Necessidade dos carros de combate para os nossos fuzileiros
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Necessidade dos carros de combate para os nossos fuzileiros
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Na batalha do Somme, em 15
de setembro de 1916, o impasse da
“guerra de trincheiras” começa a
ser rompido com uma nova arma:
o carro-de-combate.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A Alemanha apresenta ao mundo
a “guerra relâmpago”.
GUERRA DO YOM KIPPUR
O emprego do míssil anticarro
faz analistas pensarem na obsolescência
do carro-de-combate(CC).
GUERRA DO GOLFO
A 24ª Divisão de Infantaria Mecanizada
desloca-se em direção ao
rio Eufrates, sob forte chuva. Um
CC M1 fica atolado na lama. Tentativa
de retirá-lo com outro M1 falha.
Restante da unidade prossegue.
Surgem três T-72 do Exército
do Iraque. O primeiro dispara
uma granada HEAT1, que atinge
a torre do M1: nenhum dano. A
guarnição do M1 responde com
um tiro de APFSDS2 de 120mm: a
granada penetra a torre do T-72
arremessando-a para o ar. O segundo
T-72 também dispara uma
HEAT: outro tiro certeiro, novamente
nenhum dano, o T-72 é da
mesma forma destruído. O terceiro
T-72 dispara uma granada
APFSDS de 125 mm: leves avarias
externas na couraça do M1. Tendo
em vista o que ocorrera com os
outros dois T-72, o terceiro busca
coberta e abrigo atrás de uma duna
de areia. O comandante do M1,
utilizando o visor de imagem térmica,
percebe os gases de escape
do motor do T-72, faz cuidadosa
pontaria e dispara: a granada atravessa
a areia e destrói o terceiro
T-72. Para não deixar o CC abandonado,
duas tentativas de destruição
são conduzidas, com disparos
de outro M1 da 24a DivInfMec,
mas sem sucesso. Finalmente, o
CC é retirado do atoleiro com emprego
de dois veículos de socorro.
-Os fatos acima relatados proporcionam
uma idéia concisa da evolução
do CC, instrumento de destruição
com destacada atuação nos
campos de batalha no século XX e
que possui favorável perspectiva de
ainda permanecer em evidência no
início do próximo milênio. Provavelmente
não será mais a “arma mestra”
das forças terrestres, dando lugar
a sistemas que incluirão meios
aéreos e terrestres, todos perfeitamente
integrados, como nas forças navais.
Nos mares, o couraçado cedeu
a vez de “navio capital” para o
navio aeródromo e este para um
complexo sistema que integra meios
aéreos, submarinos e de superfície.
Continuará o CC, entretanto,
disponível para atuar como arma
decisiva em muitas situações, pois
haverá sempre necessidade de reconhecimento,
segurança e ação de
choque, tarefas apropriadas ao binômio
CC-aeronave. Esta posição
de destaque, todavia, será mantida
se houver aproveitamento de avanço
tecnológico que continue evidenciando
as características inerentes
aos CC: poder de fogo, proteção
blindada e mobilidade.
Com relação ao poder de fogo, o
objetivo continuará
sendo destruir outro
CC, por ser o principal
oponente e também
o mais protegido.
Atualmente, o
poder de fogo está em
desvantagem com relação à blindagem,
conforme ilustrado pelo fato
relativo ao M1 na Guerra do Golfo.
Para mudar esta situação, o aprimoramento
parece ser mais promissor
na munição do que no canhão, embora
estejam em andamento pesquisas
variadas, como canhão eletromagnético
(EM) e emprego de propelente
líquido.
O canhão EM baseia-se na interação
eletromagnética entre o
projetil e o “tubo” e, uma vez resolvido
o problema da enorme quantidade
de energia necessária, terá
como vantagens elevada velocidade
do projetil e aumento na probabilidade
de sobrevivência, pois não
haverá explosivo armazenado no
interior do carro nem efeitos secundários
do disparo – estampido, fumaça
e chama na extremidade do
tubo. O canhão para projetil com
propelente líquido proporcionará
maior velocidade da granada, menor
desgaste do canhão e menor custo
de fabricação, mas ainda depende
de soluções aceitáveis para armazenagem
e manuseio de líquidos instáveis
a temperaturas muito baixas.
Quanto à munição, dois tipos de
granada se destacam, de acordo com
o princípio aplicado para perfurar
blindagem: energia química (HEAT)
ou energia cinética (APFSDS). A munição
HEAT aproveita a elevada pressão
concentrada produzida por uma
explosão (reação química a alta velocidade)
para impulsionar um material
perfurante contra a blindagem,
abrindo uma cavidade na mesma.
Eficiente contra blindagem simples
– mesmo que espessa –, deixa a desejar
contra blindagem composta,
constituída por camadas de diferentes
materiais.
A munição APFSDS – ou munição
“flecha” – utiliza, para perfurar
blindagem, a energia cinética
do projetil, estabilizado por aletas,
que atinge altas velocidades. O material
perfurante pode ser liga de
tungstênio ou de urânio empobrecido.
O urânio proporciona melhor
performance mas é radioativo, produz
poeira tóxica e exige muitos
cuidados para fabricação e manuseio.
Além da melhor performance
ao vencer a blindagem, o projetil
de liga de urânio é estilhaçado em
pequenas partículas que, no interior
do CC, se incendeiam, gerando
calor e altas pressões, tornandoos
mais letais que os de tungstênio.
Esta munição, todavia, pode perder
até oitenta por cento de sua capacidade
perfurante caso a “flecha”
tenha sua estabilização alterada
durante a trajetória.
Considerando que a blindagem
dos CC é reforçada na parte frontal
e nas laterais, o alvo passou a ser o
topo do CC, como é o caso do míssil
sueco Bill – recentemente adquirido
para os Pelotões Anticarro dos
BtlInfFuzNav – e do míssil norteamericano
TOW2B. Munição deste
tipo, se utilizada por CC, também
pode modificar a situação desvantajosa
do poder de fogo.
A blindagem ainda é a melhor
proteção, mas poderá ser substituída,
ou pelo menos complementada.
