Indústria aeroespacial Portuguesa

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Indústria aeroespacial Portuguesa

#1 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Out 19, 2017 8:08 am

Infante. Vem aí o primeiro satélite criado em Portugal

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Contrato para a construção do satélite é assinado hoje no Taguspark. Projeto é uma iniciativa da indústria espacial nacional e é cofinanciado pelo programa Portugal 2020

Chama-se Infante, vai ser criado por um consórcio que agrupa o conjunto das empresas e institutos de investigação portugueses na área do espaço e tem lançamento agendado para o primeiro semestre de 2020. O Infante é primeiro satélite português totalmente desenvolvido e construído no país - o PoSAT, lançado em 1993 por um foguetão europeu Ariane, embora tivesse sido construído por um conjunto de empresas e laboratórios portugueses, foi um projeto de transferência de tecnologia.

Com um investimento global de 9,2 milhões de euros para os próximos três anos, o projeto Infante foi aprovado pela Agência Nacional de Inovação (ANI) para ser cofinanciado pelos fundos estruturais do programa Portugal 2020 em cerca de 60% (o restante é suportado pelo próprio consórcio), e nasce hoje formalmente com a assinatura do contrato entre todos os parceiros, no Taguspark.

"A grande novidade aqui foi que conseguimos agrupar num grande projeto espacial nacional praticamente todas as empresas e institutos de investigação que trabalham nesta área em Portugal", adianta ao DN Pedro Sinogas, fundador e administrador da Tekever, a empresa que lidera o consórcio.

Com o formato de um pequeno paralelepípedo (20 x 20 x 40 cm) e um peso que não excederá os 25 kg, o Infante será o primeiro de uma futura constelação de 12 satélites idênticos que serão construídos e lançados nos anos seguintes pelo mesmo consórcio (eventualmente com outros parceiros que entretanto queiram juntar-se), no que será a primeira rede de satélites portuguesa para fazer monitorização dos oceanos e da Terra e vender esses serviços.

O projeto, conta Pedro Sinogas, nasceu há um ano. "Começámos a discutir a ideia com os nossos colegas da indústria espacial no país, o projeto foi enriquecido nesse diálogo e decidimos avançar", conta Pedro Sinogas.

Ao todo integram o consórcio nove empresas da área do espaço - além da Tekever, participam a Active Space Technologies, a Omnidea, a Active Aerogels, a GMV, a HPS ou a Spin Works, entre outras - e dez centros de I&D (investigação e desenvolvimento) de várias universidades e laboratórios de investigação de todo o país que trabalham em espaço.

Entre eles estão, por exemplo, o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), que ficará com toda a área "de testes das peças e do produto final", como conta o responsável da Tekever, ou ainda o INL (International Iberian Nanotechnology Laboratory), em Braga, que terá neste projeto o papel de desenvolver um nanomaterial com a capacidade proteção contra as radiações cósmicas, e que será testado a bordo do Infante.

Já a SpinWorks, uma das empresas que integra o consórcio, ficará responsável pelo desenvolvimento e construção da câmara multiespectral (capaz de captar várias cores do espetro de luz) para observação da Terra.

"O processamento de imagem tem sido uma das nossas áreas mais fortes e portanto já temos muitas das tecnologias a incorporar neste equipamento", explicou ao DNTiago Hormigo, um dos fundadores e responsáveis da SpinWorks, sublinhando que a participação num projeto deste tipo "permite desenvolver e consolidar estas tecnologias e abre a porta a novos mercados".

Para Tiago Hormigo, o satélite Infante "será uma grande desafio, sobretudo para o coordenador do projeto", e tem "o grande mérito" de ser uma iniciativa da indústria. "Não há precedente na indústria espacial portuguesa de um projeto como este", nota Tiago Hormigo, sublinhando que "é de elogiar esta capacidade de iniciativa de um projeto em torno do qual toda a gente une esforços."

Outro "bom sinal", diz, "foi a aprovação do projeto pela ANI", diz. "Significa que é possível ambicionar coisas novas e ter o apoio do Estado para que se tornem possíveis". Desenvolvidas as tecnologias e construído o Infante, o seu lançamento será feito pela agência espacial chinesa.


>>>>>> https://www.dn.pt/sociedade/interior/in ... 55247.html
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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#2 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Out 19, 2017 8:13 am

Fábrica de 30ME da Mecachrome Aeronáutica inaugurada hoje em Évora

A fábrica de Évora da Mecachrome Aeronáutica, que está a laborar desde "o final de março" e produz peças metálicas para a indústria aeronáutica, é inaugurada hoje, representando um investimento de 30 milhões de euros.

"Estamos a laborar desde o final de março. No que respeita à 1.ª fase do projeto, está tudo instalado e estamos a produzir em dois turnos", com um total de "70 trabalhadores", disse à agência Lusa Christian Santos, diretor da unidade fabril.

A inauguração oficial da fábrica da Mecachrome Aeronáutica, empresa portuguesa do grupo francês Mecachrome, que tem como 'chairman' o português Júlio de Sousa, decorre a partir das 10:00 e é presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

O projeto envolve um investimento a rondar os 30 milhões de euros, até 2020, que foi "objeto de um contrato de incentivos com o Estado português, representado pela AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal", lembrou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Na cerimónia, participam também os ministros do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

"Este é mais um exemplo de um bom investimento e da atração de empresas para o 'cluster' nacional da aeronáutica", realçou, em declarações à agência Lusa, fonte do Ministério da Economia.

