Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Africa
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Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Africa
Aeroportos do Brasil são piores do que de países muito pobres da África
Tribunal de Contas da União aponta irregularidades em obras no ES e SP. País precisa investir R$ 34 bilhões até 2030 para dar conta da demanda.
Para assistir a materia, clique aqui.
Por que nossos aeroportos são tão congestionados e ineficientes? Antigos, superlotados, eles são piores do que os de países muito pobres como Mali, Tanzânia e Zimbábue. Com o aumento do número de passageiros, a chegada da Copa e das Olimpíadas, eles vão precisar de R$ 34 bilhões em investimentos até 2030 apenas para dar conta do recado.
Aeroporto de Vitória, Espírito Santo, em uma quinta-feira qualquer. O desconforto da multidão que se espreme no terminal de teto baixo é aumentado pelas obras de manutenção. São de emergência, para manter funcionando um prédio que já esgotou sua capacidade há muitos anos.
Em 2006 a construção de um novo terminal foi iniciada e pouco andou. As obras foram paralisadas em 2007, retomadas muito rapidamente em 2008 e desde então estão abandonadas pelo consórcio responsável pela construção do aeroporto.
Isso porque, em uma fiscalização feita em 2006, o Tribunal de Contas da União, o TCU, encontrou um rombo que já chegava perto de R$ 44 milhões e determinou à Infraero que descontasse esse valor dos futuros pagamentos ao consórcio, que não aceitou e abandonou as obras. Por isso, o aeroporto de Vitória, que deveria estar operando desde 2008, ainda nem saiu do chão.
O Tribunal de Contas da União relata o pagamento de serviços que não constavam do contrato ou não foram realizados. O consórcio, formado pelas empresas Camargo Correa, Mendes Junior e Estacon, não quis gravar entrevista. Em nota, afirma que não houve superfaturamento nem sobrepreço e que, com a determinação do TCU de descontar os pagamentos considerados indevidos, não havia condições de continuar a obra. Por isso, negociou com a Infraero a rescisão do contrato.
“Mas, em um caso desse, o que eu posso ver é pura retaliação contra a decisão do tribunal”, afirma o ministro do TCU Raimundo Carreiro.
Fantástico: Pra evitar fiscalizações futuras?
Raimundo Carreiro: É.
O que restou da obra é pouco. Em alguns pontos, veem-se as sapatas de apoio da estrutura. Em outros, só os ferros de construção brotam do chão. A terraplenagem para a nova pista está como ficou há cinco anos; a terra, exposta à chuva e à erosão.
Expostos também estão os passageiros. Sob sol ou chuva, a ligação entre o avião e o terminal é pela pista, subindo escadas em meio à movimentação e barulho de aviões.
Mas o aeroporto novo vai ter dez pontes de embarque e desembarque, que ligam o prédio direto ao avião, aumentando a segurança e o conforto dos passageiros. O preço de referência das pontes, encontrado pelo TCU, foi de R$ 630 mil. Preço apresentado pelo consórcio: R$ 2,925 milhões, quase cinco vezes mais caro. Somando as dez pontes, o sobrepreço, prejuízo para o contribuinte, chega perto dos R$ 23 milhões.
Segundo o consórcio, a comparação de preços por itens da obra não deve ser aplicada nesse caso, porque a concorrência foi feita com preço fechado. Alega que outros itens estão abaixo do mercado e que as pontes têm características próprias para cada aeroporto.
Em Vitória, uma obra que avança é a do posto do Corpo de Bombeiros, junto à pista. É que a Infraero conseguiu separar esse prédio do contrato original, porque a presença dos Bombeiros é fundamental para melhorar a segurança do aeroporto. Pela mesma razão, a nova torre de controle já está sendo erguida.
O reinício das obras do terminal novo foi parar na justiça. Infraero e o consórcio foram orientados a renegociar para finalmente terminar o aeroporto. Segundo o TCU, isso veio acompanhado de um pedido inusitado feito pelas empresas.
“Um advogado, em uma petição, chegou a dizer isso: que não se submetia à fiscalização do tribunal. Isso está escrito em uma petição que o advogado apresentou aqui, mas foi descartado e depois foi até um pedido de desculpas, e nós fixamos esse entendimento, que só voltaríamos a analisar o assunto com os projetos completos”, diz Raimundo Carreiro.
