LeandroGCard escreveu:Lembro muito bem de uma conversa que acompanhei entre meu pai e o coronel Gélio Fregapani, onde este último dizia que a melhor arma para a guerra na selva amazônica seria uma escopeta anabolizada. Simplesmente não dá nem tempo de fazer pontaria e espalhar chumbo é a forma mais eficiente de tentar atingir alguém que corre ou se esconde entre as árvores. E o alcance dos fuzis é praticamente inútil quando o "horizonte" entre os troncos está há poucos metros. Mas parece que existem restrições ao uso deste tipo de arma, coisas tipo a Convenção de Genebra ou sei lá.
Mas acho que de fato nestes cenários o que manda é a granada, lançada manualmente ou com aqueles lançadores acopláveis aos fuzis, que teriam como utilidade principal justamente servir de base para eles. E complementada pelas sub-metralhadoras mesmo.
De qualquer forma, temos que manter em mente que este é um terreno considerado um atoleiro em termos militares, que torna praticamente inviável qualquer avanço organizado de forças realmente importantes em distâncias realmente úteis. É um cenário para uma eterna luta de atrito, não para se decidir uma guerra. Um inimigo que quisesse montar um ataque realmente importante evitaria se embrenhar na mata e se manteria nas estradas e trechos de vegetação mais aberta. Lutar no meio das árvores não é tarefa para grandes exércitos, e sim para pequenas unidades especiais, e estas precisam sim de equipamento dedicado e adequado.
Leandro G. Card
Pois é, até onde sei grande parte dos combates em ambiente de selva (como o TOA, ou mais precisamente, boa parte dele):




Com base no acima, algumas considerações:
1 - Qual a necessidade de se usar uma arma com munição tão potente e precisa (pode matar/incapacitar com precisão a centenas de metros) como um fuzil para bater alvos a poucas dezenas de metros, no máximo? É uma arma relativamente grande, pesada (idem sua munição e carregadores) e complexa para um ambiente sobretudo rústico a extremos.
2 - Uma SMG é pequena, leve, simples (se adotado um modelo básico, blowback direto com ferrolho aberto, como exemplos a URU e a UZI), tanto quanto sua munição e carregadores. E, diante de tropas desprovidas de EPI, letal! Com munição e carregadores menores e mais leves, é possível transportar individualmente mais munição, o que possibilita maior tranquilidade em fogo automático, já que, com maior disponibilidade de munição, se atira (ou se pode atirar) mais em full ou mesmo bursts pré-programadas. Ademais, as subs se prestam muito melhor do que fuzis ao uso de supressores...
3 - Uma espingarda (caçadeira, para os irmãos tugas) também apresenta vantagens, como a dispersão de esferas (balins) por um espaço "genérico", podendo atingir alvos fugazes. A Convenção de Genebra proíbe munições com chumbo exposto em ações de guerra mas há décadas que existem diversos cartuchos que empregam esferas de aço. O problema que vejo com as espingardas é o tamanho e peso da munição (coloquem um cartucho de 12 ao lado de um 9 mm P ou mesmo .45 ACP, a diferença é grande. Aproveitem e pesem, o de 12 pesa mais que as outras duas juntas!), o que limita a quantidade transportada pelo infante desmontado. Para que se tenha uma idéia, um único cartucho calibre 12 dos mais comuns pesa, só em sua carga letal, em torno de 32 gramas (os mais comuns, repito. Há os que pesam mais e outros que pesam menos). E ainda há o estojo, a espoleta (bem maior que a de uma de pistola ou mesmo de fuzil de assalto) e a carga de pólvora, além da bucha. Tudo junto e acrescentando volume ao peso, me parece que a espingarda apresenta mais características de arma de apoio às subs do que principal em operações na selva.
Que acham?