Relato de um Sniper

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Túlio
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#31 Mensagem por Túlio » Dom Nov 27, 2005 5:50 pm

Mais uma ressurreição:
À MODERAÇÃO: Num dava para unificar este tópico com o outro sobre snipers? Simplificaria, e adoro esse assunto, as postagens - nesse tópico até tem alguma besteira, infelizmente - em geral foram excelentes...

Guerra
Será que é tão dificil produzir um fuzil cal .50? Um exemplo é o fuzil ap .50, já dei bons tiros com essa arma. O funcionamento é bem simples e é muito preciso. Acho que apartir daquele modelo é possivel chegar a uma arma barata e muito boa, isso na opinião de leigo.


ap .50? Queísso aí, Guerra? Mostres, homem, nunca vi nem ouvi falar...

Marechal
Não tem segredo nenhum, mas criar uma linha de montagem para algumas poucas armas não compensa financeiramente.


Bom, pessoal, e os Arsenais de Guerra? No de General Câmara, RS, lembro que andavam convertendo umas INAs para 9mm e acrescentando uns updates, arma é arma, aço, madeira e/ou fibra, num dava para fazer lá? :?:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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#32 Mensagem por glocked » Dom Nov 27, 2005 7:39 pm

hehehe to gostando do topic!
ta dando pra aprender bem com a "discução" =)
continuem continuem!




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#33 Mensagem por rodrigo » Seg Nov 28, 2005 11:23 am

Será que é tão dificil produzir um fuzil cal .50?
A Imbel mal tá dando conta de produzir o MD-97 e o AGLC, imagine um projeto novo. Não seria impossível, e acredito até que poderíamos fazer um produto bom, o problema é que se trata de uma arma muito restrita, e diria que o próprio EB não compraria nem 100 delas.




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#34 Mensagem por Clermont » Qui Fev 02, 2006 6:14 pm

O primeiro texto eu já postei por aí, mas pra fazer companhia ao segundo, resolvi repostar.

TOCAIEIROS NO IRAQUE.

By ERIC SCHMITT - New York Times, Published: January 2, 2004

SAMARRA, Iraque, 28 de dezembro – O terror familiar da guerra de guerrilhas aqui no Iraque parece mais vívido quando visto através das miras do fuzil de um tocaieiro (“sniper”, ou “caçador” na terminologia militar brasileira).

Na era das bombas guiadas por satélite, lançadas em alvos descaracterizados de mais de 9 mil metros, os tocaieiros do Exército dos Estados Unidos podem ver a expressão no rosto de um homem quando a bala o atinge.

“Eu atingi um cara na cabeça, e ela explodiu”, disse o sargento Randy Davis, um dos cerca de 40 tocaieiros na nova Brigada Stryker do Exército, com 3.600 soldados, vinda do Forte Lewis, Washington. “Embora, normalmente, você apenas veja uma nuvem de poeira sair das roupas deles, e um pouco de sangue esguichando para frente.

Trabalhando em equipes de dois ou três, os tocaieiros do Exército aqui no Iraque, ocultam-se nas sombras de edifícios vazios ou desaparecem nas areias do deserto, com trajes de camuflagem, esperando para abater guerrilheiros e seus líderes com um só tiro de mais de 500 metros de distância.

Enquanto a insurgência entra em seu nono mês, o Exército está cada vez mais se apoiando em tocaieiros para proteger patrulhas de infantaria realizando varreduras em ruas e vielas, e para matar líderes guerrilheiros e desorganizar seus ataques.

“Propriamente empregados, podemos quebrar as costas do inimigo,” diz o sargento Davis, 25 anos, que é de Murfreesboro, Tennesse. “Nossos principais alvos são os elementos de comando e controle e outros alvos de alto valor.”

O ofício de soldado é um negócio violento, e as emoções em combate correm solta. Mas os comandantes dizem que os tocaieiros são uma espécie diferente de guerreiro – calmos, atiradores que não perdem a cabeça e que levam uma intensidade sem paixões a sua tarefa mortífera.

“Os bons tem de ser calmos, metódicos e disciplinados,” diz o tenente-coronel Karl Reed, que comanda o V Batalhão do 20o Regimento de Infantaria da Brigada Stryker, a unidade do sargento Davis.

