TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
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Gripen NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82636 Mensagem por knigh7 » Seg Jun 10, 2019 12:25 am

Túlio escreveu: Dom Jun 09, 2019 9:21 pm
FCarvalho escreveu: Dom Jun 09, 2019 8:07 pm
A Venezuela possui quase 50 caças. Se todos estão operacionais ou não é outra coisa. Mas qualquer planejamento aqui leva em conta que os caças dos vizinhos possam estar disponíveis. Um único Su-30MKV leva mais mísseis que uma esquadrilha inteira de F-5. E mesmo contra um Gripen E no 1x1 ainda leva vantagem numérica.
A Colômbia possui em torno de 11/14 Kfir C10/TC-10, e todos podem levar os Phython 5 e Derby ER. Cada Kfir pode levar até 4 Derby ER e 2 Phython 5.
O Peru possui os 19 Mig-29 sendo que cada um pode levar até 6 R-27 ou R-77, além dos RR-73. Os 12 Mirage 2000 não tem misseis modernos, pois operam apenas os R-530/R-550.
O restante dos países vizinhos não possuem caças e nem armamento para bancar uma briga conosco.
Por enquanto, no curto e médio prazo, não existe ameaça concreta em termos aéreos para nós na AS. Mas a partir da próxima década, Colombia e Peru, além de Argentina num prazo mais longo, estarão equipados com novos caças, vide os programas em andamento naqueles dois países, e no caso portenho, bem, uma hora eles irão encontrar uma solução, mesmo que para isso tenham de recorrer á China ou Russia.
Então, melhor prevenir do que remediar. De qualquer forma os Meteor vão quebrar um galho por uns 10/15 anos no GDA até que um outro vetor os substitua, ou mais sejam adquiridos para complementar eventuais lotes subsequentes de Gripen E/F.
Por outro lado temos de pensar sempre no caso de algum ator extra regional resolver vir aqui querer arrumar confusão. Mesmo que isso seja um cenário muito surreal.
Mas os últimos anos provaram que de surrealidade o mundo está cheio, e a AS não é uma exceção.

abs
Cupincha véio, números só se contrapõem a um grande desnível tecnológico se forem esmagadoramente superiores, o que não me parece ser o caso, senão vejamos: Su-30 da VZ se não engano foram comprados novos mas, novamente se não me engano, foram entregues meio que a toque de caixa, desviados de uma remessa que, se não me falha a memória, ia para o Vietnã ou China (desculpes, debatemos muito isso aqui mas foi lá na década passada, brabo de lembrar dos detalhes); já então estavam meio longe de serem o que de melhor se podia comprar da Rússia, incluindo sensores (radar, IRST), aviônica, armamentos (incluindo os BVRs) e sistemas EW, tudo com tecnologia do século XX. Eram se não me engano 2 dúzias e pelo menos um eu sei que já se despencou por aí. Assim, a menos que eles tenham F-16A/B aos balaios (brabo, né? :mrgreen: ) e ainda por cima alguns AEW&C, a nossa vantagem técnica é BEM grande. Colômbia nem se fala e Peru, bueno, que eu saiba nem metade dos MiG-29 - todos já bem usados - foi modernizada para um padrão sequer próximo ao dos do começo deste século, enquanto os M2000 são do mesmo tipo dos Matusas que tínhamos na década passada em BSB, cujo BVR é pra lá de obsoleto, o S-530. Novamente, ninguém com AEW/AWACS. Todos os modelos que citaste - eu falei TODOS - poderiam até ser páreo difícil para os F-5M, enquanto olharmos apenas para o envelope; no que formos ver a diferença que um só -99 faz, a partir daí temos de um lado caças com um desempenho soberbo operando praticamente às cegas enquanto outros, menos capazes, entram no "modo-deus" via datalink, ou seja, não precisam emitir para saber onde estão os adversários e ainda podem ser vetorados para atacar e fugir se mantendo nos blindspots do IN.

Isso com F-5, pois no que chegar Gripen já era, o desnível se torna ABISSAL...
Há um ponto que deveria ser visto: a quantidade de caças (nossos) e a necessidade de sempre levar um míssil BVR para a missão contra forças aéreas com caças capazes de (bem ou mal)combater em BVR.

