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Exército Português - G.A.L.E.

Enviado: Qua Jan 12, 2005 3:48 pm
por Raul Neto
    Cumprimentos a todos os Colegas e Administrador,


    Há já uns anitos que está prevista a criação de um Grupo de Aviação Ligeira no Exército Português, composto por 2 modelos de aparelhos:

    - 9 helicópteros ligeiros (inicialmente seriam os Eurocopter EC-635);

    - 10 helicópteros médios (em principio serão os Eurocopter NH-90);


    Sem pretender de forma alguma publicitar qualquer fabricante, mas tão somente defender uma lógica de racionalização de recursos humanos e materiais, bem como uma visão conjunta das Forças Armadas Portuguesas deixo aqui a minha proposta :

    1 Esquadrilha (12 unidades) de hélis ligeiros multi-função, dotada com o seguinte modelo:

    Imagem
    Westland Land Lynx

    1 Esquadrilha (12 unidades) de hélis médios multi-função, dotada com o seguinte modelo:

    Imagem
    Westland/Agusta EH 101


    Fonte de Consulta:

    Página Oficial da Westland Helicopters - http://www.whl.co.uk/

Enviado: Qua Jan 12, 2005 11:46 pm
por Paisano
Esse Grupo de Aviação já existe?

Enviado: Qua Jan 12, 2005 11:58 pm
por JLRC
Paisano escreveu:Esse Grupo de Aviação já existe?


A estrutura (pilotos, infrastruturas, etc.) já existe. Encontra-se sediada na antiga base aérea de Tancos. Só não tem ainda helicópteros. Os Eurocopter já cá deviam estar mas o Paulinho das feiras (vulgo Ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar) anulou o concurso por incumprimento da parte da Eurocopter e só agora foi lançado o concurso para os hélis ligeiros do GALE (Grupo de Aviação Ligeira do Exército) juntamente com a FAP. Fala-se nos A-109 para os 2 ramos. Só a partir de 2007/08 é que começam a chegar os NH-90.
Cumpts

Enviado: Qui Jan 13, 2005 12:02 am
por Paisano
JLRC escreveu:A estrutura (pilotos, infrastruturas, etc.) já existe.


Peço desculpas pela pergunta de leigo, mas pode já haver pilotos se ainda não há os vetores?

Existe em teoria

Enviado: Qui Jan 13, 2005 12:12 am
por Raul Neto
    Estimado Colega Paisano,


    Respondendo concretamente à sua pergunta o Grupo de Aviação só existe em teoria, pois:

    - Temos oficiais pilotos e sargentos mecânicos do Exército formados pela F.A.P., sendo que em virtude de ter sido anulado o concurso público para os hélis ligeiros, este pessoal para não perder as suas licenças de vôo treina actualmente em aparelhos da Força Aérea Espanhola. São os chamados "pilotos sem manche".

    - O programa inicial foi abandonado já depois de ser conhecido o consórcio vencedor, e no momento em que os aparelhos se encontravam em fase de montagem/entrega.

    - O motivo ficou-se a dever ao facto de os mesmos (EC-635) não possuirem Certificado Militar.

    - As primeiras 9 aeronaves seriam como esta:

    Imagem
    Eurocopter EC-635

    Melhores Cumprimentos,

    Raul Neto

Boas Notícias para Portugal

Enviado: Qui Jan 13, 2005 12:35 am
por Raul Neto
    JLRC escreveu: e só agora foi lançado o concurso para os hélis ligeiros do GALE (Grupo de Aviação Ligeira do Exército) juntamente com a FAP. Fala-se nos A-109 para os 2 ramos.


    Estimado colega JLRC,

    Ainda bem que me dá essa notícia que eu desconhecia de todo, afinal aquilo que eu escrevi num outro espaço sobre a utilização de aparelhos biturbina para missões de treino básico (tendo mesmo chegado a referir o exemplo do A-109 Sul-Africano), e ao contrário do que alguns quiseram fazer crer não era descabido. Como também não foram descabidas as minhas afirmações sobre a necessidade de se reduzir ao máximo o número de modelos e de fornecedores, uniformizando equipamentos ao nível dos ramos para facilitar a cadeia logística, a operação e a cooperação entre os mesmos.

    Pese embora eu preferisse o Lynx, reconheco que os A-109 também são uma boa opção.

    Em relação aos NH-90, talvez o meu Estimado Colega me possa dar uma achega (a qual eu muito agradeceria).

