O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
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O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
FORMAÇÃO EM "ROYAL MARINES COMMANDOS" NO REINO UNIDO
A partir dos anos 50 do século passado, a evolução política do continente africano, com despertar dos «Nacionalismos Africanos», nomeadamente com a criação de novos Estados independentes com assento na ONU, ex-colónias de países europeus e a crise originada pelo Presidente do Egipto Coronel Gamal Abdel Nasser ao nacionalizar o Canal do Suez em 1956, originaram o fomento e reorganização da Marinha Portuguesa em África.
As alterações na política de Defesa Nacional em 1959, face a percepção latente das potenciais ameaças à soberania nacional nas colónias africanas, determinou a atribuição da primeira prioridade de intervenção nos mesmos territórios, revendo-se conceitos de estratégia e táctica adoptados até à data.
Tal mutação teve consequências para a Armada, entre elas destaca-se os contactos efectuados pelo então Sub-CEMA CMG Roboredo e Silva nos inícios de 1959 a franceses e a britânicos, com o escopo de solicitar apoio à formação de um pequeno quadro de futuros Oficiais e Sargentos instrutores de Infantaria Naval.
Tal solicitação materializou-se sob a forma de pedido de proposta de treino, primeiro ao Comando da "École des Fusiliers Marins du Centre Siroco" em Cabo Matifou - Argélia, a 1.ª escolha do Sub-CEMA, cujo aprovação do pedido foi retransmitido a 3 de Fevereiro de 1959 por intermédio do Adido Militar da Embaixada de Portugal em Paris, para a ser frequentado por: um 2.º Tenente, 1 Sargento e 5 Praças, com a condição de os instruendos frequentarem um período de treino básico de 8 meses para Oficiais, mais 2 meses adicionais de especialização em "Commando Marine", e um período de treino básico de 5 meses para pessoal recrutado.
Atendendo à longa duração do treino proposto pelos franceses, no mesmo dia (3 de Fevereiro de 1959), o Sub-CEMA envia também uma proposta de treino ao Comando dos "Royal Marines" da Marinha Real Britânica (criados em 1942 durante a 2.ª Guerra Mundial), por intermédio do Adido Naval da Embaixada de Portugal em Londres, recebendo a 3 de Abril de 1959 por resposta a proposta de frequência de um curso de instrução especializada em "Comandos", com a duração de 9 semanas.
DÉCADA DE 60
Almirante Roboredo e Silva
Deste modo, após os contactos estabelecidos e a escolha pela proposta britânica, em virtude de tratar-se de um curso de menor duração e objectivos da formação, o Sub-CEMA Comodoro Roboredo e Silva com grande antevisão de potenciais problemas de soberania nas Províncias Ultramarinas, entrega uma proposta [informação n.º 29] em Janeiro de 1960 ao Almirante CEMA, para na reorganização da Marinha de Guerra Portuguesa ocorra a reconstituição de uma força destinada a operações de comandos e desembarques anfíbias - os Fuzileiros.
Em 26 de Abril de 1960, o Sub-CEMA insiste na sua proposta junto do Almirante CEMA [informação n.º 139], alegando que a reconstituição de uma força anfíbia como os Fuzileiros oferecem o maior interesse para o Ultramar e a Metrópole, além de que permitiria libertar as guarnições de unidades navais de efectuarem serviço de segurança e patrulhamento em terra ou operando como Força de Desembarque, em detrimento da capacidade operacional do Navio de Guerra a que se encontravam destacados.
Tal proposta acaba por ser aprovada sob a forma de Despacho CEMA em 20 de Abril de 1960, atendendo ao indicado na Proposta n.º 104 de 01 de Maio de 1959 pelo Estado-Maior da Armada, sugerindo a frequência de um curso de "Comandos" no estrangeiro por 1 Tenente, 1 Sargento ou 1 Cabo e 3 Praças, projecto que contou com o apoio inicial do Reino Unido.
- FORMAÇÃO EM "ROYAL MARINES COMMANDOS" NO REINO UNIDO
Exercícios de campo em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Seis meses antes de o eclodir do conflito do Ultramar no Norte de Angola (15 de Março de 1961), em 16 de Agosto de 1960, foram enviados para a Escola dos Fuzileiros da Marinha Real Britânica, no âmbito da cooperação técnico-militar, uma equipa de 4 futuros instrutores com o propósito de frequentarem a partir de 22 de Agosto, as últimas 10 semanas do curso de especialização "Royal Marines Commandos" em Lympstone - South Devon, nas instalações do "Infantry Training Centre Royal Marines":
- (1) 2º Tenente da classe de Marinha Pascoal Rodrigues (CMG REF), na época destacado num Draga-Minas;
- (3) 1.º Marinheiros da classe Monitores Santos Santinhos †, Baptista Claudino † e Ludgero Silva "Piçarra" (SAJ FZE REF), na época a ministrarem recruta e instrução na Escola de Alunos Marinheiros (GN1EA Vila Franca de Xira).