Fantástico: Quer dizer, a obra foi começada em 2005 e até hoje não tem um projeto executivo?
Gustavo do Vale (presidente da Infraero): Até hoje não tem o projeto executivo pronto. O projeto executivo está sendo desenvolvido nesse momento. Tanto o projeto executivo do terminal de passageiros, quanto o projeto executivo da infraestrutura também não está pronto.
Como é que se chega nessa situação, em que já havia uma obra em andamento sem projeto executivo, ficou parada quatro anos e ainda não tem projeto? “No caso do sistema aeroviário, nós temos várias obras que estão atrasadas por falta de projeto. Isso é um gargalo terrível”, afirma o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
Fantástico: O que faltou ali que permitiu que se criasse essa situação?
Moreira Franco: Não é que faltou. Na minha opinião, teve demais. Descuido com o dinheiro público. E achar que se poderia praticar esse tipo de distorção a custo zero.
O ministro disse ainda que agora - acompanhada pelo TCU - a negociação vai avançar. “Eu não tenho dúvida que o aeroporto de Goiânia, em Goiás, que também tem o mesmo problema ocorrido na mesma época são duas pedras no sapato da Infraero”, revela.
Hoje no Brasil há 58 obras de aeroportos em andamento, incluindo os 15 maiores do país. Desde 2004, o número de passageiros de avião no Brasil cresce 11% ao ano. Os embarques chegaram a 200 milhões por ano e até 2030 devem passar dos 500 milhões. Isso porque, além da renda do brasileiro ter aumentado, o preço médio das passagens de avião desde 2004 caiu pela metade.
O Brasil precisa investir R$ 34 bilhões para dar conta dessa demanda Hoje, 121 aeroportos recebem voos regulares. O governo quer acrescentar à lista 270 aeroportos regionais. E é preciso melhorar os grandes já existentes.
Um dos grandes gargalos é Guarulhos, em São Paulo, o maior aeroporto do país. Um novo terminal, com capacidade para 12 milhões de passageiros, está sendo erguido rapidamente pela empresa privada que ganhou a concessão do terminal no ano passado. Um novo estacionamento está quase pronto. Uma obra que o governo tentava fazer há muito tempo. Em 2007 e 2008, o TCU apontou indícios de irregularidades que impediram a licitação da obra.
Chegamos a 2011 com a ameaça de um apagão aeroportuário: confusão, filas, atrasos. A Infraero decidiu transformar um galpão de uma empresa aérea falida em um terminal remoto, o terminal 4. “Na realidade, assim nós fizemos com dispensa de licitação. Por quê? Por que nós precisávamos ter um terminal pronto ainda pro final do ano de 2011”, explica o presidente da Infraero.
A obra deveria ficar pronta em prazo recorde - seis meses. O ministro do Tribunal de Contas da União Aroldo Cedraz foi pessoalmente fiscalizar.
Fantástico: Quando o senhor visitou a obra, o senhor considerou a obra uma obra sólida?
Aroldo Cedraz: A estrutura metálica não me inspirava segurança e que poderia cair a qualquer momento.
Fantástico: Como de fato caiu?
Aroldo Cedraz: Como de fato caiu.
Duas semanas antes do prazo para inauguração, o teto desabou e se perdeu o prazo que justificava a emergência. Aberto depois das férias de verão, o terminal está isolado do resto do aeroporto. Apenas três empresas operam. O movimento é em torno de 100 mil passageiros por mês - contra 2,8 milhões nos terminais 1 e 2, menos de 4% do total.
Por tudo isso, o terminal 4 ganhou o apelido de "Puxadinho". Um "puxadinho" de R$ 86 milhões. Alegando urgência, a Infraero entregou a obra sem licitação para a construtora Delta, a mesma construtura Delta envolvida em uma série de escândalos em obras públicas espalhadas por todo Brasil.
Chama a atenção o acabamento. No teto, folhas de alumínio que fazem o isolamento térmico e acústico se mexem com o vento. Problemas nessa aplicação foram apontados em relatório do TCU, que fiscalizou a qualidade da construção. O TCU encontrou piso rachado e vazamentos, e apontou como causa a fiscalização deficiente na entrega da obra. Em nota, a Delta diz que eventuais reparos de responsabilidade da empresa serão realizados na forma e prazo determinados pela Infraero.
“Contra fato não há argumento. Até hoje, a obra está subutilizada por questões de logística, diz a Infraero. Aquele terminal chamado de puxadinho está subutilizado. Na verdade, o que aconteceu foi o seguinte: R$ 85 milhões foram jogados no lixo. Dinheiro público jogado no lixo”, afirma o procurador federal Matheus Baraldi Magnani.
“É importante que as pessoas ouçam e entendam isso: as coisas mudaram. Nós não vamos ter complacência com o malfeito”, afirma Moreira Franco.
A Justiça Federal aceitou esse argumento do Ministério Público, anulou o contrato e condenou a direção da Infraero e da Delta a devolver o dinheiro. A Infraero recorreu. “Isso está sendo contestado em segunda instância, porque, afinal de contas, devolver R$ 86 milhões de uma coisa que está pronta. É a mesma coisa: como é que eu vou devolver o terminal pra poder ressarcir R$ 86 milhões?”, questiona o presidente da Infraero.
Para ele, o terminal 4 não merece a má reputação.
Fantástico: Ele é conhecido em São Paulo como um puxadinho.
Gustavo do Vale: É, mas na realidade ele não é. Ele é um terminal de verdade. Ele foi feito com base no terminal remoto do aeroporto de Lisboa. Ele está à altura não só do aeroporto de Guarulhos, como de qualquer aeroporto do mundo.
Fantástico: É um puxadinho?
Moreira Franco: É um puxadinho. Por isso, todo mundo chama de puxadinho. E evidentemente não vai se fazer a infraestrutura aeroportuária de um que será inevitavelmente um dos maiores, uma das maiores economias do mundo na base do puxadinho.
Em uma pesquisa sobre qualidade de aeroportos feita pelo Fórum Econômico Mundial em 142 países, o Brasil está na posição 122. “Hoje, você não tem um aeroporto no Brasil dando conta do recado”, afirma Moreira Franco.
Não são só aeroportos. No Brasil, estradas, ferrovias, até a transposição do rio São Francisco começaram sem ter projeto.
“O Brasil ficou 30 anos sem fazer obras. Isso desmontou a maior parte das empresas de consultoria para realização de projetos. Então nós tivemos uma deficiência. Tem poucas empresas no mercado para fazer isso. E nós resolvemos, de maneira bastante clara, de que era mais importante começar a fazer obras e entregar obras importantes que o país precisava mesmo sem ter os projetos executivos prontos, porque o mais caro para o Brasil é não ter a obra. Esse é o custo Brasil mais alto”, aponta a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
“A questão da falta de pessoal no Brasil pressupõe planejamento também do próprio Estado. Ou seja, pra que o Estado faça uma obra ele tem que planejar de forma antecipada, ter técnicos para dar assistência, para fazer a planificação”, diz o presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.
Para dar conta do investimento necessário, o governo anunciou transferir mais aeroportos para administração privada, como já fez com Guarulhos, Viracopos e Brasília. As empresas vencedoras da licitação administram e fazem ampliações nos terminais.
“Só pelo setor público, não vamos conseguir resolver o grande desafio que é garantir ao cidadão brasileiro um sistema aeroportuário adequado”, destaca Moreira Franco.
Na semana que vem: nem sempre a privatização dá o resultado esperado. O Fantástico vai mostrar a situação das estradas federais. Demoradas e caras, as estradas freiam o desenvolvimento do país.
FONTE
Tribunal de Contas da União aponta irregularidades em obras no ES e SP. País precisa investir R$ 34 bilhões até 2030 para dar conta da demanda.
Para assistir a materia, clique aqui.
Por que nossos aeroportos são tão congestionados e ineficientes? Antigos, superlotados, eles são piores do que os de países muito pobres como Mali, Tanzânia e Zimbábue. Com o aumento do número de passageiros, a chegada da Copa e das Olimpíadas, eles vão precisar de R$ 34 bilhões em investimentos até 2030 apenas para dar conta do recado.
Aeroporto de Vitória, Espírito Santo, em uma quinta-feira qualquer. O desconforto da multidão que se espreme no terminal de teto baixo é aumentado pelas obras de manutenção. São de emergência, para manter funcionando um prédio que já esgotou sua capacidade há muitos anos.
Em 2006 a construção de um novo terminal foi iniciada e pouco andou. As obras foram paralisadas em 2007, retomadas muito rapidamente em 2008 e desde então estão abandonadas pelo consórcio responsável pela construção do aeroporto.
Isso porque, em uma fiscalização feita em 2006, o Tribunal de Contas da União, o TCU, encontrou um rombo que já chegava perto de R$ 44 milhões e determinou à Infraero que descontasse esse valor dos futuros pagamentos ao consórcio, que não aceitou e abandonou as obras. Por isso, o aeroporto de Vitória, que deveria estar operando desde 2008, ainda nem saiu do chão.
O Tribunal de Contas da União relata o pagamento de serviços que não constavam do contrato ou não foram realizados. O consórcio, formado pelas empresas Camargo Correa, Mendes Junior e Estacon, não quis gravar entrevista. Em nota, afirma que não houve superfaturamento nem sobrepreço e que, com a determinação do TCU de descontar os pagamentos considerados indevidos, não havia condições de continuar a obra. Por isso, negociou com a Infraero a rescisão do contrato.
“Mas, em um caso desse, o que eu posso ver é pura retaliação contra a decisão do tribunal”, afirma o ministro do TCU Raimundo Carreiro.
Fantástico: Pra evitar fiscalizações futuras?
Raimundo Carreiro: É.
O que restou da obra é pouco. Em alguns pontos, veem-se as sapatas de apoio da estrutura. Em outros, só os ferros de construção brotam do chão. A terraplenagem para a nova pista está como ficou há cinco anos; a terra, exposta à chuva e à erosão.
Expostos também estão os passageiros. Sob sol ou chuva, a ligação entre o avião e o terminal é pela pista, subindo escadas em meio à movimentação e barulho de aviões.
Mas o aeroporto novo vai ter dez pontes de embarque e desembarque, que ligam o prédio direto ao avião, aumentando a segurança e o conforto dos passageiros. O preço de referência das pontes, encontrado pelo TCU, foi de R$ 630 mil. Preço apresentado pelo consórcio: R$ 2,925 milhões, quase cinco vezes mais caro. Somando as dez pontes, o sobrepreço, prejuízo para o contribuinte, chega perto dos R$ 23 milhões.
Segundo o consórcio, a comparação de preços por itens da obra não deve ser aplicada nesse caso, porque a concorrência foi feita com preço fechado. Alega que outros itens estão abaixo do mercado e que as pontes têm características próprias para cada aeroporto.
Em Vitória, uma obra que avança é a do posto do Corpo de Bombeiros, junto à pista. É que a Infraero conseguiu separar esse prédio do contrato original, porque a presença dos Bombeiros é fundamental para melhorar a segurança do aeroporto. Pela mesma razão, a nova torre de controle já está sendo erguida.
O reinício das obras do terminal novo foi parar na justiça. Infraero e o consórcio foram orientados a renegociar para finalmente terminar o aeroporto. Segundo o TCU, isso veio acompanhado de um pedido inusitado feito pelas empresas.
“Um advogado, em uma petição, chegou a dizer isso: que não se submetia à fiscalização do tribunal. Isso está escrito em uma petição que o advogado apresentou aqui, mas foi descartado e depois foi até um pedido de desculpas, e nós fixamos esse entendimento, que só voltaríamos a analisar o assunto com os projetos completos”, diz Raimundo Carreiro.
Fantástico: Quer dizer, a obra foi começada em 2005 e até hoje não tem um projeto executivo?
Gustavo do Vale (presidente da Infraero): Até hoje não tem o projeto executivo pronto. O projeto executivo está sendo desenvolvido nesse momento. Tanto o projeto executivo do terminal de passageiros, quanto o projeto executivo da infraestrutura também não está pronto.
Como é que se chega nessa situação, em que já havia uma obra em andamento sem projeto executivo, ficou parada quatro anos e ainda não tem projeto? “No caso do sistema aeroviário, nós temos várias obras que estão atrasadas por falta de projeto. Isso é um gargalo terrível”, afirma o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
Fantástico: O que faltou ali que permitiu que se criasse essa situação?
Moreira Franco: Não é que faltou. Na minha opinião, teve demais. Descuido com o dinheiro público. E achar que se poderia praticar esse tipo de distorção a custo zero.
