Eu tentei postar no operações especiais mas estava dando um erro então decidi criar este tópico para assuntos mais especificos.
Irei começar com uma missão envolvendo o GRUMEC e COMANF:
![Imagem](https://i.imgur.com/cdHmXAH.jpg)
No dia 10 de outubro de 2016 estávamos no aeroporto internacional do Rio de Janeiro embarcando no C-105 (aeronave de transporte de carga e tropa da Força Aérea Brasileira). Éramos um destacamento de operações especiais da Marinha do Brasil composto por doze Comandos Anfíbios e seis Mergulhadores de Combate. Nossa missão era participar de uma operação conjunta de operações especiais com as demais forças.
Destino: Manaus-AM.
Área de operação: Selva Amazônica.
Chegando em Manaus fomos recepcionados pelo saudoso Exército Brasileiro ficando alojados na FORÇA-3 (Terceira Companhia de Forças Especiais). Este local foi destinado para o planejamento da missão que estava por vir. E logo, o planejamento teve que se mostrar bastante flexível, contínuo e cíclico. O escalão superior, pela complexidade da missão, determinou que nosso grupo se dividisse em dois. Uma dessas equipes composta por seis operadores especiais se infiltraria em D-4 para chegar antes na área do objetivo para o reconhecer o alvo e munir a equipe de assalto, que se infiltraria em D-2, de informações sobre o mesmo.
Talvez não seja de conhecimento de todos, mas a selva se demonstra um ambiente bastante inóspito e hostil e nós temos plena consciência disso. É de suma importância, embora todos os operadores estejam aptos a realizar os primeiros socorros, a presença de um operador especialista em saúde. Foi assim que começou nossos problemas. Tínhamos somente um especialista e duas equipes se infiltrando. A decisão foi solicitar apoio de um enfermeiro especializado do Batalhão de Operações Ribeirinhas de Manaus para incorporar na equipe de assalto infiltrando em D-2. Em D-4, com o apoio do UH-60 Black Hawk da FAB, a equipe de reconhecimento se infiltrou em uma clareira da selva e chegou até o local do objetivo dois dias depois. O desafio dessa equipe era se aproximar para obter os informes sem ser vista. Na tarde do dia D-1 aconteceu algo estranho.
![Imagem](https://i.imgur.com/azkBXRf.jpg)
Uma explosão ecoou na selva no sentido oposto ao azimute de infiltração da equipe recon. Algo tinha dado errado Elementos da primeira equipe a se infiltrar que já estavam no esquema de revezamento no PO (posto de observação) já sabiam do que se tratava. Uma EvAM (Evacuação Aeromédica). A selva tinha cobrado um preço caro, a única dúvida dos elementos da equipe recon era quem da equipe? de assalto tinha pagado esse preço.
A alguns quilômetros do objetivo, a equipe de assalto estava numa situação difícil. Um elemento tinha se desidratado e sua situação se agravou de tal maneira que não havia outra opção senão acionar a evacuação prevista em caso de emergência. E como se não tivéssemos problemas o suficiente, o militar que até então estava desfalecido no coração da selva amazônica era exatamente o enfermeiro que fora solicitado para apoiar. Sem ordens para tal, como se já tivéssemos ensaiado, cada operador se encarregou de uma tarefa. Enquanto era feita a comunicação com o esquadrão responsável pela EvAM e a vítima estabilizada, cargas explosivas eram colocadas em algumas árvores para que se pudesse abrir uma clareira onde a vítima pudesse ser içada pelo helicóptero. Todos estavam bem, inclusive o enfermeiro que fora evacuado.
A missão tinha que prosseguir. A noite caíra sobre a selva e os guerreiros muito mais fadigados e exaustos devido o resgate deviam seguir em frente se quisessem cumprir o quadro-horário e obter êxito no cumprimento da missão que antecedia o início do crepúsculo matutino náutico do dia seguinte. Pouco tempo antes do horário determinado para cumprir a ação no objetivo, uma vez que já não mais tínhamos contato rádio, a primeira equipe que estava no local já estudava a possibilidade de cumprir a missão no lugar da equipe de assalto. Mais eis que de repente surge a equipe de assalto no local e hora previstos. No PRO (Ponto de reunião do objetivo), com a equipe recon, foram feitas todas as retificações e ratificações inerentes à ação no objetivo e com alguns elementos desta equipe incorporados a missão foi cumprida. Posteriormente fomos retirados por dois UH-60 Black Hawk e retornamos à FORÇA-3.