Na companhia de um Instrutor inglês (foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Estas últimas semanas corresponderam à fase de aplicação prática da teoria com os exercícios físicos finais, familiarizando-se com as respectivas técnicas e tácticas de Infantaria Naval, a posteriori no final do curso receberam a «Boina Verde» e o distintivo de "Royal Marines Commando" como símbolo de Forças de Elite.
Os 4 primeiros Fuzileiros com a Boina Verde dos "Royal Marines Comandos" (Foto original cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Regressaram a Portugal em 30 de Outubro de 1960 e observando o disposto na Proposta n.º 93 de 26 de Maio de 1961 do CEMA para o Ministro da Marinha, começaram a ministrar instrução nas instalações do Corpo de Marinheiros da Armada, enquanto se procedia às obras de adaptação das instalações em Vale do Zebro.
De destacar que os 4 portugueses (únicos estrangeiros) ficaram nos 10 primeiros lugares do curso de especialização "Royal Marines Comandos" (32 instruendos ao todo), entre Oficiais, Sargentos e Praças, sendo de salientar que o 1.º Marinheiro Mário Claudino concluiu o curso em apreço e a Prova de Marcha de 60Km em 1.º lugar, inclusive à frente dos próprios ingleses, feito pelo qual foi distinguido com um louvor e medalha.
Exercício em Pista de obstáculos em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Tratou-se de um curso que focou com particular ênfase a capacidade física, a disciplina e o treino técnico para o combate ofensivo (patrulhas de combate, emboscadas e incursões), tendo a teoria sido brevemente abordada (operações anfíbias e tácticas básicas de infantaria), originando a iniciativa do Tenente Pascoal Rodrigues de a completar e desenvolver posteriormente, mediante o acompanhamento da criação dos Caçadores Especiais do Exército no CIOE de Lamego e respectivos exercícios.
Exercícios de campo em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
De realçar que também foi cedido ao Tenente Pascoal Rodrigues manuais de contra-guerrilha e guerra psicológica, por alguns Oficiais destacados no CIOE que frequentaram em 1958 e 1959, cursos de informação, contra-subversão e contra-guerrilha em centros de instrução estrangeiros (Argélia, Bélgica, Espanha, EUA, França e Inglaterra), a título de exemplo:
- Intelligence Centre of the British Army;
- Centre d'Instruction à la Pacification et à la Contre-Guérilla d'Arzew no teatro de operações francês na Argélia;
- Centro de Tropas de Choque da Córsega;
- Estágios na Défense nationale Française.
De modo a sedimentar os conhecimentos adquiridos, o Tenente Pascoal Rodrigues optou por estudar livros sobre a doutrina e experiências de países estrangeiros:
- Operações anfíbias dos Fuzileiros Norte-americanos (2ª Guerra Mundial e Coreia), cedido por Adidos Militares Navais da Embaixada Norte-americana em Lisboa;
- Manuais sobre tácticas inglesas de contra-guerrilha (Malásia), trazidos da formação em Inglaterra;
- Conceito de contra-penetração francês (Indochina e Argélia);
- Manual de Campo de Treinamento Físico Militar do Ministério da Guerra do Brasil de 1958.
É de salientar que para a constituição orgânica das unidades de Fuzileiros (Equipa, Secção, Pelotão, Companhia, Destacamento), o Tenente Pascoal Rodrigues inspirou-se igualmente no modelo britânico e para a formação em meio aquático de botes pneumáticos no sistema ATP das publicações temáticas militares da NATO.
A título de curiosidade, o uniforme e procedimento de manejo das armas e marcha em acelerado com arma na Ordem Unida, ainda hoje implementado nos Fuzileiros, é da autoria do Tenente Pascoal Rodrigues, por adaptação dos conhecimentos do curso frequentado no Reino Unido.
http://barcoavista.blogspot.com/2011/04 ... os-no.html
A partir dos anos 50 do século passado, a evolução política do continente africano, com despertar dos «Nacionalismos Africanos», nomeadamente com a criação de novos Estados independentes com assento na ONU, ex-colónias de países europeus e a crise originada pelo Presidente do Egipto Coronel Gamal Abdel Nasser ao nacionalizar o Canal do Suez em 1956, originaram o fomento e reorganização da Marinha Portuguesa em África.
