jacquessantiago escreveu:orestespf escreveu:
Jacques, alinhamento é coisa de governos e não de Estados, ou seja, isso é passageiro, mesmo que dure décadas. Estratégia é coisa de longo prazo e não de médio ou curto prazos.
A questão de operar mais de um caça está relacionada a logística/manutenção e não ao valor de compra dos caças em si. Não se esqueça que já operamos mais de dois caças atualmente, logo sabemos bem como são as coisas.
Operar dois caças distintos, mas de mesma origem (russos e americanos, por exemplo) é muito diferente (e bem mais barato) do que operar dois caças distintos de distintas origens (países). A logística francesa é diferente da russa, que é diferente da americana, que é... Prefiro, por exemplo, F-18 + F-35 ou SU-3x + PAK-FA, do que uma combinação do tipo F-35 (ou PAK-FA) com Rafale, Gripen, etc. Por outro lado, não consigo imaginar que compremos um caça de 4ªG hoje e fiquemos satisfeitos, isso já deu, é retrógrado, podemos ter um caça de 5ªG (foram oferecidos), então por que ter apenas caça de 4ªG???? A FAB já entendeu isso e este é o caminho. Além disso, sabe-se que é necessário um caça de 4ªG para "aguardar" o de 5ªG. Isso é irreversível, ou é isso ou é nada.
Quanto a sua opinião final, correto, faz sentido sim, mas não do ponto de vista técnico, mas por decisão meramente política. Que a FAB fique com os percalços introduzidos pelos aventureiros e passageiros políticos de plantão (ou tome uma atitude mais dura).
Abraços,
Orestes
Prezado Orestes,
Digamos que sou um tanto cetico com os posicionamentos estrategicos daqui, devido a falta de transparencia, de debate, de informacao. E devido ao nosso historico.
Ate agora nao houve muita possibilidade de parceria estrategica com os russos.
No Governo atual os russos passam a ser considerados potenciais parceiros estrategicos.
E no proximo Governo? E no seguinte? Entende o que quero dizer? Ha um entendimento nacional supra-partidario quanto a esta questao ou eh algo restrito a um grupo? Veremos se o Plano Nacional de Defesa define alguns vetores estrategicos.
Um caca de 4a geracao plus, bimotor custa caro no sentido amplo, life cyle cost. Para opera-los plenamente serao necessarios muitos investimentos em sistemas, armas, treinamento, etc. Espero que o Ministerio do Planejamento de folego a FAB. Su-35 e PAK / Rafale e PAK sao cacas bimotores pesados. A FAB nunca antes operou um caca bimotor pesado. Que dira dois distintos.
[]'s
Amigo Jacques, em relação aos russos você não tem se mostrado cético, tem parecido preconceituoso mesmo. Mas tudo bem, respeito isso.
Veja bem, você afirma que não houve até agora muita possibilidade de parcerias com os russos. Baseado em que você diz isso? Tudo que se refere a assuntos militares é pra lá de fechado, não se divulga isso assim do nada. Claro que não acredito que você esperaria ouvir tais coisas na mídia, não é??
Rigorosamente falando, o que sai na mídia sobre os russos é a mesmíssima coisa que sai sobre os franceses. A diferença, talvez, é o enfoque dado pelo ministro Jobim, só isso. Na entrevista que o NJ concedeu no Estadão no domingo passado vimos em seguida o imediato desmentido da FAB através de sua nota oficial. Isto demonstra claramente que o aparente excesso de informação pró-franceses é mesmo coisa do senhor ministro Nelson Jobim. Portanto, melhor considerar que tudo se encontra "empatado". O mesmo se aplica sobre as pesadas críticas que o NJ faz sobre os equipamentos e políticas dos americanos (coisa dele).
Outro ponto, assinamos um acordo com os franceses e em seguida um MOU com os russos. Isso é "empate técnico" nas negociações. Daí falar que não existe nada sobre os russos de concreto é forçar muito a barra.
Em relação ao acordo com os russos ser coisa deste governo, se engana, a coisa começou e forte com o governo passado (FHC), só não foi adiante por outros motivos (campanha eleitoral, amizade do FHC com o Clinton, etc.). Veja também a situação da política econômica do País, a aplicada pelo governo Lula é a mesma do governo FHC, ou seja, se transformou em uma política de Estado e não mais de governo. Por que a situação militar não seria a mesma? Não acreditar que podemos ter uma estratégia de Estado ao invés de uma estratégia de Governo é partir de algo pequeno, supor que realmente somos um "paiseco". Pra mim este país tomou um rumo, mas as ideologias incrustada na mente das pessoas, principalmente sobre os contrários ao atual governo, impede que se perceba as mudanças. As mudanças no geral que acontecem são tão expressivas que nem a oposição dá conta de se estabelecer, não possuem uma proposta nova, não possuem nem mais discursos pra fazer, até sobre as CPI´s andam fazendo "lenha", pois os rabos-presos no passado os comprometem. E por aí vai... Em suma, não existe nada que demonstre ou insinue que um acordo com os russos seja coisa deste governo e que não existirá mais nos futuros, absolutamente nada.
Quanto ao seu último parágrafo, me perdoe, não faz o menor sentido. Primeiro porque não é o fato de ser ou não um caça pesado que introduz problemas, logo ter dois pesados ou dois leves, não muda em nada o cenários. Segundo porque o caça de 5ªG é coisa para daqui a 10 anos ou mais. Portanto teríamos alguns caças de 4ªG lá para 2015 e entraríamos no desenvolvimento de um caça de 5ªG que ficaria operacional lá para 2020. Qual a contradição nisso? Nenhuma! A partir de 2020 a FAB estaria praticamente sem F-5M e A-1M, os tais caças de 4ªG teriam 10 anos ou mais de uso, logo é mais do que natural estar começando a receber caças de 5ªG. Esta cronologia seria o ideal pra FAB. Em suma, não existe este papo de dois caças pesados sendo operado simultaneamente, quando o caça de 5ªG estiver entrando em operação o caça de 4ªG já estará velho, carecendo de modernização.
Abração,
Orestes