    Será que os mesmos podem ser equipados com turbinas e parte dos aviónicos idênticos às do EH-101 :?:

    Se sim, melhor para Portugal.


    Melhores Cumprimentos ,

    Raul Neto

O Agusta A-109, a confirmar-se...

Enviado: Sáb Jan 15, 2005 10:54 pm
por Raul Neto
    Cumprimentos a todos,


    Caso se confirme a notícia aqui avançada pelo colega JLRC teremos:

    - No exército (G.A.L.E.) 9 :?: Agusta A-109;

    - Na F.A.P. 10 Agusta A-109.


    Aqui seguem umas fotos do modelo com duas possíveis configurações:

    Imagem
    A-109 Exército (G.A.L.E.)
    Imagem
    A-109 (F.A.P.)


    E... duas perguntas:

    - Será que em vez das 2 turbinas Turbomeca Arrius 2K2, ou das Pratt & Whitney PW207, o modelo não poderá antes ser equipado com as Rolls Royce GEM 42 (idênticas às do Westland Sea «Lynx» da Marinha), ou ainda com as RTM 322 (idênticas às do AgustaWestland EH-101 da F.A.P.) :?:

    - Será que não é possível dotar o rotor de cauda com 4 pás, tendo em vista torná-lo ainda menos ruidoso :?:

    Fonte de consulta:

    Página oficial da AgustaWestland -http://www.agustawestland.com/products.asp

O G.A.L.E., confirmação oficial

Enviado: Dom Jan 16, 2005 3:08 pm
por Raul Neto
    Cumprimentos a todos,


    De acordo com a mais recente L.P.M. aprovada na Assembleia da Républica, confirma-se a nível Oficial a firme intenção de se constituir materialmente o G.A.L.E., passo a citar:

    "Helicópteros do Exército"

    "Mantém-se o programa do Grupo de Aviação Ligeira do Exército, conferindo maior capacidade de manobra e mobilidade de forças ligeiras do Exército, podendo também ser utilizado em missões de interesse público"

    "A iniciar no
    1º sexénio"

    "337,975 M€ "


    in 50 PROGRAMAS - http://www.mdn.gov.pt/Destaque/50_programas/50_programas.htm

Enviado: Dom Jan 16, 2005 3:27 pm
por fredom
certamente o GALE irá proporcionar uma nova realidade ao exercito portugues, dando maior flexibilidade e força, mas penso que o numero de vetores ainda esta um pouco reduzido se for mesmo 9 agusta.

Concordo consigo

Enviado: Dom Jan 16, 2005 4:02 pm
por Raul Neto
    Estimado colega Fredom,


    Concordo na integra com tudo o que acaba de referir, até porque como sabemos o helicóptero é uma aeronave que requer normalmente uma atenção redobrada do ponto de vista logístico, costuma-se mesmo dizer que "um héli por cada hora de vôo, tem duas de manutenção".
    Somando ainda a contingência de ter muitas vezes 1 aparelho em manutenção do 1º escalão, 1 em manutenção do 2º escalão, e 1 ainda em manutenção do 3º escalão (completamente desmontado nas O.G.M.A.), restam somente 6 em prontidão, o que para um Exército mesmo com a dimensão actual do Português é manifestamente pouco.

    Um exemplo práctico do que lhe acabo de referir é o da Força Aérea Holandesa (K.L.U.), que adquiriu 3 AB-412 (destinados a S.A.R.), para poder manter 1 permanentemente operacional.

    Contudo, também se aguarda a chegada de 10 NH-90, totalizando assim 19 aeronaves em Tancos.


    Melhores Cumprimentos,

    Raul Neto

O G.A.L.E., a F.A.P., a G.N.R. e o I.N.E.M.

Enviado: Qui Jan 20, 2005 10:46 am
por Raul Neto
    Estimados Colegas,

    A confirmar-se a vinda para Portugal dos Agusta A-109, penso que seria interessante a aquisição por parte de outras Instituições do Estado Português de aparelhos do mesmo modelo, mas de versões diferentes (adequadas ao tipo de missão a desempenhar). Isto para permitir um melhor aproveitamento dos recursos humanos do Exército e da F.A.P.(pilotos e mecânicos), e uma simplificação a nível logístico.

    Aqui ficam 2 sugestões:

    :arrow: Guarda Nacional Republicana (G.N.R.):
    Imagem
    Agusta A-109E Power, exeptuando os pilotos a sua guarnição seria composta por militares da G.N.R.