As alterações na política de Defesa Nacional em 1959, face a percepção latente das potenciais ameaças à soberania nacional nas colónias africanas, determinou a atribuição da primeira prioridade de intervenção nos mesmos territórios, revendo-se conceitos de estratégia e táctica adoptados até à data.
Tal mutação teve consequências para a Armada, entre elas destaca-se os contactos efectuados pelo então Sub-CEMA CMG Roboredo e Silva nos inícios de 1959 a franceses e a britânicos, com o escopo de solicitar apoio à formação de um pequeno quadro de futuros Oficiais e Sargentos instrutores de Infantaria Naval.
Tal solicitação materializou-se sob a forma de pedido de proposta de treino, primeiro ao Comando da "École des Fusiliers Marins du Centre Siroco" em Cabo Matifou - Argélia, a 1.ª escolha do Sub-CEMA, cujo aprovação do pedido foi retransmitido a 3 de Fevereiro de 1959 por intermédio do Adido Militar da Embaixada de Portugal em Paris, para a ser frequentado por: um 2.º Tenente, 1 Sargento e 5 Praças, com a condição de os instruendos frequentarem um período de treino básico de 8 meses para Oficiais, mais 2 meses adicionais de especialização em "Commando Marine", e um período de treino básico de 5 meses para pessoal recrutado.
Atendendo à longa duração do treino proposto pelos franceses, no mesmo dia (3 de Fevereiro de 1959), o Sub-CEMA envia também uma proposta de treino ao Comando dos "Royal Marines" da Marinha Real Britânica (criados em 1942 durante a 2.ª Guerra Mundial), por intermédio do Adido Naval da Embaixada de Portugal em Londres, recebendo a 3 de Abril de 1959 por resposta a proposta de frequência de um curso de instrução especializada em "Comandos", com a duração de 9 semanas.
DÉCADA DE 60
Almirante Roboredo e Silva
Deste modo, após os contactos estabelecidos e a escolha pela proposta britânica, em virtude de tratar-se de um curso de menor duração e objectivos da formação, o Sub-CEMA Comodoro Roboredo e Silva com grande antevisão de potenciais problemas de soberania nas Províncias Ultramarinas, entrega uma proposta [informação n.º 29] em Janeiro de 1960 ao Almirante CEMA, para na reorganização da Marinha de Guerra Portuguesa ocorra a reconstituição de uma força destinada a operações de comandos e desembarques anfíbias - os Fuzileiros.
Em 26 de Abril de 1960, o Sub-CEMA insiste na sua proposta junto do Almirante CEMA [informação n.º 139], alegando que a reconstituição de uma força anfíbia como os Fuzileiros oferecem o maior interesse para o Ultramar e a Metrópole, além de que permitiria libertar as guarnições de unidades navais de efectuarem serviço de segurança e patrulhamento em terra ou operando como Força de Desembarque, em detrimento da capacidade operacional do Navio de Guerra a que se encontravam destacados.
Tal proposta acaba por ser aprovada sob a forma de Despacho CEMA em 20 de Abril de 1960, atendendo ao indicado na Proposta n.º 104 de 01 de Maio de 1959 pelo Estado-Maior da Armada, sugerindo a frequência de um curso de "Comandos" no estrangeiro por 1 Tenente, 1 Sargento ou 1 Cabo e 3 Praças, projecto que contou com o apoio inicial do Reino Unido.
- FORMAÇÃO EM "ROYAL MARINES COMMANDOS" NO REINO UNIDO
Exercícios de campo em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Seis meses antes de o eclodir do conflito do Ultramar no Norte de Angola (15 de Março de 1961), em 16 de Agosto de 1960, foram enviados para a Escola dos Fuzileiros da Marinha Real Britânica, no âmbito da cooperação técnico-militar, uma equipa de 4 futuros instrutores com o propósito de frequentarem a partir de 22 de Agosto, as últimas 10 semanas do curso de especialização "Royal Marines Commandos" em Lympstone - South Devon, nas instalações do "Infantry Training Centre Royal Marines":
- (1) 2º Tenente da classe de Marinha Pascoal Rodrigues (CMG REF), na época destacado num Draga-Minas;
- (3) 1.º Marinheiros da classe Monitores Santos Santinhos †, Baptista Claudino † e Ludgero Silva "Piçarra" (SAJ FZE REF), na época a ministrarem recruta e instrução na Escola de Alunos Marinheiros (GN1EA Vila Franca de Xira).
Na companhia de um Instrutor inglês (foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Estas últimas semanas corresponderam à fase de aplicação prática da teoria com os exercícios físicos finais, familiarizando-se com as respectivas técnicas e tácticas de Infantaria Naval, a posteriori no final do curso receberam a «Boina Verde» e o distintivo de "Royal Marines Commando" como símbolo de Forças de Elite.