Com 2/3 de disponibilidade, que é planejado para os nossos Gripens, teríamos 24 caças disponíveis. Na hipótese de conflito seriam utilizados sempre. O Gripen pode levar 2 mísseis BVR em missões de ataque (pois tem uma capacidade de carga acima de 5 toneladas) como autoproteção ou swingrole num cenário contra aquelas forças aéreas do continente que tem capacidade de combate nessa arena.

Ficar retirando os mísseis do caça para ser empregado nos próximos que voarão seria trabalhoso, poderia dar problemas, toma tempo- além da possibilidade de ter de lançar mão daquele caça. Ou seja, só para deixar nos caças 2 Meteors já seriam 48. Fora os que irão se acrescer nas missões ar-ar.

Vale ressaltar que deve-se descontar desses cerca de 100 os misseis de manejo (pequena quantidade, mas incerta, em comparação ao total).




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82637 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 10, 2019 10:14 am

Indo pelo seu raciocínio, só teríamos bala na agulha para duas missões, e depois já era, só A-Dater ou IRIS-T.
Uma coisa é planejar comprar munição só para fazer treinamento e manter o "pé e mão", bem outra é fazê-lo tendo em vista os reais aspectos das HE que temos por aqui, afora as que eventualmente apareçam sem previsão.
Equipar um grupo de caça a base de 36 unidades, levando-se em conta apenas 2 mísseis por aeronave, já daria 72 operacionais. Acho que a conta tem de ser feita a partir daí. Se um dia chegarmos aos tais 108 Gripen que se supõe obter, bem, por baixo a demanda alcança cerca de 216 mísseis. Se tivermos 2/3 de disponibilidade, são desse total, são no mínimo 72 mísseis sempre para pronto emprego.
Mas os Gripen E/F tem capacidade de levar até 7 mísseis em cabides simples, ou 11 se usados cabides duplos nas asas e simples na fuselagem.
Então, temos que pensar no seguinte também: vamos comprar mísseis apenas para fazer de conta que temos ou vamos comprar o necessário a fim de garantir que esses caças não sejam subutilizados em seu enorme potencial?
Alias, para equipar as 36 unidades que até agora compramos, 100 Meteor se presta a manter e melhorar a doutrina BVR e dar conta de qualquer entrevero menor nas fronteiras. Mas isso não é suficiente.
Se formos além dos 36, e espero que sim, vai ser preciso rever essa questão do mínimo básico necessário em termos de mísseis para os Gripen E/F. Mas aí vai depender para o quê a FAB realmente espera ser empregada até 2041.
A escolha me parece ser entre permanecer na figuração e seguir no tradicional tá tudo bem quando tudo está bem, ou se quer ser mesmo uma força aérea capaz de efetivamente impor a defesa dos interesses nacionais a frente de qualquer condição ou circunstância exógena ao país.

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82638 Mensagem por Túlio » Seg Jun 10, 2019 11:14 am

knigh7 escreveu: Seg Jun 10, 2019 12:25 am
Há um ponto que deveria ser visto: a quantidade de caças (nossos) e a necessidade de sempre levar um míssil BVR para a missão contra forças aéreas com caças capazes de (bem ou mal)combater em BVR.

Com 2/3 de disponibilidade, que é planejado para os nossos Gripens, teríamos 24 caças disponíveis. Na hipótese de conflito seriam utilizados sempre. O Gripen pode levar 2 mísseis BVR em missões de ataque (pois tem uma capacidade de carga acima de 5 toneladas) como autoproteção ou swingrole num cenário contra aquelas forças aéreas do continente que tem capacidade de combate nessa arena.

Ficar retirando os mísseis do caça para ser empregado nos próximos que voarão seria trabalhoso, poderia dar problemas, toma tempo- além da possibilidade de ter de lançar mão daquele caça. Ou seja, só para deixar nos caças 2 Meteors já seriam 48. Fora os que irão se acrescer nas missões ar-ar.

