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Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 2:05 pm
por Lywis
Então pessoal, a visao de que o infante deve ser tratado como um sistema de armas, capaz de lutar, mover e se comunicar como qualquer outro veiculo, tem se disseminado nos exércitos modernos. Ja se foi o tempo em que bastava dar-lhe vestimenta e um fuzil e manda-lo ao front. Diante do exposto, este tópico está sendo aberto para trocarmos informações à respeito dos capacetes e coletes balísticos em uso nas forças armadas do Brasil e do mundo, bem com as novidades na área.

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 2:10 pm
por rodrigo
Coletes à prova de balas: proteção profissional


A quantidade de mortos e feridos por armas de fogo ou cortantes, utilizadas nos assaltos e roubos, tem aumentado consideravelmente, em especial as pessoas que atuam como policiais ou na vigilância privada. Parte disto é porque não estão equipados com elementos de segurança que possam protegê-los das ameaças como, por exemplo, um colete à prova de balas.

O colete é um equipamento imprescindível para qualquer agente de segurança exposto pelas condições de trabalho a disparos de armas de fogo, facadas ou golpes. Pela legislação trabalhista, o colete à prova de balas deveria ser considerado como Equipamento de Proteção Individual para todo e qualquer trabalhador da indústria, construção, lavouras, pois esses têm necessidade de utilizar equipamentos de segurança que o protejam contra os riscos da profissão. Para os operários da construção é necessária a utilização de luvas, óculos e capacetes para realizar certas atividades que colocam em risco sua integridade física. Da mesma maneira, trabalhadores da área da segurança deveriam possuir e estar treinados para o uso de coletes à prova de balas.

Lamentavelmente, não existem no Brasil estatísticas ou números confiáveis que demonstrem como acontecem os ferimentos nos trabalhadores da segurança. E esses parâmetros são fundamentais para a correta seleção do colete a ser utilizado. Por exemplo, nos Estados Unidos, a Associação de Chefes de Policia (IACP) promove o “Clube de Sobreviventes”. Uma das suas atividades é levantar estatísticas com os policiais que têm sobrevivido por causa da utilização do colete à prova de balas.
Se observarmos um desses estudos, poderemos ver que nos Estados Unidos, até o momento, tem-se registrado um total de 2.510 casos de policiais que sobreviveram graças à utilização de coletes. A análise destes casos mostra que 55% ocorreram em ações contra delinqüentes, enquanto os 45% restantes foram causados por acidentes de trânsito em perseguições aos mesmos.

Distribuição dos sobreviventes salvos pelo colete à prova de balas (2.510 casos):

Casos ocorridos em ação contra delinqüentes - 55 %:

Por armas de fogo - 32 %:
- De baixa potência - 19%
- Média potência - 9 %
- Alta potência - 1 %
- Calibre desconhecido - 3 %
- Espingardas - 5 %
- Rifles 1 %

Por facas ou instrumentos cortantes - 13 %
Por barretes e paus - 1 %
Outros - 3 %

Casos ocorridos em acidentes - 45 %:
Com carros e caminhões - 38 %
Queda de moto - 4 %
Disparos acidentais/quedas gerais - 3 %

O que realmente importa nesse exemplo é que tendo dados estatísticos podemos ter uma melhor avaliação do ocorrido e de quais são as melhores providências para uma boa escolha do colete à prova de balas a ser utilizado pelos agentes de segurança privada, civil ou militar. Por outro lado, fica demonstrado que o colete não só protege o usuário dos impactos de projéteis, como também de fortes pancadas recebidas em acidentes de carro ou de golpes com paus ou barretes.

Tipos de coletes

Existem diversos tipos de coletes à prova de balas. Os de uso militar, para utilização dos exércitos convencionais, são definidos para deter esquírolas ou fragmentos ocasionados pela explosão de bombas, granadas e minas. Sua forma caracteriza-se por ter uma gola alta, além de serem compridos, justamente para manter grande parte vital do corpo protegida (já que está demonstrado que a maioria das baixas letais numa guerra convencional acontece pelo impacto de fragmentos, em especial na zona do abdômen, tórax, pescoço e cabeça).

Para a polícia e forças especiais, o conceito de proteção é diferente, porque a ameaça a que estão expostos é de um projétil de uma arma de fogo. A proteção balística visa que o projétil não penetre no corpo. Por este motivo, a resistência da bala é um parâmetro chave. A energia de impacto das balas de revólver, pistola e rifle é geralmente maior que a dos fragmentos. Por isso, os coletes balísticos são desenhados levando em conta estas diferenças.

As normas utilizadas em balística começam com a classificação da munição em diferentes categorias de perigo. A seguir, são realizadas as provas de penetração para certificar a proteção para essas diferentes classes. Geralmente, incluem meios de quantificar a deformação do colete contra o impacto, como uma medida do trauma que sofre o tecido vivo embaixo do colete. Este trauma pode ir desde pequenos hematomas até lesões mais sérias, de acordo com o peso e a velocidade do projétil utilizado. Como referência mundial utiliza-se a norma americana NIJ (National Institute of Justice), que classifica os coletes em diferentes categorias, segundo a potência de determinados projéteis, usados como padrão. No Brasil, os coletes à prova de balas são controlados pelo Exército, que após um exaustivo controle e teste balístico seguindo a Norma NIJ 0101.3 emite um registro para o fabricante, para ter um controle dos coletes comercializados no país.