No mês desde que chegou aqui, em sua primeira temporada de combate, o sargento Davis já tem oito mortes confirmadas – incluindo sete num único dia - e duas “prováveis.”

Ele e seu parceiro, o especialista Chris Wilson, que registra uma morte confirmada, não se vangloriam sobre seus feitos. Suas palavras refletem um certo profissionalismo gélido instilado em homens que dizem não ter nenhum prazer em matar, e tentam não ver seus adversários iraquianos como homens com famílias e filhos.

“Você não pensa sobre isso”, diz o especialista Wilson, 24 anos, de Muncie, Indiana, falando num austero acampamento próximo daqui, após uma recente missão de final de tarde. “Você apenas pensa nas vidas dos caras à sua esquerda e à sua direita.”

O sargento Davis concorda: “Tão logo eles peguem numa arma e tentem engajar soldados dos Estados Unidos, eles abrem mão de qualquer direito à vida, é assim que eu vejo.”

Todos os soldados são treinados para destruir um oponente, mas os tocaieiros levam a arte de matar a seu máximo refinamento. Durante um curso de treinamento de cinco semanas em Forte Benning, Geórgia, eles aprendem a rastrear suas presas, a ocultar seus movimentos, a divisar os menores sinais de um atirador inimigo e a abater seu alvo com um só tiro.

Para se qualificar para essa escola, um soldado já tem de ser um atirador especializado, passar por um exame físico e sofrer uma avaliação psicológica (“Para ter certeza de que eles não estão treinando um desequilibrado,” diz o Sargento Davis). Mais da metade dos estudantes falham durante o rigoroso curso.

A demanda por tocaieiros é grande o bastante para que o Exército tenha enviado uma equipe de adestramento ao Iraque para continuar a encontrar novos atiradores para o esforço de guerra aqui e em outros pontos quentes.

Enquanto o Exército enfrenta mais conflitos nos quais terroristas usam os apertados confins de quarteirões e telhados das cidades para empreender suas táticas de bater-e-correr, a escola de tocaieiros tem colocado crescente ênfase em táticas urbanas. Isso faz sentido em lugares como esta cidade de 250 mil pessoas, uma base de apoiadores de Saddam Hussein, 120 quilômetros ao noroeste de Bagdá.

O treinamento deu resultados, em 18 de dezembro. O anoitecer se aproximava aqui, e o sargento Davis estava cumprindo uma missão contra-tocaias quando avistou um iraquiano armado, num telhado cerca de 300 metros. Ele disse que sabia que o atirador era um tocaieiro pelo modo como rastejava pelo telhado para rastrear um grupo de combate embaixo, pertencente à Companhia B, do sargento Davis.

“Este cara cometeu um erro quando permitiu que sua silhueta se destacasse contra a do telhado,” disse o sargento Davis, que possui visão 20/10. “Ele estava tentando observar a posição dos caras no pátio.”

Quando o atirador se ergueu das sombras para disparar, o sargento Davis diz que que viu a cabeça dele e o formato distinto de um fuzil de precisão SVD Dragunov, de fabricação russa. O sargento fez pontaria no atirador com sua arma de escolha, um fuzil M-14 equipado com um visor óptico especial, com ponto de mira vermelho.

“Eu me adiantei, engajei-o e o atingi uma vez no peito,” disse ele, factualmente. “Eu o vi cair para trás, seu fuzil voando de suas mãos, e vi um pouco de sangue esguichar de seu peito. Foi um bom tiro.”

Três dias antes, elementos da Companhia B cairam numa emboscada em Samarra, na qual atiradores em motocicletas usaram crianças que saíam da escola como cobertura para atacar a patrulha. O sargento Davis, desta vez armado com uma carabina M-4, baleou sete dos onze atacantes, que os comandantes americanos afirmaram terem morrido na escaramuça de 45 minutos.

“Não tivemos baixas civis,” o sargento fala como evitou os estudantes: “tudo que você atinge, você sabe, exatamente, onde está. Você sabe onde cada disparo está indo.”

Na cidade ou no deserto, os tocaieiros do Exército gastam horas planejando e preparando suas posições, com freqüencia sob a cobertura das sombras. “Nós não temos capacidade para sobreviver a um tiroteio prolongado,” diz o sargento. “Nós usamos surpresa e furtividade para cumprir nossas missões.”

