Re: Noticias de Portugal
Enviado: Sex Mai 30, 2008 9:28 am
O Soultrain foi cooptado pelo capitalismo financeiro internacional.
isso é uma perfeita mentira pois toda a gente sabe que os calos são de passar os dias a contar maços de notas, antes de os colocares no cofre....soultrain escreveu:Como é que podem pensar isso de mim????
Eu infiltrei-me no circulo da Grande Burguesia, para poder contar tudo aos meus camaradas proletariados. Eles ao principio desconfiáram das mãos calejadas, mas eu disse que era do golf e eles engoliram.
soultrain escreveu: O petróleo está a subir e manterá esta tendência, já que o crescimento das novas descobertas é muito inferior ao crescimento da procura. Junte-se a isto a expeculação normal, a alteração da carteira da maioria dos grandes fundos devido à crise do sub-prime, que agora apostam nas commodities e aqui está um valor cada vez maior. Mas o maior problema é a falta de refinação.
Na minha analise, isto tudo começou com o binómio 911/GWB, foi o pior que podia ter acontecido ao mundo.
A crise do sub-prime, não é a causa em si, mas o reflexo da economia americana, completamente desgastada com a guerra. Neste momento desapareceram 210 Biliões de dólares da economia global, é um rombo enorme. Os Bancos não conseguem desde Outrubro securizar nenhum investimento, isto quer dizer que não conseguem obter dinheiro no mercado, para depois poderem fazer retalho, a sua função.
Foi defendido por diversas pessoas, e não só de esquerda, uma nova ordem mundial, é sobre isso o novo livro de Almeida Santos, que sairá em breve.
Foi consenso, mais ao menos alargado, que a globalização não serve, nem o comunismo, nem o liberalismo económico são sistemas que nos sirvam, assim como houve a queda do comunismo, apresenta-se agora a queda do liberalismo económico.
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http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/e80 ... 04143.htmlPR: Portugal é uma sociedade de "profundas desigualdades sociais" - Cavaco Silva
30 de Maio de 2008, 13:24
Lisboa, 30 Mai (Lusa) - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje, em Lisboa, que Portugal é "identificado como uma sociedade de profundas desigualdades sociais".
Falando na abertura do Congresso Internacional de Inovação Social, Cavaco Silva considerou como "experiência inesquecível" a sua participação nas jornadas do Roteiro para a Inclusão Social e que serviu para alertar a sociedade portuguesa para as "situações de pobreza e exclusão social que ainda abundam no país e que a todos devem envergonhar".
Cavaco Silva dissertou igualmente sobre o envelhecimento associado à pressão para a inactividade precoce, em especial a resultante do "recurso a reformas antecipadas ou desemprego de milhares de trabalhadores que não são muito novos para serem aposentados, mas já demasiado idosos para retomarem uma actividade profissional".
"O desperdício de capital humano é manifesto, mas a indignidade e a falta de respeito pela pessoa humana que ele revela torna-se intolerável", declarou.
Afirmando que "para novos problemas" são necessárias "novas soluções", Cavaco Silva disse que "os estudos das instituições europeias, recentemente divulgados, colocam Portugal entre os Estados-membros onde as desigualdades de distribuição de rendimento e o risco de pobreza são mais elevados".
O Chefe de Estado disse que "a cultura do conformismo e da resignação prejudica a inovação" e transmitiu apoio aos organizadores do congresso, manifestando esperança que ajudem a construir um "Portugal socialmente mais justo e solidário, com maior equidade e maior dinamismo na senda do futuro".
SRS.
Lusa/fim
P44 escreveu:http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/e80 ... 04143.htmlPR: Portugal é uma sociedade de "profundas desigualdades sociais" - Cavaco Silva
30 de Maio de 2008, 13:24
Lisboa, 30 Mai (Lusa) - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje, em Lisboa, que Portugal é "identificado como uma sociedade de profundas desigualdades sociais".
Falando na abertura do Congresso Internacional de Inovação Social, Cavaco Silva considerou como "experiência inesquecível" a sua participação nas jornadas do Roteiro para a Inclusão Social e que serviu para alertar a sociedade portuguesa para as "situações de pobreza e exclusão social que ainda abundam no país e que a todos devem envergonhar".