Analisando a norma, devemos separar os níveis em duas categorias, segundo a potência e penetração dos projéteis. Para a construção do painel balístico destes coletes, utilizam-se tecidos de fibras especiais. O painel é formado pela superposição de tecidos
ou lâminas destes materiais. O número de lâminas varia de acordo com o tipo de tecido utilizado e com o nível (potência) da munição da qual se quer proteger. Nos testes balísticos, para cada munição são efetuados seis disparos sobre cada painel. Quatro deles são impactos frontais e os outros dois são impactos em ângulo. Após o primeiro impacto, é medida a deformação ocasionada, determinando a profundidade deixada no bloco de massa plástica estandardizada, que simula o efeito que o impacto deixaria no corpo da deverá ser menor que 44 mm. Porém, geralmente, se procura ter um trauma menor de 35 mm. Para o caso dos coletes de Nível III, o maior, onde os projéteis são de rifles ou fuzis de alta potência, além do painel balístico, dentro da funda do colete, do lado externo, coloca-se uma placa de cerâmica balística ou de compostos especiais, com a finalidade de fragmentar o projétil e formar um cone de fratura na placa cerâmica, aumentando a área de impacto sobre o painel balístico de tecidos conseguindo, desta forma, deter o projétil e manter um trauma ou deformação dentro dos 44 mm.

Miguel Angel Fulcheri
Especialista em Fibras de Alta Tecnologia e Sistemas de Qualidade
Diretor Blois Special Fibers
E-mail: pablomatiasfulch@uol.com.br

http://www.taurus.com.br/?on=noticias&noticia_id=7

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 2:13 pm
por rodrigo

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 2:32 pm
por Lywis
Numa leitura rápida o grupo Inbra parece oferecer as melhores opções de colete balístico entre os fabricantes nacionais.

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 2:40 pm
por Lywis
Um artigo do Beraldi com boas informações sobre coletes de alguns países da OTAN: http://sistemadearmas.sites.uol.com.br/sof/sofber1.html

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 2:56 pm
por cabeça de martelo
Eu gosto muito dos novos capacetes usados em algumas unidades das Forças Armadas Norte-Americanas.

Imagem

Dá para colocar toda uma série de coisas sem qualquer problema, desde dispositivos de visão nocturna, protectores auditivos, etc.

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 3:09 pm
por Matheus
Tem a Taurus também que fabrica por aqui. Já usei CBC, Taurus e Imbra, o mais confortável era o Taurus (IIA) e o mais desconfortável o Imbra (IIIA), parecia estar vestindo um casco de tarturuga.

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 3:43 pm
por cabeça de martelo
Vejam os coletes balisticos usados pelas Forças Policiais portuguesas:

:arrow: http://www.miliciapro.com/produtos/inde ... 9&marca=33

Vai desde coletes de 1150€ a 2500€. Haja dinheiro... :?

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 5:16 pm
por zela
Matheus escreveu:Tem a Taurus também que fabrica por aqui. Já usei CBC, Taurus e Imbra, o mais confortável era o Taurus (IIA) e o mais desconfortável o Imbra (IIIA), parecia estar vestindo um casco de tarturuga.
Acostumei com o Imbra III-A, que a PM daqui fornece; com o tempo vc praticamente nem sente, acostuma...mas realmente o da Taurus II-A quando coloquei para testar, parecia uma camiseta comparado ao da Imbra rs

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 5:50 pm
por Lywis
E quanto aos modelos de capacete usados pelo EB... ?

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 7:05 pm
por Túlio
Que eu saiba, usam uma das primeiras versões do PASGT junto com os modelos mais antigos tipo 2GM, como se pode ver principalmente em fotos da Artilharia.

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 8:58 pm
por Lywis
Um interessante e único artigo, sobre uso de capacetes de aço no EB: http://www.funceb.org.br/images/revista/15_3h0l.pdf

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qua Jan 11, 2012 9:24 pm
por Lywis
Que capacete da inbrafiltro é este a que o texto se refere como similar ao PASGT, e que vem sendo utilizado pelo EB?

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qui Jan 12, 2012 12:42 am
por henriquejr
Um dia desses vi um documentário na tv, nao lembro se foi na Discovery ou no History channel, na qual um velho capacete de aço M1 foi colocado a prova ao lado de um moderno PASGT, onde ambos receberam tiros direto de um rifle. Para surpresa do apresentador, o capacete de aço ficou bem menos danificado que o PASGT, ficando apenas com morças dos projétis em sua superfície!!

Re: Capacetes e Coletes Balísticos

Enviado: Qui Jan 12, 2012 12:47 am
por prp
henriquejr escreveu:Um dia desses vi um documentário na tv, nao lembro se foi na Discovery ou no History channel, na qual um velho capacete de aço M1 foi colocado a prova ao lado de um moderno PASGT, onde ambos receberam tiros direto de um rifle. Para surpresa do apresentador, o capacete de aço ficou bem menos danificado que o PASGT, ficando apenas com morças dos projétis em sua superfície!!
Eram tiros de 9mm, e o de aço suportou muito mais que o pASGT. O PASGT deformou tanto que atingiu a orelha do boneco, se fosse uma pessoa não teria morrido, mas ficaria com uma bela dor de ouvido, já o de aço da 2GM só fez uns pequenos calombos sem atingir a cabeça do caboclo.