Os tocaieiros do Exército geralmente escolhem a partir de quatro armas diferentes, dependendo da missão. O fuzil de tocaia M-24 padrão é de desenho simples. Tem uma coronha ajustável de Kevlar, um espesso cano de aço inoxidável, um visor telescópico, um visor noturno e é de ação de ferrolho, e não semi-automático, como outros fuzis de tocaia. É apoiado num bipé e dispara munição de 7,62 mm, atingindo alvos a mais de 900 metros.

No deserto, os tocaieiros põem sacos plásticos ou camisinhas sobre a boca dos canos para impedir a entrada de areia. Eles carregam suas armas em sacos de lona, acolchoados. “Nós as tratamos como bebês,” diz o Sargento Davis.

A maioria dos tocaieiros são familiarizados com armas de fogo muito antes de ingressarem nas Forças Armadas. O sargento Davis e o especialista Wilson cresceram em fazendas, e ambos adquiriram seus primeiros fuzis antes de terem 10 anos de idade (Santos Estatutos da Criança e do Desarmamento I!). Eles relembram com alegria de caçarem veados quando adolescentes.

Ambos são casados e tem filhos, e dizem que não falam muito sobre seu trabalho fora de seu clã restrito. “Nós tentamos ficar longe dos estereótipos de que você é um atirador psicótico andando por aí, como o cara de Washington (o atirador que matou 10 pessoas, e pescou uma bela pena de morte), ou como nos filmes, um assassino à sangue-frio,” diz o sargento Davis.

Não há muitos alvos que esses homens temam, mas nas condições cambiantes do campo de batalha do Iraque, onde parece que todo mundo está armado, um candidato emerge. Eles atirariam numa criança que fizesse mira contra eles?

“Eu nem posso imaginar isso,” diz o especialista Wilson, pai de cinco crianças.

Mas o sargento Davis tem uma opinião diferente: “Eu atiraria nela, de outra forma ela atiraria em mim. Mas eu não iria me sentir bem com isso.”


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TOCAIEIRO AMERICANO LIQUIDA INSURGENTE A 1.250 METROS

Toby Harnden em Ramadi – The Telegraph (UK)

Rastreando através da mira telescópica de seu fuzil M-24, o sargento-ajudante Jim Gilliland, líder da Seção de Tocaieiros “Shadow”, fixou o olhar sobre o insurgente iraquiano que havia acabado de matar um soldado americano.

Sua caça permanecia indiferente, na janela do quarto andar de um hospital na Ramadi destruída pela batalha, ainda portando um Kalashnikov de cano longo. Instintivamente, compensando a velocidade do vento e a queda da bala, o comandante da “Shadow” mirou 3,5 metros acima.

Um único tiro atingiu o iraquiano no peito, matando-o instantaneamente. Ele foi disparado de um alcance de 1.250 metros, bem acima da capacidade da poderosa mira Leupold, que tem precisão até 1.000 metros.

“Eu creio que esse foi o mais longo abate confirmado no Iraque com um fuzil 7,62 mm,” disse o sargento-ajudante Gilland, 28 anos, que caçava esquilos em Double Springs, Alabama, desde os cinco anos (Santos Estatutos da Criança e do Desarmamento II!) antes de progredir para veados – e então pessoas.

“Ele era visível somente da cintura para cima. Foi um tiro em um milhão. Provavelmente, eu poderia esvaziar uma caixa inteira de munição e nunca atingi-lo novamente.”

Mais tarde nesse dia, o sargento Gilliland descobriria que o soldado morto era o sargento-ajudante Jason Benford, 30 anos, um bom amigo.

O insurgente foi um dos cerca de 55 à 65 que ele estima ter baleado e matado em menos de cinco meses, colocando-o dentro de uma distância muito próxima de lendas dos tocaieiros como Carlos Hathcock, que registrou 93 mortes confirmadas no Vietnam. Um dos seus homens, especialista Aaron Arnold, 22 anos, de Medway, Ohio, esboçou uma marca similar.

“Foi de entusiasmar, mas só depois,” disse o sargento Gilliland, relembrando o tiro de 27 de setembro. “No momento, não houve nenhum arrebatamento. Você tinha soldados sob fogo, sofrendo baixas e não se pensava sobre outra coisa que não fosse encontrar um alvo e abatê-lo. Cada tiro é para fortalecer nossa causa.”

