbono têm no diamante. O diamante, contudo, não pode ser usado como cristal fotônico porque seus átomos ficam agrupados de forma muito densa para permitir a manipulação da luz visível.
Quando feita com o material adequado, a estrutura atômica do diamante cria um grande bandgap fotônico, o que significa que a estrutura cristalina impede a propagação da luz de uma determinada faixa de comprimentos de onda. Esses materiais são necessários para que os circuitos ópticos possam lidar com a luz visível.
Escamas campeãs
Os pesquisadores descobriram que a cor verde do Lamprocyphus augustus é produzida por suas escamas, e não por pigmentos. A luz verde - que tem comprimentos de onda entre 500 e 550 nanômetros - não pode penetrar na estrutura cristalina das escamas, que agem como espelho para essa cor específica, exatamente como se espera de um cristal fotônico.
As escamas de besouro são feitas de quitina, a base do exoesqueleto da maioria dos insetos. Cada escama mede 200 micrômetros de comprimento por 100 micrômetros de largura.
Ao analisá-las utilizando diversas técnicas, os cientistas descobriram que estas escamas têm exatamente a estrutura atômica do cristal campeão.
As escamas do besouro não podem ser utilizadas diretamente em aplicações tecnológicas porque elas têm uma composição parecida com nossas unhas, não sendo estáveis o suficiente para usos duradouros, não são semicondutoras e não conseguem curvar a luz de forma adequada.
- Plinio Jr
- Sênior
- Mensagens: 5278
- Registrado em: Qui Fev 20, 2003 10:08 pm
- Localização: São Paulo - SP
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Já disse isto anteriormente, volto a repetir, esqueçam invasão de Marines, os país está sendo vendido aos poucos....
¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
E isso ocorre há muito tempo,e em todas as áreas....
Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Ja foi, lembra da tal frase do Obama "se enganam os brasileiros se pensam que a Amazonia é um recurso so deles"? Cara, os gringos ja entraram, ja dominaram, e ja tão sobre clara campanha pra consolidar apenas o poder politico, mera burocracia. Eles dominaram boa parte da Amazonia depois que caiu a tal lei do regime militar que limitava as compras de terra por estrangeiros.Plinio Jr escreveu:Já disse isto anteriormente, volto a repetir, esqueçam invasão de Marines, os país está sendo vendido aos poucos....
O dever do governo brasileiro nem é mais evitar que dominem a Amazonia, e sim recuperar a area perdida


Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Fonte: Jornal da Ciencia.orgAmazônia: objeto ou sujeito?
Durante abertura da Semana de Meio Ambiente no Amazonas, a tônica das apresentações foi o incentivo à geração de conhecimentos científicos sobre a região amazônica
"A Amazônia sempre foi mais objeto de estudo do que sujeito. Mas ao longo dos anos, ela assumiu a função de sujeito e passou a abrir caminhos para o desenvolvimento regional e estadual. E isso é o resultado do trabalho realizado pelo Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia (C&T) para a viabilização das políticas públicas voltadas para área de meio ambiente”. A declaração foi dada pelo diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Odenildo Teixeira Sena, durante a abertura da Semana do Meio Ambiente, que teve início nesta quarta-feira (4/6) no auditório da Reitoria da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e vai até sábado (7/6).
Sena disse que esta mudança de objeto para sujeito ocorreu por meio dos investimentos realizados em ciência e tecnologia reunidos em ações como, por exemplo, o Programa Jovem Cientista Amazônida Conservação (JCA), a ser lançado ainda esse ano pela Fap, e que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de pesquisas em Unidades de Conservação (UC), envolvendo jovens, comunitários, pesquisadores e professores.
Somados a essa iniciativa, também podem ser destacados os projetos na área de mudanças climáticas, trabalhos de mestrado e doutorado na área de meio ambiente. Ao todo, já foram mais de 500 estudos financiados nesse tema.
E mais uma destas ações se concretiza nesta quinta-feira (5/6) com o lançamento do edital temático de “Mudanças Climáticas”, que ocorrerá às 15h, no auditório da Reitoria da UEA. O lançamento faz parte da programação da Semana do Meio Ambiente, que está sendo promovida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e UEA.
Em uma iniciativa inédita, o edital disponibilizará o montante de R$ 1,2 milhão e quer incentivar a formação de uma rede de pesquisa interinstitucional com suporte financeiro, mais especificamente, apoiando a execução de projetos de pesquisa científica, tecnológica ou de inovação, no Amazonas. A FAP também aguarda o aceno do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que analisa a proposta de aportar igual quantia, dobrando o investimento.
“A idéia do edital já tinha sido discutida há algum tempo. Ela surgiu no bojo de toda uma mobilização nacional e internacional em função da preocupação com a questão das mudanças climáticas, cujos desdobramentos vêm afetando a vida das pessoas, a produção de alimentos, a dinâmica de cheia e seca dos rios etc. Portanto, é preciso produzir mais conhecimento sobre esse tema, principalmente pelo fato de vivermos no epicentro do problema”, ressaltou Sena.
Para o Secretário de Ciência e Tecnologia, José Aldemir de Oliveira, deve-se pensar a Amazônia pelas possibilidades e não como um problema nacional. “A Amazônia é dos brasileiros, por isso, precisamos conhecê-la e defendê-la, o que demanda um aporte maior de investimentos em ciência e tecnologia, uma vez que o Governo Federal afirma que a região é estratégica”, destacou.
Em um discurso inflamado, Oliveira defendeu a região e disse que a Amazônia não pode ser medida por qualquer moeda e que ela não está à venda, assim como as cidades de Nova Iorque ou Paris. Além disso, ele disse que a região não pode admitir receber apenas 2,2% dos recursos de ciência e tecnologia que se emprega no país e concentrar apenas 4% dos recursos humanos. Para reverter o quadro, o governo do estado já investiu R$ 125 milhões, por meio da Fapeam, em políticas públicas que vão ao encontro ao anseio da sociedade.
Segundo a reitora da UEA, Marilene Corrêa, as políticas públicas locais também estão afinadas com os anseios da sociedade mundial em relação às mudanças climáticas globais. Ela cita como exemplo a criação do curso de Pós-Graduação, em nível de mestrado e doutorado, em Clima e Ambiente, o qual está sendo realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), além do curso de Direito Ambiental.
“São políticas de desenvolvimento sustentável com variáveis na política econômica do estado que vão se concretizando a cada dia”, ressaltou. Pensamento compartilhado pelo presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Neliton Marques, ao sugerir que elas são respostas para os problemas sociais por meio de políticas que devem ser permanentes e não temporais.
(Luís Mansuêto, da Agência Fapeam)