Cavaco Silva dissertou igualmente sobre o envelhecimento associado à pressão para a inactividade precoce, em especial a resultante do "recurso a reformas antecipadas ou desemprego de milhares de trabalhadores que não são muito novos para serem aposentados, mas já demasiado idosos para retomarem uma actividade profissional".
"O desperdício de capital humano é manifesto, mas a indignidade e a falta de respeito pela pessoa humana que ele revela torna-se intolerável", declarou.
Afirmando que "para novos problemas" são necessárias "novas soluções", Cavaco Silva disse que "os estudos das instituições europeias, recentemente divulgados, colocam Portugal entre os Estados-membros onde as desigualdades de distribuição de rendimento e o risco de pobreza são mais elevados".
O Chefe de Estado disse que "a cultura do conformismo e da resignação prejudica a inovação" e transmitiu apoio aos organizadores do congresso, manifestando esperança que ajudem a construir um "Portugal socialmente mais justo e solidário, com maior equidade e maior dinamismo na senda do futuro".
SRS.
Lusa/fim
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... _id=956579
Bloqueio seca bombas e esvazia hipers
01h17m
Virgínia Alves
O quadro da paralisação já não se limita a camiões parados nas estradas portuguesas e espanholas, nas prateleiras dos hipers começam a faltar produtos e nas bombas de gasolina surgem cartazes de "esgotado".
O impacto da paralisação dos transportadores de mercadorias está a afectar vários sectores. O Grupo Jerónimo Martins conseguiu que alguns dos seus camiões partissem dos armazéns em direcção às lojas com escolta policial, "mas são insuficientes para abastecer as lojas e os fornecedores também não o conseguem fazer", disse ao JN, Frederico Machado, um dos responsáveis desse grupo.
Ontem começavam a faltar o peixe, a carne e os vegetais, os "produtos menos perecíveis ainda existem em armazém, mas por alguns dias", admitiu.
O grupo Os Mosqueteiros também começa a ficar preocupado, dizendo que se "o bloqueio continuar por mais dois ou três dias, vai começar a notar-se".
Quem soma já prejuízos de milhares de euros são os produtores de leite. "Cerca de meia dúzia optaram por destruir 10 mil litros de leite, porque não conseguiram fazer o transporte", afirmou Fernando Cardoso, da Federação dos Produtores de Leite, acrescentando que no Norte do país a "recolha está a ser feita com toda a normalidade".
Normalidade a Norte que também se faz sentir nos postos de combustíveis. "Em Braga estão a ser abastecidos. Postos sem combustíveis só no Algarve, na zona de Lisboa e alguns casos no Centro", adiantou Augusto Cybron, da associação de revendedores.
Enquanto aguardam uma conclusão em Portugal, todos salientam a paralisação em Espanha, que representará dificuldades para Portugal, pelos muitos produtos importados diariamente. Em Barcelona foi activado o Plano Básico de Emergências Municipais, para garantir o abastecimento prioritário. Em várias cidades os bens começam a escassear.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... _id=956578
Protesto dos camionistas continua firme
01h17m
pedro olavo simões
No meio de entendimentos e desentendimentos entre os líderes, a paralisação de transportadores rodoviários ficou, terça-feira, manchada pelo atropelamento mortal, em Alcanena, de um motorista envolvido no piquete.
O Dia de Portugal teria sido calmo, em relação à véspera, se não tivesse ocorrido esse incidente mortal, de algum modo similar a outro verificado junto ao mercado abastecedor de Granada (Espanha). Há já problemas decorrentes do protesto, como falta de bens alimentares perecíveis e de combustíveis, mas o bloqueio propriamente dito, mais intenso no Sul do que no Norte, foi algo indefinido, após um cancelamento cancelado.
Confuso, é certo, mas aproximado da realidade. Anteontem à noite, a comissão de transportadores que liderava o protesto esteve reunida com responsáveis da associação do sector (ANTRAM), decidindo voltar à normalidade. "Ao percebermos o que estava a ser negociado com o Governo, verificámos que havia coisas boas", diz Jorge Lemos, empresário de Mangualde, explicando que o processo negocial "merecia o voto de confiança da comissão".