Vale ressaltar que deve-se descontar desses cerca de 100 os misseis de manejo (pequena quantidade, mas incerta, em comparação ao total).
Cupincha, que eu saiba os AAMs têm vida útil bem menor que os caças, assim, em tempos de paz o normal é decolar sem eles ou com versões inertes (que creio não serem tão poucas assim, e a pista é o preço do contrato: EUR 200M por 100 msls me parece meio pouco, já que o Meteor é provavelmente o melhor e mais moderno do mundo e nunca o operamos, daí precisa curso, documentação, ferramental, equipamentos de testes e o escambau a quatro, e coisas assim não vêm de brinde); em caso de guerra com vizinho (improvável mas não impossível) metade do que foi (ou será/ia) comprado já basta para mandar pro chão TUDO o que eles têm e que poderia, no melhor dos casos, ser chamado de caça de primeira linha...lá pelo fim dos anos 90.

Fora isso, o ganda Flávio Carvalho mencionou o que a vizinhança poderia aprontar no próxima década. Bueno, se NÓS estamos na pindaíba e não vemos muita chance de melhora, brabo de eles conseguirem se contrapor, dado que têm problemas ainda mais graves (Peru tem Chile e Equador para se preocupar, Colômbia e Venezuela têm uma à outra como HE primordial), como em alguns o Presupuesto de Defensa não apenas ser bem menor do que o nosso mas ainda por cima ter que pagar a folha (com inativos e tudo) e custos operacionais da Polícia. Ademais, mesmo tendo BVRs, nunca operaram NCW simplesmente pela falta dos caríssimos meios necessários.

Notar ainda que SAAB, EMBRAER e MBDA não jogam o mesmo tipo de Super Trunfo que nós aqui no DB, assim, adorariam receber uma encomenda de, digamos, uns 25 Gripen E + 5 R-99 + 100 Meteor de......digamos.......do Peru: isso deflagraria uma "corrida armamentista dos pobres", pois Chile e Equador teriam que comprar algo com que se contrapor e isso lhes destroçaria a Economia (a do Peru já estaria afundando); pior, até a FAB se sentiria insegura, o que a levaria a encomendar novo(s) lote(s) de Gripen E/F e talvez até a tentar desenvolver algo do tipo do GlobalEye em plataforma E-2 ou mesmo comprar o dito cujo, levando a nossa Economia para baixo também (mas, por ser muito maior, o tombo seria menos feio que o dos vizinhos).

Apenas minha opinião, naturalmente.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82639 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 10, 2019 11:34 am

O terceiro protótipo voou hoje na Suécia. O próximo é o da FAB, já com o WAD.

https://www.defesaaereanaval.com.br/avi ... -do-brasil

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82640 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 10, 2019 12:14 pm

Li que o Peru está negociando outro lote de Mig-29 com os russos. Não sei se novos ou usados e nem o que viria no pacote. Dos que já existem na frota, apenas alguns foram atualizados para o padrão SMT e foi só. A maioria continua funcionando no padrão original. Os russos ofereceram modernizar a frota toda, mas isso sairia caro para os peruanos. A SAAB andou oferecendo o Gripen C/D e o E por lá, mas nada mais se soube sobre o assunto. Os Su-25 e os M-2000 ainda carecem de uma atualização ou modernização, mas isso não tem previsão de acontecer. Talvez os "novos" Mig venham como uma solução paliativa para substituir ou complementar os Su-25.
Da mesma forma a força aérea colombiana espera receber nos próximos anos o substituto dos Kfir, que deve vir muito provavelmente na forma do F-16C/D ou, talvez, o Gripen E/F que também foi oferecido pela SAAB.
A Venezuela não terá nada nos próximos anos em termos de caças novos, então F-16 e Su-30 vão durar aí por uns anos a mais.
A FAA não é e não será uma força com que tenhamos que nos ocupar por muitos anos. Eles praticamente deixaram de ser uma força aérea na concepção do termo, e vai demorar muito tempo para conseguir retomar uma capacidade efetiva de combate operacional, mesmo que eles comprassem caças na semana que vem.
A possível introdução de mais F-16 e seus AIM-120 no TO sul americano de certo trará alguma movimentação ao continente, seja adquiridos pelo Chile ou Colombia. Se forem Gripen E da mesma forma, dado que estes também podem operar o Meteor e o AIM-120.
No caso peruano, os R-77M podem aparecer em um novo lote de Mig-29.
Havia, ou houve, conversas em relação aos Typhoon T1 espanhóis tanto para peruanos como colombianos, mas nada de concreto foi formalizado. Trata-se de um caça na verdade com um custo alto de aquisição e de manutenção, e por isso fora da realidade orçamentária de forças aéreas sul americanas.
No mais é preciso lembrar que a cobertura radar desses países é efetiva e praticamente integral de seus territórios, o que obrigaria de nossa parte lançar mão de uma capacidade stand off bem robusta, além do Revo e EW necessários, já que não teremos caças próximos das fronteiras operando normalmente, a não ser no caso da BASM.
Notar que a capacidade de transporte, Revo e EW da FAB hoje é bem restrita tanto em termos quantitativos como qualitativos. Isso será minorado na medida em que os KC-390 forem recebidos, embora façam somente o Revo tático. O programa KC-X2 foi cancelado e não há qualquer menção a sua retomada em prazo visível. A parte de EW está nas mãos dos poucos apenas 8 E/R-99 que ainda terão uma sobrevida de uns 15 anos a mais.
Para os cenários que se nos avizinham na próxima década, vamos ter uma força aérea passando por um momento de transição, e que só irá colher os frutos dos investimentos hora sendo feitos na década de 2030. Até lá vamos nos virar com aeronaves sendo recebidas e não completamente operacionais e o material disponível, mas sem a operacionalidade e capacidade desejáveis em termos de defesa aérea.
Vão ser anos interessantes, e ao mesmo tempo reveladores da nossa real capacidade de prover uma defesa aérea real ou apenas figurativa.