    :arrow: Instituto Nacional de Emergência Médica (I.N.E.M.):
    Imagem
    Agusta A 109C Max, a operação e manutenção da célula sanitária
    ficaria a cargo de técnicos do Ministério da Saude


    Tendo em conta a muito provável necessidade de cada uma destas Organizações dispôr em permanência nas Cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro de 1 unidade em alerta de 3 minutos ou em patrulha (G.N.R.), e levando em linha de conta uma paralisação frequente de 2/3 da frota (diversos níveis de manutenção), eu consideraria necessária a aquisição de 12 unidades em cada versão.
    Imagem

    Fontes de Consulta:

    aerospace-technology.com - http://www.aerospace-technology.com/projects/agusta/agusta6.html
    Helimat - http://helimat.free.fr/
    Portugal Em Linha - http://www.portugal-linha.pt/regpt/

Enviado: Qui Jan 20, 2005 12:27 pm
por Rui Elias Maltez
Sobre este assunto do GALE, julgo que a filosofia da sua constituição, como é apanágio de tudo o que e passa nas FA's portuguesas, também é a do minimalismo, mais para justificar a sua própria existência, do que para materializar uma força militar credível.

Para já o número de aeronaves é insuficiente.

Quer a nível de helis de combate, que a nível de helis de transporte de tropas.

Eu tenho para mim que o GALE deveria ser uma força ligada ao Exército, e equipada de modo a poder operar sem o concurso de outros ramos das FA's, a menos que circunstâncias específicas o exigissem.

Ora um GALE com helis de combate como os que se pensa virem a constituí-lo farão dele um motivo de chacota a nível internacional.

E não serão 10 ou 12 NH-90 que disfarçarão o problema, porque como o Raul sublinhou, muitos deles estarão em manutenção.

Ou seja, de um conjunto de 10 NH-90, apenas 6 se manterão em estado de completa operaconalidade.

Por mim, e como já escrevi noutros locais, o GALE deveria ser constituído por:

15 a 20 helis de combate com provas dada em outros teatros e noutras FA's.

Por mim, defenderia o OH-58.D:

Imagem

Em alternativa o Linx, no modelo referido pelo Raul neste tópico.

Para transporte táctico os 10 NH-90 servem para transportar uma Companhia, mas para uma verdadeira movimentação/rotação de homens num teatro delimitado a 10/15 quilómetros quadrados, necessitariamos de ter capacidade para pelo menos 2 companhias.

Como para isso seriam necessários 20 NH-90, eu defenderia em alternativa, a aquisição prevista dos 10 NH-90, mais uma força de 5 EH-101 ou H-53 da Sikorsky (mesmo que usados), ou em último caso 6 a 8 Chinook.

Mas como a FAP irá receber os EH-101, poderiamos encomendar mais 5 para o GALE, e assim poderem beneficiar de manutenção conjunta.

Desse modo e para além dos helis para ataque ao solo, poderíamos ter uma força conjunta para transporte de homens através dos helis de porte médio (os NH-90) e helis pesados para transporte de homens, e material médio, tal como viaturas tácticas que tenham que ser colocadas em teatros para onde não hajam estradas, ou para quem a importância da rapidez o exija.

Também os helis pesados poderiam transportar pequenas peças de artilharia, baterias terra-ar e terra-terra, um hospital de campanha e outros equipamentos de apoio, até que por terra chegassem os "reforços".

Julgo ainda que o GALE deveria ter exclusivamente integrado nessa unidade um conjunto de 20 viaturas tácticas Land Rover Defender, viaturas de assalto Panhard em número não inferior a 20, semelhante aos actuais, e 3 camiões todo-o-terreno para fornecimento de combustível.

Ainda uma frota de camiões todo-o-terreno multi-usos.

Ou seja, e resumindo:

10 a 12 NH-90
5 a 8 EH-101
15 a 20 OH-58D

20 viaturas tácticas
15 1 20 viaturas de assalto
3 viaturas pesadas para reabastecimento
8 viaturas pesadas multi-usos

Noutro tópico já defendi que se a solução passasse pela aquisição de Linx para helis de ataque, se poderia/deveria usar desde já os actuais 5 Linx da Marinha, e adaptar as células para ambiente terrestre.