Ora, o choque deu-se entre os que protestavam. Os que estavam no terreno não concordaram com a comissão informal que os representava, insistindo em continuar o protesto. Desautorizada, a comissão deu por finda a própria existência, pelo que tudo ficou na mesma. Há casos, até, em que a paralisação é incontornável: nos atulhados parques de pesados, basta um camião sem motorista (muitos foram para casa, por ser feriado) para travar os restantes.
Tudo indicava, à hora de fecho desta edição, que hoje, dia em que são retomadas as negociações entre a ANTRAM e o Executivo, o protesto volte a subir de tom. "Há empresas que não aderiram ontem (anteontem), mas estão a preparar-se para aderir amanhã", diz-nos Jorge Lemos, lembrando que a paralisação em Espanha, ainda mais firme, também contribui para impedir a normalização.
Esperava-se para a madrugada de hoje, por exemplo, um regresso aos bloqueios no Porto, interrompidos no feriado. Nuno Salgado, porta-voz do movimento que levou a cabo, na semana passada, a "marcha cívica" que entupiu a Via de Cintura Interna, na Invicta, "o bloqueio vai reiniciar-se (...) nos mesmos pontos de segunda-feira, ou seja, no porto de Leixões e terminal TIR, em Matosinhos [Freixieiro, Perafita], e nas pedreiras de Entre-os-Rios e Penafiel".
Vários operadores entendem que as negociações poderão levar ao fim do bloqueio. Embora pouco transpire das reuniões de trabalho, presume-se que o Governo não faça concessões directas, mas facilite soluções alternativas, como a que passa pelo envolvimento dos concessionários de auto-estradas e por uma provável redução de portagens. Se o processo for inconclusivo, então, prepara-se um grande protesto para a próxima segunda-feira. E há quem preveja que, se por acaso o diálogo falhar, a própria ANTRAM possa pôr-se ao lado dos associados em revolta.
http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=16010Quarta Feira, 11.06.2008
Economia
Paralisação dos transportes continua
País pode parar se o bloqueio se prolongar por mais um ou dois dias
2008-06-11 09:56:32
Lisboa – Segundo dados fornecidos pela ANAREC (Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis), muitos postos de abastecimento já se encontram sem combustíveis e caso os camionistas mantenham a paralisação por um período de um a dois dias, Portugal corre sérios riscos de parar.
Nesta altura, os combustíveis já acabaram em muitos postos de abastecimento um pouco por todo o país, sobretudo no Algarve e na zona da Grande Lisboa avançou a ANAREC, em comunicado.
A associação de Revendedores admite que, mesmo depois de os camiões começarem a circular, não é apenas num dia que a situação vai normalizar. São já muitos os serviços que estão em risco de paralisar devido ao bloqueio.
Segundo fonte oficial dos Aeroportos de Portugal, ANA, o aeroporto da Portela, o mais importante do País, só tem combustível para mais um dia.
Relativamente ao abastecimento dos hipermercados, Frederico Machado, um dos responsáveis do grupo. Jerónimo Martins afirmou que ontem começavam a faltar o peixe, a carne e os vegetais, os «produtos menos perecíveis ainda existem em armazém, mas por alguns dias».
Fernando Cardoso, da federação dos produtores de Leite avançou que os produtores de leite já perderam milhares de euros «Cerca de meia dúzia optaram por destruir 10 mil litros de leite, porque não conseguiram fazer o transporte», afirmou.
Os camionistas afirmam-se dispostos a manter os bloqueios até que o Governo ceda nas suas reivindicações, designadamente: gasóleo profissional, diminuição do ISP e outros benefícios fiscais.
Por outro lado, o corpo de intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) está a escoltar grupos de camiões-cisternas, no total cerca de 40, que se dirigem a Lisboa e Setúbal, disse à agência Lusa Hipólito Cunha, porta-voz daquela força de segurança: «São cerca de 40 camiões, que seguem em grupos de 10, escoltados pela PSP», adiantou a mesma fonte.