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82641 Mensagem por Fab-Wan » Seg Jun 10, 2019 1:51 pm

FCarvalho escreveu: Seg Jun 10, 2019 10:14 am Indo pelo seu raciocínio, só teríamos bala na agulha para duas missões, e depois já era, só A-Dater ou IRIS-T.
Isso partindo do suposto que todos os 48 seriam disparados nessas 2 missões. E se assim o fossem, provavelmente nem haveria necessidade de uma terceira missão, levando em conta o potencial desse missil e a quantidade/qualidade de aeronaves dos adversários no TO.

Eu ainda acho que a FAB vai fazer um Hi-Lo na arma BVR, que inicialmente deve ser o Meteror + Derby. ACHO.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82642 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 10, 2019 4:09 pm

Depende na verdade de contra quem se esta disparando.
No nosso TO dá e sobra, até que as coisas mudem na capacidade da vizinhança.
Mas, e se o imbróglio não for um vizinho?

Abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82643 Mensagem por Fab-Wan » Seg Jun 10, 2019 4:26 pm

FCarvalho escreveu: Seg Jun 10, 2019 4:09 pm Depende na verdade de contra quem se esta disparando.
No nosso TO dá e sobra, até que as coisas mudem na capacidade da vizinhança.
Mas, e se o imbróglio não for um vizinho?

Abs
Se n for um vizinho, vai ser o Tio Sam ou alguma outra potência. Ai não faria diferença ter 100 ou 300, a n ser que fosse 100% nacional. E dependo de qual potência, nem isso faria diferença.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82644 Mensagem por knigh7 » Seg Jun 10, 2019 7:19 pm

Túlio escreveu: Seg Jun 10, 2019 11:14 am
knigh7 escreveu: Seg Jun 10, 2019 12:25 am
Há um ponto que deveria ser visto: a quantidade de caças (nossos) e a necessidade de sempre levar um míssil BVR para a missão contra forças aéreas com caças capazes de (bem ou mal)combater em BVR.

Com 2/3 de disponibilidade, que é planejado para os nossos Gripens, teríamos 24 caças disponíveis. Na hipótese de conflito seriam utilizados sempre. O Gripen pode levar 2 mísseis BVR em missões de ataque (pois tem uma capacidade de carga acima de 5 toneladas) como autoproteção ou swingrole num cenário contra aquelas forças aéreas do continente que tem capacidade de combate nessa arena.

Ficar retirando os mísseis do caça para ser empregado nos próximos que voarão seria trabalhoso, poderia dar problemas, toma tempo- além da possibilidade de ter de lançar mão daquele caça. Ou seja, só para deixar nos caças 2 Meteors já seriam 48. Fora os que irão se acrescer nas missões ar-ar.

