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Brasil vai criar sistema de navegação espacial

Enviado: Qua Mai 10, 2006 1:38 pm
por antunsousa
Brasil vai criar sistema de navegação espacial

Gazeta Mercantil

São José dos Campos (SP) - A Agência Espacial Brasileira (AEB) deu um novo impulso ao desenvolvimento de sistemas de navegação inercial, utilizados na estabilização de satélites em órbita e na orientação da trajetória de um foguete no espaço. Perseguida há mais de duas décadas, a tecnologia que envolve o sistema de navegação de veículos espaciais dará ao Brasil autonomia em uma área estratégica, dominada por poucos países e sujeita a embargos tecnológicos que há muitos anos vêm afetando o desenvolvimento do programa espacial brasileiro. O projeto tem um prazo de quatro anos para ser concluído e uma previsão de investimentos totais de R$ 46 milhões.

A plataforma inercial do foguete VLS (Veículo Lançador de Satélites), por exemplo, utiliza sensores de navegação russos e computador de bordo inglês. O satélite CBERS, feito em parceria com a China, é o primeiro satélite brasileiro com sistema de controle de órbita, mas o equipamento foi desenvolvido na China, sem nenhuma contrapartida tecnológica.

Até hoje, o desenvolvimento da tecnologia no Brasil vinha sendo feito de forma lenta, sujeito a problemas como a falta de recursos e de pessoal e, principalmente, aos embargos tecnológicos impostos pelos países que aderiram ao Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR). Apesar de o Brasil fazer parte do regime desde outubro de 1995, e de ter transferido o controle do seu programa espacial para uma agência civil (AEB), as dificuldades no processo de troca de informações com outros países e a importação de componentes para o programa de veículos lançadores e de satélites ainda persistem.

Consciente da importância estratégica da tecnologia que envolve um sistema de navegação inercial, a AEB conseguiu a aprovação de uma verba de R$ 7,7 milhões para o primeiro ano de desenvolvimento do projeto. Os recursos, segundo um dos participantes do projeto no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), major-engenheiro, Josiel Urbaninho de Arruda, virão dos Fundos Setoriais Aeronáutico, Espacial e Verde-Amarelo e serão gerenciados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

O projeto também inclui o desenvolvimento de chips ópticos em circuito integrado. "Já concluímos a fase de concepção, estruturação e planejamento. Com a liberação da verba que será destinada ao primeiro ano, esperamos dar início, ainda este ano, à execução do projeto propriamente dita", comentou o engenheiro.

O desenvolvimento do sistema, de acordo com o major Vilson Rosa de Almeida, chefe da Subdivisão de Sensores a Fibra Óptica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), será coordenado conjuntamente pelo CTA e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O projeto conta ainda com a parceria de um consórcio de indústrias do setor aeroespacial: Mectron, Avibrás, Compsis, Equatorial, Navcom e Optsensys.

O sistema de navegação inercial de um foguete é composto por dois sensores principais: um girômetro e um acelerômetro, que repassam as informações sobre a posição do foguete no espaço para o computador de bordo. É através da plataforma inercial que se consegue, por exemplo, identificar os desvios de rota de um veículo ou satélite em órbita. O IEAv já domina o desenvolvimento de giroscópios a fibra óptica, que trazem como vantagem o fato de serem mais leves que os mecânicos e dispensarem a manutenção periódica.

Guerra eletrônica

As Forças Armadas estão unindo esforços e infra-estrutura para otimizar o desenvolvimento de projetos na área de guerra eletrônica, tecnologia empregada em sistemas de detecção de alvos aéreos e na proteção de meios de comunicação. Atualmente, Marinha, Exército e Aeronáutica desenvolvem projetos em áreas como radares e sistemas de alerta para proteção de aeronaves, programa de gerenciamento de dados, comando e controle, equipamentos de medidas de ataque eletrônico, capazes de exercer o bloqueio eletrônico contra várias ameaças simultâneas, entre outros.

O assunto foi um dos temas do Simpósio de Guerra Eletrônica, realizado pelo sétimo ano sob a coordenação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculados ao CTA.