(c) PNN Portuguese News Network
Infelizmente há muito boa pessoa a pagar pelas acções de certas pessoas. Posso dizer que a minha "ex" nunca teve problema em arranjar casa, por isso o fenómeno não é assim tão mau como se prevê na noticia, mas volto a afirmar, se este fenómeno existe, é culpa de certas e determinadas pessoas.Tigershark escreveu:10/06/2008 - 06h00
Mulheres brasileiras em Portugal sofrem com a discriminação e têm dificuldade para alugar apartamentoFernando Moura
Especial para o UOL
Em Lisboa
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/din ... stivel.htmProtesto dos camionistas
Aeroporto de Lisboa está sem combustível
Já não há combustível no Aeroporto da Portela para abastecer aviões comerciais. A ANA, aeroportos de Portugal, confirmou, há pouco à SIC, que existe combustível, mas apenas para voos de emergência, de estado e militares.
Estes stocks foram ontem abastecidos através de cerca 20 camiões cisterna, que tiveram de ser escoltados pela GNR.
Até ao momento não há registo de qualquer cancelamento de voos devido a esta situação.
"Não estamos a ter capacidade para reabastecer qualquer avião à excepção dos de emergência, militares e de Estado", disse à agência Lusa o porta-voz da ANA, Rui Oliveira, sublinhando não haver até ao momento registo do cancelamento de qualquer voo.
O responsável da empresa lembrou que as companhias aéreas foram alertadas segunda-feira para esta situação, consequência da paralisação dos transportadores que está a impedir o abastecimento de combustível ao aeroporto da capital, e por isso estão a abastecer em outros aeroportos.
É o caso dos aviões da TAP que estão a abastecer nos pontos de origem, no caso do médio curso, e a fazer escalas técnicas em aeroportos como o do Porto ou Funchal no caso das ligações de longo curso, segundo disse à Lusa fonte da transportadora nacional.
"No médio curso a TAP opta por fazer abastecimentos no exterior, no longo curso a avaliação e a escolha dos locais de abastecimento é feita caso a caso", disse à Lusa, Isabel Palma do gabinete de comunicação da TAP.
A responsável apontou o caso de dois voos que partiram hoje de manhã para Brasília e Rio de Janeiro, Brasil, e abasteceram no Porto, apontando ainda o caso de outra ligação com S. Salvador, cujo abastecimento está previsto para o Funchal "por se localizar na sua rota".
Admitindo que esta situação esteja a causar atrasos nas ligações aéreas, a responsável da TAP afirmou, no entanto, que nenhuma ligação foi cancelada até ao momento.
O aeroporto de Lisboa, onde a TAP tem a sua base operacional, é abastecido diariamente por cerca de 60 camiões cisterna, a partir de Aveiras, e tem reservas para três dias.
Na noite de terça-feira, chegaram ao aeroporto apenas 12 camiões cisterna, o que segundo Rui Oliveira deu apenas para repor as reservas.
Segundo o porta-voz da ANA, não há quaisquer problemas de abastecimento nos aeroportos do Porto e Faro
A TAP, no caso de voos de médio curso, os aviões chegam a Portugal já abastecidos. Ou seja, colocam combustível no estrangeiro. Nos de longo curso, o abastecimento tem sido feito, sobretudo, no Porto.
Combustíveis
Gasóleo e gasolina começam a escassear na região Centro e Algarve
11.06.2008 - 13h32 Lusa
O gasóleo e a gasolina começam a escassear em alguns postos de abastecimento da Região Centro. No Algarve, há postos sem combustível em Portimão, Lagos, Lagoa e Silves. Os transportadores de passageiros admitem rupturas a "qualquer momento”.
Em Viseu os automobilistas estão a encher o depósito dos seus carros. "Hoje houve mais pessoas a abastecer quando foram para o trabalho. Clientes que habitualmente metiam só cinco ou dez euros de cada vez, meteram muito mais, e houve mais gente do que é normal a atestar", contou Marcelino Santos, funcionário das bombas da Galp de Vila Chã de Sá.
"Só vim atestar hoje porque ouvi nas notícias o que se estava a passar”, contou Maria Eugénia Simões, de Santa Comba Dão.