Evoluiu de espessas chapas de aço
para camadas de diferentes ligas
metálicas, cerâmica e blocos com
blindagem reativa, conseguindo,
assim, neutralizar o canhão. Além
disso, foram desenvolvidos dispositivos
que reduzem a elevação da
pressão interna quando o CC é atingido,
evitando que ocorram explosões,
tanto da munição como do
combustível. São sistemas automáticos
de extinção de incêndio e supressão
de explosão. Para anteciparse
à evolução dos mísseis e dos canhões,
a tecnologia deverá oferecer
opções de proteção eletro-magnética
em torno do CC. Hoje, detetores
de emissão laser alertam que
o CC passou a ser um alvo, obrigando-
o a manobras evasivas, utilizando
sua mobilidade e cortinas
de fumaça – que não resistem a
visores de imagem térmica. No futuro,
deve-se avaliar a possibilidade
de aplicar os mesmos princípios
utilizados para defesa de navios e
aeronaves. No caso de mísseis, interferir
no sistema de direção e, no
quanto a munição de canhão, sem
dispositivos eletrônicos que possam
sofrer interferência, a solução poderá
ser disparar projetis para interceptar
a granada antes que esta
atinja o CC.
Quanto à mobilidade, a substituição
do motor diesel por turbina,
como no M1, deverá ser a tendência.
A turbina apresenta algumas
desvantagens: elevada dependência
de ar puro, o que exige um sistema
de filtro potente para purificar
o ar do campo de batalha, normalmente
sujo, inclusive a poeira
provocada pelo próprio CC; consumo
superior, o que implica em
mais espaço no CC destinado a
combustível, para assegurar um
apropriado raio de ação, bem como
uma cadeia de reabastecimento “forte
em viaturas cisternas”, que poderá
constituir alvo fácil à aviação
inimiga e, se interrompida, deixar
os CC inoperantes; e, embora seja
mais leve e menor que o motor,
exige outros acessórios que fazem
com que o conjunto propulsor seja
tão ou mais pesado que o motor
diesel. Entretanto, suas vantagens
são compensadoras: posição não
denunciada por gases de escape;
menor nível de ruído (o M1 já foi
apelidado “morte silenciosa”); partida
instantânea sob qualquer tempo,
não necessitando de período de
aquecimento para operar; aceleração
muito mais rápida; e maior
facilidade de manutenção por ter
um terço a menos de partes móveis.
Outro aspecto a destacar é a importância
do apoio de Engenharia
para assegurar mobilidade aos CC.
Estes, por mais recursos que disponham
para transpor obstáculos,
inclusive cursos d’água, estarão sujeitos
a situações em que somente
a Engenharia poderá garantir mobilidade.
Logo, os meios de Engenharia
também deverão ser blindados,
visto que seu emprego será
à frente dos CC, inclusive, eventualmente,
sob fogos do inimigo.
É também característica importante
do CC a sua capacidade – e
ao mesmo tempo dependência – de
comunicações amplas e flexíveis,
que permitem assegurar C3I3 para
os comandos envolvidos. Considerando-
se o avanço da guerra eletrônica,
esta dependência deve diminuir
em relação à transmissão de
voz, incorporando-se sistemas informatizados
de transmissão de dados
interligando os CC com seus
escalões superiores e apoios, principalmente
Artilharia, Engenharia
e Logística.
Além de análise das principais
características separadamente, estas
devem ser apreciadas também
como um todo, pois poder de fogo,
proteção blindada e mobilidade
constituem fatores que contribuem
em conjunto para o sucesso da ação
dos CC. Assim, a probabilidade de
sucesso do CC depende da probabilidade
de destruição de CC inimigos,
da probabilidade de sobrevivência
e da probabilidade de estar
onde e quando necessário. Os
aspectos matemáticos do cálculo
destas probabilidades fogem ao escopo
deste artigo – embora sejam
ótimo tema para o Curso de Aperfeiçoamento
Avançado – mas percebe-
se com facilidade que, para
alta probabilidade de sucesso, os
três fatores também deverão ter
elevada probabilidade, por serem
multiplicativos. O fato mencionado
sobre a Guerra do Golfo mostra
o que pode ocorrer: o M1, embora
com altas probabilidades de
sobrevivência e de destruição, não
estava no local e no momento que
se fazia necessário. Outro CC, com
menores probabilidades de destruição
e de sobrevivência, mas com
maior mobilidade, talvez tivesse
maior probabilidade de sucesso.
Estes aspectos, traduzidos em
requisitos, definirão a escolha do
CC a ser obtido por uma força armada
– evidentemente associados
a outros parâmetros, tais como o
papel a ser desempenhado pelo CC
naquela força e o poder nacional
do país em questão. Os EUA definiram
tarefas, organização, requisitos
e contrataram duas empresas
para desenvolver opções de projeto
de CC que resultou no M1
Abrams. Tem o Brasil Poder Nacional
para desencadear as mesmas
ações? Se tiver, a conjuntura –
ameaça, disponibilidade de recursos
decorrentes do dilema espadas
versus arados, prioridades no âmbito
da MB – justifica os custos envolvidos?
Basta conhecer projetos
como o do submarino com propulsão
nuclear da MB, de aeronaves
da EMBRAER, de veículo
lançador de satélite da FAB e mesmo
o do CC OSÓRIO da ENGESA,
para responder “sim” à primeira
pergunta. Entretanto, para a segunda,
a resposta hoje aceitável é “não”.
Na própria MB observa-se um
ótimo exemplo de como deve ser
feito o ajuste das necessidades de
material à realidade da conjuntura:
a obtenção das aeronaves A-4
para integrar a Aviação Naval. Não
há dúvida da importância de a MB
dispor de seus próprios aviões, mas
seria um passo fora da realidade
partir do nada para o modelo mais
avançado, como o F-22. Ousar sonhar?