Os 4 primeiros Fuzileiros com a Boina Verde dos "Royal Marines Comandos" (Foto original cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Regressaram a Portugal em 30 de Outubro de 1960 e observando o disposto na Proposta n.º 93 de 26 de Maio de 1961 do CEMA para o Ministro da Marinha, começaram a ministrar instrução nas instalações do Corpo de Marinheiros da Armada, enquanto se procedia às obras de adaptação das instalações em Vale do Zebro.
De destacar que os 4 portugueses (únicos estrangeiros) ficaram nos 10 primeiros lugares do curso de especialização "Royal Marines Comandos" (32 instruendos ao todo), entre Oficiais, Sargentos e Praças, sendo de salientar que o 1.º Marinheiro Mário Claudino concluiu o curso em apreço e a Prova de Marcha de 60Km em 1.º lugar, inclusive à frente dos próprios ingleses, feito pelo qual foi distinguido com um louvor e medalha.
Exercício em Pista de obstáculos em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
Tratou-se de um curso que focou com particular ênfase a capacidade física, a disciplina e o treino técnico para o combate ofensivo (patrulhas de combate, emboscadas e incursões), tendo a teoria sido brevemente abordada (operações anfíbias e tácticas básicas de infantaria), originando a iniciativa do Tenente Pascoal Rodrigues de a completar e desenvolver posteriormente, mediante o acompanhamento da criação dos Caçadores Especiais do Exército no CIOE de Lamego e respectivos exercícios.
Exercícios de campo em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)
De realçar que também foi cedido ao Tenente Pascoal Rodrigues manuais de contra-guerrilha e guerra psicológica, por alguns Oficiais destacados no CIOE que frequentaram em 1958 e 1959, cursos de informação, contra-subversão e contra-guerrilha em centros de instrução estrangeiros (Argélia, Bélgica, Espanha, EUA, França e Inglaterra), a título de exemplo:
- Intelligence Centre of the British Army;
- Centre d'Instruction à la Pacification et à la Contre-Guérilla d'Arzew no teatro de operações francês na Argélia;
- Centro de Tropas de Choque da Córsega;
- Estágios na Défense nationale Française.
De modo a sedimentar os conhecimentos adquiridos, o Tenente Pascoal Rodrigues optou por estudar livros sobre a doutrina e experiências de países estrangeiros:
- Operações anfíbias dos Fuzileiros Norte-americanos (2ª Guerra Mundial e Coreia), cedido por Adidos Militares Navais da Embaixada Norte-americana em Lisboa;
- Manuais sobre tácticas inglesas de contra-guerrilha (Malásia), trazidos da formação em Inglaterra;
- Conceito de contra-penetração francês (Indochina e Argélia);
- Manual de Campo de Treinamento Físico Militar do Ministério da Guerra do Brasil de 1958.
É de salientar que para a constituição orgânica das unidades de Fuzileiros (Equipa, Secção, Pelotão, Companhia, Destacamento), o Tenente Pascoal Rodrigues inspirou-se igualmente no modelo britânico e para a formação em meio aquático de botes pneumáticos no sistema ATP das publicações temáticas militares da NATO.
A título de curiosidade, o uniforme e procedimento de manejo das armas e marcha em acelerado com arma na Ordem Unida, ainda hoje implementado nos Fuzileiros, é da autoria do Tenente Pascoal Rodrigues, por adaptação dos conhecimentos do curso frequentado no Reino Unido.
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Já agora, a boina de Fuzileiro era para ser verde mas, devido aos Para-quedistas terem adoptado essa cor, em vez do tradicional vermelho nas suas boinas, optou-se pelo azul-ferrete.
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Bela história. Mas para mim, e acredito, a maioria dos brasileiros os "fuzos" portugueses já existiam desde a época colonial, uma vez que o nosso CFN é descendente direto da Brigada Real da Marinha(portuguesa) que veio ao Brasil escoltando a Familia real portuguesa em 1808.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
WalterGaudério escreveu:Bela história. Mas para mim, e acredito, a maioria dos brasileiros os "fuzos" portugueses já existiam desde a época colonial, uma vez que o nosso CFN é descendente direto da Brigada Real da Marinha(portuguesa) que veio ao Brasil escoltando a Familia real portuguesa em 1808.
Sim é verdade, pois a origem do Corpo de Fuzileiros remonta à criação do Terço da Armada da Coroa de Portugal ainda no Período Filipino (1621) e é dessa linhagem que o CFN brasileiro descende. Contudo o Actual Corpo de Fuzileiros foi recriado pelo Sr. Almirante Reboredo e Silva e, na sua génese, bastante diferente das suas congéneres. É bem mais aproximado de uma força de comandos do que de uma infantaria de marinha, ou pelo menos era.