Em Coimbra, o tempo de espera dos automobilistas para abastecimento em alguns postos de combustível chegou aos 30 a 40 minutos e há filas com dezenas de veículos.
Desde o início da manhã existem filas na generalidade das bombas da cidade e mesmo em vilas do interior do distrito, como Lousã ou Arganil.
Na Pedrulha, a norte de Coimbra, as bombas da Galp não têm gasóleo normal desde ontem de manhã, enquanto o gasóleo GForce esgotou hoje de manhã. Estão encerradas as bombas do Continente, junto ao centro comercial Fórum Coimbra, na margem esquerda do rio Mondego.
Nas gasolineiras da Guarda ainda não se registam quebras nos combustíveis.
Uma corrida anormal às bombas de gasolina marcou a manhã em Castelo Branco, com grandes filas na maior parte dos postos de abastecimento, onde o gasóleo e a gasolina de 95 octanas já faltam. Nas bombas do Jumbo, o gasóleo faltou esta manhã e a gasolina deve chegar até ao final do dia, se não houver reabastecimento, segundo fonte do estabelecimento.
Nas bombas Intermarché de Castelo Branco não há gasóleo e a gasolina de 95 octanas acabou na segunda-feira.
Na maior parte dos postos de abastecimento os depósitos estão a chegar aos níveis de segurança, o que leva os responsáveis a afirmar que se a paralisação continuar serão obrigados a encerrar.
Já na Figueira da Foz, o abastecimento de gasolina e gasóleo pode cessar hoje, dada a escassez de combustível nos cinco postos da cidade e a afluência crescente de automobilistas.
Em Leiria, as filas para os postos de combustíveis também são muito grandes e já levaram ao fim do gasóleo em pelo menos três locais, como o posto do Intermarché da Gândara dos Olivais, onde se pode ver um grande cartaz informando que o gasóleo está esgotado, exasperando os condutores que aí procuraram combustível mais barato.
E mesmo a Galp, junto ao hipermercado Continente, deverá deixar de ter combustível dentro de horas, como confirmaram as funcionárias do posto. "O gasóleo está mesmo a terminar e a gasolina já não chega a depois do almoço, tal é a quantidade de gente que aqui vem", explicou uma das funcionárias.
Na zona de Santarém, desde o início da manhã que alguns postos de abastecimento já não têm gasóleo e a gasolina também começava a escassear.
Postos "secos" e longas filas onde ainda há combustível no Algarve
Em Portimão, os postos de abastecimento começaram a "secar" ontem e hoje ao final da manhã não havia praticamente postos abertos.
Nas cidades vizinhas - Lagos, Lagoa e Silves -, o cenário é idêntico e os automobilistas tentam agora encontrar combustível nas pequenas localidades, mais afastadas do grande rebuliço.
No outro lado do Algarve, nas zonas fronteiriças do Sotavento, há uma "corrida" de espanhóis aos postos de abastecimento portugueses, por temerem também ficar impossibilitados de se deslocar de automóvel.
Na capital algarvia, a maior parte dos postos de abastecimento apresentam longas filas, prevendo-se que em algumas horas o combustível possa acabar devido ao fenómeno do "açambarcamento", disseram alguns revendedores.
Os automobilistas mostram-se revoltados com a situação, sobretudo com a inércia do Governo, que deveria tomar medidas urgentes, mas também com o "extremismo" dos camionistas, a quem acusam de "chantagem".
"Nós não temos culpa nenhuma disto e não temos que ser sacrificados", desabafava um automobilista presente numa das filas para abastecer, apesar de confessar que "claro" que gostaria de ver os preços baixar.
O sentimento geral é de desespero e, segundo disseram alguns automobilistas, há pessoas que estão a abastecer mesmo com os depósitos cheios de combustível, só com medo de ficar impossibilitados de circular. "Devia haver alguém a verificar isto, pois como as coisas estão quase seria de racionar o combustível", dizia outra automobilista, chocada com os efeitos que a crise está atingir e esperançada de que a paralisação termine.
