Arqueologia/antropologia/ADN
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Arqueologia/antropologia/ADN
A minha família não pesa na História, não conta, feita de gente do Minho, do Algarve, de sei lá onde, mais uns genes estrangeiros que me fazem sentir mais português ainda. Aqui perto, o mar: uma única onda, sempre a mesma, a que levou o menino Antunes ao Brasil e dura ainda. Casas de granito, ruazinhas, a alegria com que o sol chega.
No alto Minho tentando dar forma a um livro, isto é riscando quase tudo. O que ficará, como ficará? Parte do meu sangue vem desta Província, anda no verde dos campos, nas casas, nas travessas, na chuva que cai agora, mansa, vertical, quase doce, íntima. O pai do avô do meu avô era um camponês muito pobre da Póvoa do Lanhoso, de Darque, que se chamava Antunes. Farto de roer pedras meteu o filho de doze anos num veleiro para o Brasil, sozinho, esperançoso que a sorte da criança melhorasse. Imagino um garoto no Rio de Janeiro, sem conhecer ninguém, sem um tostão, sem sítio onde ficar. Lá se aguentou não sei como, acabou por emigrar para a Amazónia. Chamava-se Bernardo António Antunes. Trabalhou em lojas que vendiam material para os seringais e, como devia ter olho, a sua sorte foi mudando. Olho e se calhar outras características que não me agradam porque ninguém enriquece de maneira honesta. A partir de certa altura, morando em Belém do Pará, ei-lo dono de terras e borracha. Acabou cheio de taco e visconde e, que se saiba, não tornou a Portugal. Mandava engomar a roupa em Paris. Vivia como um nababo. A chuva continua, ainda doce, lenta. Se o Camilo o apanhasse chamava-lhe um figo, ele que adorava brasileiros. Não apanhou. Apanhei eu uns restos do seu sangue nas minhas veias. À volta da casa onde estou brincos de princesa, hortênsias. O meu bisavô herdou a maçaroca e casou-se com uma senhora judia chamada Leopoldina Lobo. Nessa época havia no Brasil Leopoldinas a dar com um pau em honra da imperatriz. Explicaram-me em Jerusalém, ou seja explicou-me um velhote sábio, que passou anos nos campos de concentração, que os Lobos fugiram às fogueiras daqui, há muito tempo, e após várias peripécias foram ganhar raízes para o outro lado do mar. O meu avô, parecidíssimo com a mãe, tinha uma cara de semita que não enganava. Uns restos de sangue dela nas minhas veias igualmente, se calhar os nazis arranjavam-me um fato às listras, sei lá. Meu Deus a quantidade de acasos de que sou feito, de que somos feitos. Ando há anos a jurar a mim mesmo que hei-de ir à Póvoa do Lanhoso, cheirar-me nas esquinas. Ainda não fui, vou adiando. Penso
- Para o ano sem falta
e recuo, embaraçado sei lá com quê, salmão que hesita em subir o rio para morrer. Talvez se mantenham por lá uns primos Antunes, do mesmo sangue de pobre que é o meu. Foi-se refinando, claro, mas visto de perto continua o mesmo. E depois Antunes, caramba, é feio como o caneco, com o Lobo sempre disfarça um bocadinho mas as minhas origens, para onde quer que olhe, são mais ou menos todas assim. E nobreza, felizmente, não possuo nenhuma. Venho, por qualquer costado que me olhe, do povo, o que, secretamente, me agrada. A chuva, os brincos de princesa, as hortênsias. A minha família não pesa na História, não conta, feita de gente do Minho, do Algarve, de sei lá onde, mais uns genes estrangeiros que me fazem sentir mais português ainda. Aqui perto, o mar: uma única onda, sempre a mesma, a que levou o menino Antunes ao Brasil e dura ainda. Casas de granito, ruazinhas, a alegria com que o sol chega. Estes cheiros, capelinhas perdidas no meio da serra. Apetece-me tanto deixar Lisboa, o sítio feio onde moro, habitar longe, sei lá onde, céu aberto, calor:
- Quando acabares o livro o que vais fazer?
Quando acabar o livro escrevo outro. Se for capaz. Se ainda existirem livros em mim, a gente não sabe. Se não existirem sento-me no chão, a contar os dedos: contando-os muitas vezes começam a ser menos. Quantos tenho? Na mão esquerda cinco, na direita não vi. O senhor Ernesto trouxe cerejas amarelas num cestinho: tão sério atrás dos óculos. Os mortos andam por aí, há dias estive com eles, corpo contra corpo, feições misturadas. Não sei qual de nós falou mais, eram vários, eu só um. Eu só um? Quantos encontra em mim, mãe? É melhor não perguntar, deve achar que eu só um, as mães acham sempre que a gente só um. O americano perguntava: o que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nascer? O que lhe fiz de facto? Tenho-a procurado a vida inteira, em vão. Desistiu de mim, da minha falta de amor, foi-se embora. Se me pedirem contas, e hão-de pedir-me contas
- O que fizeste da tua irmã gémea que abandonaste ao nascer?