(Virgínia Silveira)


Esta notícia me surpreendeu. Eu achava que o VLS era totalmente brasileiro. Putz, que decepção! Bem, pelo menos vão agora desenvolver um sistema de navegação nacional. E, se não me engano, a Rússia vai cooperar para que o Brasil domine a tecnologia de combustíveis líquidos e desenvolva então um sistema de propulsão a combustível líquido. Alguém confirma?

Bem, se o Brasil desenvolver essas tecnologias - sistema de navegação inercial e propulsão a combustível líquido - estaremos então no caminho do desenvolvimento de mísseis de longo alcance (ICMBs), e, aí sim, poderão, se quiserem, construir o nosso arsenal nuclear.

Enviado: Qua Mai 10, 2006 6:07 pm
por Carlos Mathias
Sim , já há cooperação com a Rússia em diversos setores dos foguetes, como combustível e inerciais.

Enviado: Sex Mai 12, 2006 8:53 am
por mauri
Sousa,

O Brasil comprou 5 Giroscópio russos, sendo que 1 foi desmontado para estudo, 3 foram para ar, pelos insucessos de lançamentos e resta somente um, que seria para o úlltimo lançamento, porem tudo foi replanejado e este não deve mais ser utilizado pois os lançadores cruzeiro do sul são mais potentes e necessitam de giroscópios mais modernos.
Quantas as falhas do VLS, nenhuma teve interferência deles, por sinal funcionaram muito bem, as falhas envolveram os sistemas de envelopametos, nos sistema de ignição e sistemáticas de montagem do VLS, todas envolvendo tecnologias totalmente nacional.
Quanto ao computador de bordo de fabricação inglesa, teve algumas falhas, mas não acarretou maiores problemas, ele falhou tambem em satélites nacionais, se não me lembro bem, acho que foi no Saci.

Mauri

Enviado: Sex Mai 12, 2006 10:10 am
por Vinicius Pimenta
E só para a galera que clama pelos russos saber, nossos salvadores da pátria NÃO QUISERAM transferir qualquer tecnologia desses equipamentos. 8-]

Enviado: Sex Mai 12, 2006 10:34 am
por antunsousa
Vinicius Pimenta escreveu:E só para a galera que clama pelos russos saber, nossos salvadores da pátria NÃO QUISERAM transferir qualquer tecnologia desses equipamentos. 8-]


A verdade é que NENHUM país se dispõe a transferir tecnologia. O Brasil tem de parar com esse negócio de "mas há transferência de tecnologia?" O negócio, meus colegas, é nós fazermos tudo. Até a tinta tem de ser brasileira, pois, se for tinta norte-americana, p. ex., podem vetar eventuais exportações, alegando o uso de "tecnologia" (leia tinta) norte-americana. Foi o que fizeram em relação aos super-tucanos* que o Chavito queria comprar do Brasil. Pelo menos, essa calhou de ser uma boa, pois, o grande mané bolivariano não pode ter Forças Armadas fortes. Se já agora mete o nariz onde não deve, se tiver FAs fortes, vixe, não vai ter quem o suporte; vai querer deixar de ser Fidel para ser Bush.

* Se não me engano, a hélice e alguns painéis eletrônicos eram norte-americanos.

Enviado: Sex Mai 12, 2006 7:47 pm
por interregnum
Se eu não me engano o projeto do "giroscópio" da FAB era um inercial a laser. Ou seja o trezentão pode um dia sair do papel. :P

Enviado: Sáb Mai 13, 2006 11:03 am
por mauri
interregnum escreveu:Se eu não me engano o projeto do "giroscópio" da FAB era um inercial a laser. Ou seja o trezentão pode um dia sair do papel. :P


O Giroscópio da FAB sempre foi direcionado para o VLS e ou seja, para foguetes ou mísseis, acredito que não interessa este equipamento para aviões, pois a Embraer adquire facilmente nas EUA quando quizer ou melhor, quando tiver grana e um projeto de um caça.
O maior fabricante desses sistema é tambem um dos mairoes fornecedores da Embraer, a Honeywell que pertence ao grupo GE, fornece o sistema inercial do ALX e do AMX e numca nos deu problemas, salvo o caso do Chavito e com razão, veja o que a peste ta fazendo com a Petrobras!!!

Mauri