Transportadores de passageiros admitem rupturas a "qualquer momento"
O presidente da associação de transportadores de passageiros (ANTROP), Cabaço Martins, admitiu hoje a possibilidade de rupturas no serviço "a qualquer momento", apelando ao Governo para que garanta o abastecimento de combustível ao sector.
"Neste momento não há rupturas [no transporte de passageiros], mas os problemas podem acontecer a qualquer momento, hoje ou amanhã [quinta-feira]", disse o presidente da Associação Nacional de Transportadores Pesados de Passageiros.
O responsável, que afirma estar em contacto e coordenação permanente com o Ministério das Obras Públicas, defendeu a necessidade de o Governo "ter consciência" de que o transporte de passageiros é "um serviço essencial", sendo por isso necessário garantir o abastecimento de combustíveis a este sector.
De acordo com Cabaço Martins, a ANTROP entregou ao Executivo um inventário dos postos de combustível necessários para o funcionamento dos transportes públicos, esperando agora que seja possível assegurar o seu abastecimento.
A Associação Nacional de Transportadores Pesados de Passageiros (ANTROP) congrega 121 empresas de transportes públicos, que representam uma frota de cerca de oito mil autocarros, principalmente em Lisboa e Porto.
Henrique Medina Carreira
O 'Circo Nosso de cada dia'
Sexta-feira, Junho 13, 2008
Há um notório e crescente mal-estar no nosso País. Apesar do optimismo e das promessas, os salários continuam baixos, as pensões são exíguas, o poder de compra estagna, o desemprego é elevado, a classe média dissolve-se, a pobreza alastra, as desigualdades acentuam-se, as famílias estão pesadamente endividadas, a emigração recomeça e os temores aumentam. A crise internacional chegou e atingirá alguns com especial violência.
É a mediocridade da economia que temos.
Quando se analisa a sua evolução, torna-se inequívoco o declínio. Quando se imagina o futuro europeu de Portugal, ele é cinzento.
Há mais de três décadas que o produto desacelera, conforme as seguintes taxas de crescimento médio anual: 7,5% (1960-70); 4,5% (1970-80); 3,2% (1980-90); 2,7% (1990-2000); e 0,9% (2000-06). Outros países europeus também não conseguiram muito melhor.
Cerca de 2020, se a nossa economia e as dos seis outros que agora nos seguem se comportarem como de 2000 a 2006, seremos o país mais pobre dos “25”. Só o evitaremos se o produto subir a uma taxa mínima da ordem dos 3%, ou os demais caírem significativamente. Isto é: mais ano, menos ano, poderemos estar na “cauda” da Europa.
Há, por todas as razões, uma prioridade absoluta para a nossa economia.
Esta evolução tem origens diversas: externas e internas, públicas e privadas. Importam aqui, sobretudo, as de natureza política, relativas aos “defeitos” que existem na área do Estado ou que dele derivam, porque numa economia aberta e pouco competitiva, como a nossa, não se convive longamente com eles sem provocar efeitos desastrosos.
Acontece, em todo o caso, que o Estado português está rodeado de circunstâncias adversas, condicionantes das mudanças indispensáveis.
Desde logo, falta-lhe “tempo” político: o sistema de governação criado em 1976, a impreparação dos partidos para governar e o eleitoralismo que cada vez mais os domina, originam uma frequente e inconveniente descontinuidade executiva (1).
Também não há “verdade” política: quanto aos problemas essenciais, os partidos do poder assumem compromissos eleitorais que não tencionam ou não podem cumprir e fazem no Governo o que antes rejeitam ruidosamente na oposição. Assistimos a um espectáculo de mentira sem decoro, gerador do descrédito dos partidos e da decadência da democracia.
Escasseia, igualmente, “qualidade” política: os partidos que existem, tal como já acontecia em 1926, são “agrupamentos sem raízes na realidade do país” e que propiciam o “aparecimento na cena política de homens de segundo plano” (2).
Há assim uma doença grave na nossa vida política que também conduz ao desaproveitamento de enormes e irrepetíveis meios financeiros. Efectivamente, desde 1990 o nosso Estado arrecadou cerca de 160 000 milhões de euros (m€) - aproximadamente 820 m€/mês - de receitas não tributárias (3). Determinou ainda um grande aumento da carga fiscal, de 29% (1990) para 37% do Pib (2006): +8 pp., que não têm paralelo na Europa durante esse período.