o que lhes respondo? Ninguém lhe deu um nome que tenho de o encontrar dentro de mim. Encontrar não: eu sei, finjo que não sei mas sei. Qual de nós dois escreve isto? Ela? Eu? Que homem não abandonou a sua irmã gémea ao nascer? A chuva interrompeu-se uns minutos, voltou: não andes por aí à chuva, mana, volta para dentro, de cabelo molhado, tão magra. Comprei este bloco numa papelaria minúscula: um euro. Perguntei
- Quanto custa?
responderam-me
- Um euro
e fiquei parvo. Um euro com tanto papel dentro, já escrito, basta passar o bico da esferográfica por cima das palavras e, portanto, isto que escrevo já cá estava. Só se escreve o que já está nas páginas desde o princípio, à espera, não criamos nada. E, na minha ideia, foi a minha irmã gémea quem disse isto para mim. Se olharem com atenção vêem-na espreitar por cima do meu ombro. Que estranho: eu à sua procura e ela aqui, comigo desde sempre. Não voltou: não me abandonou apenas. Fui eu que deixei de olhar para ela, esteve sempre à minha espera. Passa a tua mão na minha cabeça, mana. A tua mão na minha cabeça durante muito tempo. Até eu adormecer, por exemplo, para que não volte a acordar.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/o-que-e-feito-da-t ... z20WcFipb5
No alto Minho tentando dar forma a um livro, isto é riscando quase tudo. O que ficará, como ficará? Parte do meu sangue vem desta Província, anda no verde dos campos, nas casas, nas travessas, na chuva que cai agora, mansa, vertical, quase doce, íntima. O pai do avô do meu avô era um camponês muito pobre da Póvoa do Lanhoso, de Darque, que se chamava Antunes. Farto de roer pedras meteu o filho de doze anos num veleiro para o Brasil, sozinho, esperançoso que a sorte da criança melhorasse. Imagino um garoto no Rio de Janeiro, sem conhecer ninguém, sem um tostão, sem sítio onde ficar. Lá se aguentou não sei como, acabou por emigrar para a Amazónia. Chamava-se Bernardo António Antunes. Trabalhou em lojas que vendiam material para os seringais e, como devia ter olho, a sua sorte foi mudando. Olho e se calhar outras características que não me agradam porque ninguém enriquece de maneira honesta. A partir de certa altura, morando em Belém do Pará, ei-lo dono de terras e borracha. Acabou cheio de taco e visconde e, que se saiba, não tornou a Portugal. Mandava engomar a roupa em Paris. Vivia como um nababo. A chuva continua, ainda doce, lenta. Se o Camilo o apanhasse chamava-lhe um figo, ele que adorava brasileiros. Não apanhou. Apanhei eu uns restos do seu sangue nas minhas veias. À volta da casa onde estou brincos de princesa, hortênsias. O meu bisavô herdou a maçaroca e casou-se com uma senhora judia chamada Leopoldina Lobo. Nessa época havia no Brasil Leopoldinas a dar com um pau em honra da imperatriz. Explicaram-me em Jerusalém, ou seja explicou-me um velhote sábio, que passou anos nos campos de concentração, que os Lobos fugiram às fogueiras daqui, há muito tempo, e após várias peripécias foram ganhar raízes para o outro lado do mar. O meu avô, parecidíssimo com a mãe, tinha uma cara de semita que não enganava. Uns restos de sangue dela nas minhas veias igualmente, se calhar os nazis arranjavam-me um fato às listras, sei lá. Meu Deus a quantidade de acasos de que sou feito, de que somos feitos. Ando há anos a jurar a mim mesmo que hei-de ir à Póvoa do Lanhoso, cheirar-me nas esquinas. Ainda não fui, vou adiando. Penso
- Para o ano sem falta
e recuo, embaraçado sei lá com quê, salmão que hesita em subir o rio para morrer. Talvez se mantenham por lá uns primos Antunes, do mesmo sangue de pobre que é o meu. Foi-se refinando, claro, mas visto de perto continua o mesmo. E depois Antunes, caramba, é feio como o caneco, com o Lobo sempre disfarça um bocadinho mas as minhas origens, para onde quer que olhe, são mais ou menos todas assim. E nobreza, felizmente, não possuo nenhuma. Venho, por qualquer costado que me olhe, do povo, o que, secretamente, me agrada. A chuva, os brincos de princesa, as hortênsias. A minha família não pesa na História, não conta, feita de gente do Minho, do Algarve, de sei lá onde, mais uns genes estrangeiros que me fazem sentir mais português ainda. Aqui perto, o mar: uma única onda, sempre a mesma, a que levou o menino Antunes ao Brasil e dura ainda. Casas de granito, ruazinhas, a alegria com que o sol chega. Estes cheiros, capelinhas perdidas no meio da serra. Apetece-me tanto deixar Lisboa, o sítio feio onde moro, habitar longe, sei lá onde, céu aberto, calor:
- Quando acabares o livro o que vais fazer?