- soultrain
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Foxtroop,
Acho que é mais antigo ainda. Os marinheiros nas naus eram civis, só os Oficiais eram "militares de Carreira", foi então criados adestramento para Fuzileiros (fuzis) e Artilheiros.
Só lá pelo século XiX se teve uma tripulação totalmente militar e com adestramento de combate.
Acho uma vergonha tentar limpar a história e achar que os Fuzos apareceram no secXX (embora não seja prepositado), quando foram das primeira unidades do género, se não a primeira, e das mais antigas Forças Militares profissionais do mundo, como no site dos próprios:
Acho que é mais antigo ainda. Os marinheiros nas naus eram civis, só os Oficiais eram "militares de Carreira", foi então criados adestramento para Fuzileiros (fuzis) e Artilheiros.
Só lá pelo século XiX se teve uma tripulação totalmente militar e com adestramento de combate.
Acho uma vergonha tentar limpar a história e achar que os Fuzos apareceram no secXX (embora não seja prepositado), quando foram das primeira unidades do género, se não a primeira, e das mais antigas Forças Militares profissionais do mundo, como no site dos próprios:
http://fuzileiros.marinha.pt/PT/comando ... orial.aspxHistorial
A existência de Fuzileiros na Armada remonta a 1585 quando se estabeleceram núcleos de adestramento das guarnições das naus da Índia para o manejo da artilharia e da fuzilaria.
O Corpo de Fuzileiros tem a sua origem na mais antiga Força Militar constituída com carácter permanente em Portugal, sendo datada de 1621 a sua fundação, com a designação de "Terço da Armada da Coroa de Portugal", da qual os Fuzileiros actuais são legítimos herdeiros.
Desde aquela data até meados do séc. XVIII, os "Soldados da Armada" ou os "Marinheiros do Fuzil", como eram naqueles tempos conhecidos os Infantes de Marinha, combateram no Brasil, na fronteira sudeste do território Nacional, constituíram guarnições para a Esquadra de Guarda de Costa e combateram ao lado de Lorde Nelson no Mediterrâneo, somando sucessos na luta contra Franceses, Holandeses e Espanhóis.
O Terço era considerada uma Unidade de elite, tendo sido designado pelo Rei D. João IV como a sua guarda pessoal. Em finais do séc. XVIII, a organização operacional é alterada, articulando-se em dois Regimentos de Infantaria e uma Unidade de Artilharia, passando a designar-se por "Brigada Real da Marinha".
Em 1808, aquando da invasão das tropas de Napoleão, elementos da Brigada Real da Marinha, garantiram a segurança pessoal da família real Portuguesa na sua deslocação para o Brasil.
O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, constituído após a independência daquela antiga colónia, afirma com orgulho que tem a sua origem na Brigada Real da Marinha Portuguesa.
Já no período de transição do séc. XIX para o séc. XX, quando a Europa inicia o seu processo de afirmação colonial em África, Portugal vê-se confrontado com a grande capacidade de potências coloniais, como a França, a Inglaterra e a Alemanha, pelo que considerou necessário afirmar a presença nacional nos territórios que lhe tinham sido atribuídos naquele continente na sequência dos tratados de Berlim.
Os "Marinheiros do Fuzil", integrados nos Batalhões Expedicionários e nas Companhias de Marinha, combateram em Angola, Moçambique e Guiné. Mais recentemente em 1961, quando Portugal se vê envolvido em novo esforço de guerra em Angola, Guiné e Moçambique, os Fuzileiros vestiram o camuflado para combaterem na selva, nos rios, nos montes, na savana, patrulhando os rios, desembarcando em botes e em lanchas, efectuando golpes de mão a partir de Unidades Navais e de helicópteros, garantindo a segurança de instalações de Marinha, participando em combates de todos os tipos.
Estiveram envolvidos nos teatros de operações durante catorze anos cerca de 12.500 homens. Terminados 14 anos de guerra houve necessidade de proceder a uma reestruturação das Unidades de Fuzileiros, adaptando-se ao novo teatro de Operações Nacional e aos requisitos da Aliança de que Portugal é membro fundador. Os efectivos foram reduzidos em 50 por cento, quedando-se nos cerca de 2500 homens, 60 por cento dos quais dos quadros permanentes.
Em 1974 foi criado na dependência do Chefe do Estado-Maior da Armada, o Comando do Corpo de Fuzileiros como estrutura superior de comando dos Fuzileiros com a missão de assegurar a preparação, o treino e a prontidão das Unidades de Fuzileiros. Com a entrada em vigor da Lei Orgânica da Marinha, o Corpo de Fuzileiros passou a integrar a estrutura operacional da Marinha ficando na dependência do Comando Naval.