Localizada no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora (PIAE), a nova fábrica da Mecachrome Aeronáutica, que detém outra unidade industrial em Portugal, em Setúbal, desde 2014, vai ter, no global, quase 22 mil metros quadrados, segundo Christian Santos.

"Esta 1.ª fase, que está concluída, tem 13.500 metros quadrados" e, na 2.ª fase do projeto, a executar "nos próximos anos", vão ser construídos "os restantes cerca de 8.500 metros quadrados", indicou.

Na cidade alentejana, a Mecachrome, que serve clientes como a Airbus, Boeing e Safran, fabrica peças de metal de alta precisão para aviões, nesta 1.ª fase apenas para motores e, na próxima etapa, também para a estrutura de aeronaves.

O diretor assinalou que, das "17 referências" que integram o portefólio de peças a produzir em Évora, "11 já estão industrializadas e em produção", encontrando-se "as outras em fase de industrialização".

A empresa planeia instalar, nesta fábrica, um inovador processo produtivo criogénico - à base de azoto líquido --, que é "único no mundo", concebido pelo próprio grupo Mecachrome, em França.

O processo de recrutamento de trabalhadores, oriundos sobretudo da região, depois de passarem pelo Centro de Formação Aeronáutica de Évora do Instituto do Emprego e Formação Profissional, está "em curso" e a meta, até 2020, segundo Christian Santos, é chegar aos "cerca de 250 a 300" funcionários.

No Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, além deste projeto, estão já instaladas diversas outras fábricas de empresas daquele setor, nomeadamente as duas da construtora brasileira Embraer.

:arrow: https://www.dn.pt/lusa/interior/fabrica ... 39469.html




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#3 Mensagem por joao fernando » Qui Out 19, 2017 8:59 am

E caem os KC da Embraer...a Kombi de asas...afinal, quem viver verá!




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#4 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Out 19, 2017 9:52 am

joao fernando escreveu:E caem os KC da Embraer...a Kombi de asas...afinal, quem viver verá!
Caiu? Segundo li, entrou em queda, mas a tripulação recuperou o controle e aterrou o avião.




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#5 Mensagem por joao fernando » Qui Out 19, 2017 10:32 am

cabeça de martelo escreveu:
joao fernando escreveu:E caem os KC da Embraer...a Kombi de asas...afinal, quem viver verá!
Caiu? Segundo li, entrou em queda, mas a tripulação recuperou o controle e aterrou o avião.
Me baixou o santo nas tragédias. Avião em cauda em T prega umas peças msm...




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#6 Mensagem por joao fernando » Qui Out 19, 2017 10:49 am





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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#7 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Out 25, 2017 12:50 pm

Portugal pode ser "grande celeiro de soluções"

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Presidente da OGMA, o brasileiro Marco Túlio, está em Portugal desde abril

OGMA Quando chegou a Portugal em abril deste ano, para liderar a OGMA, em Alverca, o brasileiro Marco Túlio trazia na bagagem uma experiência de mais de 30 anos na Embraer ligado a todo o tipo de projetos de aviação, da militar à civil e à executiva. Mesmo assim, confessa ter ficado surpreendido com o trabalho dos engenheiros portugueses, da OGMA e do CEiiA (um centro de inovação e desenvolvimento), no avião de transporte militar Embraer KC 390, nomeadamente em parte significativa da fuselagem central do aparelho que servirá a Força Aérea brasileira e também deverá ser utilizado pelas forças portuguesas.

"Se nessa altura me perguntasse: é possível um país, um determinado grupo de pessoas, produzir um segmento estrutural, um elemento de um avião tão importante, pela primeira vez, cumprindo o prazo, cumprindo os requisitos de qualidade, e tendo sucesso, eu iria dizer: vai ser difícil", admite. Mas o que sucedeu, acrescenta, "foi exatamente o oposto". "A equipa entregou um resultado fantástico. Não foi um bom resultado. Foi um resultado excecional do ponto de vista da capacidade de projetar, testar, manufaturar e entregar no prazo, no custo e na qualidade exigida. É algo surpreendente, para dizer a verdade", considera.

Para o presidente da OGMA - entidade que no próximo ano assinala cem anos de existência - "não há motivo" para duvidar que esta experiência seja repetível e multiplicável no futuro próximo. "Portugal pode-se tornar um grande celeiro de profissionais e de soluções [para esta indústria]", considera. "Eu vejo uma França forte, uma Alemanha forte, um Reino Unido forte, e não há razão para que Portugal não seja mais uma das forças europeias de produção de segmentos de estrutura ou de soluções de engenharia no ramo aeroespacial."