No todo, a Seção de Tocaieiros “Shadow”, com dez homens, anexada a Força-Tarefa II/69o (II Batalhão do 69º Regimento Blindado, 3º Grupamento de Combate de Brigada da 3ª Divisão de Infantaria), matou quase 200 no mesmo período e emergiu como a arma secreta do Exército americano em Ramadi contra a ameaça dos Dispositivos Explosivos Improvisados (IED) ou de bombas de estrada – a mais mortal tática da insurgência.

Acima do ponto de onde o sargento Gilliland desfechou seu tiro-recorde, num quarto no alto de um posto de observação bombardeado que tem o nome-código “Hotel” e é conhecido, jocosamente, pelos soldados como Estalagem Ramadi, estão grafitados “Mate-os Todos” e “Mate Como Você Quiser”.

Em outra parede estão rabiscadas as palavras do Senador John McCain: “A América não é grande pelo que fez a si mesma, mas pelo que tem feito pelos outros.”

A justaposição de “slogans” valentões e nobre retórica política envolve o sujo, perigoso e freqüentemente insensível trabalho que o tocaieiro tem de executar como parte integral de uma campanha sendo travada, no fim de tudo, para ajudar o povo iraquiano.

Com magistral atenuação dos fatos, o tenente-coronel Robert Roggeman, o comandante da Força-Tarefa II/69º , reconheceu: “O romântico em mim está desapontado com a recepção que nos foi oferecida em Ramadi,” uma cidade de 400 mil habitantes nas margens do Eufrates onde pichações alardeiam, com mais do que um grau de precisão: “Esse é o túmulo dos americanos”.

“Nós somos os forasteiros, os infiéis,” diz ele. “Toda vez que alguém sai pelo portão principal, pode não voltar. Essa ainda é uma batalha em andamento.”

Altamente efetivos como são, ele se preocupa sobre a carga que seus tocaieiros tem de suportar. “É um papel tipo Deus. Eles tem o poder de vida e morte que, se não for contido, pode sair do controle. Poder absoluto corrompe absolutamente.

“Cada tiro tem de ser mensurado contra as Regras de Engajamento (ROE), identificação positiva e proporcionalidade.”

O sargento-ajudante Gilliland explica que sua Seção “Shadow” opera nos “limites” das ROE, realizando julgamentos instantâneos se uma figura no retículo é um insurgente ou não.

“Caçadores respeitam seus animais,” diz ele, cuspindo um pedaço de tabaco de mascar. “Se você não respeita o que faz, você não será muito bom ou irá cometer um erro. Nós tentamos dar o benefício da dúvida.

“Você terá de viver com isso. Estará na sua consciência. É algo que você terá de levar com você. E se você atirar em alguém que só estava caminhando pela rua, então isso, provavelmente, irá assombrar você.”

Embora matar com um único tiro acarrete em enorme distinção dentro do mundo dos tocaieiros, o mais bem sucedido dos engajamentos deles envolveu o abate de mais de 10 membros de uma única equipe de IED.

“Um tiro-uma morte” é algo lindo, mas matar todos os caras maus é ainda mais atraente, disse o sargento Gilliland, cujo lema é “mova-se rápido, atire direito e deixe o resto para o aconselhamento em 10 anos” e assina seus e-mails com “buracos .308 fazem almas silenciosas”.

Se o trabalho da Seção “Shadow” irá, no fim, fazer diferença no Iraque está aberto a discussões. Não importa quantos insurgentes eles acertem, parece não haver uma carência de recrutas para plantar bombas.

O coronel John Gronski, comandante supremo dos Estados Unidos em Ramadi, diz que não pode haver uma solução militar lá. “Você pode levar anos colocando tocaieiros para matar gente que coloca IEDs e ao nível político isso não fará diferença.”

Enquanto se preparam para deixar o Iraque, no entanto, o sargento-ajudante Gilliland e seus homens esperam ter ganho um pouco mais de tempo para que os políticos do país consigam focalizar a paz e a estabilidade em suas miras.


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#35 Mensagem por rodrigo » Qui Fev 02, 2006 7:12 pm

Clermont, a tradução ´´tocaiero`` é sua?