Quase tudo o que exige tempo, verdade e qualidade, ou tarda muito ou nunca acontece.
Não se pode considerar o curto e o médio prazo porque os governos nada podem fazer, perdidas que foram as principais “ferramentas” de política macro económica: a moeda nacional, os juros, os câmbios, as tarifas aduaneiras e, na sua maior parte, a margem de discricionaridade orçamental.
E isso é muito claro quando observamos o que aconteceu desde 2000: o produto português limitou-se a acompanhar as tendências europeias, crescendo quando ali se cresceu e caindo quando ali se caiu (cf. Gráfico anexo). Nesse tempo, apesar dos quatro governos que tivemos, a nossa economia, uns pontos abaixo, só “obedeceu” à dos “25”. Foi em absoluto indiferente a quem e como governou.
A “receita” habitual e de que muitos falam - o aumento da procura interna, fazendo o Estado gastar mais – não é viável porque continuamos a ter contas públicas muito desequilibradas e porque, como nos ensina quem sabe, sendo insuspeito de simpatias neoliberais, “um aumento grande da despesa pública [não resolve] o que quer que seja em termos de crescimento económico” (4).
Apesar destas evidências, o Governo vai lançar um projecto irresponsável e eleitoralista de “betão” em larga escala, para realizações muitas vezes supérfluas e de aparente êxito imediato. É mais um dispendioso logro, parece que com o silêncio da oposição.
De tudo resulta, portanto, que o Governo não falha porque a economia é medíocre e o desemprego está alto. O Governo falha, e muito, porque atravessa uma longa legislatura, como a actual, em tudo favorável, deixando sem remédio, em 2009, a maioria dos mais graves “defeitos” que já encontrou em 2005.
Perdemos outra vez tempo: não se solucionou a conjuntura nem se preparou a estrutura.
A nossa evidente fragilidade económica - somos os que avançam mais devagar na UE, podendo por isso estar sua “cauda” em 2020 - tem hoje efeitos negativos e muito sensíveis no plano salarial, no nível do emprego, no poder de compra (5) e na acentuação da pobreza. Porém e pior do que isso: ela está a minar, a prazo, a base de sustentação das políticas sociais, já de si cheias de problemas.
Quem quiser pode entendê-lo com facilidade: entre 1990 e 2005 o produto português evoluiu à taxa anual de 2% e as despesas sociais (6) à de quase 6%; essas despesas absorviam 60% das contribuições sociais e dos impostos em 1990, 71% em 1995, 70% em 2000 e 84% em 2005.
O Estado social é, provavelmente, a mais notável realização europeia dos últimos sessenta a cem anos. Mas não nos deveremos enganar: ele só pode sobreviver se assentar numa economia próspera.
E isto é decisivo porque, se não conseguirmos aumentar significativamente o ritmo de expansão da riqueza nacional, o presente nível de “redistribuição” – mesmo insuficiente, como já é - terá de ser reconsiderado em baixa, mesmo em muito forte baixa.
Sem mais “economia” só pode haver menos “social”.
É certamente viável redistribuir “melhor”, discriminando positivamente. Mas não se redistribuirá “mais”.
São já bem conhecidos os sectores e os vícios que mais afectam a produtividade e a competitividade da nossa economia. Os que se situam na área pública ou que do Estado dependem, só por ele poderão ser solucionados, através de medidas e de reformas que eliminem ou reduzam as suas consequências negativas.
Mas numa economia internacionalizada, como é a actual, tudo o que dele pode exigir-se ou esperar-se, é a criação das condições indispensáveis à atracção dos investimentos que nos convêm: os de mais rápida reprodutividade, destinados às exportações e à substituição de importações.