Sim, mas com objetivos tangíveis,
que possam ser efetivados,
ao invés de continuarem apenas na
imaginação. Assim, o A-4 constitui
um solução aceitável para dotar o
Poder Naval com meios de dissuasão
compatíveis com as possibilidades
da MB, além de proporcionar
a implementação da mentalidade
de aviação naval com aeronaves
de asa fixa.
O mesmo raciocínio é válido
para o CC a ser obtido. Em 1980,
as praias de Porto Seguro constituíram
o cenário para mais uma
Operação DRAGÃO, coroamento do
adestramento anual do conjugado
anfíbio da MB, com uma especial
evolução em relação às Operações
anteriores: pela primeira vez um
navio da MB – o NDCC DUQUE DE
CAXIAS – desembarcava CC da própria
MB. A Marinha passava a contar
com mais um meio para aumentar
a sua capacidade de projeção
de poder em terra – o EE-9 CASCAVEL.
Esta valente viatura teve seus
críticos mas, se sua aquisição não
tivesse ocorrido, talvez ainda hoje
organizações de CC existissem
apenas no papel. Não contaria o
CFN com quase 20 anos de experiências
que, combinada aos ensinamentos
obtidos com as viaturas
blindadas sobre-lagartas M113
e CLAnf, proporcionam conhecimentos
para dar, com firmeza e
segurança, o próximo passo: incorporar
ao inventário da Força de
Fuzileiros da Esquadra um novo
Carro-de-Combate.
Certamente ainda não é o momento
para obtenção do M1 – assim
como a Esquadra ainda não
tem o F-22 –, mas é oportuno um
modelo apropriado para a principal
tarefa dos CC nas Operações
Anfíbias: integrar o sistema de defesa
anticarro. Para tanto, deverá
apresentar características que lhe
proporcionem aceitável probabilidade
de sucesso. O poder de fogo
deve ser baseado em canhão de
pelo menos 105mm, com capacidade
para disparar munição APFSDS
e apoiado em moderno sistema de
direção de tiro. A solução de compromisso
entre mobilidade e blindagem
deverá privilegiar a
primeira – é aceitável perder
em blindagem para reduzir
o peso e, assim, proporcionar
maior mobilidade.
Como sua principal tarefa
é contribuir para defesa
anticarro, deverá estar
onde e quando for necessário
e, como normalmente
será empregado contra
blindados em deslocamento
para a cabeça-de-praia,
poderá tirar proveito de escolher
a melhor posição
para atacar. Sua sobrevivência
não dependerá principalmente
da blindagem e sim da
mobilidade, pois não integrará
grandes formações de CC para
“batalhas de blindados”. Considerando
que a mobilidade estratégica
dos meios de fuzileiros navais é
assegurada pelos navios, deverá ser
privilegiada a mobilidade tática, ou
seja, CC sobre lagartas e com pouco
peso. Ambas proporcionarão
condições para que o CC, integrado
com meios aéreos, atue decisivamente
como instrumento da
“guerra de manobra” – filosofia de
combate em que as operações anfíbias
desempenham importante papel.
Outro aspecto que direciona
para menor peso é o custo do meio.
Mantidos os requisitos fundamentais
– no caso, capacidade de destruição
e relativa proteção blindada
–, quanto menor o peso normalmente
menor será o custo. Para a
MB, recursos financeiros escassos
constituem condicionante importante,
conduzindo a seleção do
modelo para o de menor custo entre
os que sejam adequados. Dependendo
do peso do CC, até mesmo
meios de apoio hoje existentes
– como por exemplo para transposição
de cursos d’água – serão suficientes,
não havendo necessidade
de custos adicionais para aquisição
de novos meios.
Considerando-se os dados relativos
ao SK-105/A2 (ver quadro
em destaque), percebe-se que este
modelo de CC está enquadrado nos
parâmetros apresentados. Talvez
não seja o CC ideal para a FFE,
mas proporciona adequada capacidade
de destruição e aceitáveis
aspectos de mobilidade, proteção
e custo, o que o torna apropriado
para a MB.
Esta incursão no tema CC proporcionou
uma idéia do que poderá
ocorrer no futuro quanto ao seu
emprego, principalmente nos países
possuidores de Poder Nacional
que permita – e cuja conjuntura
exija – dispor de material bélico
no estado da arte. Não é o caso do
Brasil, o que não impede, todavia,
que a MB obtenha os meios julgados
necessários ao seu papel na
defesa da Pátria. O fato de não ser
aceitável o Brasil dispor de aeronaves
F-22 ou CC M1A2, não impede
a obtenção de meios como o
A-4 e o SK-105/A2. Além de contar
com importantes vetores de
projeção de poder e maior capacidade
de dissuasão, a MB estará
exercitando, em todos os níveis de
comando dos Grupamentos Operativos
e no Setor de Apoio, o emprego
destes meios. Na atual conjuntura,
o importante não é a MB
dispor de F-22 ou M1A2, mas de
aeronaves e CC que permitam futuras
incorporações de modelos no
estado da arte transcorrerem sem
grandes dificuldades, principalmente
porque aspectos relativos à
mentalidade de emprego destes
meios já estarão consolidados.
Na batalha do Somme, em 15
de setembro de 1916, o impasse da
“guerra de trincheiras” começa a
ser rompido com uma nova arma:
o carro-de-combate.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A Alemanha apresenta ao mundo
a “guerra relâmpago”.
GUERRA DO YOM KIPPUR
O emprego do míssil anticarro
faz analistas pensarem na obsolescência
do carro-de-combate(CC).
GUERRA DO GOLFO
A 24ª Divisão de Infantaria Mecanizada
desloca-se em direção ao
rio Eufrates, sob forte chuva. Um
CC M1 fica atolado na lama. Tentativa
de retirá-lo com outro M1 falha.
Restante da unidade prossegue.