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#36 Mensagem por Clermont » Qui Fev 02, 2006 7:43 pm

Clermont, a tradução ´´tocaieiro`` é sua?


Oh, não! É da Editora Rennes e da sua coleção ilustrada da Segunda Guerra Mundial lançada lá por volta de 1975.

E os livros da Rennes, até hoje, são o meu "Manual de Campanha de Abreviaturas, Símbolos e Convenções Cartográficas".

É que eu sou sentimental, sabe? 8-]




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#37 Mensagem por rodrigo » Sex Fev 03, 2006 11:08 am

Complementando uma informação que foi discutida anteriormente no tópico.
O calibre 338, a 1.000m, tem 1.000 lb/pés de energia. Só para comparação, o calibre 9mm(pistola), na boca do cano(máximo de energia) tem 300 lbs/pés.




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#38 Mensagem por Guilherme » Sex Fev 03, 2006 1:27 pm

O rifle do Sgt. Gilliland parece usar um silenciador. Deve ser por isso que ele mirou 3,5 metros acima do iraquiano.




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#39 Mensagem por Clermont » Sex Fev 03, 2006 7:09 pm

O rifle do Sgt. Gilliland parece usar um silenciador. Deve ser por isso que ele mirou 3,5 metros acima do iraquiano.


Na verdade, as duas armas que aparecem na foto são carabinas M-4. As equipes de tocaieiros do Exército (atirador e observador) carregam um fuzil M-24 (para o atirador) e uma carabina M-4 (para o observador). E os homens revezam o uso das armas.




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#40 Mensagem por rodrigo » Sex Fev 03, 2006 7:45 pm

Deve ser por isso que ele mirou 3,5 metros acima do iraquiano.
Mas a essa distância, a compensação é por aí mesmo. Mas esse acerto, a essa distância, é 50% sorte.




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#41 Mensagem por Guerra » Seg Fev 06, 2006 3:45 pm

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Uma gandola de sniper.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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#42 Mensagem por Clermont » Sáb Set 01, 2007 12:39 pm

ANTI-TOCAIA NO IRAQUE – parte 1.

Por John Plaster – capítulo 20 de “Ultimate Sniper”, 2006, da Paladin Press.

Muitas experiências e lições anti-tocaia tem emergido do Iraque, onde as forças americanas e da coalizão tem confrontado adversários tocaieiros dedicados e cheios de recursos. Em acréscimo a coletânea de experiências de veteranos do Iraque, nós incorporamos neste capítulo dezenas de relatórios, artigos de imprensa e mesmo relatos de insurgentes iraquianos envolvendo 16 engajamentos de tocaieiros terroristas contra forças americanas, britânicas e polonesas.

UM PERFIL: O TOCAIEIRO IRAQUIANO.

Antes de analisar os outros atributos do tocaieiro insurgente iraquiano, tenha em mente que ele é um terrorista em primeiro lugar, que é capaz de qualquer tipo de ato para avançar sua causa sem consideração pela lei ou ética ou o que um ocidental consideraria moralidade. Uma urdidura inseparável o conecta aos seus camaradas que instalam bombas em locais públicos e matam reféns indefesos com pouco remorso. A cada dia, ele viola as Leis da Guerra Terrestre ao vestir roupas paisanas, assassinar civis, continuar a atirar contra soldados e fuzileiros navais incapacitados, fugir de cenários de tocaias em ambulâncias, disparar, de propósito por detrás de um escudo humano de mulheres e crianças e operar das mesquitas. Não espere quartel dele e não seja surpreendido por seus ultrajes.

Explicando sua motivação, um tocaieiro iraquiano contou ao London Sunday Times, “Quando eu tocaio meu alvo e o vejo tombar, eu me sinto extasiado – tonto de júbilo. Eu caio ao chão, gritando para Deus, dizendo Allah akbar, pois Deus, em verdade é grande. Quando os tocaieiros deles matam um de nós, nós vamos para o paraíso como mártires. Mas quando nós os matamos, eles vão para o inferno.”

Baseado na ameaça que representam, eu categorizei os tocaieiros insurgentes do Iraque em três classes, o “tocaieiro à queima-roupa” (”potshot sniper”), o “atirador de precisão treinado” (”trained marksman”) e o tocaieiro “um tiro-um morto” (”one shot-one kill” sniper).