O segredo, defende, é mesmo garantir que estes jovens entram no ramo da engenharia aeroespacial, porque uma vez lá dentro "é como se fosse uma cachaça, como se diz no Brasil: na altura em que você começa a trabalhar com um avião, ele atrai de tal forma que tem dificuldade em mudar de ramo de atividade. É apaixonante", considera. "Talvez pelos requisitos de certificação. É um produto que você vê voar e que tem de pousar bem. Os níveis tecnológicos, os requisitos, a paixão pelo avião acaba a atrair as pessoas. Eu, por exemplo, tenho muita dificuldade em pensar em trabalhar num outro segmento industrial ou noutro segmento de negócio", admite.

Com a OGMA a participar em vários concursos internacionais para a construção de componentes para a indústria e a sua atividade mais tradicional de manutenção, Marcos Túlio acredita que a trajetória da empresa é de crescimento, o que vai implicar mais contratações, não só ao nível da engenharia Aeronáutica mas também a mecânica, de planeamento, de produto, manufatura, a automação", todas áreas-chave na captura de novos contratos.

A OGMA emprega 47 engenheiros aeronáuticos e aeroespaciais mas também dá formação a outros níveis: em 2017 recebeu 279 desempregados, através de um protocolo com o IEFP, e nos últimos cinco anos concedeu 721 estágios escolares e 173 profissionais.

https://www.dn.pt/sociedade/interior/po ... 61210.html




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#8 Mensagem por P44 » Qua Out 25, 2017 3:18 pm

Ainda me lembro do PoSAT-1 e da "festa" que se fez...e depois, népia.

Quando vir, acredito.




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#9 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Out 26, 2017 1:33 pm

Cientistas portugueses empenhados em criar ar respirável para uma missão a Marte

Inovação permitiria reduzir muito a carga necessária para viajar até ao “planeta vermelho”.

O futuro da sobrevivência de uma missão a Marte poderá passar por usar plasma, estado da matéria semelhante ao fogo, para aquecer o ar irrespirável do "planeta vermelho" e criar oxigénio, descobriu uma equipa científica internacional liderada por portugueses.

O investigador Vasco Guerra, do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, associado ao Instituto Superior Técnico, disse à agência Lusa que o método consistirá em aplicar "campos eléctricos" ao ar de Marte, que é 96% dióxido de carbono, e dividi-lo em monóxido de carbono e oxigénio, conseguindo criar ar respirável em ambientes fechados.

A carga a levar por uma missão espacial a Marte seria assim drasticamente reduzida, com a capacidade quer de criar ar respirável quer combustível para a viagem de regresso.

"Já existe um trabalho, uma linha de investigação" que usa os plasmas, um estado da matéria que consiste em gases ionizados, ligados ao trabalho sobre as alterações climáticas, para usar o dióxido de carbono atmosférico na criação de combustível.

Vasco Guerra salientou que a tecnologia descrita pela equipa no trabalho do Técnico, Universidade do Porto e École Polytechnique de Paris não visa tornar a atmosfera de Marte respirável em grande escala, mas criar condições de habitabilidade para astronautas em recintos fechados e criar uma "bomba de gasolina" no planeta para poder ser usado na viagem de regresso dos astronautas.

Em Marte, ocorrem naturalmente as condições que na Terra têm que ser recriadas artificialmente para os plasmas de baixa temperatura poderem ser usados para decompor o dióxido de carbono.

Para além da atmosfera rica em dióxido de carbono, o ambiente frio, de cerca de 60 graus centígrados negativos, e a baixa pressão atmosférica, 150 vezes inferior à da Terra, favorecem a transferência de energia necessária para criar plasma.

Na bagagem, os astronautas de Marte teriam de levar painéis solares, recipientes para armazenar oxigénio e um reator de plasma para conseguir a decomposição do dióxido de carbono.

Vasco Guerra afirma que a investigação não se debruça sobre as aplicações terrenas da tecnologia, mas adiantou que poderia ser usada de forma mais imediata na estação espacial, para criar condições de habitabilidade.

A equipa tem "uma convicção muito grande" de que a tecnologia resulta e o próximo passo será contactar as empresas e agências espaciais empenhadas em ir a Marte para lhes apresentar o seu método, indicou.




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#10 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 25, 2017 10:56 am

“Há-de chegar um dia em que os nossos netos terão de sair do planeta”
António Sarmento

João Costa Pinto é o presidente da Proespaço (Associação Portuguesa das Indústrias do Espaço), que representa mais de 90% da oferta empresarial portuguesa na indústria do espaço.

Após a adesão de Portugal como Estado membro da ESA (European Space Agency) as empresas que se posicionaram com o objetivo de fornecerem produtos para o Espaço resolveram associar-se. Isso foi de facto impulsionado pelo anterior presidente António Neto da Silva que ao longo de 13 anos conseguiu unir a grande maior parte dessas empresas em torno de um objetivo comum que era o de manter Portugal como Estado membro da ESA e reforçar essa participação.

Quais as vantagens para as empresas associadas?

A união faz a força é um ditado popular que como quase todos encerra sabedoria. De facto quando as várias empresas falam a uma só voz é mais difícil não serem ouvidas. Formalmente não há nenhuma vantagem mas a verdade é que a PROESPAÇO tem sido respeitada quer pelos membros quer pelos organismos públicos.

O aumento das verbas pagas à ESA por Portugal totaliza 30,5 milhões de euros para os próximos seis anos?

Esse foi o valor assumido por Portugal na última reunião ministerial da ESA onde o ministro representante de cada País apresenta o compromisso do seu País. Em Portugal o ministro que tem esse papel foi sempre o ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior. Essas reuniões ocorrem de três em três anos.

Em 2017 teremos uma agência espacial nacional?

Em 2017 já não. Estamos quase no fim do ano e é por isso altamente improvável que tal aconteça. Esse assunto foi discutido com a FCT mas ainda não parece haver consenso sobre os moldes em que deveria funcionar tal agência. A PROESPAÇO emitiu um parecer sobre o assunto que enviou para a FCT dado ser a FCT que dentro do ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior tem o pelouro da ESA.

A faturação anual global das empresas associadas da Proespaço realizam em conjunto cerca de 30 milhões de euros por ano só no Espaço?

Esse é um tipo de informação difícil de recolher. A verdade é que o investimento de Portugal na ESA tem um efeito multiplicador na economia mas não significa que seja triplicado em faturação dos projetos do espaço. Parece-me por isso difícil de concordar com esse número. No entanto também não tenho um número para contrapor. Os analistas referem um efeito multiplicador de quatro, mas mais uma vez não diretamente em faturação nos projetos do Espaço.

Na sua opinião, como está o setor espacial português?

Há uma certa tendência para transformar o setor espacial numa atividade de retorno económico rápido. Isso em termos de Espaço significa duas vertentes, telecomunicações e serviços de observação da Terra. No entanto o Espaço tem muito mais do que isso só que com processos mais lentos como sejam a exploração cósmica cientifica e a exploração de corpos celestes. Estes domínios em particular o segundo poderão representar retornos muito maiores mas também com maior custo de investimento. Mas se ninguém o fizer jamais o atingiremos. Há-de chegar um dia em que os nossos netos terão de sair do planeta. É dever da humanidade trabalharmos na preparação desse caminho, mesmo que de momento só seja investimento. É uma atividade que demora muitos anos e por isso tem se trabalhar já nela, caso contrário quando for necessário será demasiado tarde.

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noti ... eta-237051




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#11 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Jan 05, 2018 1:02 pm

Portugal coordena projeto de aceleração de 150 'startups' no setor do espaço


O Instituto Pedro Nunes, incubadora de Coimbra, vai coordenar um projeto europeu de aceleração para 150 'startups' com ideias de negócio direcionadas para o mercado espacial ou que incorporem tecnologia espacial para aplicações na Terra.

O programa “Astropreneurs” arranca na terça-feira com a reunião dos parceiros envolvidos, tendo um orçamento de dois milhões de euros para alavancar novas ideias ligadas ao Espaço, informou hoje o Instituto Pedro Nunes (IPN), em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

O programa conta com parceiros da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido e República Checa e espera-se que cerca de 500 empreendedores tenham acesso a uma formação intensiva, que inclui 50 horas de mentoria e consultoria conduzida por 100 peritos “para apoiar os empreendedores na aceleração dos seus projetos e na captação de financiamento público e privado, visando uma mais rápida entrada e consolidação no mercado”, sublinha o IPN.

Os participantes, acrescenta, vão ainda ter acesso a um conjunto de ‘workshops’ técnicos e a reuniões com os principais agentes na indústria espacial.

De acordo com a nota de imprensa, o “Astropreneurs” é financiado pela Comissão Europeia, através do Programa H2020, procurando “criar novos negócios, gerar emprego e estimular o crescimento económico em cooperação com a indústria, investidores e instituições nacionais e europeias”.

A colaborar com o programa está “uma vasta rede de investidores, indústria e agências de apoio que integram a chamada “economia do Espaço”, para que as empresas tirem o máximo partido dos mercados-alvo e das oportunidades globais”.

Em setembro, abrem as candidaturas para este programa focado no espaço, setor que é “cada vez mais uma fonte de crescimento económico e de inovação”, realça o IPN.

“A “economia do Espaço” tornou-se um setor com impacto real, trazendo inovações disruptivas e muitas novas oportunidades de negócio, sobretudo quando aplicadas a outros setores terrestres da economia”, salienta a incubadora de Coimbra, dando como exemplo o sistema europeu de localização por satélite Galileo, que “está a criar a sua própria área de negócios”.

O IPN já esteve envolvido em iniciativas semelhantes no passado, com programas de transferência de tecnologia, e criou em 2014 uma incubadora de empresas portuguesas da Agência Espacial Europeia (ESA), sediada em Coimbra.


http://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/po ... -do-espaco




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#12 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 24, 2018 8:59 am

Negócios do Espaço já empregam 19 mil

Aeroespacial. O sector está a crescer no país. Nos últimos anos não só aumentou o negócio dos gigantes do sector, como surgiram novas startups no mercado

Instituto Pedro Nunes (IPN) vai coordenar, a partir de Coimbra, um projeto europeu de aceleração empresarial para 150 startups europeias que encontrem no Espaço novas oportunidades de negócio, o Astropreneurs. Para Carlos Cerqueira, diretor de inovação do IPN, a escolha de Portugal para coordenar este projeto é o espelho da dinâmica que a indústria do Espaço tem vindo a registar no país e do cada vez maior reconhecimento que os empresários e empreendedores portugueses têm alcançado internacionalmente. O negócio de gigantes nacionais do sector como a Critical Software, Active Space Technologies ou TEKEVER está a crescer e novas startups estão a surgir. As contas dos principais operadores nacionais do sector apontam para que a indústria aeroespacial empregue em Portugal cerca de 19 mil profissionais altamente qualificados. Podiam ser mais, mas é difícil contratar.

O Astropreneurs tem um orçamento de €2 milhões, financiados pela Comissão Europeia, através do Programa Horizonte 2020, para estimular novas ideias de negócio direcionadas ao mercado aeroespacial ou novos projetos que incorporem tecnologia do Espaço em aplicações terrestres. Portugal, através do IPN, liderará um consórcio europeu que envolve parceiros da Áustria, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido e República Checa. “O programa garantirá o acesso a formação intensiva a cerca de 500 empreendedores, apoiando-os na aceleração dos seus projetos e na captação de financiamento público e privado, visando uma rápida entrada e consolidação no mercado”, explica Carlos Cerqueira acrescentando que se trata de “ajudar a transformar ideias promissoras em negócios viáveis”.

E esse tem sido o caminho percorrido por Portugal na indústria aeroespacial. “O Espaço é cada vez mais uma fonte de crescimento económico e de inovação nacional”, garante o diretor de inovação do IPN, que tem vindo a apoiar a evolução do sector em Portugal. De um cenário como o de há 15/20 anos, em que os jovens que se licenciavam na área das engenharias aeroespaciais tinham como destino de trabalho quase obrigatório os mercados internacionais, chegámos hoje a um panorama nacional onde se somam os casos de sucesso de empresas que, a partir de Portugal, têm como clientes a NASA ou a Agência Espacial Europeia.
Contratações difíceis

As contas realizadas há dois anos pelo cluster nacional Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED Portugal), falavam em 18.500 profissionais no sector. A esmagadora maioria (64%) desenvolvia atividade na indústria, 32% operavam na área das tecnologias e sistemas e 4% estavam em universidades e centros de investigação. O tecido empresarial nacional somava 68 empresas, com um índice de exportação de 87%. João Romana, diretor-geral da AED Portugal, admite que o número de profissionais deverá ser hoje diferente, fruto da dinâmica que esta indústria registou em nos últimos anos.

Só a Critical Software, um dos grandes gigantes da indústria do espaço a operar no país, recrutou em 2017, 150 engenheiros altamente qualificados e tem agora 200 novas vagas para preencher. O sector aeroespacial nacional, garante, Gonçalo Quadros, diretor executivo da empresa, tem condições e necessidade para empregar muito mais, mas “é difícil contratar perfis altamente qualificados e com experiência numa área tão específica como esta”.

O crescimento exponencial do mercado, a incapacidade do sistema de ensino superior nacional dar uma resposta em número adequada às necessidades das empresas (e à velocidade a que o negócio exige) e a concorrência das empresas internacionais, estão na base das dificuldades de contratação. “Portugal já não é visto como um país de engenharia barata e sim como um fornecedor de engenharia de qualidade e há muita concorrência internacional pelos nossos profissionais nesta área”, explica. A Critical tem apostado na requalificação de engenheiros de outras áreas. Mais de 100 das contratações dos últimos anos são casos de reconversão profissional.

Na Active Space Technologies, Ricardo Patrício, o CEO da empresa, confirma as dificuldades de recrutar. A empresa tem uma dimensão menor do que a Critical, empregando 54 pessoas, e nos últimos três anos duplicou a sua equipa, mas com dificuldade na captação de perfis qualificados. “É quase impossível conseguir profissionais experientes nesta área”, explica. A Active Space Technologies conseguiu captar alguns profissionais que trabalhavam em firmas concorrentes no estrangeiro e, tal como a Critical Software, apostou em contratar em áreas marginais à engenharia aeroespacial, como o sector nuclear ou aeronáutico, requalificando-os. “A questão dos recursos humanos é crítica e será determinante para o crescimento desta indústria no futuro”, reconhece.

Nos últimos anos o contexto do sector mudou, com grande impacto na criação de postos de trabalho. “Durante muito tempo, a indústria espacial foi mais vocacionada para objetivos estratégicos relacionados com a ciência e a exploração do Espaço, mas tem vindo agora a atrair cada vez mais a atenção de outros atores”, realça Carlos Cerqueira. A “economia do Espaço” tornou-se um sector com impacto real, trazendo inovações disruptivas e muitas novas oportunidades de negócio, sobretudo quando aplicadas outros negócios ‘terrestres’. E tem sido este também um dos grandes motores da dinamização da indústria aeroespacial em Portugal e da criação de criação de emprego na área.

Inúmeras startups que aplicam tecnologias do espaço a negócios em terra firme têm vindo a surgir, contribuindo para criar emprego (ver caixa). E mais poderão surgir através de programas de incubação como o Astropreneurs ou incubadoras como a ESA BIC Portugal (ver texto ao lado). Na AED Portugal, a visão é de que o cluster nacional da Aeronáutica, Espaço e Defesa vai crescer muito nos próximos anos e colocar grandes desafios no campo do recrutamento e da criação de emprego. “As encomendas previstas permitem antever uma duplicação do parque aeronáutico em 10/15 anos e um crescimento do mercado na ordem dos 10% a cada ano, obrigando a um aumento da capacidade produtiva e, consequentemente, maior necessidade de profissionais”, refere João Romana. O diretor-geral da AED Portugal revela que nos próximos dois anos a perspetiva é para um aumento na ordem dos 1600 postos de trabalho e acrescenta que as necessidades de formação, não só de engenheiros e perfis técnicos, mas também de pilotos (“serão necessários 70 mil novos pilotos nos próximos anos”), estarão ao rubro.

No cenário aeronáutico e aeroespacial nacional não ficam, naturalmente, de fora, a Embraer e as OGMA. Nas últimas quase duas décadas, a Embraer investiu em Portugal mais de €300 milhões e criou 2200 empregos. Em conjunto com as OGMA regista exportações anuais de mais de €300 milhões. E o país dá também cartas na certificação de qualidade aplicada ao sector aeroespacial. O Grupo ISQ começou a virar-se para a indústria aeroespacial há dez anos. Hoje é responsável por montar e testar foguetões no Centro Espacial Europeu, na Guiana Francesa. Pedro Matias, presidente do grupo, tem neste momento 20 engenheiros exclusivamente alocados a esta área, que asseguram o controlo de qualidade no lançamento de foguetões, e admite que o número deverá aumentar nos próximos anos. “É um sector que deverá registar um elevado ritmo de crescimento nos próximos anos e movimentar contratações. Já não é só a NASA e a ESA a atuar nesta área. Há e haverá cada vez mais empresas privadas — Google Maps, Amazon, empresas de telecomunicações — a apostar nos satélites”, explica. Um investimento que promete alavancar a criação de emprego na área.

http://expresso.sapo.pt/economia/2018-0 ... gam-19-mil




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#13 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 15, 2018 3:32 pm

Governo vai criar Agência Espacial Portuguesa e apoiar construção de satélites de nova geração

Resolução do Conselho de Ministros desta quinta-feira determina que a proposta para a criação, instalação, financiamento e operação da Agência Espacial Portuguesa seja apresentada até ao final do ano por um grupo de trabalho interministerial a criar para o efeito

Portugal vai criar uma agência espacial que deverá integrar todos os programas nacionais ligados ao espaço. Esta é uma das principais medidas da Estratégia Portugal Espaço 2030, que é aprovada esta quinta-feira num Conselho de Ministros temático dedicado ao conhecimento e à inovação.

A Resolução do Conselho de Ministros sobre a estratégia até 2030, a que o Expresso teve acesso, determina que a proposta para a criação, instalação, financiamento e operação da Agência Espacial Portuguesa (AEP) seja apresentada até ao final do ano por um grupo de trabalho interministerial a criar para o efeito, denominado Portugal Espaço 2030. Este grupo de trabalho irá alargar o âmbito, os objetivos e o impacto do atual Programa do Espaço da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a principal agência pública nacional de apoio à investigação científica.

O documento ressalva que a criação da AEP será feita "sem prejuízo das competências atribuídas ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) no domínio da observação da Terra e da meteorologia, clima e mar, bem como das responsabilidades assumidas no quadro da EUMETSAT", a organização intergovernamental europeia a que Portugal pertence que fornece dados de satélite, imagens e produtos sobre o tempo e o clima 24 horas por dia aos serviços meteorológicos nacionais.

BASE ESPACIAL NOS AÇORES: ATRAIR INVESTIMENTO ESTRANGEIRO

Por outro lado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em colaboração com o Governo Regional dos Açores, vai coordenar a divulgação e promoção do estudo da Universidade do Texas em Austin (UTA) sobre a instalação de uma base espacial no Açores para prestar serviços de lançamento de satélites para o espaço, através da FCT, da Agência Nacional de Inovação, da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e da Agência Espacial Europeia (ESA). O objetivo é atrair investimento direto estrangeiro para o setor espacial português.

Ao mesmo tempo, a Resolução do Conselho de Ministros determina que será lançado até ao fim do ano um concurso público internacional de ideias para "a eventual instalação nos Açores de serviços de lançamento de satélites" com base no estudo da UTA e de estudos em cursos desenvolvidos através da ESA, que devem funcionar através de um modelo que promova a segurança das populações da ilha onde os serviços forem instalados, a proteção ambiental e a cooperação internacional, bem como a capacidade da tecnologia e das empresas portuguesas na área dos sistemas e equipamentos espaciais.

A Estratégia Portugal Espaço 2030 encara o espaço "como um recurso fundamental para as ambições coletivas de Portugal, das suas empresas e instituições científicas e tecnológicas, públicas e privadas, e estimula a democratização contínua do acesso ao espaço" com base em três eixos estruturantes. O primeiro é a exploração de dados e sinais espaciais para promover novos mercados e emprego qualificado na agricultura, pescas e outras atividades marítimas, ambiente, infraestruturas, desenvolvimento urbano, saúde pública, defesa e segurança. O segundo é o desenvolvimento , construção e operação de equipamentos, sistemas, infraestruturas e serviços de produção de dados espaciais, dando prioridade aos satélites de nova geração (mini, micro e nanosatélites) e respectivos lançadores (foguetões). E o terceiro é reforçar as competências nacionais no espaço através da investigação científica, inovação tecnológica, formação e educação.

INVESTIMENTO PÚBLICO NO ESPAÇO VAI AUMENTAR CINCO VEZES

O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas vai, entretanto, adaptar os fundos estruturais europeus e os programas de financiamento público do setor espacial de modo a que o investimento no espaço aumente cinco vezes nos próximos cinco anos.

O Conselho de Ministros aprova também esta quinta-feira uma resolução em que autoriza a FCT a criar ou participar "na constituição de um entidade de direito privado português de tipo associativo" que tenha como objetivo a criação, instalação e funcionamento do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Center) nos Açores. O orçamento até 2023 para tornar operacional o AIR Center é de 5,3 milhões de euros.

O AIR Center, que se vai dedicar ao espaço, oceanos, clima, energia e ciência de dados, foi fundado numa cimeira em Florianópolis, no Brasil, a 21 de novembro de 2017, pelos governos de Portugal, Açores, Brasil, Espanha, Angola, Nigéria, Cabo Verde, Uruguai e São Tomé e Príncipe, tendo nesta fase o Reino Unido, África do Sul, Argentina e Índia como países observadores.

Um dos objetivos da Estratégia Portugal Espaço 2030 é a criação de emprego científico e emprego qualificado. A indústria aeroespacial portuguesa, constituída por mais de 70 empresas, já emprega cerca de 20 mil pessoas, tendo um índice de exportação de 87%.

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2018- ... va-geracao




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#14 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Fev 17, 2018 12:13 pm

Estudo dá “luz verde” com reservas para projecto de porto espacial nos Açores

Especialistas da Universidade de Austin, nos EUA, consideram que a criação de uma base de lançamentos para pequenos satélites nos Açores é “tecnicamente viável”. Relatório será usado numa estratégia de captação de investimento privado da indústria espacial para Portugal.

ANDREA CUNHA FREITA

Um estudo da Universidade do Texas, em Austin (EUA), que será divulgado esta quinta-feira, dá um parecer favorável à instalação de uma base espacial para lançamento de pequenos satélites nos Açores, apontando para a ilha de Santa Maria (mais precisamente, para o lugar de Malbusca, na freguesia de Espírito Santo), como o melhor lugar para o fazer. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, encara esta “luz verde” sobretudo como uma “alavanca” da estratégia nacional para o espaço que será discutida e aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, e modera as expectativas. O relatório, avisa, vai servir sobretudo para “dinamizar” acções que querem atrair o investimento destas novas indústrias para Portugal.

Foi o Ministério da Ciência que encomendou o estudo ao grupo de especialistas, liderado por Burk Fort, da Universidade do Texas, mas é o próprio ministro que faz questão de sublinhar que este é “apenas” um estudo. “Isto é um estudo de viabilidade e tem de ser considerado nesse âmbito e apenas nesse âmbito”, diz ao PÚBLICO Manuel Heitor. Assim, o ministro resume que o estudo confirma que os Açores têm uma localização estratégica muito relevante para as chamadas “novas indústrias do espaço”, mas o projecto de criação de um porto espacial terá de ser muito discutido até uma decisão final. É, admite o governante, sobretudo “um bom pretexto” para atrair investimento privado desta área para Portugal.

O estudo conclui que a ideia de criar uma base de lançamentos para pequenos satélites, avançada há já quase um ano, é “tecnicamente viável” e expõe algumas das principais “forças, fraquezas, oportunidades e ameaças” do projecto que, adiantam os peritos, poderá custar entre 100 milhões e 200 milhões de euros. Um “luxo”, portanto, que, segundo o ministro (a concretizar-se), só será possível se estiverem garantidas as necessárias parcerias com o sector privado.

Uma das principais dúvidas sobre este plano era a sua localização precisa, tendo como certo que o arquipélago dos Açores possui uma posição geográfica privilegiada no Atlântico. Em Abril de 2017, quando Manuel Heitor lançou o desafio da criação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Centre) para unir forças a nível internacional e explorar o Atlântico, através dos oceanos, atmosfera, clima, energias renováveis e espaço, já se falava nesta “peça” virada para o espaço. Apesar de ter sido apresentado como um ambicioso plano, a ideia perdeu fôlego quando, no final da reunião nos Açores, o ministro concluía que, afinal, esta não era uma “peça essencial” do AIR Centre.

Imagem

Sobre o lugar certo para fazer nascer o projecto, desde o primeiro momento apontou-se na direcção da ilha de Santa Maria. Confirma-se. Burk Fort e a sua equipa analisaram vários locais, atribuindo uma pontuação a vários critérios que estabeleceram. E, dos quatro locais com melhor pontuação – Fajã Lopo Vaz (na ilha das Flores), sítio de Ponta Delgada (na ilha das Flores), Estação Loran da NATO (na freguesia de Santa Bárbara, na ilha de Santa Maria) e lugar da Malbusca (na freguesia de Santo Espírito, também na ilha de Santa Maria) –, ganhou Malbusca. É, concluíram, a localização mais adequada, devido a duas características importantes: a amplitude e orientação do seu “corredor de lançamento” e as condições de segurança. A localização do sítio de Ponta Delgada, na ilha das Flores, ficou em segundo lugar.