Vale ressaltar que deve-se descontar desses cerca de 100 os misseis de manejo (pequena quantidade, mas incerta, em comparação ao total).
Cupincha, que eu saiba os AAMs têm vida útil bem menor que os caças, assim, em tempos de paz o normal é decolar sem eles ou com versões inertes (que creio não serem tão poucas assim, e a pista é o preço do contrato: EUR 200M por 100 msls me parece meio pouco, já que o Meteor é provavelmente o melhor e mais moderno do mundo e nunca o operamos, daí precisa curso, documentação, ferramental, equipamentos de testes e o escambau a quatro, e coisas assim não vêm de brinde); em caso de guerra com vizinho (improvável mas não impossível) metade do que foi (ou será/ia) comprado já basta para mandar pro chão TUDO o que eles têm e que poderia, no melhor dos casos, ser chamado de caça de primeira linha...lá pelo fim dos anos 90.

Fora isso, o ganda Flávio Carvalho mencionou o que a vizinhança poderia aprontar no próxima década. Bueno, se NÓS estamos na pindaíba e não vemos muita chance de melhora, brabo de eles conseguirem se contrapor, dado que têm problemas ainda mais graves (Peru tem Chile e Equador para se preocupar, Colômbia e Venezuela têm uma à outra como HE primordial), como em alguns o Presupuesto de Defensa não apenas ser bem menor do que o nosso mas ainda por cima ter que pagar a folha (com inativos e tudo) e custos operacionais da Polícia. Ademais, mesmo tendo BVRs, nunca operaram NCW simplesmente pela falta dos caríssimos meios necessários.

Notar ainda que SAAB, EMBRAER e MBDA não jogam o mesmo tipo de Super Trunfo que nós aqui no DB, assim, adorariam receber uma encomenda de, digamos, uns 25 Gripen E + 5 R-99 + 100 Meteor de......digamos.......do Peru: isso deflagraria uma "corrida armamentista dos pobres", pois Chile e Equador teriam que comprar algo com que se contrapor e isso lhes destroçaria a Economia (a do Peru já estaria afundando); pior, até a FAB se sentiria insegura, o que a levaria a encomendar novo(s) lote(s) de Gripen E/F e talvez até a tentar desenvolver algo do tipo do GlobalEye em plataforma E-2 ou mesmo comprar o dito cujo, levando a nossa Economia para baixo também (mas, por ser muito maior, o tombo seria menos feio que o dos vizinhos).

Apenas minha opinião, naturalmente.
Certamente o valor e a quantidade é arredondada. Mas o custo unitário do Meteor não foge muito dos € 2 mi. A Luftwafe adquiriu 150 unidades há cerca de 5 anos atrás a um preço de cerca de €1.83/un. (a fonte se refere a USD 373 milhões para os 150 misseis ): https://warisboring.com/the-best-air-to ... in-sweden/

Mas de qq forma o valor de aquisição é tão alto, que mesmo que o míssil seja 40% mais caro do que o contrato para a Alemanha, custando então € 2.5 mi, que seria o suficiente para comprar cerca de 80 Meteors, quantidade que ainda seria muito boa.

Obs: no post anterior eu me referi a usá-lo permanentemente na hipótese de conflito contra uma força aérea na AS que tenha capacidade de combater na arena BVR, e não em períodos de paz.

Obs 2: conversão do Dólar para Euro na cotação do mês da notícia.




Editado pela última vez por knigh7 em Seg Jun 10, 2019 11:17 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82645 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 10, 2019 9:08 pm