O tocaieiro à queima-roupa é um civil relativamente destreinado que adquiriu um fuzil com mira telescópica. Seu fanatismo excede sua habilidade, embora ele seja, razoavelmente mortífero em 90 a 180 metros – cerca de dois quarteirões de cidade – perto o bastante para que ele não precise dominar estimativa de distância, compensação de vento, etc, para atingir seus alvos. Uma reminiscência dos tocaieiros da Juventude Hitlerista que lutaram nos dias finais da Segunda Guerra Mundial, ele começou com um pouco mais de um par de horas de instrução. Alguém mais pode, até mesmo ter zerado seu fuzil para ele, mas tudo que ele precisa é saber como manter o retículo no seu alvo. A maioria dos tocaieiros à queima-roupa será capturada ou morta antes de aprender o bastante para serem chamados de tocaieiros, embora a experiência, somente, irá elevar alguns a este nível. Muito pelo alto, eu estimaria que esta categoria constitui metade dos tocaieiros no Iraque.

Acima dele está o atirador de precisão treinado, provavelmente um ex-militar ou atirador esportivo que sabe como disparar um fuzil com competência, mas que não tem nem o adestramento e nem a experiência dos tocaieiros. Ele pode atingir alvos do tamanho de um prato de jantar, precisamente entre 180 e 360 metros, ou alvos menores e parcialmente expostos em distâncias mais curtas. Se ele absorver suas experiências, pode se tornar tão mortífero quanto um tocaieiro adestrado em escola em poucos meses. O atirador de precisão treinado compreende, talvez de 40 a 45 % das fileiras dos tocaieiros insurgentes.

A menor categoria é esta do treinado em escola, totalmente qualificado, o tocaieiro “um tiro-um morto”, ou estes com bastante experiência da Chechênia ou outro lugar que os tenha, previamente qualificado para o trabalho. Eles representam 5 % ou no máximo 10 % dos tocaieiros inimigos. Um dos mais bem-sucedidos tocaieiros do Iraque – alegadamente com 23 mortes – contou ao entrevistador britânico que ele aprendeu suas habilidades através da Internet e brincando com videogames – o que eu não acredito nem por um segundo. Supondo que ele tenha participado de um curso de tocaieiro, talvez fora do Iraque, iria ele admitir isso para um jornalista estrangeiro?

Todos esses tocaieiros observam as forças americanas e estudam suas táticas e técnicas. Eles compreendem o que é uma Força de Reação Rápida (Quick Reaction Force, ou QRF), como ela opera e aprenderam a disparar e fugir antes que uma QRF possas contê-los em uma busca e isolamento. Repetidas vezes, eu encontro a mídia insurgente iraquiana se vangloriando de que os cordões americanos não estão no lugar, rápido o bastante para impedir a fuga do tocaieiro.

ARMAMENTO E EQUIPAMENTO.

Os tocaieiros iraquianos tem um amplo suprimento de fuzis de tocaia soviéticos SVD ou a versão de fabricação iraquiana, o fuzil “al Kadesih”. Apesar de ter sido capturado aos milhares em 2003, as unidades de operações especiais e de segurança interna de Saddam Hussein tinham, anteriormente, armazenado pilhas de tais fuzis. Um indicativo da imagem prestigiosa do “al Kadesih é de que Saddam Hussei tinha centenas – possivelmente milhares – deles com placas douradas para apresentações. Esses fuzis dourados tem se tornado o mais procurado souvenir de guerra pelos GIs.

Dependendo da fonte, o “al Kadesih” é comparavelmente preciso – ou levemente menos preciso – que seu primo russo SVD, provavelmente na casa dos 2 MOA. Eu não posso dizer com certeza, pois nunca disparei em testes o “al Kadesih”. Mas, claramente esse fuzil, de muitas maneiras é idêntico ao SVD, sendo sua mais distinta diferença a ausência de um descanso de rosto. Alguns carregadores tem uma palmeira estampada neles e não são intercambiáveis com o SVD. Eu não encontrei nenhum incidente de um tocaieiro iraquiano utilizando um fuzil de ação de ferrolho, embora um se vangloriasse para um jornalista de que estava adquirindo um fuzil de ação de ferrolho europeu de qualidade.