Quando acabar o livro escrevo outro. Se for capaz. Se ainda existirem livros em mim, a gente não sabe. Se não existirem sento-me no chão, a contar os dedos: contando-os muitas vezes começam a ser menos. Quantos tenho? Na mão esquerda cinco, na direita não vi. O senhor Ernesto trouxe cerejas amarelas num cestinho: tão sério atrás dos óculos. Os mortos andam por aí, há dias estive com eles, corpo contra corpo, feições misturadas. Não sei qual de nós falou mais, eram vários, eu só um. Eu só um? Quantos encontra em mim, mãe? É melhor não perguntar, deve achar que eu só um, as mães acham sempre que a gente só um. O americano perguntava: o que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nascer? O que lhe fiz de facto? Tenho-a procurado a vida inteira, em vão. Desistiu de mim, da minha falta de amor, foi-se embora. Se me pedirem contas, e hão-de pedir-me contas
- O que fizeste da tua irmã gémea que abandonaste ao nascer?
o que lhes respondo? Ninguém lhe deu um nome que tenho de o encontrar dentro de mim. Encontrar não: eu sei, finjo que não sei mas sei. Qual de nós dois escreve isto? Ela? Eu? Que homem não abandonou a sua irmã gémea ao nascer? A chuva interrompeu-se uns minutos, voltou: não andes por aí à chuva, mana, volta para dentro, de cabelo molhado, tão magra. Comprei este bloco numa papelaria minúscula: um euro. Perguntei
- Quanto custa?
responderam-me
- Um euro
e fiquei parvo. Um euro com tanto papel dentro, já escrito, basta passar o bico da esferográfica por cima das palavras e, portanto, isto que escrevo já cá estava. Só se escreve o que já está nas páginas desde o princípio, à espera, não criamos nada. E, na minha ideia, foi a minha irmã gémea quem disse isto para mim. Se olharem com atenção vêem-na espreitar por cima do meu ombro. Que estranho: eu à sua procura e ela aqui, comigo desde sempre. Não voltou: não me abandonou apenas. Fui eu que deixei de olhar para ela, esteve sempre à minha espera. Passa a tua mão na minha cabeça, mana. A tua mão na minha cabeça durante muito tempo. Até eu adormecer, por exemplo, para que não volte a acordar.
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Editado pela última vez por cabeça de martelo em Ter Mar 13, 2018 11:22 am, em um total de 1 vez.
- cabeça de martelo
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Texto de uma pessoa que leva muito a peito a geneologia.
Na realidade chamava-se Francisco Maria Antunes, e era casado com Teresa Bernardino Barbosa.
O trisavô do Lobo Antunes chamava-se Bernardo António de Brito Antunes, e foi 1.º visconde da Nazaré (desde 29-III-1883 - o título refere-se a uma sua propriedade no Pará), Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1886), fidalgo-cavaleiro da Casa Real (desde 29-IX-1886).
Depois de ter frequentado a escola na sua freguesia, Bernardo António partiu muito novo para o Brasil, onde esteve durante 39 anos, dedicando-se ao comércio.
MAS A frase "sem conhecer ninguém, sem um tostão, sem sítio onde ficar" é completamente fantasiosa!
Bernardo António teve um irmão DEZANOVE ANOS mais velho, chamado António José Antunes Sobrinho (nasc. em Caniçadas-Braga em 1814, e morreu em Braga a 16.05.1888), que também foi comerciante no Pará, e também foi visconde - 1.º visconde de Penedo (por decreto de 1885).
Isto é, quando Bernardo António foi para o Brasil com uns 12 anos, não era uma criança sozinha e abandonada. O irmão, então com 31 anos, já era um comerciante estabelecido e casado (desde 1840, com Joaquina Rosa Vieira).
Além disso, Bernardo António TORNOU a Portugal sim senhor! Morreu em Lisboa! (nasc. Vila de Frades a 20.08.1833; faleceu em Lisboa a 27.11.1905). Foi um dos beneméritos protectores da Associação de Beneficiência Portuguesa (no Pará e em Lisboa).
Por último: Bernardo teve uma filha legítima Maria Isabel de Brito Antunes, e um filho (ilegítimo?!) chamado João de Brito Antunes, que casou com Leopoldina Danin Lobo.
Portanto a frase «o meu bisavô herdou a fortuna»... só se foi da mulher!