Fab-Wan escreveu: Seg Jun 10, 2019 4:26 pm
FCarvalho escreveu: Seg Jun 10, 2019 4:09 pm Depende na verdade de contra quem se esta disparando.
No nosso TO dá e sobra, até que as coisas mudem na capacidade da vizinhança.
Mas, e se o imbróglio não for um vizinho?
Abs
Se n for um vizinho, vai ser o Tio Sam ou alguma outra potência. Ai não faria diferença ter 100 ou 300, a n ser que fosse 100% nacional. E dependo de qual potência, nem isso faria diferença.
O Tio Sam só se meteria a puxar o nosso tapete aqui em casa do ponto de vista militar apenas e tão somente no caso de algo que realmente comprometesse a segurança americana de maneira inconteste. Isso só seria possível a meu ver se Russos ou chineses colocassem nukes, ou seus vetores, aqui, ou na AS, em bases locais. Para lá de improvável de acontecer, embora não seja impossível. Mas dado o histórico da região e a falta de uma relação honesta dos americanos com os países sul americanos, pode-se esperar qualquer coisa.
Uma outra hipótese é um país sul americano, ou nós mesmos, resolver dar uma de potência nuclear. Já vimos antes como eles responderam mal a esse tipo de iniciativa de país considerados do "eixo do mal". Por aqui com certeza não seria diferente, principalmente em se tratando de Brasil e Argentina, os dois únicos países da região com capacidade real de projetar, produzir e utilizar nukes, mesmo que somente em nível tático. E que não por acaso estão sendo pressionados novamente a assinar a parte que falta do TNP para arrojar mais ainda a fiscalização americana em cima de nós.
Para tratar com eles em naquela situação o nosso único apelo poderia ser a outra potência militar, ou seja, russos ou chineses. Mas teríamos de oferecer algo em troca. Não me lembro de termos nada que realmente interesse a estes países que eles já não tenham conseguido por aí ou mesmo com algum vizinho nosso mais problemático e/ou aloprado.
Então, eu sou de opinião de que no futuro, se realmente quisermos dar conta de nossas vidas, e defesa, mesmo em relação a uma interveniência de potências extra regionais inopinada, temos de avançar, e muito, no aspecto da P&D nacional em sistemas e vetores stand off, EW, NCW e, principalmente, logística capaz de apor a nossa capacidade bélica em curto prazo no espaço de transição entre paz e beligerância.
O suficiente e necessário para manter a vizinhança sossegada e primos ricos com um pé atrás conosco caso alguém pense em passar uma temporada aqui a nossas custas.
A primeira edição da END e do PAED foram neste sentido, embora deslocados totalmente da realidade do país em que se pretendiam implantar. Já as versões atuais são um pouco mais realistas, embora o planejado e previsto não tenha qualquer compromisso com datas e cronogramas realmente aliados a nossa capacidade, e compromisso, de investimento em defesa. Vamos ver no que vai dar.
Enquanto isso torcemos os dedinhos para continuarmos burros, gordos, alienados e felizes, desde que ignorantes e ignorados pelo mundo... como sempre.

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82646 Mensagem por andrelemos » Ter Jun 11, 2019 7:59 am

Gente, 36 Gripen E/F com 100 meteor destruiriam qualquer força aérea da AL com facilidade. Somente um adversário com caças de 5a geração poderia chegar aqui e achar que conseguiria derrubar nossa força aérea sem tomar pesadas baixas.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82647 Mensagem por knigh7 » Ter Jun 11, 2019 9:59 am





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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82648 Mensagem por FCarvalho » Ter Jun 11, 2019 11:49 am