O máximo alcance efetivo de um tocaieiro iraquiano é limitado pela capacidade de suas miras ópticas. A obsoleta luneta PSO-1 de estilo soviético encontrada na maioria dos fuzis de tocaia iraquianos tem uma magnificação fixa de 4 X, mantendo seus tiros bem-visados até 350 metros ou menos. Além deste alcance, um atirador de precisão talentoso pode atingir um torso humano, mas ele não estará efetuando tiros de precisão.

E mais, devido a ele carecer de um observador e luneta de observação, o tocaieiro iraquiano não pode ajustar, com eficácia seu fogo, como um tocaieiro ocidental. Eu não passei em revista nem um só engajamento de tocaieiro iraquiano que envolvesse uma mira noturna, portanto eu duvido que eles as tenham – no entanto, tem ocorrido tiros disparados em áreas bem-iluminadas após escurecer.

Como regra, o tocaieiro iraquiano não tem rádio, mas algumas vezes ele se comunica pelo celular – o que, se você parar para pensar, é muito menos incriminador se ele for parado pelas forças de segurança. Da mesma forma, ele não carrega nenhum equipamento além do seu fuzil e, talvez um carregador sobressalente, tanto para permanecer flexivelmente móvel, como para tornar simples o descarte de evidências incriminatórias quando ele precisar se misturar com a população.

Enquanto em operação ele, com freqüência usa uma balaclava preta, uma prática talvez influenciada pelos terroristas palestinos similarmente trajados. Parcialmente, essa máscara de esquiador gera uma mística, mas de forma mais prática isso oculta sua identidade para que ele não possa ser identificado pelos transeuntes iraquianos. Alguns tocaieiros iraquianos vão além e ocultam suas identidades por trás de um nom de guerre ou codinome.

A INFLUÊNCIA CHECHENA.

Embora alguns combatentes chechenos tenham se infiltrado no Iraque, na área do tiro de tocaia a influência deles tem excedido seus números. Durante boa parte da década passada, radicais islâmicos tem enfrentado forças russas na assolada República da Chechênia e aprendido muito sobre guerra de rua, especialmente durante as batalhas na capital do país, Grozny. Os feitos de combate deles tem sido significativos, incluindo a morte, por um tocaieiro, do major-general Mikhail Malofeyev, o comandante das forças russas no norte da Chechênia.

Tocaieiros chechenos afiliados com a al Qaeda se tornaram respeitados como especialistas no assunto e prontamente disponíveis para compartilhar suas experiências, e talvez mesmo dirigir escolas para combatentes aliados tais como os insurgentes iraquianos.

Foram os chechenos quem primeiro organizaram equipes de caçadores-matadores (“grupos combatentes”) para mesclar tocaieiros, com fogueteiros RPG e metralhadores para ataques móveis do tipo bater-e-correr – uma tática imitada pelos insurgentes e muito provavelmente inspirada ou instruída pelos veteranos chechenos. Alguns vídeos terroristas iraquianos tem exibido um tocaieiro armado de SVD em companhia de insurgentes com RPGs e AKs – similar à equipe de caçadores-matadores chechena – e tais grupos tem sido encontrados nas vizinhanças mais rebeladas do Iraque.

Embora ainda não tendo sido vistos no Iraque, equipes de cinco homens – com um tocaieiro e quatro AKs, ou atiradores de metralhadora – tem sido agrupados pelos rebeldes nas áreas rurais da Chechênia. O tocaieiro irá espreitar à frente, talvez uns 500 metros – ou conservar-se em emboscada nessa posição avançada – e disparar um tiro bem-visado. Ouvindo isso, seus camaradas irão abrir fogo para desviar a atenção e fornecer fogo de cobertura para o tocaieiro escapar da resposta das forças russas.

Considerando-se sua experiência, é possível que alguns dos melhores tocaieiros insurgentes iraquianos – os tipos “um tiro-um morto” tenham sido treinados ou aconselhados pelos chechenos. Ou alguns podem, mesmo serem chechenos.

MUNIÇÃO PARA TOCAIEIRO.

A disponibilidade de munição de qualidade pode ser um fator limitador para os tocaieiros insurgentes. A mais abundante munição 7,62 x 54 R é a de bala de baixa categoria, adequada para o disparo pela metralhadora PK, e que é carente de consistência e, portanto de precisão.