- Túlio
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Manda um garrafão desse aí pra mim, HAMMERHEAD!!!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Cultura moderna surgiu mais de 20 mil anos antes do que se imaginava
Pesquisadores encontraram fósseis de adornos usados por seres humanos modernos há 44 mil anos no sul da África.
Cientistas afirmam que a idade da Pedra surgiu 20 mil anos mais cedo do que se acreditava, quase ao mesmo tempo que o ser humano moderno migrava da África para o continente europeu. Dois estudos publicados nesta segunda-feira (30) no periódico científico PNAS da Academia Nacional de Ciências dos EUA afirmam que artefatos descobertos em uma caverna na África do Sul indicam que a cultura moderna teria emergido há 44 mil anos. As descobertas incluíam pontas envenenadas e joias, características do povo bosquímano, cujos descendentes vivem hoje no sul da África.
Análise de datação de carbono dos objetos encontrados no sopé das montanhas Lebombo em KwaZulu-Natal, África do Sul, revelou que a cultura dos bosquímanos é mais antiga que 44 mil anos, muito mais do que estudos anteriores que afirmavam se tratarem de um povo de 10 mil ou 20 mil anos de idade. Os pesquisadores afirmam que estes itens foram amplamente utilizados e servem para antecipar a cultura moderna. O período conhecido como Fim da Idade da Pedra, chama do por arqueólogos com o Período do Paleolítico Superior, marca a migração de humanos modernos da África para a Europa, cerca de 45 mil anos atrás. Eles se espalharam rapidamente e, eventualmente, conduziram os neandertais à extinção.
"Eles se adornavam com ovo de avestruz e contas de conchas marinhas, e também usavam ossos. Eles conseguiram modelar ossos finos para usar como furadores e pontas de flechas envenenadas. Um dos lados era decorado com sulco espinhal e preenchido com ocre vermelho, algo que se aproxima muito das marcas utilizadas pelo povo bosquímano para identificar as lanças para caça ", disse Lucinda Backwell, uma das pesquisadoras do estudo.
De acordo com a pesquisadora sul-africana, os objetos são as primeiras provas de “comportamentos modernos como os conhecemos”. Ela afirma ainda que a descoberta reforça que os homens modernos se originaram do Sul da África.
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/ ... inava.html
Pesquisadores encontraram fósseis de adornos usados por seres humanos modernos há 44 mil anos no sul da África.
Cientistas afirmam que a idade da Pedra surgiu 20 mil anos mais cedo do que se acreditava, quase ao mesmo tempo que o ser humano moderno migrava da África para o continente europeu. Dois estudos publicados nesta segunda-feira (30) no periódico científico PNAS da Academia Nacional de Ciências dos EUA afirmam que artefatos descobertos em uma caverna na África do Sul indicam que a cultura moderna teria emergido há 44 mil anos. As descobertas incluíam pontas envenenadas e joias, características do povo bosquímano, cujos descendentes vivem hoje no sul da África.
Análise de datação de carbono dos objetos encontrados no sopé das montanhas Lebombo em KwaZulu-Natal, África do Sul, revelou que a cultura dos bosquímanos é mais antiga que 44 mil anos, muito mais do que estudos anteriores que afirmavam se tratarem de um povo de 10 mil ou 20 mil anos de idade. Os pesquisadores afirmam que estes itens foram amplamente utilizados e servem para antecipar a cultura moderna. O período conhecido como Fim da Idade da Pedra, chama do por arqueólogos com o Período do Paleolítico Superior, marca a migração de humanos modernos da África para a Europa, cerca de 45 mil anos atrás. Eles se espalharam rapidamente e, eventualmente, conduziram os neandertais à extinção.
"Eles se adornavam com ovo de avestruz e contas de conchas marinhas, e também usavam ossos. Eles conseguiram modelar ossos finos para usar como furadores e pontas de flechas envenenadas. Um dos lados era decorado com sulco espinhal e preenchido com ocre vermelho, algo que se aproxima muito das marcas utilizadas pelo povo bosquímano para identificar as lanças para caça ", disse Lucinda Backwell, uma das pesquisadoras do estudo.
De acordo com a pesquisadora sul-africana, os objetos são as primeiras provas de “comportamentos modernos como os conhecemos”. Ela afirma ainda que a descoberta reforça que os homens modernos se originaram do Sul da África.