O Corpo de Fuzileiros integra duas grandes Unidades, a Escola de Fuzileiros e a Base de Fuzileiros, e 7 Unidades Operacionais: o Batalhão de Fuzileiros N.º1, o Batalhão de Fuzileiros N.º2, a Unidade de Meios de Desembarque, a Unidade de Polícia Naval, o Destacamento de Acções Especiais, a Companhia de Apoio de Fogos, e a Companhia de Apoio de Transportes Tácticos.
Como testemunho da sua acção, o Estandarte Nacional do Comando do Corpo de Fuzileiros ostenta numerosas condecorações resultantes de acções individuais e as mais altas distinções:
· Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito.
· Três Cruzes de Guerra, colectivas.
· Medalha de Ouro de Serviços Distintos.
· Ordem do Infante D. Henrique.
· Ordem de Liberdade.
· Medalha da Ordem de Tamandaré.
Desde 1621 mantemos bem vivo o espírito da Infantaria de Marinha, prenúncio do conceito actual das chamadas "Forças Expedicionárias".
Hoje, os Fuzileiros Portugueses prestam estreita cooperação de natureza Técnico-Militar aos Fuzileiros dos novos Países Africanos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique) e desde 1997 têm participado isoladamente e de forma conjunta ou combinada em Operações de Apoio à Paz e de Assistência Humanitária, na Bósnia-Herzegovina, em Timor-Leste, na ex-República do Zaire, na Guiné-Bissau, em Moçambique, na República Democrática do Congo e no Afeganistão.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Uma dúvida. No inicio do séc. XX existia alguma infantaria naval? Não estou a falar no fuzileiro de hoje mas sim naqueles fulanos que vinham a terra, sem grande treino. Eu sei que na primeira guerra mundial, as tripulações ajudaram em combates, nomeadamente em Moçambique. Portugal também enviou navios quando houve instabilidade em Shangai, nos anos 20.
A minha dúvida é se as forças que vinham a terra, eram marinheiros com funções especificas dentro do navio ou embarcavam com essa função?
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Tflash escreveu:
Nos casos que refere, eram formados pelotões de desembarque com o pessoal disponível das guarnições dos navios. O mesmo aconteceu no inicio da guerra colonial em Angola, nos anos 60 do século XX.Uma dúvida. No inicio do séc. XX existia alguma infantaria naval? Não estou a falar no fuzileiro de hoje mas sim naqueles fulanos que vinham a terra, sem grande treino. Eu sei que na primeira guerra mundial, as tripulações ajudaram em combates, nomeadamente em Moçambique. Portugal também enviou navios quando houve instabilidade em Shangai, nos anos 20.
A minha dúvida é se as forças que vinham a terra, eram marinheiros com funções especificas dentro do navio ou embarcavam com essa função?
cumprimentos.
Luis Filipe Silva
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Obrigado pela informação.
Portanto podemos dizer que os fuzileiros nunca foram extintos, apenas foram-se diluindo nas funções de uma marinha moderna e que quando foi necessária uma força com um carácter mais especifico é que ressurgem os fuzileiros.
Por um lado é engraçado ver que ao contrário dos norte-americanos, Portugal e outros não precisavam de uma força dentro dos navios para impedir motins e combater. Não se deixou de fazer as coisas por falta disso.
Portanto podemos dizer que os fuzileiros nunca foram extintos, apenas foram-se diluindo nas funções de uma marinha moderna e que quando foi necessária uma força com um carácter mais especifico é que ressurgem os fuzileiros.
Por um lado é engraçado ver que ao contrário dos norte-americanos, Portugal e outros não precisavam de uma força dentro dos navios para impedir motins e combater. Não se deixou de fazer as coisas por falta disso.
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Caro Soul, o site da Marinha dá uma explicação genérica e vaga sobre o assunto e leva a crer que os Fuzileiros, como unidade, mantiveram-se no tempo desde a sua criação em 1621. Na realidade não, tanto que no meu post eu referi que foram recriados/reactivados pelo Sr. Almirante Reboredo e Silva. Não estou a tentar limpar a História pois sei bem as origens dessa ilustre Força, considerada a 2ª mais antiga força militar de caracter permanente criada no Mundo. Por alguma razão, os Fuzileiros abrem os desfiles militares logo atrás do Bloco de Estandartes, das Academias Militares e Escola Naval.
Durante muitos e muitos anos, eram as guarnições dos navios que disponibilizavam um grupo de homens para as funções de força de desembarque, mas esses homens eram marujos com especialidades embarcadas e não Fuzileiros treinados e formados apenas para isso. Se não estou em erro, ainda hoje cada guarnição embarcada tem um efetivo que está nomeado para essa força, além das funções normais da sua especialidade a bordo.