Surgem três T-72 do Exército
do Iraque. O primeiro dispara
uma granada HEAT1, que atinge
a torre do M1: nenhum dano. A
guarnição do M1 responde com
um tiro de APFSDS2 de 120mm: a
granada penetra a torre do T-72
arremessando-a para o ar. O segundo
T-72 também dispara uma
HEAT: outro tiro certeiro, novamente
nenhum dano, o T-72 é da
mesma forma destruído. O terceiro
T-72 dispara uma granada
APFSDS de 125 mm: leves avarias
externas na couraça do M1. Tendo
em vista o que ocorrera com os
outros dois T-72, o terceiro busca
coberta e abrigo atrás de uma duna
de areia. O comandante do M1,
utilizando o visor de imagem térmica,
percebe os gases de escape
do motor do T-72, faz cuidadosa
pontaria e dispara: a granada atravessa
a areia e destrói o terceiro
T-72. Para não deixar o CC abandonado,
duas tentativas de destruição
são conduzidas, com disparos
de outro M1 da 24a DivInfMec,
mas sem sucesso. Finalmente, o
CC é retirado do atoleiro com emprego
de dois veículos de socorro.
-Os fatos acima relatados proporcionam
uma idéia concisa da evolução
do CC, instrumento de destruição
com destacada atuação nos
campos de batalha no século XX e
que possui favorável perspectiva de
ainda permanecer em evidência no
início do próximo milênio. Provavelmente
não será mais a “arma mestra”
das forças terrestres, dando lugar
a sistemas que incluirão meios
aéreos e terrestres, todos perfeitamente
integrados, como nas forças navais.
Nos mares, o couraçado cedeu
a vez de “navio capital” para o
navio aeródromo e este para um
complexo sistema que integra meios
aéreos, submarinos e de superfície.
Continuará o CC, entretanto,
disponível para atuar como arma
decisiva em muitas situações, pois
haverá sempre necessidade de reconhecimento,
segurança e ação de
choque, tarefas apropriadas ao binômio
CC-aeronave. Esta posição
de destaque, todavia, será mantida
se houver aproveitamento de avanço
tecnológico que continue evidenciando
as características inerentes
aos CC: poder de fogo, proteção
blindada e mobilidade.
Com relação ao poder de fogo, o
objetivo continuará
sendo destruir outro
CC, por ser o principal
oponente e também
o mais protegido.
Atualmente, o
poder de fogo está em
desvantagem com relação à blindagem,
conforme ilustrado pelo fato
relativo ao M1 na Guerra do Golfo.
Para mudar esta situação, o aprimoramento
parece ser mais promissor
na munição do que no canhão, embora
estejam em andamento pesquisas
variadas, como canhão eletromagnético
(EM) e emprego de propelente
líquido.
O canhão EM baseia-se na interação
eletromagnética entre o
projetil e o “tubo” e, uma vez resolvido
o problema da enorme quantidade
de energia necessária, terá
como vantagens elevada velocidade
do projetil e aumento na probabilidade
de sobrevivência, pois não
haverá explosivo armazenado no
interior do carro nem efeitos secundários
do disparo – estampido, fumaça
e chama na extremidade do
tubo. O canhão para projetil com
propelente líquido proporcionará
maior velocidade da granada, menor
desgaste do canhão e menor custo
de fabricação, mas ainda depende
de soluções aceitáveis para armazenagem
e manuseio de líquidos instáveis
a temperaturas muito baixas.
Quanto à munição, dois tipos de
granada se destacam, de acordo com
o princípio aplicado para perfurar
blindagem: energia química (HEAT)
ou energia cinética (APFSDS). A munição
HEAT aproveita a elevada pressão
concentrada produzida por uma
explosão (reação química a alta velocidade)
para impulsionar um material
perfurante contra a blindagem,
abrindo uma cavidade na mesma.
Eficiente contra blindagem simples
– mesmo que espessa –, deixa a desejar
contra blindagem composta,
constituída por camadas de diferentes
materiais.
A munição APFSDS – ou munição
“flecha” – utiliza, para perfurar
blindagem, a energia cinética
do projetil, estabilizado por aletas,
que atinge altas velocidades. O material
perfurante pode ser liga de
tungstênio ou de urânio empobrecido.
O urânio proporciona melhor
performance mas é radioativo, produz
poeira tóxica e exige muitos
cuidados para fabricação e manuseio.
Além da melhor performance
ao vencer a blindagem, o projetil
de liga de urânio é estilhaçado em
pequenas partículas que, no interior
do CC, se incendeiam, gerando
calor e altas pressões, tornandoos
mais letais que os de tungstênio.
Esta munição, todavia, pode perder
até oitenta por cento de sua capacidade
perfurante caso a “flecha”
tenha sua estabilização alterada
durante a trajetória.
Considerando que a blindagem
dos CC é reforçada na parte frontal
e nas laterais, o alvo passou a ser o
topo do CC, como é o caso do míssil
sueco Bill – recentemente adquirido
para os Pelotões Anticarro dos
BtlInfFuzNav – e do míssil norteamericano
TOW2B. Munição deste
tipo, se utilizada por CC, também
pode modificar a situação desvantajosa
do poder de fogo.
A blindagem ainda é a melhor
proteção, mas poderá ser substituída,
ou pelo menos complementada.
Evoluiu de espessas chapas de aço
para camadas de diferentes ligas
metálicas, cerâmica e blocos com
blindagem reativa, conseguindo,
assim, neutralizar o canhão. Além
disso, foram desenvolvidos dispositivos
que reduzem a elevação da
pressão interna quando o CC é atingido,
evitando que ocorram explosões,
tanto da munição como do
combustível. São sistemas automáticos
de extinção de incêndio e supressão
de explosão. Para anteciparse
à evolução dos mísseis e dos canhões,
a tecnologia deverá oferecer
opções de proteção eletro-magnética
em torno do CC. Hoje, detetores
de emissão laser alertam que
o CC passou a ser um alvo, obrigando-
o a manobras evasivas, utilizando
sua mobilidade e cortinas
de fumaça – que não resistem a
visores de imagem térmica. No futuro,
deve-se avaliar a possibilidade
de aplicar os mesmos princípios
utilizados para defesa de navios e
aeronaves. No caso de mísseis, interferir
no sistema de direção e, no
quanto a munição de canhão, sem
dispositivos eletrônicos que possam
sofrer interferência, a solução poderá
ser disparar projetis para interceptar
a granada antes que esta
atinja o CC.