Compravam-se 7 ou 8 Linx novos para a Marinha, a fim de operarem nas Fragatas e com os actuais, até que chegassem os novos para o GALE, neste se poderia ir treinado, e fazendo "escola" e doutrina, em vez de assistirmos durante anos a uma unidade constituída, mas sem as plataformas que justifiquem a sua existência.

Ou seja:

Mais um exemplo de gastos desnecessários nas nossas FA's.

Enviado: Qui Jan 20, 2005 3:07 pm
por JLRC
Rui Elias Maltez escreveu:Por mim, e como já escrevi noutros locais, o GALE deveria ser constituído por:

15 a 20 helis de combate com provas dada em outros teatros e noutras FA's.

Por mim, defenderia o OH-58.D:

Em alternativa o Linx, no modelo referido pelo Raul neste tópico.


Desta vez não posso concordar consigo Rui. Então utilizar o OH-58 D Kiowa Warrior para ataque? O Kiowa é um helicóptero de observação já ultrapassado. O A-109 faz tudo o que o Kiowa faz e muito mais. Para ataque a escolha só pode ser entre o Apache, o Cobra e o Tiger. Dentre todos escolheria o Apache inglês, embora seja o mais caro, mas já me contentava com o AH-1 Z Cobra. Quanto ao restante está tudo bem como está, só pecando por o número de NH-90 ser escasso. O ideal seriam mais uns quantos (quantos?) NH-90 e a Armada começar a substituir os Lynx por NH-90, a exemplo da França, da Alemanha e da Holanda (na Itália, os NH-90 substituem os AB-212).
Um abraço

re:

Enviado: Sex Jan 21, 2005 3:48 am
por p_shadow
Caro Rui,

Fazer "wish-lists" é muito fácil! Mas pôr os pés no chão é que é mais dificil! :lol:

Eu também defendo tudo isso e muito mais e melhor para as nossas FA's, mas não percebo como não é perceptível para alguns a falta de verbas que existem. Seja para aquisições/sustentação das frotas/salários de pessoal/...

Posso dar-lhe um simples exemplo... Sabe quantas pessoas trabalham diariamente na BA5 para manter em operação uma esquadra com apenas 20 F-16? :wink: (Multiplique esse nº pelo valor do subsídio de Natal e de férias só :lol: :lol: )


Claro que podemos vir com a conversa do PIB, que podíamos aumentar os gastos na defesa para 2 ou 2,5% do mesmo e nisso até lhe dou razão mas,.... muito sinceramente......, há alguém que queira ver umas FA's mais bem equipadas que um hospital? Ou uma escola? :roll: (Se assim fosse o caso, poderíamos então considerar Portugal um país de 3º mundo mesmo!!)

Eu não quero!! 8)


Abraços

Enviado: Sex Jan 21, 2005 10:18 am
por Rui Elias Maltez
Só uma nota final sobre o GALE:

Uma vez que em Portugal não é provavel a sua utilização em teatros de conflito, e esta unidade especial do exército aqui apenas se limitaria a treinamentos e manobras, eventualmente em articulação com outros ramos, nomeadamente com a FAP, julgo que um teatro de excelência para que ele operasse, se já estivesse constituído seria em Timor, no sector central do territóro entregue à segurança de Portugal.

Por exemplo, os Land Rover adaptam-se melhor à orografia e características das estreitas estradas de Timor que os largos Hummer que nós enviámos para lá.

Dariamos um grande contributo nessa área (sem desmerecer a missão dos que já lá estão estão hoje), e seria uma boa montra para as capacidades organizativas e militares do nosso país.



P_Shadow:

Sei que tudo isto é caro.

Não tenho dúvidas sobre isto.

Mas então se é caro, será melhor deixarmos de ter FA's e entregar a defesa do país aos EUA como o fez a Islândia?

Ou se tem ou não se tem.

E se queremos ter, temos que ter FA's credíveis.

Estou convencido de que aumentar o PIB e diminuir as mordomias para os altos oficias reformados e nos estados maiores, nos casões militares, nos autocarros para transporte de pessoal, nas casas dos serviços sociais das FA's, e que permitiria poupar para mais equipamentos e para a sua operação.

Para além da actual reformulação da rede de aquartelamentos em Portugal e venda de algum património sem valor ilitar.

Nota final:

Outra questão seria transportar toda esta força para Timor ou para outro local, o que nos levaria a falar pela milionésima vez sobre as limitações que Portugal tem ao nível de projecção de forças, e que do meu ponto de vista, o futuro LPD não resolverá cabalmente.

Mas essa é outra questão.