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/ ... inava.html
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Quando os Portugueses se tornaram Brasileiros
Sinopse: Foi a partir dos interesses existentes no Brasil que Portugal teve de definir a sua política futura No último quartel do século XVI, Portugal estava mergulhado numa profunda crise política, económica e militar. Debatia-se com a crise dinástica, a crise dos mercados do Oriente e o fracasso da estratégia de defesa dos portos marroquinos e da costa ocidental africana. Aproveitando as fragilidades dos portugueses e dos espanhóis, com quem mantinham uma prolongada luta de emancipação territorial, os holandeses penetram nas vias de comércio das duas nações. E se até 1540, Portugal e a Holanda mantinham um relacionamento pacífico, quando se estabelece a união das duas coroas peninsulares, iniciam-se os conflitos no Brasil. Depois de uma bem sucedida luta, os holandeses liderados por Maurício de Nassau, empurram a resistência para a bem defendida Bahia e estabelecem-se em Pernambuco, a capitania açucareira. É neste contexto que nasce uma guerrilha muito especial que congrega gente dos engenhos, proprietários portugueses, padres, escravos negros e índios que lutavam contra a ocupação holandesa. A guerrilha, mesmo depois da restauração, mesmo depois das negociações tendentes a estabelecer a paz entre as duas nações e do regresso de Nassau à Holanda intensificou-se apesar das indicações contrárias do novo soberano português. Essa "questão brasileira" tem uma particularidade: foi a partir dos interesses existentes no Brasil que Portugal teve de definir a sua política futura. Por outro lado, a libertação da colónia do domínio holandês é uma afirmação de maturidade política interna e não o resultado de uma negociação partida da metrópole sem ter em conta os interesses da própria colónia. Este documentário integrado nas comemorações dos 500 Anos do descobrimento do Brasil é patrocinado pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Uma reportagem com autoria de Maria Júlia Fernandes, com imagem de Carlos Oliveira e montagem de Paulo Marcelino.
Qualidade: TVRip – Excelente Qualidade
http://oxe7.com/documentarios/14589-qua ... ml#comment
Sinopse: Foi a partir dos interesses existentes no Brasil que Portugal teve de definir a sua política futura No último quartel do século XVI, Portugal estava mergulhado numa profunda crise política, económica e militar. Debatia-se com a crise dinástica, a crise dos mercados do Oriente e o fracasso da estratégia de defesa dos portos marroquinos e da costa ocidental africana. Aproveitando as fragilidades dos portugueses e dos espanhóis, com quem mantinham uma prolongada luta de emancipação territorial, os holandeses penetram nas vias de comércio das duas nações. E se até 1540, Portugal e a Holanda mantinham um relacionamento pacífico, quando se estabelece a união das duas coroas peninsulares, iniciam-se os conflitos no Brasil. Depois de uma bem sucedida luta, os holandeses liderados por Maurício de Nassau, empurram a resistência para a bem defendida Bahia e estabelecem-se em Pernambuco, a capitania açucareira. É neste contexto que nasce uma guerrilha muito especial que congrega gente dos engenhos, proprietários portugueses, padres, escravos negros e índios que lutavam contra a ocupação holandesa. A guerrilha, mesmo depois da restauração, mesmo depois das negociações tendentes a estabelecer a paz entre as duas nações e do regresso de Nassau à Holanda intensificou-se apesar das indicações contrárias do novo soberano português. Essa "questão brasileira" tem uma particularidade: foi a partir dos interesses existentes no Brasil que Portugal teve de definir a sua política futura. Por outro lado, a libertação da colónia do domínio holandês é uma afirmação de maturidade política interna e não o resultado de uma negociação partida da metrópole sem ter em conta os interesses da própria colónia. Este documentário integrado nas comemorações dos 500 Anos do descobrimento do Brasil é patrocinado pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Uma reportagem com autoria de Maria Júlia Fernandes, com imagem de Carlos Oliveira e montagem de Paulo Marcelino.
Qualidade: TVRip – Excelente Qualidade
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Sepultura de mulher com 8000 anos descoberta em Alcácer do Sal
Esqueleto estava num monte de conchas perto do rio Sado, deixadas lá pelos últimos caçadores-recolectores em território português. Não muito longe, tinha-se já encontrado um cão com 7600 anos.
Colocaram-na cuidadosamente de costas, com os braços sobre a barriga e as pernas bastante flectidas, e assim ficou em repouso durante cerca de 8000 anos. Agora, a equipa que trabalha no sítio arqueológico de Poças de São Bento, em Alcácer do Sal, começou por se deparar com um pedaço do crânio que ficou à mostra durante as escavações. Era um fragmento do esqueleto de uma mulher que pertenceu aos últimos caçadores-recolectores em território português.
Anunciada esta quinta-feira, a descoberta é da equipa de Mariana Diniz, da Universidade de Lisboa, e Pablo Arias, da Universidade da Cantábria (Espanha), coordenadores do projecto Sado-Meso, que se centra nos concheiros do estuário do Sado.
O concheiro de Poças de São Bento é um desses amontoados de conchas deixados pelos últimos caçadores-recolectores, no Mesolítico, quando as sociedades agropastoris estavam já a emergir no território agora português. E as conchas eram restos da alimentação que os caçadores-recolectores retiravam do Sado, como berbigão, amêijoas, douradas e robalos.
No concheiro de Poças de São Bento já se encontraram outros esqueletos humanos, noutras escavações, por exemplo na década de 1950. Qual é então a importância agora desta mulher? “É [o esqueleto] mais bem preservado em Poças de São Bento. Podemos observar sua posição. Há um ritual de deposição do corpo com alguma elaboração”, responde Mariana Diniz. “Espólio e oferendas, não há nada. Estes caçadores aparentemente não se faziam acompanhar [por esses objectos]”, acrescenta a arqueóloga. “A partir deste esqueleto vamos poder fazer uma série de análises laboratoriais, como análises de ADN e datações, porque temos a amostra controlada”, refere ainda Mariana Diniz, explicando que os achados arqueológicos antigos do local têm o problema de não se saber exactamente de onde vêm.
“Esta descoberta permitirá obter informação detalhada acerca do comportamento funerário destes grupos, das suas actividades rituais”, adianta por sua vez um comunicado da Universidade de Lisboa.
Este mesmo concheiro já tinha dado uma prenda aos investigadores do projecto Sado-Meso em 2011: encontraram o esqueleto de um cão, o Piloto, que datações por radiocarbono, realizadas na Universidade de Oxford, Reino Unido, confirmaram que tinha 7600 anos. Claramente documentada numa escavação, é a sepultura de um cão mais antiga do Sul da Europa, desde o Báltico até Portugal. Este cão mesolítico, sublinhou na altura a equipa, é importante para compreender o universo mental destes grupos de caçadores-recolectores.
Mulher e cão partilharam assim o mesmo concheiro na hora da morte. “Mas não podemos dizer que é ela era a dona do cão”, diz a arqueóloga, trazendo-nos de volta à realidade mais objectiva da ciência. “Estão no mesmo concheiro, mas aparentemente, pelos dados que temos agora, a zona da necrópole humana e o cão estão separados 10 a 15 metros. Temos a necrópole humana mais a nascente e o cão está no limite poente do concheiro.”
Embora ainda sem datações, o esqueleto da mulher parece ser um pouco mais antigo que o do cão, uma vez que ela encontra nas areias de base do concheiro. “Em pré-história, um pouco mais antigo pode ser 300 ou 400 anos...”
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/s ... al-1600003
Esqueleto estava num monte de conchas perto do rio Sado, deixadas lá pelos últimos caçadores-recolectores em território português. Não muito longe, tinha-se já encontrado um cão com 7600 anos.
Colocaram-na cuidadosamente de costas, com os braços sobre a barriga e as pernas bastante flectidas, e assim ficou em repouso durante cerca de 8000 anos. Agora, a equipa que trabalha no sítio arqueológico de Poças de São Bento, em Alcácer do Sal, começou por se deparar com um pedaço do crânio que ficou à mostra durante as escavações. Era um fragmento do esqueleto de uma mulher que pertenceu aos últimos caçadores-recolectores em território português.
Anunciada esta quinta-feira, a descoberta é da equipa de Mariana Diniz, da Universidade de Lisboa, e Pablo Arias, da Universidade da Cantábria (Espanha), coordenadores do projecto Sado-Meso, que se centra nos concheiros do estuário do Sado.
O concheiro de Poças de São Bento é um desses amontoados de conchas deixados pelos últimos caçadores-recolectores, no Mesolítico, quando as sociedades agropastoris estavam já a emergir no território agora português. E as conchas eram restos da alimentação que os caçadores-recolectores retiravam do Sado, como berbigão, amêijoas, douradas e robalos.
No concheiro de Poças de São Bento já se encontraram outros esqueletos humanos, noutras escavações, por exemplo na década de 1950. Qual é então a importância agora desta mulher? “É [o esqueleto] mais bem preservado em Poças de São Bento. Podemos observar sua posição. Há um ritual de deposição do corpo com alguma elaboração”, responde Mariana Diniz. “Espólio e oferendas, não há nada. Estes caçadores aparentemente não se faziam acompanhar [por esses objectos]”, acrescenta a arqueóloga. “A partir deste esqueleto vamos poder fazer uma série de análises laboratoriais, como análises de ADN e datações, porque temos a amostra controlada”, refere ainda Mariana Diniz, explicando que os achados arqueológicos antigos do local têm o problema de não se saber exactamente de onde vêm.
“Esta descoberta permitirá obter informação detalhada acerca do comportamento funerário destes grupos, das suas actividades rituais”, adianta por sua vez um comunicado da Universidade de Lisboa.
Este mesmo concheiro já tinha dado uma prenda aos investigadores do projecto Sado-Meso em 2011: encontraram o esqueleto de um cão, o Piloto, que datações por radiocarbono, realizadas na Universidade de Oxford, Reino Unido, confirmaram que tinha 7600 anos. Claramente documentada numa escavação, é a sepultura de um cão mais antiga do Sul da Europa, desde o Báltico até Portugal. Este cão mesolítico, sublinhou na altura a equipa, é importante para compreender o universo mental destes grupos de caçadores-recolectores.
Mulher e cão partilharam assim o mesmo concheiro na hora da morte. “Mas não podemos dizer que é ela era a dona do cão”, diz a arqueóloga, trazendo-nos de volta à realidade mais objectiva da ciência. “Estão no mesmo concheiro, mas aparentemente, pelos dados que temos agora, a zona da necrópole humana e o cão estão separados 10 a 15 metros. Temos a necrópole humana mais a nascente e o cão está no limite poente do concheiro.”
Embora ainda sem datações, o esqueleto da mulher parece ser um pouco mais antigo que o do cão, uma vez que ela encontra nas areias de base do concheiro. “Em pré-história, um pouco mais antigo pode ser 300 ou 400 anos...”
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/s ... al-1600003
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Lili Caneças?
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
29 de novembro 2012, 20:20
Vampiros sérvios aterrorizam a Europa
A Sérvia ocidental está em pânico. A população, com medo de vampiros, está literalmente esgotando o estoque de alho das lojas! O problema foi a derrocada repentina de uma azenha abandonada no rio Rogacica, perto da aldeia de Zarozje, município de Bajina Basta.
O moinho pertencia em tempos a Sava Savanovic, um moleiro considerado vampiro, cujas vítimas eram as pessoas que vinham moer seus grãos. Savanovic morava há muito tempo no moinho mas agora que o seu refúgio ruiu, começaram a surgir rumores de que ele teria voltado à “caça”.
O prefeito local, Miodrag Vujetic, reconheceu: "As pessoas estão assustadas: todo o mundo conhece a lenda desse vampiro. A ideia de que ele agora ficou sem abrigo e busca um novo refúgio e novas vítimas provoca o terror dos habitantes. Todos temos medo". Ele acrescentou que “é fácil rir disso se não se vive aqui”, mas que nenhum dos habitantes locais tem dúvidas de que os vampiros existem. O prefeito também confirmou que o conselho local aconselhou a todos a colocarem alho nas portas, porque os vampiros não aguentam o cheiro, e verificar se têm cruxifixos em todas as divisões de suas casas.
A existência de vampiros na Sérvia ocidental foi confirmada a dada altura: graças ao pedantismo dos burocratas austro-húngaros, as façanhas dos vampiros foram registadas documentalmente, conta o etnógrafo e historiador Vesna Marjanovic:
- Um dos vampiros era Saca Savanovic, que vivia em Zarozje (Sérvia ocidental). Já na aldeia de Kisilevo (no nordeste do país) viveu, no início do século XVIII, um outro vampiro, Petar Blagojevic. Foi então que as autoridades austríacas, que efetuaram várias investigações exemplares de casos de mortes misteriosas, utilizaram pela primeira vez nas atas das investigações a palavra vampiro. As atas foram publicadas e assim, através das fontes austríacas, essa palavra saltou da língua sérvia para o Ocidente.
Nesse contexto, as primeiras referências a vampiros não surgiram na Transilvânia, como se costuma pensar, mas sim no território das atuais Sérvia e Croácia. Dados sobre vampiros estão contidos, nomeadamente, num édito de 1342 do czar sérvio Stefan Dusan, de acordo com o qual os sacerdotes eram proibidos de participar na exumação e queima dos cadáveres de pessoas suspeitas de vampirismo. Assim, é mais correto considerar precisamente a Sérvia como a “pátria” dos vampiros. Felizmente, a tradição popular sérvia menciona vários métodos de proteção contra estes seres maléficos. Tatjana Stojanovic, que defendeu a seu tempo a tese de fim de curso sobre o tema, aconselha:
- Para se proteger dos vampiros é muito eficaz o uso do espinheiro-alvar ou de abrunheiro. Também se pode recorrer às fórmulas mágicas mais comuns. Normalmente, as obscenidades e a linguagem grosseira. Por exemplo, quando encontrar um vampiro (isso é bem conhecido dos moleiros, porque os vampiros na Sérvia habitam normalmente os moinhos), se deve insultar o seu joelho esquerdo, ou mandá-lo para a montanha ou para a água, desejando-lhe que ele encontre espinheiro-alvar pelo caminho. Também os objetos benzidos ou a água benta podem ajudar contra os vampiros. Mas, de resto, realmente nada poderá livrar as pessoas de um vampiro enquanto ele não for destruído. De que forma? Através dos filhos deles. O povo acredita que o vampiro pode regressar a casa e viver com a antiga esposa, a qual poderá dele engravidar. Também as pessoas que tenham nascido num sábado, no dia dos mortos (na Sérvia o sábado é o dia dos mortos), podem destruir um vampiro. Só tem de encontrar o caixão do vampiro e trespassá-lo com uma estaca de espinheiro-alvar.
Vera Zherdeva
http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_29/Va ... -a-Europa/
Vampiros sérvios aterrorizam a Europa
A Sérvia ocidental está em pânico. A população, com medo de vampiros, está literalmente esgotando o estoque de alho das lojas! O problema foi a derrocada repentina de uma azenha abandonada no rio Rogacica, perto da aldeia de Zarozje, município de Bajina Basta.
O moinho pertencia em tempos a Sava Savanovic, um moleiro considerado vampiro, cujas vítimas eram as pessoas que vinham moer seus grãos. Savanovic morava há muito tempo no moinho mas agora que o seu refúgio ruiu, começaram a surgir rumores de que ele teria voltado à “caça”.
O prefeito local, Miodrag Vujetic, reconheceu: "As pessoas estão assustadas: todo o mundo conhece a lenda desse vampiro. A ideia de que ele agora ficou sem abrigo e busca um novo refúgio e novas vítimas provoca o terror dos habitantes. Todos temos medo". Ele acrescentou que “é fácil rir disso se não se vive aqui”, mas que nenhum dos habitantes locais tem dúvidas de que os vampiros existem. O prefeito também confirmou que o conselho local aconselhou a todos a colocarem alho nas portas, porque os vampiros não aguentam o cheiro, e verificar se têm cruxifixos em todas as divisões de suas casas.
A existência de vampiros na Sérvia ocidental foi confirmada a dada altura: graças ao pedantismo dos burocratas austro-húngaros, as façanhas dos vampiros foram registadas documentalmente, conta o etnógrafo e historiador Vesna Marjanovic:
- Um dos vampiros era Saca Savanovic, que vivia em Zarozje (Sérvia ocidental). Já na aldeia de Kisilevo (no nordeste do país) viveu, no início do século XVIII, um outro vampiro, Petar Blagojevic. Foi então que as autoridades austríacas, que efetuaram várias investigações exemplares de casos de mortes misteriosas, utilizaram pela primeira vez nas atas das investigações a palavra vampiro. As atas foram publicadas e assim, através das fontes austríacas, essa palavra saltou da língua sérvia para o Ocidente.
Nesse contexto, as primeiras referências a vampiros não surgiram na Transilvânia, como se costuma pensar, mas sim no território das atuais Sérvia e Croácia. Dados sobre vampiros estão contidos, nomeadamente, num édito de 1342 do czar sérvio Stefan Dusan, de acordo com o qual os sacerdotes eram proibidos de participar na exumação e queima dos cadáveres de pessoas suspeitas de vampirismo. Assim, é mais correto considerar precisamente a Sérvia como a “pátria” dos vampiros. Felizmente, a tradição popular sérvia menciona vários métodos de proteção contra estes seres maléficos. Tatjana Stojanovic, que defendeu a seu tempo a tese de fim de curso sobre o tema, aconselha:
- Para se proteger dos vampiros é muito eficaz o uso do espinheiro-alvar ou de abrunheiro. Também se pode recorrer às fórmulas mágicas mais comuns. Normalmente, as obscenidades e a linguagem grosseira. Por exemplo, quando encontrar um vampiro (isso é bem conhecido dos moleiros, porque os vampiros na Sérvia habitam normalmente os moinhos), se deve insultar o seu joelho esquerdo, ou mandá-lo para a montanha ou para a água, desejando-lhe que ele encontre espinheiro-alvar pelo caminho. Também os objetos benzidos ou a água benta podem ajudar contra os vampiros. Mas, de resto, realmente nada poderá livrar as pessoas de um vampiro enquanto ele não for destruído. De que forma? Através dos filhos deles. O povo acredita que o vampiro pode regressar a casa e viver com a antiga esposa, a qual poderá dele engravidar. Também as pessoas que tenham nascido num sábado, no dia dos mortos (na Sérvia o sábado é o dia dos mortos), podem destruir um vampiro. Só tem de encontrar o caixão do vampiro e trespassá-lo com uma estaca de espinheiro-alvar.
Vera Zherdeva
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Por acaso na semana passada entrou um morcego na cozinha e eu tive que o apanhar e deitar fora.
- Túlio
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Ei, só postei a notícia, tri?
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
Na minha zona à muita história com lobisomens, incluindo várias histórias familiares por parte da minha avó materna.
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
actualmente há muito vampiro para os lados do seixal
Triste sina ter nascido português
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Re: O que é feito da tua irmã gémea que abandonaste ao nasce
pt escreveu:Por acaso na semana passada entrou um morcego na cozinha e eu tive que o apanhar e deitar fora.
Vai ver é um antigo forista do DB que quer retornar...
Wingate