No entanto, um tocaieiro tem um índice tão baixo de consumo que não se exige muita munição para mantê-lo suprido. Um tocaieiro urbano iraquiano pode operar um ano inteiro com o conteúdo de um único pacote de munição. Como é bem conhecido, antes da invasão de 2003, Saddam fez com que suas unidades de elite e forças de segurança internas – o núcleo da insurgência – armazenassem munição e armas, especificamente para continuar a luta. Esse fato, juntamente com a disponibilidade de munição de qualidade nos países vizinhos, sugere que o suprimento de munição não é um problema significativo para os tocaieiros. Quando estes, eventualmente forem descobertos disparando, principalmente munição de bala comum – e as mortes por um só tiro declinarem – isso será um forte indicativo de inteligência de que os maiores esforços de contra-insurgência estão obtendo sucesso.




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#43 Mensagem por Bolovo » Sáb Set 01, 2007 2:00 pm

Clermont escreveu:
O rifle do Sgt. Gilliland parece usar um silenciador. Deve ser por isso que ele mirou 3,5 metros acima do iraquiano.


Na verdade, as duas armas que aparecem na foto são carabinas M-4. As equipes de tocaieiros do Exército (atirador e observador) carregam um fuzil M-24 (para o atirador) e uma carabina M-4 (para o observador). E os homens revezam o uso das armas.

Com o silenciador, o alcance e a precisam da arma aumentam, além de ocultar a 'chama' do disparo. Foi isso o que um dos principais engenheiros da seção de silenciadores da Surefire disse no programa Correio Militar da History Channel.




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#44 Mensagem por Guilherme » Sáb Set 01, 2007 3:57 pm

Brasileiro escreveu:Falando em Malvinas, existe uma interessante história de um sniper argentino, que abateu nada menos que treze militares ingleses, antes de ser apanhado. Sua camuflagem era perfeita, e ele atirava apenas em suboficiais e operadores de radio. Foi descoberto por acaso, quando um soldado inglês, olhando exatamente para o ponto onde ele estava, viu a fumaça de um disparo. Rendeu-se, foi capturado vivo e considerado apenas prisioneiro de guerra. Seu nome perdeu-se na historia.


Atirar em operadores de rádio parece lógico, mas não seria melhor atirar nos oficiais do que nos suboficiais? Acho que se eu fosse franco atirador, atiraria no oficial de mais alto posto que eu encontrasse.




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#45 Mensagem por Dieneces » Sáb Set 01, 2007 5:35 pm

Marechal-do-ar escreveu:1) A precisão da M82 é 1,5 MOA isso significa que podem acertar uma pessoa com 100% de certeza a no máximo uns 500 metros, sendo assim acertar alguem a 1614 metros é sim cagada.

2) Estorias de snipers no Vietnã incluem muita lenda, a bala 7,62x51mm perde 2/3 de sua energia a 500 metros, a 1km ela é tão letal quanto um .38 SPL, isso não é algo com utilidade militar...

3) A .338 Lapua perde metade de sua energia a 500 metros a 1km ela não consegue mais perfurar nem coletes nivel IIIA, apesar de conseguir (veja bem, eu disse conseguir, o stopping power fica na casa dos 90% a letalidade fica bem abaixo disso) matar a essa distância sua utilidade militar é questionavel.
Marechal , como se faz esse cálculo de que um fuzil que acerta alvos com precisão de 1,5 MOA , POSSUI CERTEZA de 100% a no máximo 500 metros ? Desconheço esse método de cálculo... a mim parece que cada relação fuzil-cano-calibre tem trajetórias de peculiaridades próprias . Quanto ao .308 perder 2/3 de sua energia a 500m : Dependendo da munição pode perder só a metade . A 1000M ele ainda tira de ação um ser humano . Perder metade da energia a 500 m , depende da energia , no caso da Lapua .338 é de assombrosos 4525lbs-pés a 90m , a 1000m sua energia É SUPERIOR a um 5,56mmX45mm( projétil NATO -FMJ) disparado à queima-roupa , na boca do cano!!!!!!!!! É um "míssil" . Talhado para para uso militar , exclusivamente onde o inimigo encontre-se protegido (coisa que o .308 não resolve) e muito distante ( precisão não disponível nos .50). Sds.




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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