Paquistão inaugura o primeiro submarino feito no país

[Slip Junior]

Paquistão inaugura o primeiro submarino feito no país

12/12/03
08:39

Por Amir Zia

KARACHI (Reuters) - De olho na vizinha Índia, o Paquistão inaugurou na sexta-feira o primeiro submarino fabricado no país, o que, segundo a Marinha, representa um "salto quântico" na direção da auto-suficiência militar.

Em uma cerimônia em um estaleiro de Karachi, o presidente Pervez Musharraf inaugurou o Agosta 90B, após cinco anos de construção, que começou com ajuda da estatal francesa Direção das Construções Navais (DCN).

"(O submarino) representa uma melhoria considerável na nossa capacidade de defesa", disse o presidente, um general. "O Paquistão entrou para o grupo de elite de países que podem construir submarinos. É um passo rumo à auto-suficiência."

O lançamento da embarcação foi adiado por causa da guerra norte-americana no vizinho Afeganistão e do atentado suicida que em maio de 2002 matou 11 técnicos franceses que trabalhavam no projeto. O ataque foi atribuído a grupos islâmicos paquistaneses.

O submarino, movido a diesel e eletricidade, é o segundo de três a serem construídos sob um acordo com a França. O primeiro foi construído na França e está em uso pelo Paquistão desde 1999.

Os Agostas são equipados com modernos sistemas de comando e controle e são capazes de disparar mísseis e torpedos. O modelo foi projetado como recurso contra outros submarinos, contra barcos na superfície e para recolhimento de informações.

Em seu discurso, Musharraf disse que a maior ameaça ao Paquistão não é "externa", pois vem do extremismo religioso e do sectarismo. "Essa ameaça dos extremismos está nos comendo como cupins. Todos os muçulmanos estão enfrentando uma ameaça por causa disso."

Já a Marinha fez referência direta à Índia, que assim como o Paquistão é uma potência nuclear. "Este novo submarino vai ajudar a manter a paz e a estabilidade desta volátil região ao demover nosso principal adversário de qualquer tipo de aventura", afirmou uma nota.

O Paquistão está preocupado com a agressiva política de aquisições militares da Índia nos últimos anos. Os dois países, que disputam a região da Caxemira, estiveram em pé de guerra no ano passado, mas agora ensaiam uma reaproximação.

Musharraf recentemente proibiu seis grupos radicais islâmicos, alguns dos quais já haviam sido proscritos, mas reapareceram com outros nomes. Esses grupos são acusados de ataques contra alvos cristãos e ocidentais e contra outras seitas muçulmanas.

Alguns estão ligados à rede Al Qaeda, e outros têm participação na rebelião muçulmana na Caxemira indiana.

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