É por isso surpreendente que entrem e saiam governos, ficando sempre tudo na mesma ou quase. Sem carácter exaustivo, é óbvia e imperiosa a necessidade de mudar muito no ensino, o nosso maior reprodutor de mediocridade e que está a “hipotecar” o futuro daqueles que finge promover; na formação passa-se quase o mesmo, fazendo-se crer na possibilidade de aprender em poucos meses aquilo que só se aprende em alguns anos; na justiça permanecem as demoras sem fim e sem previsão, que a tornam, em grande parte, desacreditada, inútil e aleatória; o sistema dos impostos é pesado, complicado sem vantagens, sempre instável, por vezes abusivamente agressivo e iníquo devido ao elevado peso da tributação indirecta; a Administração Pública continua sem reorganização, requalificação, rejuvenescimento e reequipamento, porque quase tudo isso passa ao lado do PRACE; a grande burocracia está cristalizada, como se confirma com a existência perversa dos PIN, necessários só para quem o Governo entende contemplar; a grande corrupção está para ficar e mesmo para crescer, indiferente às medidas com que apenas se simula querer combatê-la; mantêm-se incompreensivelmente os pagamentos atrasados do Estado, tão lesto a pregar moral aos privados que se atrasam; a multidão dos licenciados sem trabalho não encontra qualquer resposta que os reconverta profissionalmente; o mercado do arrendamento continua a não existir e nada se faz aí com consequências relevantes; não temos técnicos adequados às exigências do mercado; o excessivo peso financeiro do Estado, o espantoso mapa autárquico desenhado para o tempo da “diligência” e das carroças, o regime das relações laborais, a preferência constante pela facilidade e pela mediocridade, entre outros, constituem “defeitos” graves, sem qualquer remédio à vista.
Estas são questões de fundo que só ao Estado competem e em que só ele tem uma palavra a dizer. Pouco ou nada fazendo, revela a sua incapacidade política para propiciar o “ambiente” indispensável à criação do aparelho produtivo e competitivo que a nova economia exige.
Sem “tempo”, sem “verdade” e sem “qualidade” na política, como até aqui, nenhum Governo conseguirá realizar em Portugal a obra que o futuro nos impõe. E porque a conjuntura está hoje fora do poder do Estado, é preciso que alguém responsável, por uma vez, diga que a recuperação é difícil, que a tarefa é árdua e que os resultados são demorados. O estado da nossa decadência é profundo e as circunstâncias envolventes são complexas.
Os que têm surgido vêm apenas para ganhar eleições, promover-se e repartir vantagens pelos amigos e pelos arrivistas de sempre; usam sem escrúpulos sofismas que só retardam a compreensão das coisas; e dificultam a aplicação das decisões essenciais. Montam “circos” atraentes para impressionar, acenam com “facilidades” que não existem e prometem um “amanhã” que nunca chegará. Servem-se e servem outros. É quase tudo.
Se a “verdade” nos assusta em vez de nos mobilizar, resta-nos apenas a capitulação perante os sofistas que temos tido e perante os seus “herdeiros”.
Só haveremos, então, de queixar-nos de nós mesmos.
Se os eleitores o não entenderem muito depressa, ficaremos com “Lisboa” nos papéis e com os portugueses feitos os pobres da Europa.
Notas:
(1) 17 governos em 32 anos: média de 23 meses por cada um; descontados os de maioria absoluta de um só partido: média de 15; entre 2000 e 2009 registar–se-á uma média de 30 meses.
(2) MÁRIO SOARES, Le Portugal Baillonné –Témoignage, Calmann –Levy, Paris – 1972, pp. 30 e 31.
(3) Entre 1990 e 2006 são as seguintes as receitas a considerar: 17 000 m€ de privatizações; 51 000 m€ de fundos europeus; e 90 000 m€ de acréscimo da dívida pública.
(4) JOÃO FERREIRA DO AMARAL, As condicionantes orçamentais, Seara Nova, n.º 81, Verão de 2003, p. 37.
(5) Para se imaginar a influência do crescimento da economia sobre o poder de compra dir-se-á que, aos preços actuais, + 0,1% do Pib equivalem a cerca de 18 € por português e por ano, ou seja, um café tomado ao balcão, de 10 em 10 dias. E + 1% do Pib, 1 café por português e por dia!
(6) Incluem-se as despesas com as Funções Sociais do Estado (Educação, Saúde, Habitação e Cultura), Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações.