Glauber Prestes escreveu:3- Um míssil de apoio de fogo para a infantaria mais leve, simples de operar e bem mais barato do que o MSS-1. A idéia é ter um sistema substituto dos canhões sem recuo porém com maior alcance e precisão, mas sem entrar na seara anti-tanque pois para isso o MSS-1 já existe. O míssil teria eletrônica simplificada, usando estabilização por gravidade/aerodinâmica e controle em dois eixos (eliminando a necessidade de giroscópios ou coisas do gênero), e seria guiado por uma câmera de TV e um sistema de comandos por rádio com o máximo de componentes off-the-shelf. A idéia é manter o peso abaixo de 8 Kg com o lançador e o custo abaixo de US5.000,00 por disparo, com um alcance máximo entre 1.000 e 2.000m. O custo de desenvolvimento do protótipo/conceito pode não ser muito maior que o de um aeromodelo.
Quando eu comecei a ler, já pensei num crossover entre aeromodelo e Foguete anabolizado e com ogiva! Altamente simples e barato de se fazer. Em menos de um mês, já é possível ter um protótipo atingindo paredes.
-Propelente sólido
-Ogiva de cerca de Nkg de TNT?
-Lançador reutilizável?
Pensando em produtos Off-The-Shell, eu sempre caio em produtos de modelismo!
O conceito é este mesmo, um filhote bastardo de aeromodelo com foguete usando peças comerciais. Com isso em mãos montar alguns protótipos e chamar alguém com contato na área militar para ir mostrar o conceito no CTEx ou na Marambaia. Se agradar e os militares derem a chancela, existem linhas de financiamento especial para financiar o desenvolvimento de protótipos reais e a colocação em produção.
Já estou preparando alguns modelos em CAD 3D deste projeto para poder ilustrar melhor o que seria. As características iniciais do modelo-conceito que imaginei (mas que podem mudar, dependendo das opiniões do pessoal) seriam:
- Motor de combústível sólido caseiro (KNO3+Açúcar ou pólvora negra aglomerada com esmalte de nitrocelulose).
- Estrutura em madeira de balsa e isopor moldados (blocos lixados), revestidos com plástico termo-moldável.
- Rádio-comando e servos de aeromodelo.
- Câmera também de aeromodelo (já existe no mercado), enviando a imagem para um notebook.
- Lançamento à partir de um estojo de madeira com suportes internos em isopor moldado ou papelão, usada também para transporte.
Tirando o motor-foguete e a câmera o resto já tenho tudo em casa
.
4- Um motor-foguete de porte médio acionado por combustível híbrido, para uso e mísseis AAe de alcance médio e longo. Este tipo de motor é mais simples, barato e seguro de desenvolver e operar, e pode usar combustíveis fáceis de obter e manusear como NO2 e parafina. O Isp é bom, mas a aceleração em geral é lenta, então não é adequado para foguetes não guiados ou mísseis que tenham que ter reação rápida. Mas para mísseis do tipo proposto a aceleração lenta não é problema. Não exige infra-estrutura complexa para o seu desenvolvimento, é ideal para projetos de fundo-de-garagem.
Leandro G. Card
Esse eu gostei muito! Aliás, os dois são altamente factíveis!
Existe já algum desenvolvimento acadêmico na UNB sobre este tema, se conseguirmos acesso aos projetos de formatura já dá para colher informações interessantes. Mas dá para começar também do zero, tenho dois livros sobre projetos de foguetes com capítulos específicos sobre estes motores híbridos.
Neste caso o procediemnto seria construir um primeiro modelo conceitual, pequeno e bem simples para "sentir" a coisa na prática (dificuldade de obtenção de peças, dos combustíveis, sistemas de lançamento, etc...). Em seguida fazer o ante-projeto do míssil em si, tirar dele as características necessárias do motor e projetar o protótipo do motor em detalhe. Com o detalhamento inicial pronto e o modelo conceitual na mão (pronto para uma demonstração), entrar em contato com empresas que possam se interessar (Mectron, Avibrás, Embraer, etc...) e junto com eles elaborar uma proposta para as FA's. Só após estas mostrarem interesse partir para a etapa de construção do motor real. Este motor não seria pequeno como o do projeto anterior, e até para obter permissão para testá-lo poderia ser complicado sem apoio dos militares.
Tenho idéias de outros projetos deste tipo também, com custo e esforço inicial pequenos de forma a tornar pelo menos a consecução de um modelo-conceito possível para pessoas físicas sem muitos recursos, de forma a torná-los mesmo factíveis. Mas agora não tenho tempo de colocá-los, fica mais para a frente.
Túlio escreveu:Leandro, sei que sabes que não sou o DOIDOLO! Se te digo que persigo diferenciais é por que é exatamente o meu caso. Mas JAMAIS tentaria patentear algo como o que penso AQUI, iria aos EUA, onde patente é respeitada. Perguntes ao cara da BINA. Aqui ou entra na panelinha ou sifu...
Túlio, nesta seara de produtos industriais nem sempre a patente é realmente o mais importante, e muitas vezes ela sequer é viável. Por exemplo, depois do primeiro míssil CLOS nenhum outro fabricante podia mais patentear o conceito, mas isso nunca impediu ninguém.
O importante é desenvolver o projeto detalhado, com os desenhos de montagem, as especificações de material, acabamento e qualidade além das instruções de montagem e operação, bem como a lista de fornecedores desenvolvidos para os componentes adquiridos de terceiros. E estes dados serão SEGREDO INDUSTRIAL, se alguma empresa maior quiser reproduzir ou copiar o projeto ela até poderá, mas gastará muito mais do que uma empresa pequena e que tem mais agilidade. Mais fácil ela comprar o conhecimento (TOT) por uma quantia que para ela nem seria muito elevada, mas para os donos da pequena empresa pode ser como ganhar na loteria. Você acha que o projeto funcional de um míssil de infantaria ou de um motor seguro e barato para um míssil AAe de médio/grande porte não vale uns poucos milhões de reais?
Abraços à todos,
Leandro G. Card