No relatório, os especialistas dão um parecer favorável ao projecto – “é tecnicamente viável”, dizem –, mas também deixam alguns avisos e conselhos. Defendem, por exemplo, que é preciso fazer mais estudos, centrados em questões específicas como a viabilidade financeira do projecto, a segurança, o impacto ambiental, entre outras frentes. Manuel Heitor concorda e subscreve esta recomendação. O ministro sublinha que o “estudo diz que estamos longe de poder tomar uma decisão, são precisos mais estudos e mais aprofundados”.

O relatório também ressalva que o eventual sucesso de uma infra-estrutura como esta num mercado espacial com cada vez mais procura mas também mais oferta (há vários países com planos de criação de bases para lançamentos de satélites na Europa) tem de ser especial. Tem, nomeadamente, de garantir clientes (ou seja, empresas lançadoras de satélites como parceiros e que se estabeleçam nos Açores) antes sequer de pensar em avançar. E tem de ter algo único como, sugerem os peritos, uma aposta clara e investimento nos Açores (local, portanto) na formação e treino a nível superior direccionado para a indústria de pequenos satélites.

Portugal na corrida para o espaço

Ilha de Santa Maria a caminho de ter uma base espacial?
Então, o que é que o ministério vai fazer com este relatório? Basicamente, vai usá-lo como isco numa operação mais vasta. “O mais importante, quer venha ou não a existir uma base espacial, que requer sempre a atracção de investimentos privados avultados, é posicionar Portugal nos novos mercados emergentes para o espaço. O que queremos é mostrar que Portugal é um país atraente para o investimento privado no espaço, mesmo que não venha a existir um porto espacial”, refere Manuel Heitor. Assim, adianta, a estratégia para o espaço que será discutida esta quinta-feira no Conselho de Ministros “passa por divulgar Portugal como um novo país na corrida para o espaço e, sobretudo, orientado para as novas tecnologias espaciais de observação da Terra”. “Pode funcionar como uma alavanca para posicionar Portugal nos novos mercados. Estamos a usar isto para um posicionamento estratégico de Portugal nas áreas de maior desenvolvimento científico e tecnológico”, admite. Independentemente de se concretizar.

O ministro adianta ainda que a partir de Maio vai arrancar uma série de eventos em vários países (da Índia aos EUA, passando pela China) para atrair investidores desta área para Portugal. Além da aprovação da estratégia para o espaço até 2030, o Conselho de Ministros deverá também discutir e aprovar esta quinta-feira a Lei do Espaço. O objectivo destes dois instrumentos é o mesmo: colocar Portugal na corrida do mercado internacional das novas indústrias do espaço. Com ou sem porto espacial nos Açores.

https://www.publico.pt/2018/02/15/cienc ... es-1803142




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Re: Indústria aeroespacial Portuguesa

#15 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 22, 2018 12:27 pm

ESA “regressa” a Portugal para financiar mais projetos para o Espaço

Ao mesmo tempo que é conhecida a escolha dos Açores como local de aterragem do projeto Space Rider da Agência Espacial Europeia, avança mais uma edição portuguesa do Programa Small ARTES Applications.

O Instituto Pedro Nunes (IPN) acaba de abrir as candidaturas para a edição de 2018 do programa da Agência Espacial Europeia (ESA) Small ARTES Applications. A iniciativa pretende apoiar projetos que utilizem ativos espaciais, como é o caso de comunicações ou navegação por satélite, observação da Terra e tecnologias usadas em voos espaciais tripulados, para criar novos produtos e serviços para “cenários terrestres", nomeadamente transportes, energia, saúde, agricultura, ambiente ou segurança.

As candidaturas podem ser submetidas até ao dia 31 de maio de 2018, a partir do endereço http://space.ipn.pt/pages/artes_call.

O Small ARTES Apps, um programa nacional de incentivo à Investigação Avançada em Sistemas de Telecomunicações, tem um orçamento previsto para três projetos por ano.

Cada empresa vai receber um financiamento máximo até 25 mil euros e apoio do IPN no estudo da viabilidade financeira e técnica. Os projetos aprovados vão ainda beneficiar de um relacionamento direto com a ESA, destinado “a fortalecer tanto o seu modelo de negócio, como a sua componente técnica/espacial”, refere a nota enviada à imprensa.

Até ao momento, este programa já apoiou oito projetos portugueses em áreas como a segurança, agricultura, energia, recursos do mar, turismo ou envelhecimento.

Recorde-se que o Small ARTES Apps é coordenado em Portugal pelo IPN e tem o apoio direto da ESA, da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) e do Gabinete do Espaço da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

A abertura das candidaturas para o Small ARTES Applications praticamente coincidiu com o anúncio de que a agência europeia escolheu os Açores para acolher um local de aterragem do projeto Space Rider. Segundo declarou esta quarta-feira o presidente do Governo Regional açoriano, Vasco Cordeiro, citado pela Lusa, o projeto vai "gerar emprego qualificado, quer ao nível dos serviços, quer ao nível dos recursos afetos".

https://tek.sapo.pt/expert/artigos/esa- ... a-o-espaco




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