andrelemos escreveu: Ter Jun 11, 2019 7:59 am Gente, 36 Gripen E/F com 100 meteor destruiriam qualquer força aérea da AL com facilidade. Somente um adversário com caças de 5a geração poderia chegar aqui e achar que conseguiria derrubar nossa força aérea sem tomar pesadas baixas.
Bom, não necessariamente. Um único stryke group da US Navy possui mais caças e meios aéreos embarcados do que a FAB inteira, qualitativamente falando. E a maioria não é F-35. O que faríamos com 2 ou 3 deles na nossa costa?
Em tese, único outro país com bases, e interesses, no AS é a Inglaterra. Os ingleses terão dois Nae com capacidade de lançar F-35, mas no curto e médio prazo a Royal Navy e a RAF não terão condições de importunar-nos militarmente. Mas essa realidade não será a mesma a partir da segunda metade da próxima década.
Fato é que para o que estamos esperando dispor, em nosso TO os 36 Gripen E/F + F-5EM/A-1M podem resolver nossos problemas de defesa aérea até 2030, mesmo aqueles estando em processo de introdução na FAB, e isso leva tempo. Agora, se ficarmos apenas com 36, a coisa já muda de figura. Em entrevista o cmde da FAB disse que a ideia é dispor de apenas três bases aérea equipadas com caças. Se isso significar a obtenção e operação dos tais 108 caças que se prevê, tudo bem, para nossa realidade está de bom tamanho. Mas isso por si só não garante a defesa na íntegra do nosso espaço aéreo tanto sobre o continente, como, principalmente, sobre o Atlântico Sul, no caso de intervenções externas na região. E temos que pensar nessa HE também.
Neste aspecto, o complemento dos 108 Gripen E/F da FAB com 48 Gripen N seria não apenas necessário como prudente, já que a aviação naval teria capacidade de cobrir as operações da esquadra dentro de toda a extensão da amazônia azul, mas não em todo o AS como seria necessário. Para isso teríamos que dispor de FT's nucleadas em Nae, escoltas e uma força de submarinos que hoje, e nem em prezo conhecido, não temos qualquer condições de dispor.
Fato é que sem uma rede NCW funcionando por aqui 100% full, e quando digo isso estou me referindo ao apronto e à integração total do SISDABRA, SISFRONT e SIGAAZ, a quantidade de caças e os números de mísseis ar-ar e/ou outros sistemas de armas comprados ou fabricados aqui pouco ou nada fará diferença.
Olhar para a vizinhança e pautar apenas e tão somente nela o tamanho e as capacidades de nossas próprias forças é um erro crasso para um país do tamanho e com os interesses do Brasil. Não estou dizendo que temos de ter forças militares capazes de vencer qualquer um, mas de equilibrá-las de forma a, com os poucos e minguados recursos de que sempre iremos dispor, sermos capazes, efetiva e eficientemente, impor um custo tão alto a uma eventual intervenção militar de outros atores em nosso TO (continental e atlântico) que isso suscite concretamente um impeditivo real e crível para qualquer opção militar contra nós ou na região.
Para isso temos de pensar em ir além do que o nariz de cada comando pensa a despeito de si mesmo, e começar a pensar e a agir, concretamente, em conjunto.
Exatamente como se faria em uma rede NCW.

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82649 Mensagem por andrelemos » Ter Jun 11, 2019 12:10 pm

Um strike group da US Navy viria nos bombardear mesmo sabendo que perderiam pelo menos uma dúzia de Super Hornets (sendo muito pessimista)? Teríamos que fazer uma merda muito grande. Os EUA não bombardeiam o Irã, que cansa de fazer "besteira", e que hoje tem uma Força Aérea que os Americanos derrotariam com um pé nas costas.

Porém, no pós 2030 vamos ter muita gente por aí de F-35 ou J-31. Talvez os Russos também abram as vendas do Su-57 para aliados próximos. Nessa altura temos que ter os planos para um caça nosso de 5a geração engatilhados, seja fazendo um F-X 3 ou desenvolvendo um novo caça com a Saab.

Claro, um segundo (e terceiro) lote de Gripens seria fundamental, além de termos uma defesa antiaérea digna do nome.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#82650 Mensagem por Túlio » Ter Jun 11, 2019 12:53 pm

E volta a sovada charla recorrente do véio Battle Group dos EUA ou mesmo de uma coalizão nucleada na OTAN, se bobear... :lol: :lol: :lol: :lol:

PELAMOR, não faz uma década que andávamos de mãos dadas com Cuba e os bovinos, apoiando explicitamente o Irã e mandando beijinhos pro Zé Pancinha lá da NK, e isso numa época em que os ianques estavam DOIDOS para dar um pau neles (mas ficou no "ora veja"). E quem veio mostrar músculo por aqui? A RÚSSIA! E nem era para nos atemorizar, só pra ver se a gente se interessava nas armas deles (e dar uma zoada nos ianques, claro). Até rebaixamento pra segunda posição como parceiro comercial, e perdendo a primeira logo para a arquirrival China, os caras aceitaram e ficaram na deles, assim, o que os faria mudar tão radicalmente de posição? Três dúzias de Gripen? Trinta? Um SSN? Cem?

Vamos acordar, se os caras quiserem nos ferrar, não precisam mover um só navio: basta meter umas sanções e em pouco tempo estamos de joelhos no FMI pedindo penico, e FMI significa EUA/UE. Fecha-se então o ciclo, Brasil devidamente "disciplinado", tudo como dantes no quartel de Abrantes, e sem ter que morrer ninguém, exceto do que já morremos, que é falta de comida, assistência à saúde, SegPub, etc...




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

Napoleão Bonaparte
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