O ministro disse ainda que agora - acompanhada pelo TCU - a negociação vai avançar. “Eu não tenho dúvida que o aeroporto de Goiânia, em Goiás, que também tem o mesmo problema ocorrido na mesma época são duas pedras no sapato da Infraero”, revela.
Hoje no Brasil há 58 obras de aeroportos em andamento, incluindo os 15 maiores do país. Desde 2004, o número de passageiros de avião no Brasil cresce 11% ao ano. Os embarques chegaram a 200 milhões por ano e até 2030 devem passar dos 500 milhões. Isso porque, além da renda do brasileiro ter aumentado, o preço médio das passagens de avião desde 2004 caiu pela metade.
O Brasil precisa investir R$ 34 bilhões para dar conta dessa demanda Hoje, 121 aeroportos recebem voos regulares. O governo quer acrescentar à lista 270 aeroportos regionais. E é preciso melhorar os grandes já existentes.
Um dos grandes gargalos é Guarulhos, em São Paulo, o maior aeroporto do país. Um novo terminal, com capacidade para 12 milhões de passageiros, está sendo erguido rapidamente pela empresa privada que ganhou a concessão do terminal no ano passado. Um novo estacionamento está quase pronto. Uma obra que o governo tentava fazer há muito tempo. Em 2007 e 2008, o TCU apontou indícios de irregularidades que impediram a licitação da obra.
Chegamos a 2011 com a ameaça de um apagão aeroportuário: confusão, filas, atrasos. A Infraero decidiu transformar um galpão de uma empresa aérea falida em um terminal remoto, o terminal 4. “Na realidade, assim nós fizemos com dispensa de licitação. Por quê? Por que nós precisávamos ter um terminal pronto ainda pro final do ano de 2011”, explica o presidente da Infraero.
A obra deveria ficar pronta em prazo recorde - seis meses. O ministro do Tribunal de Contas da União Aroldo Cedraz foi pessoalmente fiscalizar.
Fantástico: Quando o senhor visitou a obra, o senhor considerou a obra uma obra sólida?
Aroldo Cedraz: A estrutura metálica não me inspirava segurança e que poderia cair a qualquer momento.
Fantástico: Como de fato caiu?
Aroldo Cedraz: Como de fato caiu.
Duas semanas antes do prazo para inauguração, o teto desabou e se perdeu o prazo que justificava a emergência. Aberto depois das férias de verão, o terminal está isolado do resto do aeroporto. Apenas três empresas operam. O movimento é em torno de 100 mil passageiros por mês - contra 2,8 milhões nos terminais 1 e 2, menos de 4% do total.
Por tudo isso, o terminal 4 ganhou o apelido de "Puxadinho". Um "puxadinho" de R$ 86 milhões. Alegando urgência, a Infraero entregou a obra sem licitação para a construtora Delta, a mesma construtura Delta envolvida em uma série de escândalos em obras públicas espalhadas por todo Brasil.
Chama a atenção o acabamento. No teto, folhas de alumínio que fazem o isolamento térmico e acústico se mexem com o vento. Problemas nessa aplicação foram apontados em relatório do TCU, que fiscalizou a qualidade da construção. O TCU encontrou piso rachado e vazamentos, e apontou como causa a fiscalização deficiente na entrega da obra. Em nota, a Delta diz que eventuais reparos de responsabilidade da empresa serão realizados na forma e prazo determinados pela Infraero.
“Contra fato não há argumento. Até hoje, a obra está subutilizada por questões de logística, diz a Infraero. Aquele terminal chamado de puxadinho está subutilizado. Na verdade, o que aconteceu foi o seguinte: R$ 85 milhões foram jogados no lixo. Dinheiro público jogado no lixo”, afirma o procurador federal Matheus Baraldi Magnani.
“É importante que as pessoas ouçam e entendam isso: as coisas mudaram. Nós não vamos ter complacência com o malfeito”, afirma Moreira Franco.
A Justiça Federal aceitou esse argumento do Ministério Público, anulou o contrato e condenou a direção da Infraero e da Delta a devolver o dinheiro. A Infraero recorreu. “Isso está sendo contestado em segunda instância, porque, afinal de contas, devolver R$ 86 milhões de uma coisa que está pronta. É a mesma coisa: como é que eu vou devolver o terminal pra poder ressarcir R$ 86 milhões?”, questiona o presidente da Infraero.
Para ele, o terminal 4 não merece a má reputação.
Fantástico: Ele é conhecido em São Paulo como um puxadinho.
Gustavo do Vale: É, mas na realidade ele não é. Ele é um terminal de verdade. Ele foi feito com base no terminal remoto do aeroporto de Lisboa. Ele está à altura não só do aeroporto de Guarulhos, como de qualquer aeroporto do mundo.
Fantástico: É um puxadinho?
Moreira Franco: É um puxadinho. Por isso, todo mundo chama de puxadinho. E evidentemente não vai se fazer a infraestrutura aeroportuária de um que será inevitavelmente um dos maiores, uma das maiores economias do mundo na base do puxadinho.
Em uma pesquisa sobre qualidade de aeroportos feita pelo Fórum Econômico Mundial em 142 países, o Brasil está na posição 122. “Hoje, você não tem um aeroporto no Brasil dando conta do recado”, afirma Moreira Franco.
Não são só aeroportos. No Brasil, estradas, ferrovias, até a transposição do rio São Francisco começaram sem ter projeto.
“O Brasil ficou 30 anos sem fazer obras. Isso desmontou a maior parte das empresas de consultoria para realização de projetos. Então nós tivemos uma deficiência. Tem poucas empresas no mercado para fazer isso. E nós resolvemos, de maneira bastante clara, de que era mais importante começar a fazer obras e entregar obras importantes que o país precisava mesmo sem ter os projetos executivos prontos, porque o mais caro para o Brasil é não ter a obra. Esse é o custo Brasil mais alto”, aponta a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
“A questão da falta de pessoal no Brasil pressupõe planejamento também do próprio Estado. Ou seja, pra que o Estado faça uma obra ele tem que planejar de forma antecipada, ter técnicos para dar assistência, para fazer a planificação”, diz o presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.
Para dar conta do investimento necessário, o governo anunciou transferir mais aeroportos para administração privada, como já fez com Guarulhos, Viracopos e Brasília. As empresas vencedoras da licitação administram e fazem ampliações nos terminais.
“Só pelo setor público, não vamos conseguir resolver o grande desafio que é garantir ao cidadão brasileiro um sistema aeroportuário adequado”, destaca Moreira Franco.
Na semana que vem: nem sempre a privatização dá o resultado esperado. O Fantástico vai mostrar a situação das estradas federais. Demoradas e caras, as estradas freiam o desenvolvimento do país.
FONTE
Audaces Fortuna Iuvat
- FCarvalho
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Ainda não viste foi nada André. A reportagem só fala das capitais.
Experimenta andar pelo interior para veres o que é realmente falta, ou simplesmente, inexistência de infraestrutura aeroportuária....
abs.
Experimenta andar pelo interior para veres o que é realmente falta, ou simplesmente, inexistência de infraestrutura aeroportuária....


abs.
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- rodrigo
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
O aeroporto de Guarulhos é, proporcionalmente, o pior do mundo. São Paulo é a cidade mais importante do hemisfério sul, e tem um aeroporto congestionado, ultrapassado e pequeno para seu volume de passageiros. A prova da falência do sistema aeroportuário brasileiro foi a privatização feita por um governo de esquerda.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
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sossega e depois desinquieta.
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- Andre Correa
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
O mais "legal" é ver o Presidente da Infraero comparar o puxadinho de Guarulhos com o Terminal 2 em Lisboa...
Já passei pelo T2 em Lisboa muitas e muitas vezes, e não tem nada a ver com o que mostraram nessa reportagem.
O Terminal 2 em Lisboa, custou 18 milhões de euros, enquanto que o Terminal 4 em Guarulhos, custou o equivalente a 30 milhões de euros, para lidar com 100.000 passageiros mensalmente, enquanto que o Terminal 2 em Lisboa pode lidar com mais de 800.000 mensalmente, e não tem teto em folha de alumínio, nem chão rachado:
O gajo tem mesmo que ter muita cara de pau em tentar transparecer que aquilo foi bem feito... aqui, este tipo já estaria preso, a responder pela *agada que fez...
Já passei pelo T2 em Lisboa muitas e muitas vezes, e não tem nada a ver com o que mostraram nessa reportagem.
O Terminal 2 em Lisboa, custou 18 milhões de euros, enquanto que o Terminal 4 em Guarulhos, custou o equivalente a 30 milhões de euros, para lidar com 100.000 passageiros mensalmente, enquanto que o Terminal 2 em Lisboa pode lidar com mais de 800.000 mensalmente, e não tem teto em folha de alumínio, nem chão rachado:

Audaces Fortuna Iuvat
- Boss
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Que bom que aí em Portugal prendem pessoas públicas que fazem cagadas. Creio que quem quebrou o país já esteja atrás das grandes desde o estouro da crise.
Btw, nada novo, mais um dos problemas que o governo acha que nasceu semana passada. A soja de Mato Grosso, por exemplo, para Brasília, começou a ser plantada domingo, o governo foi pego desprevenido com os caminhões cruzando meio País para chegar em uma fila digna de INSS em Santos e Paranaguá.
Temos que dar tempo. Quem sabe mais 12 anos e o PT descobre que o Amapá não tem ligação terrestre com o resto do País...
Entre outras coisas.
Btw, nada novo, mais um dos problemas que o governo acha que nasceu semana passada. A soja de Mato Grosso, por exemplo, para Brasília, começou a ser plantada domingo, o governo foi pego desprevenido com os caminhões cruzando meio País para chegar em uma fila digna de INSS em Santos e Paranaguá.
Temos que dar tempo. Quem sabe mais 12 anos e o PT descobre que o Amapá não tem ligação terrestre com o resto do País...

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
- Andre Correa
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Depende do grau de envolvimento, e do descaramento, investigações existem, e quando chegam ao fim, algo é feito.Boss escreveu:Que bom que aí em Portugal prendem pessoas públicas que fazem cagadas. Creio que quem quebrou o país já esteja atrás das grandes desde o estouro da crise.
Este aí da Infraero sofre até para explicar o inevitável, e parece estar tudo bem para o resto do país? O tipo brincou com mais de 80 milhões de reais, e ainda tem a lata de tentar transparecer orgulho no que fez? As empresas do consórcio tiveram ainda mais lata de tentar botar a culpa no TCU, e livrar-se de fiscalizações, após tentar roubar ao Estado mais de 43 milhões de reais?
Acredito que nem precisa investigar muito para a verdade aparecer a tona...
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Tambem tem aquela.... Pq os jornalistas não experimentam morar nestes paises e depois confirmam a comparação!!!
Temos que criticar de forma que chamemos a atenção para melhorar e não como boa parte da midia (PIG) esta fazendo... tentando apenas denegrir a imagem do Brasil com fins puramente eleitorais (oposição).
Temos que criticar de forma que chamemos a atenção para melhorar e não como boa parte da midia (PIG) esta fazendo... tentando apenas denegrir a imagem do Brasil com fins puramente eleitorais (oposição).
- Andre Correa
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Desculpa lá, mas assuntos de campanha, seja de oposição, ou a favor, em outros fóruns, não aqui, ok?MAJOR FRAGUAS escreveu:Tambem tem aquela.... Pq os jornalistas não experimentam morar nestes paises e depois confirmam a comparação!!!
Temos que criticar de forma que chamemos a atenção para melhorar e não como boa parte da midia (PIG) esta fazendo... tentando apenas denegrir a imagem do Brasil com fins puramente eleitorais (oposição).
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- Boss
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Aqui é só da oposição.
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Qualquer situação que esteja em desacordo com a regra:Boss escreveu:Aqui é só da oposição.
7.1.5) Propaganda de cunho estritamente político e/ou ideológico.
Pode ser reportada pelos usuários, clicando no botão com este ícone:

Temos um tópico para discutir NOTÍCIAS POLÍTICAS, e todos os assuntos centrados em política, desde que em respeito com a regra acima mencionada, devem para lá ser redirecionado, e não discutido aleatóriamente em outros tópicos, salvo em casos muito específicos, quando impossível de separar, o que não vem a ser este caso.
Qualquer dúvida, enviar mensagem particular para qualquer um dos moderadores. Irei manter o post do usuário Boss para servir de exemplo a esta resposta.
Andre Correa
CMFDB
Audaces Fortuna Iuvat
- rodrigo
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Já confundem governo/infraero com os ´´companheiros``. Quando vejo essas demonstrações, esqueço que o problema vem de longe, porque parece que só eles são responsáveis.
Enquanto ficam neuróticos procurando o inimigo, são carinhosamente empalados pelo PMDB.
Enquanto ficam neuróticos procurando o inimigo, são carinhosamente empalados pelo PMDB.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Caro André, ja participo do forum desde 2005 e sei bem as regras...
O que talvez vc não entendeu no meu comentario, foi sobre a veracidade de toda a materia.
Ja morei/trabalhei em Joanesburgo, Africa do Sul, que é o pais mais rico da Africa, e cada vez que ficava naquele aeroporto, sentia muito saudade da confusão de Guarulhos...., imagino nestes outros paises mais pobres. Ou seja, eu posso não concondar com o que a "reporcagem" esta falando.
Sds Coloradas!
O que talvez vc não entendeu no meu comentario, foi sobre a veracidade de toda a materia.
Ja morei/trabalhei em Joanesburgo, Africa do Sul, que é o pais mais rico da Africa, e cada vez que ficava naquele aeroporto, sentia muito saudade da confusão de Guarulhos...., imagino nestes outros paises mais pobres. Ou seja, eu posso não concondar com o que a "reporcagem" esta falando.
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- Andre Correa
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Pelo tempo que participas deves então perceber que já não toleramos campanhas para nenhum lado, voluntárias ou não, e que apoiamos apenas o debate fundado em opiniões sobre o assunto, e dados sobre os mesmos.MAJOR FRAGUAS escreveu:Caro André, ja participo do forum desde 2005 e sei bem as regras...
O que talvez vc não entendeu no meu comentario, foi sobre a veracidade de toda a materia.
Ja morei/trabalhei em Joanesburgo, Africa do Sul, que é o pais mais rico da Africa, e cada vez que ficava naquele aeroporto, sentia muito saudade da confusão de Guarulhos...., imagino nestes outros paises mais pobres. Ou seja, eu posso não concondar com o que a "reporcagem" esta falando.
Sds Coloradas!
Neste caso debata a reportagem, não os motivos que acredita estar por detrás da reportagem.
Se formos nos agarrar a teorias da conspiração, não debatemos assunto nenhum sobre o Brasil. E lembrando: dúvidas em relação a Moderação, e seus actos, devem ser feitas por MP para qualquer Moderador.
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Audaces Fortuna Iuvat
- MAJOR FRAGUAS
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
EDIT Mod - Dúvidas e questionamentos à Moderação deverão ser encaminhadas por MP. O descumprimento da indicação poderá resultar em sanções ao usuário.
- Bourne
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Re: Aeroportos BR são piores do que de países pobres da Afri
Não esqueça a fila de navios que não aparece na TV. Os compradores, vendedores e transportadores não gostam nem um pouco. Aliás, em outras cargas como contêiner, a espera para carregar ou descarregar um caminhão gira em torno de 24 horas. Em outros países é um tempo bem menor.Boss escreveu:Q
Btw, nada novo, mais um dos problemas que o governo acha que nasceu semana passada. A soja de Mato Grosso, por exemplo, para Brasília, começou a ser plantada domingo, o governo foi pego desprevenido com os caminhões cruzando meio País para chegar em uma fila digna de INSS em Santos e Paranaguá.
A forma que são feitas as licitações no país ajuda a inchar o preço e dilatar os prazos. As próprias construtoras tem interesse que não se mude a legislação. Incluindo deixar as empresas estrangeiras sempre em desvantagem devido a proteção prevista na lei, deixar o processo enrolado e burocrático para elevar custos e se associar para manter os preços elevados. No limite levar para a necessidade de "obras de emergência" sem licitação e que pode jogar o preço a estratosfera. Observem que o acabamento das obras públicas em geral é horrendo, incomuns em obras privadas para público privado.
Percebam que quando a obra é de interesse privado para ser tocada por uma empresa privada em que a rentabilidade elas fazem. Dão um jeito de reduzir custos e entregar no prazo por interesse próprio. Porém para obras contratadas pelo serviço público é diferente. Sempre dá alguma coisa errado, mais recursos são necessários e nunca fica perfeito. Por isso, o governo Dilma aposta nas parcerias público-privadas para as empreiteiras enrolarem menos e fazerem mais, no nível de qualidade e custos que elas sabem fazer e não cumprem.