Quanto à mobilidade, a substituição
do motor diesel por turbina,
como no M1, deverá ser a tendência.
A turbina apresenta algumas
desvantagens: elevada dependência
de ar puro, o que exige um sistema
de filtro potente para purificar
o ar do campo de batalha, normalmente
sujo, inclusive a poeira
provocada pelo próprio CC; consumo
superior, o que implica em
mais espaço no CC destinado a
combustível, para assegurar um
apropriado raio de ação, bem como
uma cadeia de reabastecimento “forte
em viaturas cisternas”, que poderá
constituir alvo fácil à aviação
inimiga e, se interrompida, deixar
os CC inoperantes; e, embora seja
mais leve e menor que o motor,
exige outros acessórios que fazem
com que o conjunto propulsor seja
tão ou mais pesado que o motor
diesel. Entretanto, suas vantagens
são compensadoras: posição não
denunciada por gases de escape;
menor nível de ruído (o M1 já foi
apelidado “morte silenciosa”); partida
instantânea sob qualquer tempo,
não necessitando de período de
aquecimento para operar; aceleração
muito mais rápida; e maior
facilidade de manutenção por ter
um terço a menos de partes móveis.
Outro aspecto a destacar é a importância
do apoio de Engenharia
para assegurar mobilidade aos CC.
Estes, por mais recursos que disponham
para transpor obstáculos,
inclusive cursos d’água, estarão sujeitos
a situações em que somente
a Engenharia poderá garantir mobilidade.
Logo, os meios de Engenharia
também deverão ser blindados,
visto que seu emprego será
à frente dos CC, inclusive, eventualmente,
sob fogos do inimigo.
É também característica importante
do CC a sua capacidade – e
ao mesmo tempo dependência – de
comunicações amplas e flexíveis,
que permitem assegurar C3I3 para
os comandos envolvidos. Considerando-
se o avanço da guerra eletrônica,
esta dependência deve diminuir
em relação à transmissão de
voz, incorporando-se sistemas informatizados
de transmissão de dados
interligando os CC com seus
escalões superiores e apoios, principalmente
Artilharia, Engenharia
e Logística.
Além de análise das principais
características separadamente, estas
devem ser apreciadas também
como um todo, pois poder de fogo,
proteção blindada e mobilidade
constituem fatores que contribuem
em conjunto para o sucesso da ação
dos CC. Assim, a probabilidade de
sucesso do CC depende da probabilidade
de destruição de CC inimigos,
da probabilidade de sobrevivência
e da probabilidade de estar
onde e quando necessário. Os
aspectos matemáticos do cálculo
destas probabilidades fogem ao escopo
deste artigo – embora sejam
ótimo tema para o Curso de Aperfeiçoamento
Avançado – mas percebe-
se com facilidade que, para
alta probabilidade de sucesso, os
três fatores também deverão ter
elevada probabilidade, por serem
multiplicativos. O fato mencionado
sobre a Guerra do Golfo mostra
o que pode ocorrer: o M1, embora
com altas probabilidades de
sobrevivência e de destruição, não
estava no local e no momento que
se fazia necessário. Outro CC, com
menores probabilidades de destruição
e de sobrevivência, mas com
maior mobilidade, talvez tivesse
maior probabilidade de sucesso.
Estes aspectos, traduzidos em
requisitos, definirão a escolha do
CC a ser obtido por uma força armada
– evidentemente associados
a outros parâmetros, tais como o
papel a ser desempenhado pelo CC
naquela força e o poder nacional
do país em questão. Os EUA definiram
tarefas, organização, requisitos
e contrataram duas empresas
para desenvolver opções de projeto
de CC que resultou no M1
Abrams. Tem o Brasil Poder Nacional
para desencadear as mesmas
ações? Se tiver, a conjuntura –
ameaça, disponibilidade de recursos
decorrentes do dilema espadas
versus arados, prioridades no âmbito
da MB – justifica os custos envolvidos?
Basta conhecer projetos
como o do submarino com propulsão
nuclear da MB, de aeronaves
da EMBRAER, de veículo
lançador de satélite da FAB e mesmo
o do CC OSÓRIO da ENGESA,
para responder “sim” à primeira
pergunta. Entretanto, para a segunda,
a resposta hoje aceitável é “não”.
Na própria MB observa-se um
ótimo exemplo de como deve ser
feito o ajuste das necessidades de
material à realidade da conjuntura:
a obtenção das aeronaves A-4
para integrar a Aviação Naval. Não
há dúvida da importância de a MB
dispor de seus próprios aviões, mas
seria um passo fora da realidade
partir do nada para o modelo mais
avançado, como o F-22. Ousar sonhar?
Sim, mas com objetivos tangíveis,
que possam ser efetivados,
ao invés de continuarem apenas na
imaginação. Assim, o A-4 constitui
um solução aceitável para dotar o
Poder Naval com meios de dissuasão
compatíveis com as possibilidades
da MB, além de proporcionar
a implementação da mentalidade
de aviação naval com aeronaves
de asa fixa.
O mesmo raciocínio é válido
para o CC a ser obtido. Em 1980,
as praias de Porto Seguro constituíram
o cenário para mais uma
Operação DRAGÃO, coroamento do
adestramento anual do conjugado
anfíbio da MB, com uma especial
evolução em relação às Operações
anteriores: pela primeira vez um
navio da MB – o NDCC DUQUE DE
CAXIAS – desembarcava CC da própria
MB. A Marinha passava a contar
com mais um meio para aumentar
a sua capacidade de projeção
de poder em terra – o EE-9 CASCAVEL.
Esta valente viatura teve seus
críticos mas, se sua aquisição não
tivesse ocorrido, talvez ainda hoje
organizações de CC existissem
apenas no papel. Não contaria o
CFN com quase 20 anos de experiências
que, combinada aos ensinamentos
obtidos com as viaturas
blindadas sobre-lagartas M113
e CLAnf, proporcionam conhecimentos
para dar, com firmeza e
segurança, o próximo passo: incorporar
ao inventário da Força de
Fuzileiros da Esquadra um novo
Carro-de-Combate.
