JL escreveu:Creio que nenhuma potência forneceria o conhecimento para produzir um sistema moderno mas com o S 125 já poderia ser diferente, aerodinamicamente o míssil é bom, o resto poderia ser alterado, seria uma opção. Mas é apenas uma divagação.
De fato, o Pechora começou a ser produzido no início da década de 1960, e seu conceito é baseado em tecnologias da década de 1950. Mesmo com a atualização da eletrônica (obrigatória, vai procurar válvulas por aí para comprar
) ele ainda é um míssil ultrapassado pelos padrões atuais, muito volumoso e pesado para o alcance que possui, com aerodinâmica obsoleta (não se usam mais aquelas aletas enormes que jogam o arrasto lá para cima) e que precisa ser apontado para o alvo antes do disparo, exigindo lançadores conteiráveis e reduzindo o tempo de resposta. De moderno ele não tem nada, e exatamente por isso os russos ofereceram o projeto dele para nós em lugar dos mísseis mais modernos que possuem, como o Buk ou os empregados no S-300.
Mas, como em terra de cego quem tem um olho é rei, a capacidade de produzir sem limites um míssil como o Pechora já daria ao Brasil uma capacidade de defesa AAe "como nunca antes na história deste país...". Se fosse considerado não como uma aquisição "estática" (só produziríamos exatamente o que estivesse no projeto adquirido) mas um início para desenvolvimentos posteriores contínuos, então seria sim um negócio muito interessante.
Esta era a ideia dos russos. Já os brasileiros ao que parece nunca pensaram na proposta desta forma, a ideia aqui é sempre utilizar exatamente o que foi adquirido como foi adquirido (a palavra "desenvolvimento" no Brasil é considerada um palavrão), e aí estaríamos em pleno século XXI presos a um míssil da metade do século passado. Ainda seria melhor do que o que temos hoje (nada), e certamente serviria para começar o desenvolvimento de uma doutrina AAe mais realista que a existente hoje. Mas já não seria algo tão interessante assim, pela antiguidade do sistema.
Leandro G. Card