Originalmente, o curso de Fuzileiro era para incorporar a vertente de mergulhador e de para-quedista, além da de "commando" (uma idéia que acabou por dar nos GEF's e mais tarde no DAE), mas o inicio do conflito em África levou a que apenas a vertente "Commando" fosse incluída no curso, daí a designação de DFE's (Destacamento de Fuzileiros Especiais). Para funções de defesa e guarda das instalações navais e de Marinha foram também criadas a Companhias de Fuzileiros (CF). Os militares das CF's não usavam boina.
Durante muitos e muitos anos, eram as guarnições dos navios que disponibilizavam um grupo de homens para as funções de força de desembarque, mas esses homens eram marujos com especialidades embarcadas e não Fuzileiros treinados e formados apenas para isso. Se não estou em erro, ainda hoje cada guarnição embarcada tem um efetivo que está nomeado para essa força, além das funções normais da sua especialidade a bordo.
Originalmente, o curso de Fuzileiro era para incorporar a vertente de mergulhador e de para-quedista, além da de "commando" (uma idéia que acabou por dar nos GEF's e mais tarde no DAE), mas o inicio do conflito em África levou a que apenas a vertente "Commando" fosse incluída no curso, daí a designação de DFE's (Destacamento de Fuzileiros Especiais). Para funções de defesa e guarda das instalações navais e de Marinha foram também criadas a Companhias de Fuzileiros (CF). Os militares das CF's não usavam boina.
- soultrain
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
FoxTroop,
O meu comentário foi para o artigo e reconheço foi a quente e fui injusto. Quem escreveu não disse que os fuzos tinham sido fundados no ano x, mas quem lêr o artigo, fica com essa impressão, como aconteceu com o nosso colega Walter.
Quando a marca de auto x fez em carro em 1880, mas registou-se e começou a produção para venda em 1910, não se diz que a marca foi fundada em 1910, mas 1880!
Nós temos de dar mais valor histórico ao que fizemos, fomos dos primeiros a ter Fuzos e tropas regulares, fomos os primeiros a ter tropas mistas, sem olhar a raças, fomos os primeiros a abolir a escravatura, etc etc.
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O meu comentário foi para o artigo e reconheço foi a quente e fui injusto. Quem escreveu não disse que os fuzos tinham sido fundados no ano x, mas quem lêr o artigo, fica com essa impressão, como aconteceu com o nosso colega Walter.
Quando a marca de auto x fez em carro em 1880, mas registou-se e começou a produção para venda em 1910, não se diz que a marca foi fundada em 1910, mas 1880!
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Acho que vi ali o Foxtroop no meio a chorar...
Lembro-me quando eu recebi a minha só conseguia era rir que nem um pató...
- FoxTroop
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Concordo em absoluto, fomos pioneiros nessas coisas e também em muitos outros campos. Não existe a mínima dúvida que o actual Corpo de Fuzileiros descende diretamente do Terço criado em 1621 (por decreto do Filipe II) apenas perdendo em antiguidade para o Terço de Armada espanhol.soultrain escreveu:FoxTroop,
O meu comentário foi para o artigo e reconheço foi a quente e fui injusto. Quem escreveu não disse que os fuzos tinham sido fundados no ano x, mas quem lêr o artigo, fica com essa impressão, como aconteceu com o nosso colega Walter.
Quando a marca de auto x fez em carro em 1880, mas registou-se e começou a produção para venda em 1910, não se diz que a marca foi fundada em 1910, mas 1880!
Nós temos de dar mais valor histórico ao que fizemos, fomos dos primeiros a ter Fuzos e tropas regulares, fomos os primeiros a ter tropas mistas, sem olhar a raças, fomos os primeiros a abolir a escravatura, etc etc.
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Cabeça, vou atropelar os egos de muito boa gente e arranjar mais uns "amigos". Justamente por respeitar tanto aquela Casa é que não com-pactuo com isso. Se estivesse ali no meio, estaria a chorar de vergonha e embaraço. Não só eu, mas também todos os FZ's da era AG (Antes do Gorotex), como depois pude confirmar em conversas.
Só para que se entenda a palhaçada que foi ali montada (atenção que isso não retira o valor a nenhum dos instruendos, eles apenas cumprem com o que lhes é exigido), a marcha final era feita em formação (colunas dobradas) e não ao "molho" como ali se viu, as mochilas eram largadas a 12 km's do fim do percurso (eu até tive o "premio", junto com outros camaradas de a levar até ao fim), a parte dentro da Mata da Machada era feita em passo acelerado (~5km's), a entrada na Escola de Fuzileiros era feita com o pessoal devidamente formado e não como uma matilha de maltrapilhos e o trajecto era geralmente feito em 8 horas (12 horas, só mais 50% do tempo).
Se perguntares ao Filho da Escola com quem costumas ir desportivar, pois parece-me que ele é barra antiga, verás a opinião dele.
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Ó Fox, estas coisas são mesmo para a palhaçada, ou achas mesmo que eu acredito que aquilo retracta um Curso de Combate dos Fuzileiros?!
Se queres ver palhaçadas vê algumas cenas que andaram a fazer na minha tropa...
Sim ele é Fuzo da era AG.
Já eu sou Pára da era da era DG...mas não tenho a culpa. Eu ainda apanhei Cabos do tempo da FAP e eles eram um padrão acima. Semanas de campo de 15 dias logo na recruta, Vale Escuro, NBQ feita de forma bastante diferente... enfim, é quase uma outra tropa.
Se queres ver palhaçadas vê algumas cenas que andaram a fazer na minha tropa...
Sim ele é Fuzo da era AG.
Já eu sou Pára da era da era DG...mas não tenho a culpa. Eu ainda apanhei Cabos do tempo da FAP e eles eram um padrão acima. Semanas de campo de 15 dias logo na recruta, Vale Escuro, NBQ feita de forma bastante diferente... enfim, é quase uma outra tropa.
- FoxTroop
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Cabeça, não coloco absolutamente em causa a capacidade dos instruendos, sejam dos páras ou dos fuzos ou de qualquer outra força, nem sequer aponto qualquer responsabilidade aos instructores. Aponto o dedo a quem manda e delineia as palhaçadas que grassam nas nossas FA's. Os homens apenas cumprem com que lhes é exigido. Quandp falei do AG, foi porque realmente isso foi um marco na maneira de instruir e na rudeza dos cursos administrados.
Por um lado até concordo, pois quando se tem material treina-se os homens para lidar com ele, quando não se tem material, treina-se os homens para serem material. A jorda é que não treinamos os homens nem temos o material.....
É o que dá pensar em números em vez de homens. Estou para ver quando tornar a aparecer uma inopinada tipo a da Guiné, onde é que vão buscar malta capaz. É que depois não há tempo para uma preparação de 4 meses em Beja ou Viseu
Por um lado até concordo, pois quando se tem material treina-se os homens para lidar com ele, quando não se tem material, treina-se os homens para serem material. A jorda é que não treinamos os homens nem temos o material.....
É o que dá pensar em números em vez de homens. Estou para ver quando tornar a aparecer uma inopinada tipo a da Guiné, onde é que vão buscar malta capaz. É que depois não há tempo para uma preparação de 4 meses em Beja ou Viseu
- cabeça de martelo
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Re: O princípio dos actuais Fuzileiros Portugueses
Ai pois não...
Ó Fox a tua tropa está como a minha? É que no último Dia da Unidade eu levei a minha metro e meio de mau feitio para conhecer a "minha" casa e fiquei bastante desanimado com o que disseram-me. Aquilo está às moscas, os BIParas estão sem militares, para se formar um contingente para uma missão é preciso buscar militares a tudo quanto é sub-unidades, etc. E depois é ver a "qualidade" do pessoal...ai Jesus!
O problema não é deles, mas quando é preciso formar X militares e depois só são incorporados Y e depois são eliminados no copo uns quantos, desistem uma porradona fica-se com apenas meia dúzia de gatos pingados. O curso de Combate era só um pelotão!
Agora lembrei-me de quando se formou o curso de Pára-quedismo e o Capitão perguntou quem queria desistir...por momentos pensei que era todo o curso tal a quantidade de mãos no ar.
Eu não percebo porque é que um tipo dá-se como voluntário e depois desiste.
Ó Fox a tua tropa está como a minha? É que no último Dia da Unidade eu levei a minha metro e meio de mau feitio para conhecer a "minha" casa e fiquei bastante desanimado com o que disseram-me. Aquilo está às moscas, os BIParas estão sem militares, para se formar um contingente para uma missão é preciso buscar militares a tudo quanto é sub-unidades, etc. E depois é ver a "qualidade" do pessoal...ai Jesus!
O problema não é deles, mas quando é preciso formar X militares e depois só são incorporados Y e depois são eliminados no copo uns quantos, desistem uma porradona fica-se com apenas meia dúzia de gatos pingados. O curso de Combate era só um pelotão!
Agora lembrei-me de quando se formou o curso de Pára-quedismo e o Capitão perguntou quem queria desistir...por momentos pensei que era todo o curso tal a quantidade de mãos no ar.
Eu não percebo porque é que um tipo dá-se como voluntário e depois desiste.