Certamente ainda não é o momento
para obtenção do M1 – assim
como a Esquadra ainda não
tem o F-22 –, mas é oportuno um
modelo apropriado para a principal
tarefa dos CC nas Operações
Anfíbias: integrar o sistema de defesa
anticarro. Para tanto, deverá
apresentar características que lhe
proporcionem aceitável probabilidade
de sucesso. O poder de fogo
deve ser baseado em canhão de
pelo menos 105mm, com capacidade
para disparar munição APFSDS
e apoiado em moderno sistema de
direção de tiro. A solução de compromisso
entre mobilidade e blindagem
deverá privilegiar a
primeira – é aceitável perder
em blindagem para reduzir
o peso e, assim, proporcionar
maior mobilidade.
Como sua principal tarefa
é contribuir para defesa
anticarro, deverá estar
onde e quando for necessário
e, como normalmente
será empregado contra
blindados em deslocamento
para a cabeça-de-praia,
poderá tirar proveito de escolher
a melhor posição
para atacar. Sua sobrevivência
não dependerá principalmente
da blindagem e sim da
mobilidade, pois não integrará
grandes formações de CC para
“batalhas de blindados”. Considerando
que a mobilidade estratégica
dos meios de fuzileiros navais é
assegurada pelos navios, deverá ser
privilegiada a mobilidade tática, ou
seja, CC sobre lagartas e com pouco
peso. Ambas proporcionarão
condições para que o CC, integrado
com meios aéreos, atue decisivamente
como instrumento da
“guerra de manobra” – filosofia de
combate em que as operações anfíbias
desempenham importante papel.
Outro aspecto que direciona
para menor peso é o custo do meio.
Mantidos os requisitos fundamentais
– no caso, capacidade de destruição
e relativa proteção blindada
–, quanto menor o peso normalmente
menor será o custo. Para a
MB, recursos financeiros escassos
constituem condicionante importante,
conduzindo a seleção do
modelo para o de menor custo entre
os que sejam adequados. Dependendo
do peso do CC, até mesmo
meios de apoio hoje existentes
– como por exemplo para transposição
de cursos d’água – serão suficientes,
não havendo necessidade
de custos adicionais para aquisição
de novos meios.
Considerando-se os dados relativos
ao SK-105/A2 (ver quadro
em destaque), percebe-se que este
modelo de CC está enquadrado nos
parâmetros apresentados. Talvez
não seja o CC ideal para a FFE,
mas proporciona adequada capacidade
de destruição e aceitáveis
aspectos de mobilidade, proteção
e custo, o que o torna apropriado
para a MB.
Esta incursão no tema CC proporcionou
uma idéia do que poderá
ocorrer no futuro quanto ao seu
emprego, principalmente nos países
possuidores de Poder Nacional
que permita – e cuja conjuntura
exija – dispor de material bélico
no estado da arte. Não é o caso do
Brasil, o que não impede, todavia,
que a MB obtenha os meios julgados
necessários ao seu papel na
defesa da Pátria. O fato de não ser
aceitável o Brasil dispor de aeronaves
F-22 ou CC M1A2, não impede
a obtenção de meios como o
A-4 e o SK-105/A2. Além de contar
com importantes vetores de
projeção de poder e maior capacidade
de dissuasão, a MB estará
exercitando, em todos os níveis de
comando dos Grupamentos Operativos
e no Setor de Apoio, o emprego
destes meios. Na atual conjuntura,
o importante não é a MB
dispor de F-22 ou M1A2, mas de
aeronaves e CC que permitam futuras
incorporações de modelos no
estado da arte transcorrerem sem
grandes dificuldades, principalmente
porque aspectos relativos à
mentalidade de emprego destes
meios já estarão consolidados.
Editado pela última vez por Naval em Dom Mar 21, 2004 11:05 am, em um total de 1 vez.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
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Discordo de uma coisa, o uso de canhões em carros de combates leves, o paulo bastos pode explicar isso melhor do que eu, mas como ele ta meio sumido aqui vai a minha explicação mesmo, um MBT como o M1A2 possui mais de 60 tons contra apenas 20 tons do SK-105/A2 isso significa que o M1 pode disparar armas com um recuo muito maior do que o SK, e como a Guerra do Golfo mostrou se até canhões recuo longo são ineficazes contra a pesada blindagem de um MBT o que dizer de um canhão recuo curto? A minha proposta é que em CC com menos de 40 tons se use misseis anti-carros, apesar de mais caros eles não possuem recuo e são tão eficazes na tarefa anti-carro quanto os canhões.
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Muito bom o artigo, Naval. Vc poderia citar a fonte?
Miliko (ou qualquer outro membro que possa me responder), voce poderia me explicar como é visto o conceito de C3I e empregado dentro da força blindada do EB? Existe uma viatura especial que abriga os comandantes ou eles se comunicam com as viaturas de um local protegido longe do front?
Gostaria também de saber se voce poderia falar alguma coisa sobre como anda a integração da força blindada com a AvEx e se existe algum tipo de cooperação com as aeronaves da FAB.
Abraços
Miliko (ou qualquer outro membro que possa me responder), voce poderia me explicar como é visto o conceito de C3I e empregado dentro da força blindada do EB? Existe uma viatura especial que abriga os comandantes ou eles se comunicam com as viaturas de um local protegido longe do front?
Gostaria também de saber se voce poderia falar alguma coisa sobre como anda a integração da força blindada com a AvEx e se existe algum tipo de cooperação com as aeronaves da FAB.
Abraços
C3I!!! muito bom, slip. Funciona da seguinte forma: O Cmt tatico ( a partir do nivel SU) possui dois postos de comando : O PC Tatico e o PC recuado ( PCT e PCR) O PCR é uma instalacoa com barracas na area de trens ( ou proximo a ela), e o PCT é a propria Vtr Bld do Cmt, q no caso dos CMec, por exemplo, possui 2 VTr : uma VBL e UMa VBR, para a necessidade de participar da acao. O Cmt de Om possui uma VBL e 1 VBTP, assim como os Oficiais do COT ( operacoes + intelifgencia) possurem cada um uma VBTP. Assim, no caso de necessidade eles podem cerrar a frentre para acompanhar a manobra de suas Vtr. As com em operacoes Bld e Mec sao predominantemente radio e meios visuais, e auditivos ., o sistema fio se presta mais a operacoes estaticas. As msg sao todas em codigo de mensagens pre estabelecidas.
A integracao com a aviacao do EB esta andando, ja foram realizados alguns exercicios com a presenca das aeronaves e sua experimentacao para desenvolvimento de doutrina, ha nas escolas a previsao e o estudo do emprego dos meios aereos em operacoes com blindados, particularmente de reconhecimento, ja que a capacidade de ataque de nossas aeronaves se limita a neutralizacao de alvos e nao a sua destruicao( pelo menos por enquanto) , assim, os HLc sao usados nas operacoes de rec para aumentar a velocidade do reconhecimento ( elas vao a frente, em linha, em voo tatico para identificar o dispositivo, valor e localizacaoe composicao de ini antes dos bld chegarem la, o q proporciona mais tempo na preparacao de suas acoes e evita surpresas)
e propiciar informacoes em tempo real ao escalao superior
qto a FAB funciona com a utilizacao dos guias aereos avancados, q sao equipes especializadas na conducao de surtidas e ataques de aeronaves a partir do solo, normalmente em ofensivas e defensivas. alguns grandes exercicios contam com esse apoio.
A integracao com a aviacao do EB esta andando, ja foram realizados alguns exercicios com a presenca das aeronaves e sua experimentacao para desenvolvimento de doutrina, ha nas escolas a previsao e o estudo do emprego dos meios aereos em operacoes com blindados, particularmente de reconhecimento, ja que a capacidade de ataque de nossas aeronaves se limita a neutralizacao de alvos e nao a sua destruicao( pelo menos por enquanto) , assim, os HLc sao usados nas operacoes de rec para aumentar a velocidade do reconhecimento ( elas vao a frente, em linha, em voo tatico para identificar o dispositivo, valor e localizacaoe composicao de ini antes dos bld chegarem la, o q proporciona mais tempo na preparacao de suas acoes e evita surpresas)
e propiciar informacoes em tempo real ao escalao superior
qto a FAB funciona com a utilizacao dos guias aereos avancados, q sao equipes especializadas na conducao de surtidas e ataques de aeronaves a partir do solo, normalmente em ofensivas e defensivas. alguns grandes exercicios contam com esse apoio.
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Muito obrigado pela explicação, Miliko!
Mas, eu tenho mais algumas perguntinhas: a Vtr Bld do Cmt tem algum diferencial claro em relação as demais, como alguma diferença estrutural ou um numero maior de antenas a mostra?
Estou perguntando isso, porque nos ultimos conflitos tem-se notado uma grande enfase na destruição de postos de comando e de comunicações, pois um exército sem comando e sem linhas de comunicações claramente está destinado a se tornar um grande amontuado de alvos.
Também gostaria de saber, na sua opinião, os meios que ainda não dispomos e que fazem mais faltas a nossa cavalaria? Como, por exemplo, SATCOM, Vtr Bld AAé de escolta, etc...
Por fim, gostaria de te perguntar quais os efeitos mais notáveis que o conceito NCW (Net-Centric Warfare, ou, Guerra Centrada em Redes) trará para a arma da cavalaria.
Abraços
Mas, eu tenho mais algumas perguntinhas: a Vtr Bld do Cmt tem algum diferencial claro em relação as demais, como alguma diferença estrutural ou um numero maior de antenas a mostra?
Estou perguntando isso, porque nos ultimos conflitos tem-se notado uma grande enfase na destruição de postos de comando e de comunicações, pois um exército sem comando e sem linhas de comunicações claramente está destinado a se tornar um grande amontuado de alvos.
Também gostaria de saber, na sua opinião, os meios que ainda não dispomos e que fazem mais faltas a nossa cavalaria? Como, por exemplo, SATCOM, Vtr Bld AAé de escolta, etc...
Por fim, gostaria de te perguntar quais os efeitos mais notáveis que o conceito NCW (Net-Centric Warfare, ou, Guerra Centrada em Redes) trará para a arma da cavalaria.
Abraços
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Por fim, gostaria de te perguntar quais os efeitos mais notáveis que o conceito NCW (Net-Centric Warfare, ou, Guerra Centrada em Redes) trará para a arma da cavalaria.
Olá amigos,
Olha, eu acho que a implementação da NCW seria a maior revolução que poderia acontecer nas FA´s do Brasil, em termos de eficiência em suas operações.
Miliko, eu não sei se você participou, mas caso saiba algo a respeito: A operação "Timbó", que seria a primeira em que uma integração maior entre a FAB, MB e EB aconteceu..... Essa integração foi realmente saitisfatória? Ou as forças continuam operando demasiadamente isoladas?
Eu sei que um exercício apenas não é o suficiente para integrar tudo, mas deu para sentir alguma diferença mais nítida(caso você saiba algo a respeito..)?
Abraço a todos
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
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um MBT como o M1A2 possui mais de 60 tons contra apenas 20 tons do SK-105/A2 isso significa que o M1 pode disparar armas com um recuo muito maior do que o SK, e como a Guerra do Golfo mostrou se até canhões recuo longo são ineficazes contra a pesada blindagem de um MBT o que dizer de um canhão recuo curto?
Isso é porque o SK-105 não é um CC que vai enfrentar de frente outros CCs mais poderosos, ele é mais um Caça-tanques e deve ser mais usado em emboscadas a outros tanques, posições defensivas anticc apoiando infantaria e manobras de envolvimento juntamente com mais SKs(aproveitando sua melhor mobilidade para cercar o inimigo), assim utilizando munição(Flecha) nas laterias ou como o artigo disse por cima do oponente(Blindagens mais fracas), tem grande probalidade de sucesso. Aqueles T-72 iraquianos estavam enganjando os M1 de maneira errada e com munição errada(HEAT). Como vc pode notar somente as ''Flecha'' fizeram cócegas no M1. E provavelmente os tiros foram frontais onde a blindagem é mais forte.
A minha proposta é que em CC com menos de 40 tons se use misseis anti-carros, apesar de mais caros eles não possuem recuo e são tão eficazes na tarefa anti-carro quanto os canhões.
Eu não acho boa essa idéia de mísseis, o USARMY já testou versões anteriores do M60 com mísseis e não deu certo. Isso está melhor explicado numa edição da revista tecnologia e defesa que fala dos M60 brasileiros.
Abraços.
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Carros de Combate no CFN
Olá Naval.
Sempre fui um grande defensor de CC`s ( de verdade) no CFN, mas como nem tudo é perfeito no mundo, já sabe.
Bem o texto que voce colocou é otimo e ilustra muito bem nossas prioridades e condições. Mas eu gostaria de ter satisfeita umas curiosidades, : o EE-T1 Osório ou mesmo o Tamoyo chegaram a ser cogitados para equiparem as unids Blds do CFN ao tempo de seu desenvolvimento na década de 80 ? Hoje qual seria a posição da MB em relação a uma possível e/ou hipotéica retomada do projeto Osório e derivados, caso o EB conseguisse os aportes necessáros para tanto? A MB aceitaria participar deste empreendimento? O Osório caberia enquanto caracteristicas tecnicas dentro dos padrões para um futuro CC em suas unid Blds? O Tamoyo não seria mais adequado em relação a este ponto ?
Ficam as perguntas, e faltam soluções.
Abraços.
Sempre fui um grande defensor de CC`s ( de verdade) no CFN, mas como nem tudo é perfeito no mundo, já sabe.
Bem o texto que voce colocou é otimo e ilustra muito bem nossas prioridades e condições. Mas eu gostaria de ter satisfeita umas curiosidades, : o EE-T1 Osório ou mesmo o Tamoyo chegaram a ser cogitados para equiparem as unids Blds do CFN ao tempo de seu desenvolvimento na década de 80 ? Hoje qual seria a posição da MB em relação a uma possível e/ou hipotéica retomada do projeto Osório e derivados, caso o EB conseguisse os aportes necessáros para tanto? A MB aceitaria participar deste empreendimento? O Osório caberia enquanto caracteristicas tecnicas dentro dos padrões para um futuro CC em suas unid Blds? O Tamoyo não seria mais adequado em relação a este ponto ?
Ficam as perguntas, e faltam soluções.
Abraços.
Carpe Diem
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MARECHAL
Lembrei dessa versão do M60 com mísseis era o ''Mamute''.
Mas os Bradley e os humvee não são CCs.
E em relação aos CCs com menos de 40ton não seriam pesados mas médios.
Pô os Sks não iam sair pra um confronto direto com os CCs inimigos cara, eles seriam usados pra defesa anticc, então o risco de serem emboscados é mais difícil, não que seja impossível, mas guerra é guerra.
FCARVALHO
Acho que pelas características o Tamoyo seria melhor pro CFN, o Osório é muito pesadão.
Abraços.
Lembrei dessa versão do M60 com mísseis era o ''Mamute''.
Mas os Bradley e os humvee não são CCs.
E em relação aos CCs com menos de 40ton não seriam pesados mas médios.
Pô os Sks não iam sair pra um confronto direto com os CCs inimigos cara, eles seriam usados pra defesa anticc, então o risco de serem emboscados é mais difícil, não que seja impossível, mas guerra é guerra.
FCARVALHO
Acho que pelas características o Tamoyo seria melhor pro CFN, o Osório é muito pesadão.
Abraços.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
Slip, a diferenca em numero de antenas existe a partir do nivel cmt de pelotao, as vtr tem duas antenas, pois usam dois eqp radio. diferencas estruturais nao existem, mas o conceito de PCT vem justamente para compensar um pouco essa enfase na destruicao de orgaos de C#I e logistica, ja q desa forma o cmt pode se deslocar e operar o seu pc de qualquer local da frente, movimentado-o a fimde evitar tornar-se um alvo facil . Sobre a falta, atualmente creio q o maior problema sao meios de com mais modernos, no q tange a eqp radio veicular. os nossos ja deram o q tinham de dar....qto a vtr bld aae, e notorio e notado nas escolas, qdo etudamos , q a dosagem de art aaee e de engenharia organicas de nossas tropas sao insuficientes para um adequado apoio de engenharia e antiaereo. oU seja, necessitariamos criar mais Om de engenharia e AAE nos organogramas das Bda, ou pelo menos aumenta-las ( tipo..uma bda mec tem uma cia eng mec, deveria ter um batalhao...no lugar de uma bia aaae, deveria ser um grupo...) mas vc sabe no que isso implica, n'e? mais money e tropas.....mas tem um aspecto interessante nisso..rs..olha so, quem nao tem colirio usa oculos escuros ( ja dizia o velho Raul Seixas...) como nao dispomos desses meios, nos estudos se procuram exaustivamentes alternativas e meios de melhorar essas deficiencias..isso da um trabalho p planejar medonho, mas aguca a sensiblidade e a capacidade de planejamento ....tipo o q os alemqaes faziam apos o tratado de versalhes...rss...
- Slip Junior
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No futuro,
deve-se avaliar a possibilidade
de aplicar os mesmos princípios
utilizados para defesa de navios e
aeronaves. No caso de mísseis, interferir
no sistema de direção.
Eu li num artigo que falava das especificações do T-80.
que estes possuíam um sistema de defesa para os mísseis anticarro como o Helfire e Tow.
''Ele foi o primeiro tanque russo (não existem sistemas semelhante no ocidente) a ser equipado com os sistemas Pechora que consiste em 2 holofotes que piscam alternadamente enviando raios para desviar os mísseis guiados por raios laser e o sistema Arena um sistema de radar que ao detectar mísseis e projéteis lança uma barreira de granadas de fragmentação para destruí-lo.
http://www.defesaglobal.com.br
Valeu
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)